Damon – sussurrou ela quase inaudível. Os olhos castanhos brilharam intensamente numa mescla de dor e selvajaria. 

- Bom trabalho lá dentro. Mas pensei que você tinha um gosto melhor. – disse ele, um sorriso zombeteiro beirando os lábios.

- O que você está fazendo aqui? – perguntou Elena. Ela havia assumido uma postura calculada, e observava cada movimento do outro. Resquícios de memórias invadiram sua mente, e seus olhos quase cederam em lágrimas contidas. 

- Eu estava pensando... Você continua linda. Nós poderíamos facilmente aproveitar isso. 

- Damon? – a voz dela saiu entrecortada. 

- Sim? – perguntou o moreno, os olhos azul-inverno mais enigmáticos do que de costume.

- Vá para o inferno! – vociferou ela. 

- Autch! – ele fez um bico gracioso. – Não sabia que guardava tanto amor assim, querida.

Ela riu cinicamente, e deu dois passos à frente. Ele a observou seu o costumeiro sorriso quando ela o fez. 

- E você continua tão agradável quanto ao que me lembro – retrucou. – Vou perguntar somente mais uma vez: O que você está fazendo aqui?

- Las Vegas te diz alguma coisa? – ele riu. – Elena...

- Você devia tomar cuidado. Eu ignorei todas as vítimas que você deixou, todos os rastros... Há limites, Damon.

- Elena...

- Droga, Damon! Você sabe o quão difícil isso é. 

- Elena, faça-me um favor: pule a parte em que você sente a minha falta e me ouça. Rose está atrás de você. Ela sabe que você matou Trevor, ok? O que me diz que você não tem nada mais importante para fazer. 

A morena parou; pensou e suspirou. Ela sabia que em algum momento saberiam sobre ela, e tomaria as devidas providências. Enquanto contava tudo à ela, o vampiro havia se aproximado sutilmente, deixando os dois há um passo de distância.

- Você veio até aqui para contar-me isso? Ah, claro, ainda sou eu que sente a sua falta. – ela gesticulou dramaticamente. 

- Viu? É tudo tão mais fácil quando você admite. 

- Você é um completo idiota. Dê o fora. – falou ela.

- Você está mentindo. Não quanto a parte do idiota, mas enfim... – o moreno disse.
Ele tocou sua bochecha com a antemão, e um choque elétrico percorreu o corpo de ambos com intensidade. Ela fechou os olhos em uma fração se segundo, permitindo-se sentir seu toque. 

- É verdade...

Quando abriu os olhos, deparou-se com o intenso azul a um palmo do seu rosto, fitando-a docemente. 

- Você é uma péssima mentirosa. 

E a beijou. Tocou seus lábios tão gentilmente quanto seu olhar emanava segundos atrás. Começou calmamente, os lábios pressionados até a garota dar-lhe abertura. As línguas traçavam uma a outra, como se nunca tivessem tido contato. Era uma batalha tão harmoniosa e ambos exploravam tudo que podiam. As mãos do moreno intercalavam a cintura e os longos cachos dela, enquanto as mãos dela puxavam de leve o cabelo dele e arranhava suas costas. 

O desejo os consumia. O beijo que antes era calmo tornou-se feroz e sedutor, e a corrente elétrica já não era o bastante para descrever o quão intenso era a ligação dos dois. 

- Elena... 

Ela lhe deu um olhar indecifrável. A seringa de verbena vazia em suas mãos. Em meio ao beijo, ela o havia golpeado. A última coisa que Damon ouviu antes de desmaiar foi o coração da garota martelando fortemente.

- Você devia saber que eu não preciso mentir para conseguir o que eu quero, Damon – murmurou baixo. – E eu sinto sua falta.