O sol lá fora já estava alto, mas as cortinas cor de creme deixavam apenas uma fraca claridade penetrar no enorme quarto.

Hinata abriu os olhos lentamente, piscando para se acostumar com a claridade. A primeira coisa que viu foi o rosto dele adormecido, parecendo muito relaxado.

Ela olhou por um tempo o belo rosto do marido. Gostava de observá-lo quando ele estava daquele jeito, sem a mascara fria de indiferença e impenetrabilidade. Ela saiu debaixo do abraço do homem e se espreguiçou na cama lentamente, roçando as pernas uma na outra para tentar reter a sensação luxuriante.

Quando fez um movimento para sair, porém, sentiu um braço segura-la.

- Aonde vai tão cedo?

Ela se virou para ele. Os olhos ônix de Sasuke estavam fixos nela, ainda meio anuviados do sono. Ela sorriu timidamente, juntando os lençóis mais para perto de si.

- Já são dez horas Sasuke – ela o repreendeu com a voz suave e tentou se afastar, mas Sasuke envolveu sua cintura fina com um braço e a puxou de volta firmemente.

- Fique. – ele ordenou com a voz rouca, prendendo-a com seu corpo, sentindo as curvas suaves e a carne macia da mulher ao seu lado.

- Você sabe que eu não posso – ela ainda tentou argumentar.

Ele deu um meio sorriso, quase imperceptível e inclinou-se sobre ela, aspirando o perfume dos cabelos da nuca de Hinata e sendo presenteado com um suspiro.

Em seguida, levou seus lábios até a fina pele do pescoço, dando pequeninos e repetidos beijos ao longo da pele clara e sensível, subindo para beijar atrás da orelha e descendo novamente. Quando ele mordeu de leve a sua pele, Hinata não pode conter um murmúrio aprovador.

- Fique – ele repetiu e fê-la virar-lhe o rosto para fita-lo. Os olhos de Hinata eram grandes e cor de lavanda, enquanto que os olhos escuros de Sasuke a encaravam intensos.

Hinata não pode deixar de corar ao observar a tempestade de desejos nos olhos do marido e mordeu os lábios para conter um gemido quando sentiu as mãos dele tatearem para dentro de sua fina camisola. As vezes Sasuke era tão... insaciável.

Ele inclinou-se e beijou-lhe na boca, lentamente, daquele jeito sexy e torturante que só ele conseguia, enquanto suas mãos trabalhavam mais rapidamente naquele tecido incomodo que Hinata insistia em usar todas as noites.

Ela tinha uma das mãos no seu cabelo da nuca, puxando-o ainda mais para si e dando pequenos suspiros que quase o enlouqueciam.

Era engraçado como, depois de tantos anos, ele nunca se cansasse daquela morena...

A porta do quarto se abriu com um estrondo.

- Papai! Mamãe!

Uma vozinha berrou e os adultos se separaram rapidamente, assustados. Uma garotinha veio correndo e pulou na cama, engatinhando entre os pais.

Sasuke bufou e afundou no travesseiro, recebendo um olhar de censura da esposa.

A garotinha atirou-se para Hinata, dando um beijo estalado em sua bochecha.

- Bom dia mamãe. – sua vozinha fina era adorável.

- Bom dia meu anjo – Hinata deu um beijo no topo dos cabelos lisos e a garotinha praticamente voou para Sasuke.

Ele olhou sem expressão para ela, mas Sumy continuava olhando sorridente para ele. Ela subiu em seu peito e apoiou a cabecinha ali, encarando-o com adoração.

- Bom dia papai.

Hinata viu com diversão e admiração toda a camada de gelo de Sasuke derreter ao olhar para o rostinho pidão da filha.

- Oi hime – ele também se inclinou para beijar a menininha na cabeça e ela deu sorriu novamente.

- Papai, você sabe que dia é amanhã? – ela perguntou, sentada confortavelmente com Sasuke.

