POV Danny

Amanhã a tal garota que vai ficar na casa da Shy chegava. To louco pra conhecer ela, pelo que a Shyned falou, ela é o meu tipo. O nome dela é Rebeca. A Shy puxou a ficha inteira dela. Nome, idade, data de nascimento, tudo. Tudo mesmo. Até se ela já namorou e quem ela namorou ela sabe.

Hoje tínhamos um show, em um pub aqui perto. Dougie tava na casa da namorada, Tom também, e eu tava aqui em casa com o Harry. Eu mereço uma coisa dessas?? Ah, eu não quero homem perto de mim não. Mas não teve jeito. Hoje a gente tava sem vontade de sair pra dar uma volta.

Na verdade, a gente tá jogando Guitar Hero. Amo esse jogo, sou viciado, e claro muito bom né?!

- Yeah, ganhei de novo. Pode ir pagando. – disse super feliz, afinal, apostamos que quem ganhasse, o outro deveria pagar 20 pratas. Jogamos 15 partidas até agora, e ganhei todas. Harry me entregou o dinheiro.

- Você é um idiota Danny. Não pode ganhar direto assim. Tá me roubando já. – respondeu bravo. Ué, o que eu posso fazer se eu sou bom nisso?

- Ah Harry, você não agüenta perder. – retruquei contando o bolo de dinheiro que eu havia ganhado.

- O que você disse?! –

Ai, merda. Toquei no ponto fraco. Droga, droga, droga. Olhei pra ele e estava todo vermelho de raiva. Me ferrei. Saí correndo pela casa, com Harry no meu encalço.

- Vou te pegar palhaço. Ninguém diz isso pra mim. – Harry gritava.

Uma coisa que eu gosto é irritar ele. Quer dizer, eu não irritei. Só disse a verdade, eu acho.

Estava perto da piscina e não via Harry em lugar nenhum. ‘Hm, deve ter desistido.’, pensei. Doce engano. Só senti alguém me empurrando e logo depois, a água gelada. Emergi e vi Harry rindo.

- Olha o que você fez Harold. – droga, agora eu estava todo molhado. Não tava afim de tomar banho agora. Deveria ser umas três da tarde, e o show seria 21:00. Queria tomar banho só perto da hora de ir, mas pelo jeito, vou ter que tomar banho agora. Ah, mas eu não ia deixar barato.

Harry estava estirado no chão segurando a barriga. Cara, eu sei que é engraçado, mas nem tanto né?! Saí da piscina sem fazer barulho, e fui chegando perto dele. Quando estava ao lado dele, o empurrei para a piscina, pois estava na borda.

Agora quem riu foi eu.

- Quem ri por último, ri melhor. – disse e saí correndo para o meu quarto, a fim de fugir de um Harry furioso dentro da piscina, e de tomar um banho.

Tomei um banho e deitei na cama. Peguei meu iPod e fiquei ouvindo musica, até que dormi.

***

- Danny, cara, acorda... Caramba Danny, para de roncar e levanta logo. – Caramba, quem é que tá gritando no meu ouvido?

Abri os olhos só pra ver um Dougie irritado. Que merda, tá todo mundo irritado hoje, e vem descontar em mim. Desse jeito eu não aguento.

- Que é Dougs?! –

- Você viu que hora é agora? – perguntou

- Não? –

- Cara, o show é às 21:00 e você tá aí dormindo sentado. Já são 20:00. – Levantei correndo, tropeçando no meu próprio pé.

- Porque não me acordou antes? – Dougie respirou fundo antes de responder e dar um tapa na minha cabeça. – Ai, você quer parar de bater na minha cabeça? – reclamei

- Danny, como você é lerdo. O QUE VOCE ACHA QUE EU TAVA TENTANDO FAZER AQUI HÁ MEIA HORA? – gritou – E não, não vou parar de bater na sua cabeça, é a força do hábito que me obriga. – sorriu.

Entrei no banheiro, e tomei banho o mais rápido que pude. Peguei uma roupa qualquer e saímos em direção ao pub. Chegamos faltando 20 minutos pro show.

***

O show foi muito bom. Tocamos várias músicas que fizeram o público vibrar. No camarim, encontramos a Shy que já estava esperando pelo namorado. Ficamos ali por mais um tempo, e depois decidimos ir a uma boate no centro.

Peguei várias, e Harry fez o mesmo. Fazer o que se nós dois somos os únicos solteiros? Tom tá enrolado com a Gio faz uns sete anos, e o Dougie há um ano. Os dois se conheceram em um show que nós fizemos em Dublin. E a partir daí não se desgrudaram mais.

Chegamos em casa às 04:00. Ainda bem que no outro dia a gente não ia precisar levantar cedo. Deitei na cama e apaguei.

***

Ai, merda. Que dor de cabeça é essa?! Parece que eu trombei com um elefante e bati a cabeça na pata dele. Tá doendo demais. Que horas são hein?!

O quarto estava escuro, mas as cortinas estavam fechadas. Claro né Danny, você queria o que? Que com as cortinas fechadas tivesse claro? É por isso mesmo que inventaram, pra esconder a luz que vem de fora.

Peguei o celular que estava no meu bolso. Puta merda, tenho que correr, daqui a pouco a gente sai pra ir na casa da Shy conhecer a tal garota brasileira, e eu aqui dormindo. Merda, e com essa dor quase me matando.

Já era 19:00, Dougie marcou as 19:30, mas ligaria antes. E por que ninguém veio me chamar? Ah, não interessa.

Tomei um banho bem frio, pra ver se acordava, e se melhorava a dor de cabeça, e peguei qualquer roupa no closet, tava com pressa. Dei um jeito no cabelo, peguei celular e saí do quarto, descendo as escadas e não encontrando ninguém lá embaixo.

