Ela então desceu correndo, mas tropeçou, e rolou a outra metade do morrinho e não conseguiu se levantar.

– Carlos eu disse abraçando ele vai, vamos embora, por favor. Isso não vai acabar bem.
– Ta. Vamos.

Saímos correndo, e então ela levantou, e jogou a faca. Eu olhei para trás e ela vinha na direção do Carlos.

– ABAIXA! - eu gritei e empurrei ele, mas minha mão ficou, eu a abaixei rápido, mas não foi o suficiente. A faca tinha me cortado, e estava ardendo. Eu ajoelhei. O corte parecia fundo, e não parava de sangrar. Eu estava chorando.

– Lu, amor, anjo, você ta bem? O que aconteceu? A faca cortou você?
– Cortou. Ela passou pelo meu braço. Não atravessou, só cortou. E ta doendo, demais.
– Nossa o que houve? Lucy, você ta bem? Meu Deus você ta sangrando! Quer que eu peça ajuda?

Olhei para trás. Era a Samantha, ela tinha mudado tanto em só 2 horas? Não liguei para isso, ela estava se importando. Mas eu estava desconfiada, não ia deixar ela e o Carlos sozinhos.

– Não, Samantha. Não preciso de ajuda. Eu vou ficar aqui com o meu namorado. Só tenta parar a Ana.
– Amor, quer que eu faça algo? - o Carlos me perguntou
– Liga pra Nicolle.

E então o Carlos ligou para a Nicolle, pra contar o que tinha acontecido. E tudo isso estava acontecendo enquanto eu e ele estávamos atrás da outra arvore enorme da pracinha. E eu não parava de olhar o topo do morrinho para ver se a Ana estava voltando. A Samantha que parecia que queria nos ajudar, perguntou de novo se eu precisava de alguma coisa.

– Não, Samantha. Eu to bem, já te disse. Obrigada por tentar me ajudar.
– Mas você está sangrando... uma hora você vai desmaiar.
– Por isso que eu pedi pro Carlos ligar pra Nicolle. E ele pediu pra ela trazer algumas coisas pra fazer curativos. O irmão dela faz medicina, ela sabe uma boa parte desse negócio de curativos. Não preciso de ajuda.
– Por que você ta agindo assim comigo? ela me perguntou quase chorando.

Eu olhei pra ela séria, como se ela não soubesse o que ela tinha feito. E ela estava com uma cara muito confusa. Eu olhei pro Carlos depois, e ele olhou como se quisesse me dizer: amor, calma.

– Depois de tudo o que você fez você ainda me pergunta?
– Olha, Lu, eu ia te falar! Não fui eu que sempre te odiei! Isso era só pra esconder o quando que a Ana te odiava. Sério, eu sempre quis ser sua amiga, sabe, que nem você e a Nicolle. E ela me obrigou a fingir um namoro com o Carlos, só pra te fazer mal entendeu? E como o Carlos já gostava de mim naquela época, só facilitou... E eu peço desculpas pra você, não sabia que isso ia dar acabando nessa confusão toda. Você me perdoa?
– É sério isso?
– Sério! Me desculpa, de verdade.
– Ta, eu te perdôo. Porque se não fosse você, eu não estaria com o Carlos agora.
– É verdade... Agora vou tentar procurar a Ana, já volto.

E então a Samantha saiu de lá do banco. Eu e o Carlos estávamos sozinhos de novo.