A kiss, a touch, never enough.
So soft, so hard, don't stop, you start

Instinctive skills like animals.
Human connect to human
Boy meets girl, know what to do
Human connect to human
How can I connect to you?
Let me interreact
How can I connect?
Hit me!
(Human connect to human, Tokio Hotel.)

 Mais um ano começando, maravilha. Maldito o dia em que eu resolvi apostar com o Tom, ele sempre dava um jeito de ganhar. Mas, pensando bem, ser um professor tem lá as suas vantagens, uma delas, é que as alunas são lindas. Esse é um bom motivo pra acordar cedo e ir pra escola. Claro, que eu não fico só admirando, ah não. Quem me conhece bem, sabe que se a garota for bonita e der mole, eu pego mesmo. Falando desse jeito você pode me achar um cafajeste, mas eu não sou não... apenas gosto das coisas boas que a vida me oferece. Se Deus me fez perfeito como sou, porque não me aproveitar disso? Acho que, nesse aspecto eu e meu irmão somos iguais... ele também é convencido, e, acredite, isso ajuda muito na hora da conquista. Elas dizem que não gostam, reclamam, mas muitas garotas me ligam, chorando, dizendo que ainda me querem. Não que eu ache isso legal, não é.
Subi as escadas lentamente, tentando me lembrar em qual sala entraria. Ouvi uma garota alta, loira sussurrar algo atrás de mim, mas eu não consegui escutar. Olhei para trás, e pude vê-la corar. Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso tímido... um riso baixo se formou em minha garganta. Garotas tímidas sempre me atraíram, mas, ultimamente... meu gosto havia mudado. As escadas pareciam não ter fim, mas eu finalmente cheguei no último andar. Terceiro ano, eu me lembrei. Caminhei pelo corredor, e mais um grupinho de garotas estava me olhando, comentando algo. Olhei para a mais sorridente, e lhe lancei uma piscadela, a coitada quase desmaiou. Parei na porta da sala por um breve segundo, respirei fundo. Talvez esse seja o último ano, pensei. Maldita aposta. Entrei à passos firmes na sala, e logo me apresentei.
-  Olá. Eu sou o novo professor de Alemão de vocês... - Larguei minha pasta sobre a mesa, passando os olhos rápidamente pela sala. - me chamo Bill Kaulitz.
 Senti um perfume maravilhoso invadir e queimar meus pulmões. Um perfume doce, que eu nunca havia sentido antes. Tentei me concentrar no que dizer ou fazer, mas, incrívelmente, estava difícil. Senti meu corpo adormecer, uma sensação boa, e ao mesmo tempo muito ruim... meu corpo parecia não receber os comandos que meu cérebro enviava. Droga, mas tudo isso pelo perfume que estou sentindo? Ouvi alguém tossir no fundo da sala, finalmente arrancando-me daquele transe. Chacoalhei levamente a cabeça, tentando organizar os pensamentos. Sentei-me na beirada da mesa, olhando para a sala. Eles me lançavam olhares extremamente curiosos.
- Bom... - abri minha pasta, pegando a lista de chamada. - como eu não conheço vocês, vou fazer aquele esquema que talvez vocês não gostem.- Apoiei a lista na minha perna, desviando rapidamente o olhar para um aluno ao fundo, que parecia se divertir com algo. Eu conseguia ouvir suas risadas. - Quero que vocês se apresentem para mim.
 Ouvi todos dizerem em um só coro: "Aaaaaaah, que droga". Eu ri da situação... qual é, porque a vergonha generalizada? Nós ficaríamos juntos o resto do ano... mas, é normal.  Olhei para a lista, chamando o primeiro nome de lá... nome bonito, Angelia Miller. Esse sobrenome não parecia ser alemão.
- Angelia Miller... - corri os olhos pela sala, tentando encontrá-la.
- Sou eu...
 Olhei para a garota de cabelos castanhos-claros, levemente cacheados nas pontas... ela sorria timidamente, parecendo hipnotizada por meus olhos ou algo que havia em mim. Ela era tão linda... e eu finalmente descobri de onde vinha aquele perfume doce, tão gostoso... era dela. Abri um sorriso, e eu posso jurar que eu conseguia ouvir os batimentos dela, eles eram fortes e rápidos.
- Bom, Angelia... - nenhum de nós dois desviamos o olhar um do outro – você não é alemã, certo?
- Não... eu sou americana. - Ela passou a mãos pelos cabelos, ajeitando-os – Mas moro aqui há muito tempo.
