Capítulo cinco

Bonnie e Elena saíram em disparada até os fundos, e lá encontraram o corpo de Damon. Elena havia se certificado de dar verbena o suficiente para que o vampiro ficasse por pelo menos longos minutos incapaz de fugir ou reagir, mas ele parecia estar voltando a si muito rápido. Ele deve estar fazendo aquilo realmente, pensou.

A memória de uma conversa com o vampiro há um tempo voltou na sua cabeça, e ela sabia bem que Damon provavelmente estava tomando uma quantidade pequena de verbena diária para não ser afetado de forma dramática como a maioria. Claro que isso não garantia que ele seria imune, mas naquele momento isso estava se tornando um problema.

- Eu preciso que você dê um jeito nele... – disse Elena, e logo depois continuou: - Não desse jeito, por céus Bon! Preciso levá-lo até o apartamento, e não faça perguntas difíceis como “porquê” ou “como irá mantê-lo”, por favor.

Bonnie olhou para a amiga e mordeu o lábio inferior, lembrando-se dos pensamentos que tivera à tarde, sobre sentir também a presença de Damon.

- Tem certeza que não devo perguntar o por quê? – Bon questionou.

Eric logo então surgiu atrás de Elena, e revirou os olhos ao ver Damon fora de combate.

- Sério? Pensei que vocês já tinham superado isso... – ele resmungou e depois deu um sorriso irônico à Elena.

A garota apenas deu de ombros, inconsciente do que o amigo lhe falara. Seus pensamentos giravam em muitas coisas ali naquele momento, mas já o de Eric e Bonnie principalmente no acontecimento no banheiro. Parecia que o loiro ainda não havia desistido.

- Você vai levar Allison também? – ele perguntou.

Bonnie apenas lhe lançou um olhar preocupado e xingou baixo.

- Droga, esqueci da garota.

Eric então tornou a falar:

- Que tal eu ajudar nessa bagunça? – ele indagou, e olhou para Elena. – Eu pego o sangue da garota, vocês levam Damon ao carro e eu me encontro com as duas daqui dez minutos?

Bonnie e Elena pareceram ponderar a proposta, e Bonnie balançou a cabeça afirmativamente.

- Seja rápido.

As pálpebras de Damon se mexeram, e Bonnie fez um feitiço silenciosamente o desacordando de vez.

- Obrigada, Bon. – Elena agradeceu e manteve-se em silêncio até colocar o corpo do ex-namorado vampiro no porta malas do carro.

- Agora eu posso perguntar o porquê? – Bonnie questionou a outra morena, um pouco cansada daquele dia.

- Eu não sei. – Elena respondeu simplesmente. – Deus, eu não faço ideia.

- Talvez você ainda o ame. – Eric falou, chegando até elas.

Elena o olhou pensando que o loiro estava brincando, e viu que suas feições eram sérias.

- Talvez você tenha enlouquecido. – ela respondeu.

Bonnie observou a tensão da amiga, e jogou as chaves do carro para Eric.

- Você dirige.

O loiro sorriu e Elena bufou ao sentar-se no banco traseiro.

- Vocês dois, tratem de serem decentes na minha presença. – ela falou, ao ver Bonnie com um sorriso malicioso.

Demorou cerca de meia hora para chegar até o apartamento em que elas estavam. Mandaram uma mensagem à Caroline dizendo para que a loira aproveitasse, e desejaram-lhe boa sorte com sua viagem pela manhã.

Eric com um pouco de esforço levou Damon para o quarto de Elena, e deixou o vampiro com a moça. Ele simplesmente sumiu logo depois, e Elena tinha bem uma noção do porquê Bonnie também desaparecera.

Ela tirou sua roupa, ficando só com a lingerie preta de rendas. Seu olhar caiu sobre Damon, e a morena apenas murmurou:

- Vamos dar um jeito em você agora, meu amor.

X

Damon não demorou a voltar a si. Ele se viu algemado, em uma cama de casal com um lençol de seda, e uma quantidade vigorosa de verbena estava como numa espécie de soro, pelas suas veias, o enfraquecendo. Usou sua audição, mas tudo que pode ouvir foi um coração palpitante. Se concentrou ainda mais, e não demorou muito para perceber os compassos do coração de quem era.

Elena saiu do banheiro, e quase sorriu com o olhar guloso que recebeu de Damon. Ela havia tomado cuidados para que ele não fugisse há segundos atrás, mas mesmo assim o vampiro havia acordado, e ela ainda estava de lingerie.

- Espero que goste de como está acomodado, pois eu não sei quanto tempo isso vai durar. – Elena disse, e logo depois foi pegar uma camisa, que cobria parcialmente o corpo, mas ainda deixava à mostra suas coxas.

- Que ideia original, Elena. – Damon ironizou, e revirou os olhos azuis.

- Não me faça enfiar uma estaca no seu coração, Damon. – ela apenas respondeu.

- Se você fosse fazer isso, já teria feito.

O olhar de ambos ficou preso por alguns segundos, e ela suspirou, sentando-se na ponta da cama.

- Qual é o seu grande plano, Elena? – ele perguntou enigmático. – Caçar todos os vampiros e aí? Se aposentar e viver numa casinha de madeira longe da sociedade? Acorde, Elena!

A morena sentiu um arrepio passar pelo seu corpo, e sentiu-se furiosa.

- Não, Damon! Bonnie e eu estamos trabalhando nisso! Acha que eu sou idiota? – a garota respondeu.

- Não idiota, mas algo bem similar... – Damon fez bico.

Em resposta, um tapa na cara lhe atingiu em cheio.

- Existe um Grimório... Há muito perdido, mas nele contém um feitiço que pode fazer com que a extinção da sua espécie seja algo alcançável. – Elena explicou, e Damon apenas olhou surpreso para ela.

- Você não seria capaz.

Elena se perdeu nos seus olhos, e conteve o sentimento que puxava todo o ser para ele, porque ela sabia que sempre o amaria. Independente do quão idiota o vampiro fosse.

- Isso nós veremos. – ela disse e caminhou para fora do quarto, e o deixou lá, com uma expressão pasma e fula, xingando-se baixo pela lágrima que descia sua bochecha.