A Queda de Um Semideus escrita por Thah


Capítulo 1
Eu recebo conselhos de um vovô


Notas iniciais do capítulo

E agora que começa a grande aventura de " A queda de um semideus", onde nosso herói terá uma nova aventura ao lado de seus melhores amigos.
A história começa como se fosse continuação do "Último Olimpiano"

Boa leitura!



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Liguei para um táxi.O motorista não entendeu o motivo de eu estar ali no meio do nada, mesmo por que só havia uma estrada e a floresta ao redor.Mas como vocês sabem eu não poderia dizer “A desculpe,é que subindo essa colina tem um acampamento para semideuses,a propósito meu pai é Poseidon!”.

  Ás vezes eu me pergunto...por quanto tempo mais eu vou poder ficar em segredo? Será que um dia os mortais saberão quem realmente sou? Quem sabe algumas pessoas descobram, como foi o caso de Rachel Elizabeth Dare.Não posso ter um deslize quanto  a isso,no mundo mortal eu vou ser sempre “Percy Jackson,estudante do segundo ano do ensino médio”. Confesso que a satisfação de saber que meus amigos me consideravam um herói me alegrou, contudo nem tudo pode ser como nós queremos, e as vezes ou melhor na maioria delas é melhor assim.

   Chegando em casa, penetrei sorrateiramente, para fazer uma surpresa a minha mãe. Primeiramente estendi minha cabeça, conferindo se possuía alguém no recinto. Ri sozinho.Na parede da sala havia uma enorme faixa escrito “Bem-vindo de volta”, Paul estava no sofá enchendo alguns balões coloridos, enquanto a minha mãe vinha da cozinha,com um sorriso caloroso, suas mãos seguravam um bolo azul. Não importava a idade que tinha, pra ela, sempre seria seu garotinho.

  - Bem vindo filho – ela colocou o bolo sobre a mesa e me deu um abraço apertado.

 Não pude de deixar de sorrir.Estava feliz em vê-la, estar de volta a minha casa era realmente muito bom. Depois de vários minutos me segurando ela finalmente me soltou.

  - Ei, como você sabia que estava chegando? – desconfiei - foi o Grover não foi? Ah se eu pego aquele sátiro... – minhas linhas de expressão com certeza deviam estar esboçando a minha raiva.

  - Na verdade Percy...Grover não fez nada – respondeu rapidamente- recebi uma mensagem de Íris avisando o seu retorno – acariciava o meu rosto com ternura.

  - Quem mandou?

  - Seu pai.

  - Meu pai? – Poseidon tinha o costume de estragar minha surpresas. Uma vez tentei visitar Tyson no palácio, não comentei nada com meu pai, quando pedi ao cavalo marinho, para me levar, vários tubarões nos cercaram e me trouxeram de volta a terra firme.

  - Isso mesmo. Diretamente do mar – Paul levantou-se e entrelaçou um dos braços nos ombros de minha mãe.

  - Ah desculpe! Oi Paul – disse eu constrangido.

  - Seja bem-vindo Percy – Paul não pareceu magoado pela minha falta de educação.

    Antes que eu pudesse responder minha mãe me puxou pelo pulso me levando a mesa de jantar.

  - Vamos filho! Apague a vela e não se esqueça de fazer um pedido.

  Meus pensamentos ficaram a deriva.

  Naqueles poucos segundos que eu fitava a vela, pensei em tudo que me ocorrerá desde os doze anos. Antes de saber quem eu realmente era...só tinha o Grover como amigo. Assim que descobri sobre minha origem fui encaminhado ao acampamento meio-sangue e antes mesmo de passar pelo portões  matei um minotauro! Naquela mesma noite conheci Annabeth Chase, logo depois se tornou minha melhor amiga, apesar de me chamar insistentemente de “cabeça de alga”.Pouco depois fui acusado de ter roubado o raio mestre de Zeus até descobrir que o verdadeiro culpado fora Luke sendo influenciado por Cronos.No ano seguinte velejei para o mar de monstros na busca de salvar o meu melhor amigo, sobrenaturalmente Thalia deixou de ser um pinheiro e juntos fomos a procura de Nico e Bianca di Angelo e nessa busca Ártemis e Annabeth foram seqüestradas. Entrei em uma labirinto a procura de Dédalo e o grande deus Pã, lutei contra o exército e Cronos ao lado dos meus amigos...perdi alguns...todavia não morreram em vão. Vencemos a luta.E agora estou eu aqui,assoprando a minha vela de 16 anos.

