POV Danny

***

Ela fica tão linda assim, sob a luz do luar, que dá vontade de beijá-la aqui mesmo. Mas que merda que to pensando?! Droga, eu não posso. Mal a conheço, ela vai pensar o que de mim? Peraí, eu to preocupado com o que uma garota vai pensar de mim? Espera, quem é você e o que fez com meu corpo?

Levantei a cabeça, a olhando intensamente. Os olhos dela são lindos, o rosto, o corpo, a boca... Merda, merda, merda. Ah, quer saber? Que se dane tudo e todos. Preciso fazer isso. Preciso sentir seu gosto.

- Posso fazer uma coisa? – perguntei relutante.

Pareceu confusa, mas respondeu.

- Ahn... Tá. Pode. –

***

Encostei meus lábios nos dela, mas foi só isso, porque alguém que vai morrer hoje interrompeu. Ele interrompe na melhor parte e ainda pergunta se tá atrapalhando. Mandei ele ir embora, quase brigamos, mas me controlei. Ele foi embora, mas acabou com o clima.

Ela me acalmou, só de ouvir a sua voz, me acalmei.

- Fica calmo Danny. Não quero que morra antes da hora. – disse ela. Fiquei confuso.

- Morrer? -

- É, morrer. Você não sabia que ficar estressado, ou sei lá o que, envelhece mais rápido? – perguntou. Caramba, da onde ela tirou uma coisa dessas.

- Becky, quem te disse isso? – perguntei me segurando para não rir.

- Ah, ninguém. Era só pra você se acalmar. – respondeu sorrindo.

- Tudo bem, eu to calmo. Mas agora vou ter que ir. A gente se fala depois. – disse dando um beijo na testa dela e saindo. Merda, não queria deixá-la ali, mas tinha que ir antes que começassem a reclamar lá fora, se bem que eu acho que não fariam isso.

Quando cheguei no carro, entrei no banco da frente e fiquei lá. Harry, Tom e Dougie estavam lá fora conversando. Abri a janela, e disse:

- Será que dá pra vocês virem logo? To com frio, e irritado. Por culpa de um baixinho demente e loiro. -

Dougie me olhou e sorriu.

- Ah gente, não liga não. Ele tá assim porque ele não conseguiu o que ele queria. – disse como se ninguém soubesse o que tinha acontecido.

- Não se façam de idiotas. Eu sei muito bem que estavam espiando e que o Dougie, atrapalhou de propósito. – fechei a janela, mas antes os chamei para virem logo.

Se despediram e a Shyned entrou correndo na casa, não sei porque. Deve ser o frio. Tom foi dirigindo até nossa casa, e estavam todos quietos, até Harry falar.

- Desculpa Danny. Mas a gente não agüentou, tínhamos que atrapalhar. Vai que ela só era mais uma na sua lista? – perguntou.

- Mas não é. – respondi. – Ela é diferente de todas as outras. Shyned tinha razão, ela é linda e o meu tipo. -

- Harry, pode me dar as vinte pratas. – Dougie disse estendendo a mão. Eu não acredito que eles fizeram isso.

- Vocês são uns idiotas. Apostaram o que dessa vez?! – perguntei.

- Harry apostou que você não se apaixonaria pela Rebeca, e eu apostei o contrário. – Dougie respondeu. Olhei para Harry, somente para ver a confirmação.

- Eu não estou apaixonado por ela. –

- Não? – dessa vez quem perguntou foi Tom, que virou a cabeça para me olhar e arqueou uma sobrancelha.

Não respondi. Eu não estou apaixonado por ela, estou? Não é possível se apaixonar em somente um dia, seria? Será? Não, não pode ser. Ela é maravilhosa, e estou louco por ela. Tá, isso é uma boa razão, eu acho.

- A gente viu nos seus olhos Danny, e nos dela também. Acredite, ela gosta de você, muito mais do que imagina. – Harry disse vendo a confusão no me rosto.

Será que é verdade? Será que ela gosta de mim de verdade? Do jeito que eu sou? Não como as outras que só pensavam no meu dinheiro? Ela não é assim, interesseira. Ela é diferente das outras, isso eu tenho certeza.

Chegando em casa, tomei um banho, e quando terminei vesti uma cueca boxer preta, uma calça de moletom e uma blusa também de moletom. Puta frio que tava. Deitei na cama, e dormi instantaneamente, e sonhei com o beijo que não aconteceu realmente.

(...)

Acordei no outro dia com o despertador. Mas quem foi o imbecil que colocou? Ah, já sei. Foi o Dougie, só pode ser. Ele odeia me acordar. Olhei no relógio e eram 6:00 da manhã. Teríamos que gravar algumas músicas, e marcamos de nos encontrar no estúdio 7:00.

Tomei um banho rápido na água fervendo, peguei uma roupa, e desci pra tomar café. Os outros três estavam sentados na bancada da cozinha quase dormindo, tomando café da manhã.

- Nossa, vocês estão horríveis. – disse me sentando ao lado de Tom.