- Mas cadê todo mundo? – me perguntei. – Será que eles já foram e me deixaram?! Ah não, se eles fizeram isso vão ter que voltar e eu...

- Danny... o que você tá fazendo? – droga, será que ele tá aí a muito tempo?

- Oi Tom. Ahn... nada, só to... pensando alto. – sorri.

- Ah tá. Os outros dois já desceram?! – perguntou indo pra cozinha.

- Não, fui o primeiro. – o segui. – O que você vai fazer? – perguntei.

- Um sanduíche, to com fome. – respondeu.

- Faz um pra mim também. Não, dois. E eu quero suco também, por favor. –

- Não acha que tá querendo demais? – perguntou.

- Claro que não. –

Harry e Dougie apareceram na cozinha, e pediram, leia-se mandaram, Tom fazer sanduíches pra eles também. Tom preparou tudo sem falar nada. Na verdade, todos estavam quietos, com seus próprios pensamentos, ou não.

Me levantei pra pegar uma aspirina, não estava aguentando de dor de cabeça. Os outros três pediram também, mas continuamos quietos, se falássemos, seria capaz de todas as cabeças ali presentes explodirem.

Comemos em silêncio, até que Dougie disse que iria avisar a Shy de que a gente tava indo.

- Pronto gente. Eles acabaram de chegar. – disse voltando para a cozinha.

Nos levantamos em silêncio e saímos. Quando chegamos, Shyned veio nos atender, e cumprimentou seu namorado.

- Oi amor. Oi gente. – disse.

- Oi anjo. – respondeu dando um selinho em seguida.

- Nossa. Vocês estão com umas caras péssimas. Ressaca? – Shyned perguntou nos olhando.

- É, sabe como é... – respondi. Ela riu.

- É, sei como é. Vem, entra. Meu pai e a Berréca tão jogando Guitar Hero. E ela é muito boa. –

Entramos e estaquei. Ela era linda. Estava distraída jogando e ganhando do pai da Shy. Mas tão logo ela se virou percebendo que tínhamos chegado, também, os outros quatro nem pareciam estar com a cabeça explodindo e falavam alto. Minha dor de cabeça também sumiu, logo que eu a vi.

Shyned tinha razão, ela era linda e com certeza era meu tipo. Ficamos nos olhando, sem perceber que todos estavam quietos, até que o Silvio deu uma cotovelada nela.

- Ai. – reclamou.

Silvio olhou pra ela, e nos indicou com a cabeça, só aí ela pareceu perceber que tinha platéia. E eu, percebi que estava dando muito na cara. Estávamos morrendo de vergonha, e os caras estavam se segurando pra não rir. Espera só, eles vão ver.

Shy nos apresentou, mas só pra parecer de que não sabíamos de nada, porque sabíamos praticamente a vida toda da garota. Tenho pena dela, que vai ficar um ano embaixo do mesmo teto que a Shyned. A menina simplesmente é o capeta, mesmo sendo minha amiga.

- Oi. – cumprimentou.

- Oi. – respondemos.

Ficamos lá conversando, depois de um tempo, pedimos pizza, pois já tinha passado da hora do jantar. Estávamos nos divertindo muito. Ela era bem divertida, e meio louquinha como a Shy. Não, ninguém é mais louca que a Shyned.

Quando a pizza chegou, Becky se levantou pra ir buscar e passou direto pra cozinha. Fui atrás, sei lá fazer o que, nem pensei na hora, só fiz o que queria. Cheguei silenciosamente, e fiquei a um passo atrás dela. Pegou alguns refrigerantes, e fechou a porta com pé, quando se virou, quase derrubou as latinhas que estavam em seus braços.

- Oi. – disse. Merda Danny, você veio aqui pra falar ‘oi’?

- Danny, você me assustou sabia? –

- Me desculpe, não queria te assustar. –

- Tudo bem. – respondeu colocando as latinhas em cima do balcão, e pegando pratos. – Você pode me ajudar, por favor? – pediu.

- Claro. – respondi. Peguei as pizzas e algumas cocas e voltamos pra sala. Dougie me olhou e sorriu sacana, eu somente o ignorei.

Depois de comermos, ficamos conversando mais um pouco, e depois resolvemos ver um filme. Não sei que filme era, foi o Harry que escolheu, por isso tava uma merda aquilo.

No meio do filme, vi Rebeca levantando de fininho, para não chamar atenção de ninguém. Ela foi para a varanda. Eu estava pensando se ia ou não ia até lá. Ah, quer saber? Que se dane. Me levantei e saí, me sentando na cadeira ao seu lado.

- Porque saiu? – perguntei.

- Vim tomar um ar. –

- Você gosta da noite? – perguntei novamente.

- Sim, prefiro a noite ao dia. Gosto do céu estrelado. –

Ela fica tão linda assim, sob a luz do luar, que dá vontade de beijá-la aqui mesmo. Mas que merda que to pensando?! Droga, eu não posso. Mal a conheço, ela vai pensar o que de mim? Peraí, eu to preocupado com o que uma garota vai pensar de mim? Espera, quem é você e o que fez com meu corpo?

Levantei a cabeça, a olhando intensamente. Os olhos dela são lindos, o rosto, o corpo, a boca... Merda, merda, merda. Ah, quer saber? Que se dane tudo e todos. Preciso fazer isso. Preciso sentir seu gosto.

- Posso fazer uma coisa? – perguntei relutante.

Pareceu confusa, mas respondeu.

- Ahn... Tá. Pode. –

Continua...