Shattered

Capítulo 19

"Espero que me perdoe.

DM"

Hermione olhou para a caixinha e para o bilhete, aflita. Não esperava por isso. Certo, era Natal, mas ela achava que Draco ainda estivesse com raiva.

Hermione abriu a caixinha e encontrou um pingente. Sim, um pingente. Algo completamente trouxa. Ela encarou a pequena estrela no meio da caixinha. Era linda.

Ela puxou o cordão e prendeu em seu pescoço. Tocou a estrela e um leve sorriso apareceu em seu rosto.

Hermione levantou-se quando ouviu alguém chamá-la do andar debaixo, colocou o colar para dentro de sua blusa de lã – não queria que ninguém indagasse de onde aquilo viera - e guardou a caixinha e o bilhete em seu malão. Ela alisou a barra de seu casaco e desceu as escadas.

Todos os Weasley e o Harry estavam aninhados nos sofás, perto da árvore com um gnomo no topo.

- Feliz Natal, Hermione! – disseram.

Rony veio até o primeiro degrau da escada e a abraçou.

- Feliz Natal – ela sussurrou, enquanto ele beijava sua bochecha.

Eles se juntaram aos outros e começaram a trocar os presentes. O almoço de Natal foi bastante ativo, e Hermione não conseguiu pensar no que iria fazer.

Porém, Gina às vezes a lançava um olhar meio frio, meio preocupado, e meio acusatório. Hermione sempre desviava os olhos, mas ainda se sentia culpada.

Após o almoço, ela e Rony foram dar uma volta pelos jardins, sem se importar com a neve que caia.

- Você parece meio preocupada – disse, passando o braço pelo dela.

- NIEMs – Hermione falou, com um suspiro. – Você se safou, mas eu ainda tenho dez matérias para estudar.

- Que bom que sai!

Ela balançou a cabeça, com um sorriso no rosto.

- E a loja? – perguntou.

Apesar de ser contra o que ela concordava, Rony havia arranjado um emprego provisório nas Gemialidades Weasley.

- Está andando. Muito mais popular do que imaginei, mas Jorge soube como tomar as rédeas depois que Fred... que... ah. – ele se interrompeu, desviando os olhos.

Hermione mordeu o lábio. A morte de Fred ainda causava dor em todos eles, era como se ninguém conseguisse acreditar, mesmo um ano depois.

- Então, quando será o próximo passeio à Hogsmeade? – perguntou, mudando de assunto, com um leve sorriso. – Quer dizer, ainda vai ter um passeio, não é?

- Vai – respondeu, mas sua mente vagava pelo último passeio. O passeio que fez sua vida desandar. – Vai, vai sim. Na páscoa.

Rony assentiu e eles passaram a caminhar em silêncio. Quando, chegaram às extremidades do jardim, eles se sentaram numa pedra, após tirarem a neve de cima.

- Sinto sua falta, Hermione – falou, olhando em seus olhos. – Mas parece que você não. O que está acontecendo?

Ela engoliu em seco.

- Bem... Eu... Eu sinto sua falta.

- Mas...?

- Por que acha que tem um "mas" na história?

- Porque você está diferente – afirmou, com uma leve ruga entre as sobrancelhas. – E não me diga que é stress dos NIEMs, porque sei que tem algo mais.

Hermione balançou a cabeça, negativamente. Não sabia como e nem com quem havia aprendido a mentir tão bem.

- Não é nada. Só estou um pouco nervosa, você sabe – ela lhe lançou um olhar significativo. – Nunca fomos um casal, é outro mundo para nós.

Rony considerou a hipótese e corou.

- É, tem razão. Um pouco estranho.

Hermione sorriu e tirou uma mecha ruiva de seu cabelo que caíra sobre seus olhos. Sentia-se mal por ter que mentir para a pessoa que mais amava – ou pensava – no mundo.

- Desculpe – pediu, num sussurro.

Ele puxou-a um beijou delicado e a abraçou.

- Eu amo você – disse.

Hermione hesitou, desviando os olhos, agradecendo por ele não ver seu rosto.

- Também amo você.