  - Percy, esta tudo bem? – minha mãe passava os dedos em meus fios de cabelo desalinhados. Parecia preocupada pela minha demora.

  - Hã – voltei a mim - eu só estava pensando no que pedir.

Assoprei a vela e juntos nós três comemos o bolo. Delicioso. Ao julgar pelo gosto, minha própria mãe tinha lhe preparado com suas mãos de fada. Não há nenhuma receita que ela não possa realizar.

  O sono me bateu, decidi ir para o meu quarto, a última coisa que eu queria pensar é que dentre de dois dias ás aulas voltariam e prometi a minha mãe que desta vez eu não seria expulso.Nem sumiria sem dar explicação, não me meteria em confusões escolares, seria apenas um aluno com dislexia e déficit de atenção.

  Meu quarto continuava o mesmo. Meus CD´s, meu guarda-roupa cheio de figurinhas de heróis, colecionava desde os sete anos. Na sacada a planta que Calipso me dera cintilava a noite escura, nem toda a poluição visual da cidade conseguia tirar seu brilho.

  Vesti uma calça de moletom e afundei a cabeça no travesseiro. E um sonho começou a nascer.

  Sonhei que Rachel corria por corredores compridos e estreitos, estava ofegante, entrou em um quarto que provavelmente seria o dela, tinha fotos de seus pais, e uma ao lado do computador de mim e dela na praia. O mesmo dia em que Beckendorf morreu. Se soubesse o que aconteceria não sorriria pra câmera. Minha amiga fechou brutalmente a porta e girou a tranca.

  - Percy... – choramingava em desespero - preciso de você – se escorava na madeira, suas costas deslizava lentamente.

  Quis gritar “Aqui! olhe para mim”, entretanto a voz me faltava, como se eu tivesse engasgado com uma grande bolha de ar.

  Socos na porta vindo do lado de fora fez com que rapidamente Rachel se levanta-se enfurecida e  gritasse histericamente.

  - Eu não vou abrir! Não vou revelar nada a vocês – seu cabelo ruivo caia sobre a pele branca.

  - Não seja tola querida – falava uma voz feminina, com um tom asqueroso.

A chave tremeu. Seja lá quem fosse insistia em tentar entrar. Rachel chutou a porta com agressividade.

  - Vocês não podem me fazer mal e sabem disso. – relembrou

  - Sabemos disso – outra voz entrou na conversa, mais grave - mas nada nos impede de atacar as pessoas que você mais ama...

  - Meus pais? – seus olhos arregalaram, a voz saiu como um sussurro.

  - Acho que você não gostaria que o Sr. e a Sra Dare sofressem algo... – ameaçou.

  - Não façam nada com eles! – se ela tivesse poderes de fogo com toda certeza já teria queimado todo o lugar.

  - É só nos dizer onde ela está – disse a voz grave.

  - Eu já disse que não sei. – lagrimas corriam em seu rosto. Vi em seus olhos que falava a verdade.

  - Mas pode ver, estamos cientes que espírito de Delfos habita em você, agora diga: onde esta ela esta! – a porta tremeluziu, por um momento achei que viesse ao chão.

A cena ficara estranha, o som das vozes de todos desapareceram, como um cinema mudo, a única coisa que me lembro foi de Rachel estar olhando para mim...seus lábios esbranquiçados tentavam dizer algo parecido com “Percy...não deixe”

   Acordei suando frio, minhas mãos tremiam. Fitei a janela...ainda era noite, caminhei em direção a sacada e fiquei a observar o horizonte. Odeio quando os meus sonhos não me esclarecem nada, apenas, me deixam aflito. Desse jeito preferiria não tê-los.

  - Pai – ansiava que estivesse me ouvindo - o que esta acontecendo?

Amanheceu, e antes que eu pudesse criar vontade para levantar minha mãe abriu a porta do meu quarto, puxando as cortinas fazendo com a claridade do sol ardesse em meus olhos. Pelo menos no acampamento podia acordar a ordem que quisesse isto é, até Grover me acordar ao som da flauta de bambu.

  - Hora de acordar dorminhoco – ela sacudia meu pé de um lado para outro.

Cobri o rosto com a coberta, toda aquela claridade me irritava. Sejamos francos, toda as minhas férias foram gastas em um luta contra Cronos. Nada mais justo que nos únicos dias em que tenho paz possa passá-los dormindo.

  - Vamos filho já é manhã – insistia.

  - Ah mãe só mais cinco minutinhos. – resmunguei.

  - Percy,levante...quero saber mais sobre seu tempo no acampamento.

