Acordei em meu quarto muito cansada. Eu havia dormido no quarto da mamãe, mas tudo bem. Me levantei e fiz minha higiene matinal com pressa. A casa estava silenciosa demais pro meu gosto... Estranho. 

Andei por todo o segundo andar procurando pelos três e simplesmente eu não os achei. Será que eles foram sem mim? Não, impossível, eles não fariam isso comigo, não mesmo!

Minha varinha havia sumido e não havia o mínimo rastro de que havia alguém aqui em casa. 

Quando fui voltar para o quarto para ligar para Lily, eu ouvi um grito agudo vindo do andar de baixo, e eu reconheceria aquele grito em qualquer lugar.

- MÃE - Gritei e desci as escadas correndo, á procura do grito desesperado da minha mãe.

Uma mulher com um capuz negro - a mesma dos meus sonhos - havia entrado na casa e lançado o Abafiatto na sala.

Ela tinha um sorriso maligno no rosto e uma sai japonesa em cada mão (N/a: Sai é uma arma japonesa que se parece com uma adaga, só que com 3 pontas). 

- O-o que você quer aqui? Vá embora! - Mamãe falou temerosa enquanto dava passos para trás.

- Calada - Ela falou com frieza e lançou o feitiço do silêncio em minha mãe. Sua voz era um pouco mais que um sussurro.

Eu tentei andar e impedi-la de tocar em minha mãe, porém, minhas pernas pararam de me obedecer e eu fiquei ali parada.

Tentei gritar por socorro, mas minha voz não saia.

A mulher do capuz cortou minha mãe com um rápido movimento e ela caiu no chão, começando a chorar.

Ela, ainda com o sorriso de escárnio começou a tortura-la com profundos cortes nos braços e nas pernas. Eu chorava e tentava ao menos fechar os olhos, mas isso era impossível, meu corpo inteiro estava paralisado e eu não conseguia fazer nada.

Sangue estava em todo o piso da sala. O cheiro cobre invadia minhas narinas, me dando enjoo. Ela fazia cortes ainda mais profundos, até que ela cansou e enfiou a lâmina no coração da minha mãe. Eu tentei gritar de horror, mas nem um som saia da minha boca.

Lágrimas desciam pelo meu rosto em cascata.

Ela se levantou e veio em minha direção, eu me desesperei e comecei a tentar sair dali.

Eu pude ver seu rosto enquanto ela andava calmamente em minha direção. Ela tem o rosto branco como giz, seus lábios são pintados por um batom vermelho sangue, seus cabelos são negros como a noite e seus olhos são de um incrível vermelho escuro. 

- Gostou do meu teatrinho, querida? - ela falou com sua voz cheia de sarcasmo.

- A morte de sua mãe é apenas um aviso do que está por vim. Isso foi apenas uma parte do que eu farei com você assim que eu lhe capturar. Tome cuidado, Cobie, tome muito cuidado comigo - ela falou prendendo meu rosto em suas mãos geladas e finas.

- Acorde, Cobie, acorde. ACORDA, COBIE! - uma voz saia da boca da minha mãe. Só que não era a sua voz, era uma voz conhecida. Era a voz de Draco.

-COBIE - Draco gritou enquanto me balançava com força pelos ombros.

Foi apenas um sonho. 

Eu começei a chorar desesperada e apertar os lençóis que estavam na cama.

- Calma, calma, foi só um sonho, não chora - ele sussurrava tentando limpar as lágrimas com a ponta dos dedos.

- Foi horrível, Draco, horrível - eu falava coisas desconexas sinalizando com a mão, enquanto Draco tentava me acalmar - Tinha sangue pra todo o lado e eu não podia me mexer.

- Esqueça, ok? Tente esquecer, está tudo bem, eu estou com você.

Eu puxei o ar e soltei com força, fechando os olhos, tentando me acalmar.

- Vou me arrumar, você vai ficar bem? - ele perguntou preocupado.

- Vá, eu vou ficar bem, prometo - falei ofegante, mas calma.

Ele saiu e eu bufei, limpando as lágrimas. Hoje eu voltaria para Hogwarts, e deveria voltar a ser a garota animada e legal que todos conhecem. Harry me avisou que terá um jogo de quadribol contra a Sonserina esses dias, então, tenho que treinar bastante para compensar o tempo que fiquei fora do castelo.

Levantei e fui para o banheiro, fazer minha higiene matinal, e quando voltei para o quarto, encontrei uma ruiva sentada na minha cama, com várias peças de roupa ao seu redor e um sorriso caloroso no rosto.

- Eu sei que você está depressiva, mas está na hora de mudar esse rostinho triste e voltar para Hogwarts - ela disse me empurrando para a cama.

