Mestiça - a Uniao dos Mundos escrita por AzeVix


Capítulo 45
Capítulo 45: Ensinando a Caçar


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Sei q muitos de voces estaum loucos para arrancar a minha cabeça fora, e naum tiro a razão de quem quer fazer isso. Mas depois de finalmente criar vergonha na cara, to aqui com mais um capitulo para voces, espero que gostem. Bjos



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Pov Bella

– A honra é toda sua. – disse Edward dando um passo pra trás e indicando a madeira com um pequeno gesto de mão.

– Afaste-se. – falei para o pequeno filhote ao meu lado, ele balançou a cabecinha minimamente e logo se postou ao lado do Edward, era impressão minha ou o Damien estava um pouquinho maior?

Balancei a cabeça para me livrar desses pensamentos e me concentrar. Fechei os olhos um instante e respirei fundo, deixando as palavras e o feitiço fluir em mim e em minha mente.

Possue uma beleza inestimável

com seu corpo nos esquenta

com um calor inigualável

fogo peço que venha em minha presença

Estiquei uma das minhas mãos a minha frente, com a palma virada para o céu, abri meus olhos azuis já focalizados na chama repousada em minha mão. Ela não me queimava enquanto dançava com o vento, mas eu podia sentir seu calor, seu poder. Movi um pouco meus dedos e sorri sentindo a chama deslizar e brincar na pele de toda a minha mão. Lentamente eu me aproximei do monte de lenha, sem tirar os olhos do fogo que ainda deslizava entre meus dedos e me agachei.

Lentamente eu a aproximei da fogueira e a repousei em cima da madeira mais alta, e ali ela ficou dançando com o vento sem se espalhar, sem mudar. Me levantei dando dois pequenos passos pra trás, sorri mais ainda e levantei os braços como se estivesse saldando o por do sol.

Foi como se uma luz tivesse sido acesa, o fogo se espalhou num instante, tomando toda a madeira, lambendo toda a sua extensão alcançando uma altura que eu achava ser impossível para uma fogueira daquele tamanho. Abaixei os braços e as chamas me imitaram, finalmente tomando a intensidade natural. O estalar da lenha era musica em meus ouvidos, me acalmava, me dava uma paz parecida com a que eu sentia ao olhar a lua do meu quarto.

Meus olhos voltaram ao normal, enquanto o fogo continuava o seu trabalho de aquecer e clarear tudo ao seu redor. Finalmente olhei para a minha plateia que por um instante eu havia esquecido. Edward sorria pra mim se aproximando enquanto o Damien já corria em minha direção soltando pequenos rosnados de empolgação. O peguei no colo e tive um pouco de dificuldade para faze-lo parar de tentar me lamber.

– Nem preciso entender felinês pra saber que ele gostou tanto quanto eu. – disse Edward se colocando ao meu lado.

– Felinês? – perguntei rindo, ele deu de ombros. – Não consigo entender porque você gosta tanto de me ver fazendo feitiços.

– Você muda. É como se eu estivesse vendo o seu verdadeiro eu, como você é de verdade. Você se sente inteira quando faz feitiços, se sente feliz e eu gosto de ver você se sentindo assim. – disse ele, sorri mais ainda. Ele falou exatamente o que eu sentia, sentir meus poderes fluir por mim, sentir o que eu podia fazer, era uma das melhores coisas que eu já tinha sentido. Me faz sentir diferente, mais do que eu já sou.

– Acho que o Damien concorda com você. – falei sorrindo pra um filhote sapeca que tinha finalmente resolvido sossegar em meu braço.

– O que ele lhe disse? – perguntei Edward curioso.

– Disse que ... “Se alguém tem poderes é porque é diferente dos outros, e se é diferente é porque esse alguém é especial.”

– Acho que eu é que concordo com ele. – disse passando a mão levemente na cabeça do Damien que ronronou e lambeu sua mão.

– Eu tenho que parar de esquecer que você é meio feiticeira. – disse Jake olhando meio abismado o fogo a nossa frente.