  - Mãe não aconteceu nada, só o que você já sabe- murmurei embaixo do meu refugio.

  - A não? – sua voz soava irônica.

  - Não.

  - Quer dizer beijar a Annabeth não é nada.

Meu rosto estava queimando, meus olhos se arregalaram e rapidamente tirei a coberta do rosto e me sentei assustado.

  - O...q-que como...como você...quer dizer...

  - Awwnn você esta todo vermelho – eu via que ela tentava conter o riso.

Pulei da cama. Estava frustrado e ao mesmo tempo envergonhado, como minha mãe soube? Não sou o tipo de cara que sai contando sua vida intima pra todo mundo.

  - Mãe como você soube? – passava a mão pela nuca.

  - Filho pense um pouco – mamãe deu um crock de leve na minha cabeça.

  O.k eu estava bastante confuso e ter que pensar naquela hora não parecia a melhor das opções.

  Naquele dia só tinha eu...e...Annabeth, além dos outros campistas que nos flagraram, em seguida, nos jogaram no lago. Mesmo assim nenhum deles tinha o telefone da minha mãe. Tentei me lembrar do que compunha a mesa de Poseidon. Havia uma escultura de tridente feita a ouro, algumas velas penduradas na parede, e um laguinho próximo a mesa com algumas carpas nadando, o engraçado é que uma delas até piscou pra mim e...espera um pouco. A ficha caiu.

  - Papai! – deduzi por impulso

  - Bingo! – Sally bateu palmas em aprovação.Ela ria enquanto finalizava o ato.

  Meu rosto queimava de vergonha.

  Minha mãe se divertia com a situação. Claro, não era ela que estava morrendo de vergonha em saber que seu pai presenciou uma cena...meio que íntima. Argh! era capaz de todos do palácio estarem cientes do...do beijo! Tem coisas que os pais não devem saber, essa é uma delas, porém Poseidon descumpria essa regra se que pode ser considerar uma.

  - Percy não fiquei assim – mexeu em meus cabelos desalinhados - começo a perceber que...

  - Ah não tudo menos aquela frase! - implorei

  - Meu garotinho esta crescendo – seus olhos brilhavam de emoção.

Ela me abraçou carinhosamente.

  - Filho, gosto da Annabeth,acho ela uma menina incrível. Saiba que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes.

  Comigo aconteceria. Pensando na vontade em que Zeus tem de me fulminar.Esses é grande motivo de eu não viajar de avião. Obrigado mas gosto da minha cabeça e pretendo tê-la presa ao meu corpo.

  - Sério? – perguntei conjeturado.

  - E sabe de uma coisa? – disse ela sentando na ponta da cama.

  - Eu já sabia a muito tempo que você gostava dela, na verdade desde seus doze anos. A maneira, que me contava sobre suas aventuras, seus olhos verdes, brilhavam de admiração.

Corei.

  - Soube que o Olimpo queria te dar um presente de se tornar um deus. E sei que seria estranho ser imortal aos 16 anos, sentiria muita falta de estar em casa mas,  também sei que teve um motivo bem maior para você ter negado.

  Seus olhos verdes profundos me fitavam pedindo para que eu respondesse algo. Ela realmente me conhecia, mesmo que não tendo visto a cena. Sabia exatamente como eu me sentia, como se pudesse ler meus pensamentos. Lembro-me como se fosse ontem que quando Zeus me oferecera o presente, virei para trás e Annabeth estava pálida, igualmente a mim há dois anos, quando achei que ela fosse se unir uma caçadora de Ártemis, definitivamente não queria perde-la.

Tomei a melhor decisão para aquele momento.Fiquei calado.

  - O que eu estou tentando dizer é: sempre que precisar conversar... mesmo que seja assuntos delicados, eu estarei aqui.

  - Eu sei – dei um tapinha de leve em sua coxa – você é a melhor mãe do mundo.

  Demos um abraço e ela saiu do quarto. Fiquei pensando se devia ter contado o sonho com Rachel, todavia senti que ainda não era o momento, chegara ontem e não queria preocupá-la. Tomei um banho, apesar de quase o tempo todo ficar brincando com a água. Fiz minha higiene diária e fui tomar café, a comida dava água na boca: waffles azuis, biscoitos azuis com gotinhas de chocolate, panquecas... brancas. Não estou me queixando da comida do acampamento, mas, a de mãe sempre tem um gosto especial, se é que vocês me entendem.

  Paul lia o seu jornal diário. Algumas notícias ainda eram dos “acontecimentos estranhos que ocorreram em NY”.

  - Percy – minha mãe cortava legumes na tábua de madeira – temos que comprar o seu material escolar.

