V: Pra que você tem esse sofá do lado da cama?

         E: É um sofá-cama, Valo... Serve pra se alguém quiser passar a noite aqui comigo.

         V: Ah ta.

         E: Quer pipoca?

         V: Yeah... Pode ser.

         Ela levantou-se e foi até o microondas fazer pipoca. Eu permaneci deitado em sua cama assistindo TV.

         E: Nunca tem nada.

         V: Às vezes tem filmes bons...

         E: Quase nunca.

         V: Quanto tempo vai demorar aí?

         E: 1 minuto.

         V: Ta.

         E: 40 segundos...

         V: ...

         E: 19...

         V: Ahn...

         E: Pronta!

         Logo o local ficou repleto daquele cheiro gostoso de pipoca. Ela voltou a deitar-se ao meu lado para comermos juntos.

         V: Ethel... Ainda quero meu CD de volta.

         E: Nunca.

         V: Eu sabia que estava tudo bom demais para ser verdade...

         E: Para que trouxe uma faca se só queria seu CD?

         Eu havia me esquecido completamente da faca... Agora que ela havia mencionado nisso, nem esconder aquilo eu havia escondido...

         V: Ah... Para arrombar a porta.

         E: Mentiroso. Veio me matar.

         V: Como é que você pode... Como sabe... Eu nunca disse isso! Eu nunca faria isso!

         E: Mas eu já reparei. Sei quem você é. É aquele cara procurado pela polícia. Um serial killer.

         V: Não sou nada disso! Você está delirando!

         E: Não pode me enganar, Valo... Conheço seu segredinho.

         V: Mas... Mas eu...

         Pela primeira vez senti medo ao seu lado.

         V: Você não pode contar isso para ninguém, ou...

         E: Vai me matar?

         V: Vou! É óbvio que vou! Eu já queria acabar com você há muito tempo! Tudo o que você faz é me irritar toda hora!

         E: Mas não fez isso porque...

         V: Eu seria o primeiro suspeito. Todos sabem que te odeio!

         E: É... Esperto. Mas eu não quero contar para ninguém. Não tenho nada a ver com você e não ligo para nada que faz ou deixa de fazer.

         V: Ótimo.

         E: Ótimo. Ah. Eu vou mudar de roupa. Melhor você sair.

         V: Me obrigue.

         E: Não vou te obrigar a nada. Não mando em você.

         V: É bom mesmo!

         Ela sorriu e começou a tirar a blusa sem se importar com a minha presença. Eu também não me importei em assisti-la. Ela ficou apenas de roupas intimas em frente a mim, logo depois colocou apenas uma camisa escura e larga como se fosse uma camisola.

         V: Que está vestindo?

         E: Uma blusa que eu ganhei de brinde em algum lugar. Só tinha tamanho GG. Serve pra mim como camisola.

         V: Claro.

         E: Que olhar é esse?

         V: Que olhar?

         E: Esse.

         V: Nada...

         Ela começou a tirar meus sapatos e minhas meias. Depois disso subiu na cama e veio engatinhando até mim. Sentou-se um pouco mais abaixo de minha cintura e olhou nos meus olhos. O desejo corria por minhas veias, mas meu corpo permanecia parado.

         V: O que exatamente você pretende com isso?

         E: Não sei. O que você pretende?

         Comecei a rir, mas já estava ficando nervoso com a situação... O suor também começava a pingar de minha testa.

         V: Ta gostando de sentar aí?

         E: Por quê? Você está?

         V: Para de me responder com perguntas!

         E: Para de não me responder. Está gostando ou não está?

         V: Estou.

         Seus olhos eram escuros... Eu nunca havia reparado nisso antes... Nunca havia reparado o quanto aqueles olhos eram profundos... Meu desejo aumentava cada vez mais apenas por seu olhar.

         V: Que você quer de mim?

         E: Eu não quero nada. Mas você quer algo, não é?

         V: É.

         E: Você me quer agora?

         V: Quero.

         E: E o que você vai fazer comigo?

         Ela disse isso mordendo o lábio inferior de maneira muito sexy. Eu já estava ficando louco daquele jeito...

         V: O que você quiser... Só me deixe fazer alguma coisa... Qualquer coisa...

         E: Então por que ainda está parado me olhando sem fazer nada?

         Não pensei duas vezes e dei-lhe um beijo. Nem eu mesmo estava me entendendo naquele momento. Se bem que eu não queria me entender. Ela me interrompeu e tirou minha camisa.

         V: Gosta do que vê?

         E: Talvez...

         Voltamos a nos beijar. Minhas mãos estavam em volta de sua cintura agora... Sentia que meu desejo só aumentava... Eu a queria mais que tudo naquele momento... Seu gosto maravilhosamente doce me fazia querer mais e mais... Até que eu...