– Também acho que você deva parar com isso. – falei colocando o filhote no chão. – E então? Quem tá com fome? – perguntei já sentindo minha barriga inquieta, foi fácil ouvir a do Jake roncando.

– E o que teríamos para a janta? – perguntou Edward ignorando o Jacob.

– Que tal um bando de alces? Tem um naquela direção. – falei apontando para além das arvores.

– Legal! Vamos caçar! – Edward falou sorrindo, mas o Jake parecia meio hesitante.

– Como vamos caçar alces? – ele perguntou preocupado.

– Você nunca caçou em forma de lobo? – perguntei incrédula.

– Não.

– Então como você se alimentava? – perguntei, ele abaixou a cabeça antes de responder.

– Eu roubava.

Não continuei mais o assunto, não tinha porque já que ele se sentia tão incomodado. Mas acho que ele não teve muitas escolhas. Eu descobri que podia caçar em forma de pantera provando, eu mesma quis caçar e ver como era, acabou que eu gostei, e desde então não parei mais. E o Jake foi tirado de casa quando pequeno e  foi trancafiado não sei onde, fugiu a pouco tempo atrás, o único modo de conseguir comida seria roubando mesmo.

Posso ensina-lo a caçar? perguntei ao Edward por telepatia, ele olhou fundo em meus olhos, parecia procurar por algo, mas então soltou um ar que eu nem tinha reparado que tinha prendido antes de responder.

Sabe que não precisa pedir minha permissão. ele respondeu revirando os olhos, mas pouco antes eu vi que tinha algo a mais neles, mas não consegui identificar o que era exatamente. Deixei de lado, sorri um pouco antes de correr na direção do Jacob.

– Venha, vou te mostrar como se caça! E você Damien, fique aqui que eu não vou demorar! – disse pegando a mão do Jake e o puxando impacientemente pra dentro da floresta.

Eu sempre amei caçar, e ter alguém com quem fazer aquilo comigo era tentador. Como se tivesse uma meta, um objetivo, uma competição. E eu gostava disso, muito, gostava de ser desafiada.

– Você vai me ensinar a caçar? – ele perguntou enquanto caminhávamos na floresta.

– Na verdade não há o que lhe ensinar. É um tipo de instinto natural que temos, você vai ser tomado pelo deseja da caça e vai atacar, simples assim. – falei e parei no meio do caminho quando ouvi um som baixo. – Fique quieto. Eu ouvi alguma coisa.

Me virei na direção do som e fechei os olhos para me concentrar na origem do barulho. Seu coração batia com um pouco de dificuldade, parecia pesado, então era um animal de grande porte. Seus passos eram ocos e não suaves como os felinos fazem, ou seja, ele tinha cascos. Cervos costumam andar em bando de dez ou mais e esse animal parecia estar sozinho, eu não conseguia ouvir outros a sua volta. E a sua respiração estava bem alta, ele estava perto. Deve ser um alce então, eles são bem comuns por aqui, abri os olhos já sorrindo imaginando o gosto da carne que o Jacob provaria.

– Vem! Tem um alce sozinho por aqui. – falei pegando sua mão novamente e o levando cada vez mais longe dentro da floresta. Ele não disse nada durante o percurso, mas não hesitou e acompanhou meus passos de perto.

– Ele esta bem ali, logo a frente. – falei parando mais uma vez e apontando para onde o alce estava.

– Mas o que eu faço agora? – bufei com a sua pergunta e o empurrei na direção certa.

– Se transformar seria um bom começo. – falei revirando os olhos. – Apenas faça o que tiver vontade de fazer. Estarei te esperando bem aqui. – acrescentei. Ele respirou fundo antes de começar a ir na direção certa.

De repente escutei um ganho se quebrando atrás de mim, quando me virei vi apenas as patas de trás de uma lebre branca entrando na mata. Só de vê-la correr algo se acendeu em mim, eu nunca tinha provado carne de lebre, e ali estava uma boa oportunidade de provar. Sorri disparando em sua direção já me transformando em pantera.