- É, e você parece que tá alegrinho já cedo. – comentou Harry.

- Eu estou normal, dudes. Agora, vamos comer senão a gente vai chegar atrasado. –

Comemos em silêncio e logo saímos. Conseguimos chegar no enorme prédio faltando dez minutos para o horário marcado. Encontramos Fletch na recepção já esperando por nós.

- Até que enfim vocês chegaram. – ele exagerado? Claro que não.

Subimos para o estúdio e a primeira música seria Saturday Night. No meio da música, eu vi a Shy e a minha gatinha. Terminamos a música, e fomos conversar com elas. Dougie as cumprimentou primeiro, depois foi a vez do Tom e do Harry, e por último eu.

Dei um beijo no canto da sua boca. Eu queria que fosse um pouquinho mais pro lado, mas não iria fazer isso hoje, não aqui. Cumprimentei a Shy e ficamos conversando mais um pouco.

Ela estava linda em um vestido preto e branco, que ia até o meio das coxas. Uma sandália preta de salto e um sobretudo preto.

- Vocês estão lindas. Aonde vão? – Harry perguntou.

- Ah, obrigada. A gente vai dar uma volta no shopping, e eu vou mostrar a cidade a ela, isso se a gente não se cansar e quiser voltar embora. – Shyned respondeu.

Eu so a olhava, observando suas reações. Quando Harry disse que elas estavam lindas, minha gatinha corou, e ela ficou tão linda assim, que me deu vontade de acariciar a bochecha dela.

Combinamos de ir ao cinema a noite, porque a gente ainda tinha um monte de musicas pra gravar. Elas se despediram de nós, se foram ao shopping.

- O que foi aquilo Danny? – Tom perguntou.

- O que? -

- O beijo no canto da boca. – respondeu.

- Ah, aquilo. Não foi nada demais, eu só quis dar um beijo no canto da boca dela... Qual o problema? – perguntei.

- Nenhum Danny, nenhum. – deu as costas.

Gravamos mais algumas musicas, e saímos do prédio. Chegamos em casa e já eram 17:30. Combinamos as 20:00, então daria tempo de descansar um pouco antes de ir pro shopping, e poder ficar perto da garota que mora nos meus pensamentos.

(...)

- DANNY, ANDA LOGO CARA. DEMORA MAIS QUE MULHER PRA SE ARRUMAR.... FAZ MEIA HORA QUE EU TO TE CHAMANDO AQUI, CARALHO. – mas que berreiro que esse Harry faz.

- EU JÁ TO INDO. MAS QUE MERDA, ME DEIXA EU ME ARRUMAR EM PAZ. – gritei de volta.

Abri a porta do quarto para encontrar um Harry vermelho.

- Você nunca mais demore tanto pra se arrumar, por favor. – pediu pausadamente.

- Tá, tudo bem. Vamos logo. –

Chegamos no shopping, faltando cinco minutos para as 20:00. Logo que chegamos, algumas fãs nos rodearam, querendo autógrafos ou tirar fotos. Estava abraçado a duas garotas, para tirar uma foto, quando vi ela entrar. Vi ela fechar a cara para as garotas e sorri internamente.

Fomos na direção delas, mas antes que chegasse perto dela, uma fã conseguiu escapar e pulou em mim, me beijando. Na verdade, ela tentou me beijar, porque eu não abri a minha boca. Não era aquela boca que eu queria, era a outra, que estava a um metro de mim.

Um segurança veio e tirou a garota de cima de mim, a levando para longe. Fiquei olhando para o nada, em choque com o que aconteceu. Fui pego de surpresa. Percebi alguém passando a mão na frente dos meus olhos. Ela estava linda em um vestido bege curto, deixando as pernas a mostra, e que estavam me levando a loucura. Sandália da mesma cor e um sobretudo em um tom de bege mais escuro que o do vestido. Resumindo, linda.

- Danny... Danny acorda... – Becky disse parecendo preocupada. A olhei e sorri, mas ao me lembrar de que ela viu aquela garota em cima de mim, desmanchei o sorriso. - - O que foi? Tá tudo bem? – perguntou.

- Me desculpe por isso. Nunca aconteceu. Não queria que você visse. – pedi. Me sentia culpado pelo que aconteceu. Era como se eu a estivesse traindo.

Ela parou e ficou olhando para o nada, alheia a tudo o que acontecia ao seu redor.

- Rebeca? Você tá bem? – perguntei.

- Ahn... Sim, tá tudo bem. –

- Pessoal, vamos comprar os bilhetes. – Tom disse e o seguimos até a bilheteria.

Escolhemos assistir A Órfã. As meninas foram contra, mas a escolha dos homens prevaleceu. Eu ri.

Eu estava abraçando a Becky pela cintura, de lado. Ficamos conversando e eu falava no ouvido dela, satisfeito por vê-la arrepiar-se. Ficamos perto da porta da sala do cinema e eu a abracei por trás, pousando minha cabeça no seu pescoço, sentindo seu perfume. Algum tempo depois, entramos na sala, e sentamos bem no meio.

Continua...