Ainda existe isso? Se pensarmos bem, além dos livros, o que um aluno do ensino médio leva pra escola? lápis, caneta, borracha e um caderno. Tem uns que nem isso levam, podia usar o do ano passado, contando que não o usei, ou melhor não tive a chance de usar.

  - Eu uso o do ano passado - sugeri

  - Tem certeza filho? – parecia preocupada com minha opinião.

  - Tenho sim. – remexia o cereal – afinal eu nunca o usei.

Ela sorriu.

  - Ah mãe, você se importaria se eu ficasse um pouco lá no parque? – arqueei a sobrancelha

  - Desde que você volte na hora do almoço.

  - Estarei – prometi

  Pequei o molho de chaves e fui em direção ao elevador. De uma coisa eu sabia. este não me levaria para o 600° andar.Cumprimentei o porteiro Rick um homem gordo e careca, com um bigode grosso, lembrava um taturana.

  A praça era um bom lugar para pensar. Via cenas que de certa forma me faziam refletir muito. Por exemplo, um casal de idosos sentados em uma banco, com as mãos entrelaçadas, a senhora com a outra mão alimentava os pombos, o senhor apenas a olhava com ternura e serenidade. Emocionante saber que mesmo depois de tanto tempo casados (sim tinham alianças) ele a olhava como se fossem namorados adolescentes. A idosa se levantou e fora alimentar outros pássaros que se encontravam mais a frente.

  - Ei rapaz  - disse ele.

O velhinho fazia um gesto para eu me aproximar.

  -Eu? – olhei para os dois lados na procura de achar outra pessoa.

Ele assentiu.

Me aproximei, assentei ao seu lado.

  - Pois não senhor?

  - Está vendo aquela linda moça ali.

Fitei o parque na procura de uma mulher jovem e bela, até que notei que a “linda moça” na verdade era sua esposa.

  - A sim – concordei - realmente você tem toda a razão.

  - Sabe meu jovem, diariamente passamos a manhã aqui, minha amada sempre fica cuidando dos pássaros enquanto eu me limito a admirá-la.

 - Vocês devem ter um casamento muito bonito.

 - Ah certamente. Temos três filhos lindos e mesmo depois de todos esses anos, meu amor por ela nunca mudou.

 - Bonitas palavras. – elogiei.

 - O que eu estou tentando dizer é que... quando se tem um verdadeiro amor, você deve protegê-lo e fazer com que ele cresça, nunca deixe se levar pelo momento, não creia em tudo que seus olhos te mostrem.Meu jovem sei que eu e Maria, minha mulher, não somos mais jovens mas para mim,ela será minha eterna namorada.

 - E...e porque o senhor esta me dizendo tudo isso?  - arqueei as sobrancelhas.

 - Senti que este conselho ainda vai ser muito útil pra você.

  - Se esta dizendo, acredito.

  Maria se dirigiu ao marido com um sorriso terno e lhe estendeu a mão enrugada.

  - Bem, vamos? – seus olhos eram tão azuis quanto os de Thalia, duas lagoas cristalinas.Seu rosto passava uma paz tremenda, as rugas de expressão não há deixavam com o ar de velha, mas de sabia.

  - Claro, querida – levantou-se com dificuldade, notava-se que seu corpo não respondia como antes – até logo rapaz.

Assenti.

  Não demorei muito para voltar ao apartamento depois da conversa com o “vovô” minha reflexão fora muito além. Passei por Rick que continuava na mesma posição, subi até o meu andar,c peguei o molho de chaves, passava-as nos dedos na procura da certa, fiquei-a na porta e girei a maçaneta.

  - Nossa mãe – comentava - eu encontrei um idoso simpático lá na pra... – fitei o sofá – Thalia?!

  - Olá Percy – disse ela se movendo pra me receber.

  - O que esta fazendo aqui? – perguntei a ela intrigado.

 - Bem... – seu olhar ficou sombrio - ...é a Rachel.

Nesse momento lembrei, do sonho na noite passada, senti um calafrio percorrer em minha coluna. Se meu sonho fosse real, minha amiga passava por apuros.

  - O que tem ela?! – precisava saber de seu paradeiro.

  - É melhor você sentar. – Thalia continuava no mesmo tom de voz.

  - Fale logo Thalia! – aumentei minha voz.

Ela despejou a noticia como uma cachoeira.

  - Percy, Rachel está no hospital!


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Notas finais do capítulo

E ai? escrevi bem? Se não sorry >.
Se puderem dar um Reviews eu adoraria xD