Ele olhou para Hinata em busca de orientação, mas ela deu de ombros, divertida.

- Amanhã é sábado, hime, porquê?

- Não, não papai – ela disse, revirando os olhos para o pai – Amanhã vai passá a pincesa Aurora na tv!

A expressão totalmente confusa de Sasuke fez Hinata tossir, tentando disfarçar uma risada.

- Princesa Aurora?

- É papai! A pincesa Aurora e o píncipe Philip!

Nesse momento, Sumy se desprendeu do pai e começou a pular na cama animadamente. Sasuke parecia mais perdido do que nunca, o que foi óbvio até para a sua filha de cinco anos.

- A Bela Adômecida papai – ela explicou pacientemente, parando de pular e trocando um olhar indignado com a mãe.

- Oh Sasuke, como você pode esquecer da princesa Aurora? – perguntou Hinata, troçando, rindo de se acabar com o olhar do marido.

- É claro que não me esqueci da princesa A... princesa...

- Pincesa Aurora papai. E o píncipe Philip.

- Principe Philip?

- É! Com a Fauna, Flora e Pimavera que ajudam a pincesa!

- Com quem?

- As fadas boas! Que dão o vestido rosa para a pincesa Aurora! Aqueeeeele vestido que você pometeu me dar, lemba?

- Que vestido?

- Papai – choramingou a menina.

Hinata revirou os olhos. Sabia que Sasuke estava sendo irritante com a menina de propósito. Céus, as vezes pensava que estava cuidando de três crianças em casa.

- Tudo bem meu anjo, seu pai está só brincando – disse Hinata, puxando a filha para seu colo.

A menina olhou com os grandes olhos perolados da mãe para o pai e de repente começou a dar risadinhas.

- Sumy, é feio ficar rindo na cara das pessoas – disse Sasuke, inclinando-se para as duas e puxando uma mecha dos cabelos lisos e negros da filha, tão parecidos com os de Hinata.

Sumy soltou mais risadinhas e escondeu o rosto nas mãos.

- E agora, o que você está aprontando ein? – perguntou Hinata, cutucando as costas da filha, o que fez a menina se dobrar e tentar se esquivar.

- Pala mamãe – ela pediu manhosa, rindo e tentando se esconder atrás do braço de Sasuke.

- Mamãe está se comportando mal, merece uma lição – disse Sasuke, olhando para Hinata com um sorriso sarcástico nos lábios. Ela imediatamente se arrependeu da brincadeira.

Sumy riu, olhando com uma cara de sapeca para a mãe.

- No três ein Sumy? Um...

- Ah não Sasuke, nem pense nisso – disse Hinata, chutando os lençóis para o lado rapidamente.

- TRÊS! ATACAR.

Os dois caíram em cima de Hinata, e logo o corredor se encheu de risadas da morena, enquanto era covardemente “atacada” pelo marido e pela filha.

- Para... SASUKE... você esta... me... matando – gaguejou Hinata entre uma gargalhada e outra.

Sumy havia se afastado e pulava na cama alegremente, enquanto seu pai dava a devida “punição” para sua mãe.

- Ah, agora você pede pra parar né? – ele comentou, se afastando um momento para Hinata conseguir respirar.

Ela estava de olhos fechados e ofegante, o rosto vermelho, cabelos bagunçados e camisola desordenada. Era um quadro muito atraente na visão de Sasuke.

Hinata entreabriu os olhos perolados, fixos nele e Sasuke não pode deixar de se prender no olhar puro da esposa. Aproximou-se quase que inconcientemente, visando os lábios entreabertos da esposa.

Atrás deles, Sumy vibrava de emoção, achando aquela cena muito parecida com a cena do beijo de Aurora e do príncipe Philip.

Sasuke estava muito perto do seu objetivo agora. Foi quando sentiu alguma coisa bater em sua nuca. E doeu pra caralh... doeu bastante.

- Daisuke! Não bata no papai! – exclamou Sumy, olhando chocada para o irmão gêmeo.