 Ah, eu sabia que ela não era daqui. Comecei a chamar os outros nomes, sem parecer interessado. E eu realmente não estava muito interessado. Eu só queria gravar o rosto de todo mundo, ajuda na hora de dar as notas, o chato irritante sempre fica com uma nota menor. Me levantei e dei algumas explicações à sala, como, minha forma de trabalho, e como as coisas são comigo.  Alguns torceram o nariz, mas eu não posso fazer nada em relação à isso. Passei também um texto e alguns exercícios na lousa, eram chatos demais, até para mim. Uma garota ao fundo da sala fazia comentários sobre mim, sem fazer questão nenhuma de disfarçar. Comentava sobre a minha calça, meu cabelo, minha maquiagem...e eram coisas boas, muito boas... talvez nós possamos sair algum dia, quem sabe. Continuei preso em meus pensamentos, metade deles eram sobre garotas, a outra metade... deixa pra lá. A tal garota, Helga, sentou-se ao meu lado, alegando ter dúvidas sobre a atividade. Dúvidas, sei...
- Ah, obrigado professor, agora eu entendi. - Ela mordeu o lábio, tentando me seduzir... Deus. - Você explica tão bem...
 Eu não pude conter o sorriso pervertido que se formou em meus lábios. Lentamente ela se levantou, virando-se e voltando ao seu lugar, enquanto mexia em uma mecha de cabelo... ela era linda, e realmente estava me seduzindo.  Ri baixinho, cruzando os braços. Voltei a observar a sala, que estava quieta até demais. Meu olhar parou sobre Angelia de novo... parecia tão concentrada, e, caramba, eu me interessei. Talvez ela não fosse fazer nada hoje à noite...  tentei encontrar alguma aliança em seu dedo, mas não vi, que ótimo!
- Talvez ela não use aliança... - Droga, pensei alto demais.
 Angelia levantou seu olhar, procurando por algo, mas, logo depois, virou-se para mim, parecendo hipnotizada de novo.
- Falou comigo, professor? - Sua mão mexia em um pingente pendurado no pescoço... suas mãos eram lindas, como ela...
- Não, não, apenas pensei alto... - Sorri.
 O sinal bateu. Alguns alunos se levantaram para me trazer a atividade, dentre eles, Helga. Ela me entregou a atividade, e, logo depois, com um sorriso bem malicioso no rosto, sussurrou
- Soube que você gosta de sair com as alunas... - ela chegava cada vez mais perto de mim – quando quiser sair comigo, me liga. O telefone está junto com a atividade.
 Ela não esperou minha resposta e saiu andando, mexendo nos cabelos... ri internamente. Guardei todas as atividads na pasta, e esperei todos os alunos saírem da sala... todos, menos uma.
- Angelia, posso falar com você um instante? - Puxei-a levemente pelo braço, fazendo-a olhar para mim.
- Claro professor... - seus olhos transmitiam curiosidade – aconteceu alguma coisa?
- Não, é que... - soltei seu braço, logo em seguida passando a mão automaticamente pela minha nuca. Qual era o meu problema? - se você não for sair hoje a tarde, nós poderíamos dar um passeio...
 Vi os olhos dela se estreitarem por um segundo, e logo depois se aregalarem um pouco. É, com certeza ela não era daquele tipo de garota, do tipo de garota que Helga é. Ela deu meio sorriso, completamente corada... Angelia não me encarou.
- Acho que não vai dar... eu tenho que sair com uma amiga hoje.
 Minha boca se abriu, mas se fechou rapidamente, eu estava pensativo.
- Tudo bem então... - sorri, sem vontade alguma, deixando que Angelia saísse da sala.
- Quem sabe outro dia... - ela também sorriu, caminhando a passos largos. A obervei enquanto ela se afastava, lentamente desaparecendo pelo corredor. A forma como seus cachos balançavam lentamente enquanto ela caminhava, ou a forma como ela movimentava o quadril conforme dava seus passos... me fazia enlouquecer. De uma forma como nenhuma garota fazia. E então, aquele perfume me inundou, fazendo-me flutuar. Só me dei conta de como estava, quando a diretora veio me cumprimentar por mais um ano aqui. Não prestei atenção a nenhuma palavra que ela disse, apenas acenava positivamente com a cabeça e sorria. Mas afinal, o que aquela garota tinha de tão especial pra me deixar desse jeito?