Ela penteava meus cabelos e com magia, fez a maquiagem agir sozinha em meu rosto. 

Algum tempo depois, eu vesti aroupaque ela separou para mim, e eu, já pronta, fui para a sala, esperar os 3 ficarem prontos. A chave de portal iria partir em 30 minutos.

Jay foi o primeiro a descer, enfeitiçando 6 malas para flutuarem e acompanhá-lo enquanto descia a escada.

Alguns minutos depois, foi a vez de Draco, enfeitiçando 4 malas junto de si.

Faltavam mais 10 minutos para a chave de portal partir, e Lily ainda não tinha descido. Os meninos estavam completamente impacientes, e eu estava com sono.

- LILY, PORRA, TÁ VENDO CORRIDA DE LESMA? - Jason gritou com sua delicadeza inconfundível ao pé da escada.

- TO, TO SIM, POR QUE, CARALHO? - ela pelo visto também estava com a paciência escassa.

- DÁ PRA PARAR DE GRITAR VOCÊS DOIS? EU TO QUERENDO DORMIR UM POUCO, CACETE - gritei também perdendo a paciência com os dois. Minha cabeça parecia que iria explodir,

Gritos e mais gritos começaram, até que Draco acabou com tudo, avisando que se Lily não se apressasse, nós iríamos perder a chave de portal, e só voltar para Hogwarts em Janeiro.

Lily desceu com pressa, esquecendo da briga com Jason.

- To pronta - falou com um sorriso atrapalhado no rosto.

- Ainda bem, temos alguns segundos. Todos prontos? - Draco perguntou.

- Sim!

Seguramos a chave vermelha com firmeza, e seguramos as malas.

- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1.

Fechei os olhos enquanto senti um forte puxão no umbigo.

- SOLTEM - gritei.

Todos soltaram a chave e esperaram cair no chão.

Eu caí em alguma coisa macia, e quando olhei para baixo, percebi que era apenas a Minerva. Peraí, a Minerva?

Levantei correndo e ajudei a diretora a levantar.

- Desculpa, Diretora Minerva - Falei me levantando e ajudando a diretora desnorteada.

- Oh, certo, certo, vocês chegaram - Ela falou ajeitando seus óculos e limpando a roupa. Os outros três tentavam disfarçar o riso.

Revirei os olhos, e de repente, uma coisa me veio na cabeça. Arregalei os olhos e logo perguntei para Minerva.

- Meu pai voltou? 

- Sinto muito, querida. Não temos notícias do Professor Snape - Ela respondeu com pena e eu senti meu coração pesar.

Meu pai era mestiço, e todos que já leram os livros sabem disso. Com todos os ataques que estavam acontecendo, era provável que meu pai estivesse morto.

-O-ok. Bem, já podemos ir para nossos dormitórios? - Perguntei e ela assentiu, sentando em sua cadeira (na minha opinião, a cadeira ainda era de Dumbledore).

Me despedi de Lily e Jason falando que depois ia dar uma passada lá no Salão Comunal pra falar com o pessoal.

Andei para o Salão Comunal torcendo para não encontrar certas pessoas.

Entrei lá silenciosamente e encontrei apenas Rony e Mione se agarrando no sofá.

- Hoje em dia tem uma coisa chamada quarto, sabe - Falei me fazendo de séria, tentando prender a risada. Rony, que se assustou mais que Hermione, a jogou no chão e sentou rapidamente, com as orelhas completamente vermelhas.

- RONALD! - Mione gritou p da vida e logo percebeu minha presença - COBIE!

Ela se jogou em cima de mim e nós caímos no chão, rindo.

- Cobie, não sabia que você voltava hoje - Rony nos ajudando a levantar e me abraçando.

- DÁ PRA PARAR COM A GRITARIA? EU TO TENTANDO ESTUDAR UM POU... Oi Cobie- Uma voz levemente melancólica surgiu do alto da escada. Fred.

- Oi Fred - MEEERDA, PELAS CUECAS DE MERLIM, MEUS DESEJOS NUNCA SE REALIZAM, PQP!

- Cobie, e-eu preciso falar com você - Ela falou coçando a cabeça, um pouco constrangido.

- Agora, não, Fred, desculpa estou cansada, mas depois prometo falar com você - COVARDE, DESGRAÇADA. Eu queria falar com Fred, uma vadia não iria estragar nossa amizade. Mas eu era COVARDE DEMAIS pra falar com ele.

- Ok - Ele falou levemente desapontado.

O clima ficou pesado, então eu logo deitei na cama, e meus pensamentos foram para meu pai, desaparecido, eu precisaria de um remédio para dormir, urgente.