Logo que ela percebeu que eu a estava caçando ela aumentou seus passos, o desafio que ela estava me proporcionando me fazia sorrir e rugir de expectativa. A lebre começou a fazer varias curvas fechadas querendo me despistar, custei para acompanhar seus passos. Minhas patas derrapavam não conseguindo jogar meu corpo pra frente com rapidez suficiente, mas eu estava conseguindo me aproximar.

Ela estava perdendo a corrida e sabia disso, como um método para se salvar ela pulou dentro de um arbusto cheio de espinhos, eu ia parar, eu queria parar, mas quando os espinhos arranharam o pelo da lebre e o cheiro de sangue fresco invadiu meus sentidos, eu estava com fome e não ia desistir assim tão fácil de uma caçada, não importa o tamanho da presa, eu não ia desistir.

O instinto era tudo o que eu sentia naquele momento, era algo tão intenso que só depois que eu me vi dentro da moita de espinhos foi que eu percebi que tinha mesmo seguido a lebre, senti os espinhos cortarem o pelo de todo o meu corpo, mas não dei importância alguma e continuei com a perseguição.

A lebre se assustou com a minha reação, ela tinha certeza que um caçador de sã consciência jamais a seguiria ali, no meio de tantos espinhos, ela estava certa. Mas eu não era uma criatura sã, não mais, eu sentia o desejo da caça, o desejo de morte percorrer todo o meu corpo e nada me faria desistir, ate eu sentir seu gosto entre meus dentes. Correndo a toda, ela saiu de entre os espinhos e avançou para a floresta. Agora totalmente tomada pelos instintos selvagens que ate então eu nem sabia que tinha, meus movimentos e reflexos ficaram precisos e eu consegui chegar mais perto da minha presa. Com um salto eu alcancei seu pescoço e com uma balançada de cabeça o quebrei, seu corpo ficou mole entre meus dentes. Satisfeita com minha vitória na caçada da minha primeira lebre eu voltei sem pressa para onde o Jacob estava.

Quando cheguei lá já estava de noite e a lua brilhava fortemente perto das copas das arvores. Jacob ainda estava comendo ou parecia estar comendo, não dava para ver direito de onde eu estava. Ainda com a lebre em minha boca eu subi em uma das arvores pra comer em algum galho.

Eu jamais tinha provado carne de lebre, mas ate que era muito boa, acho que só perdia para a carne de alce. Ate que a corrida atrás dela tinha valido a pena, seu gosto era saboroso e suave, e o sangue doce. Usei minha patas e garras para segurar e partir a carne fresca.

Eu não estava exatamente satisfeita quando vi a silhueta do Jake se levantando e se transformando antes de vir em minha direção, bem... Na direção da arvore em que eu estava pelo menos. Deixei minha caça de lado por um instante enquanto eu o observava.

– Bella? Você tá ai? – ele perguntou olhando pros lados à minha procura. Como é que ele não me viu bem aqui em cima dele? Estávamos tão perto que eu só precisava me esforçar um pouquinho para conseguir encostar nele.

Estou aqui em cima. pensei usando minha telepatia já que com ele em forma humana nos não conseguíamos nos ouvir.

Ele olhou pra cima e se assustou quando me viu, acho que é porque ele só viu meus olhos azuis no meio de um preto estranho, já que a noite era tão escura quanto eu.

– O que você esta fazendo ai? – ele perguntou e deu um passo pra trás quando fiz menção de descer. Pulei e enquanto estava no ar me transformei de volta e aterrissei sem fazer muito barulho.

– Estava comendo. – respondi apontando para o galho em que acabara de descer. Do chão dava pra ver um pouco da carcaça que tinha sobrado, ele olhou pra cima e fez uma careta de nojo. – Ah! Qual é? Você acabou de se alimentar também, pode parar de fazer essa cara.

– Tá, que seja. – ele falou balançando a cabeça.

– Não gostou muito não é? – deduzi e olhei para o alce que ele avia abatido, talvez ele tenha se entupido de carne e acabou ficando enjoado. Com a luz da lua pude ver um fraco brilho no pescoço do alce e nada mais, apenas o pescoço dele estava sangrando. – Você não comeu. – acusei e ele abaixou a cabeça.

– Eu não consegui, eu não podia simplesmente come-lo! Não sei como você consegue fazer isso sem sentir repulsa! – ele falou constrangido e me pareceu com um pouco de raiva também.

– Então tá néh! Não se pode agradar a todos. Mas eu achei que você fosse gostar. – falei e ele levantou a cabeça.

– Como você consegue fazer isso? – ele perguntou e parecia realmente curioso em saber.

– Apenas sigo meus instintos. Ah! Esquece, vai ver eu sou mais estranha do que eu pensei mesmo. – falei decepcionada. Eu realmente esperava que com todos os transfiguradores fosse assim, mas parece que eu é que sou anormal demais.

Jacob continuou me olhando por um tempo longo demais.

– O que é? – perguntei tirando sua atenção.

– O que são todas essas manchas em seu corpo? – ele perguntou e apontou pra mim.

Olhei para mim mesma. Meus olhos enxergavam bem no escuro e a luz da lua clareou perfeitamente meus braços e pernas que estavam com vários cortes e feridas, alguns chegavam ate há sangrar um pouco, para os olhos do Jacob as tais manchas deviam ser o meu sangue. Senti meu rosto arder um pouco, passei a mão de leve na bochecha e quando a retirei estava um pouco ensanguentada.

– Acabei entrando em uma moita cheia de espinhos. – falei rindo. – Ate que aquela lebre era esperta, eu é que fui cabeça dura de ir atrás, mas valeu a pena. – completei e por reflexo passei a língua sobre os lábios sentindo um pouco do gosto que ainda permaneceu em meus lábios.

Jake fez outro barulho de nojo e eu bufei, lhe dei as costas e voltei pelo caminho que haviamos feito. Não falamos mais nada durante o percurso.

Quando chegamos perto da arvore encontrei com o Damien já me esperando, assim que me viu ele correu para o meu colo, sorri com a empolgação dele quando tentou novamente me lamber.

– Para com isso Damien! Você vai me babar toda! – reclamei tentando deixa-lo longe do meu rosto, mas não adiantou muito, acabei com as duas mãos totalmente babadas. Jacob revirou os olhos e nos deu as costas indo para a sua cama improvisada, Damien rosnou pra ele.

– Damien, não! Sem rosnar, senão não trago uma carne suculenta pra você. – não era certo usar chantagem contra ele, mas eu não queria que ele e o Jake brigassem. Damien arregalou os olhinhos deixando as orelhas pra trás, ele parecia ter entendido minha bronca, pois parou de me lamber e ficou quieto em minhas mãos.

– Onde esta o Edward? – perguntei e o pequenino levantou as orelhas levemente e me respondeu por telepatia. Ele disse que o Edward tinha ficado um pouco nervoso por eu ter ido caçar com o Jake, então ele foi caçar sozinho. Bem que eu tinha desconfiado que tivesse algo a mais no olhar dele quando eu pedi permissão naquela hora. Droga! Eu devia ter percebido isso antes! Ele deve achar que eu o estou afastando de mim!

Segurei o Damien com mais firmeza e andei ate o Jacob.

– O Edward foi caçar, eu vou atrás dele. – anunciei colocando o Damien no chão. – Posso te pedir pra tomar conta dele? – eles trocaram olhares por um instante, Jake franziu as sobrancelhas e Damien mostrou minimamente os dentes. – Eu mereço vocês dois, viu! Só não matem um ao outro, eu não demoro!


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Notas finais do capítulo

Bem, naum vou prometer q vou postar logo, mas tentarei postar mes q vem.
Se gostaram deixem reviews, please. Adoro quando vcs escrevem pra mim, vcs podem naum acreditar, mas a cada review que eu recebo mais ideias se formam para a fic.
Ate a proxima gente
Beijos s2 Raah Clea



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