126ve966 - I Love You escrita por Ju_uzumaki


Capítulo 4
Jota B.




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Depois de várias partidas, e de realmente muitos beijos, eu me cansei e saí da roda que se formara em torno de uma simples garrafa. Fui à cozinha e peguei a última fondue de chocolate que restara na geladeira.

Ao voltar à sala, me deparei com uma situação constrangedora: todas as pessoas desse cômodo estavam se beijando, se agarrando e quase fazendo algo a mais; menos Carole e Mauricio, que estavam às gargalhadas sentados no largo sofá de couro marrom.

–O que houve? – perguntei, sentando-me entre os dois – Eu só saí por um minuto e isso aqui virou uma orgia? – eu falei e Mauricio deu uma risada.

–Parece que a brincadeira não tem mais graça sem você... – disse Carole rindo também.

–Ora, sou só eu que não estou entendendo o motivo das risadas?

Carole e Mauricio apenas se entreolharam e voltaram a gargalhar. Dei de ombros e mordi um morango que estava coberto com chocolate.

–Não! – os dois gritaram ao mesmo tempo, quase me fazendo derrubar todo o chocolate no chão.

–O que foi agora? – perguntei irritada.

–Anna.... Esse... Chocolate... – Carole não conseguiu terminar a frase de tanto que ria; deixando-me mais nervosa.

–Misturaram êxtase com o chocolate! – disse Mauricio rindo mais ainda.

Ah, agora eu entendi o motivo da alegria – pensei. Mas na hora em que eu abri a boca para reclamar um garoto pegou Carole em seus braços e a levou embora. Ele parecia eufórico, e correu com ela a uma velocidade imensa.

Havia outro garoto, e este me encarava subitamente; eu entrei em desespero. Com medo de me ocorrer o mesmo que ocorreu com Carole, eu corri o mais rápido que pude até o final da sala, deixando o garoto para trás.

Abri a porta da sala que dava em um imenso corredor, com três portas em cada lateral e uma no final. Como eu já conhecia aquela casa, eu sabia que uma era a do banheiro, a última era a cozinha e as outras eram dos quartos.

Andei, meio tonta por conta das bebidas e do chocolate, até o final do corredor e abri a porta da cozinha. Entrei na mesma acendendo a luz e vi um casal que se beijava intensamente. A garota estava sentada em cima da pia, com o garoto entre suas pernas, e sem a blusa. Já ele, estava com o zíper da calça arreganhado.

–Ah, desculpe-me – falei envergonhada.

–Quer se juntar com nós dois? – perguntou o garoto, enquanto a garota abaixava totalmente suas calças.

–Não. – falei desligando a luz e saindo da cozinha apressadamente. Fechei a porta num estrondo.

Eu já estava estressada, porque nenhum lugar tinha paz. De volta ao corredor, tentei abrir a primeira porta à minha esquerda, que era a do banheiro. Estava trancada e com as luzes apagadas.

Tentei a primeira porta à minha direita, o quarto dos pais dele. Também estava trancada. Tentei as outras duas laterais, que eram de visitas, mas estavam trancadas. Tentei a última porta à esquerda, outro quarto de visitantes. Ela estava trancada e se ouvia gemidos lá de dentro. Assustada, tentei a última porta, a do quarto do Mauricio.

Virei a maçaneta e ela abriu. Abri a porta desesperada e a fechei rapidamente para que ninguém entrasse lá comigo. Ao olhar dentro quarto levei o maior susto. Havia um garoto lá, sentado em uma cadeira lendo um livro apoiado em uma mesa.

–D-Desculpe. – gaguejei ainda assustada.

O garoto tirou os olhos do livro para me fitar. Quando vi aqueles olhos azuis, eu já sabia quem era. Eu senti meu corpo esquentar, meu rosto corar e eu comecei a tremer encostada na porta enquanto ele me fitava da cabeça aos pés com aquele olhar sensual.

–Tudo bem. – ele disse. Sua voz era rouca, mas, suave, e combinava perfeitamente com sua aparência; ela era linda. Foi a primeira vez que eu o ouvi dizer alguma coisa. Eu comecei a tremer mais ainda. Será que é possível eu me sentir tão atraída assim por alguém? – pensei, estranhando meu próprio comportamento.

–Ah... Eu posso ficar aqui dentro um pouco? O clima lá fora não está tão bom... – falei muito nervosa.

–Tudo bem. – disse de novo e se virou para continuar a ler seu livro.

–Ah... Jota B.! – eu o chamei, lembrando de algo. Ele simplesmente acenou com a cabeça – Meu nome é Anna Beth. – disse me aproximando dele e estendendo minha mão para cumprimentá-lo.

–Eu sei quem você é. – ele me puxou, me deixando sentada no braço da cadeira.

Meu rosto ficou uns míseros centímetros distante do dele e eu sentia sua respiração em mim. Seu perfume exalava um cheiro maravilhosamente bom. Seus olhos me fitavam com desejo; sua mão apertava de leve a minha. Meu coração disparou como nunca tinha feito antes. Eu não aguentei a ansiedade que sentia e eu avancei em seus lábios.

No mesmo instante ele correspondeu ao beijo. E como se ele soubesse o que eu queria, ele puxou minha cintura, acabando com o espaço que tinha entre nossos corpos. Não demorou muito para que o beijo ficasse mais urgente; ele parecia muito calmo e sereno, mas meu corpo parecia que não aguentaria seu próprio peso se não estivesse junto ao dele.

Quando o fôlego faltou e nos separamos, eu abri meus olhos para fitar os dele. Faltava espaço para sua íris azul, pois seus olhos estavam dilatados. Eu tremia por reação aos arrepios constantes que vinham direto da espinha, e ele percebeu: sua boca se retorceu quase que em um sorriso.

Ele estava ofegante; eu mal conseguia respirar. Ele riu, afagando meu cabelo, e me beijou novamente. O beijo tinha mais urgência que antes, mas, dessa vez, nele não só havia desejo. Havia paixão. Muita paixão.

Tanta paixão que, sem me conter, eu o puxei pela camisa, levantando-o da cadeira, e o guiei para a cama que estava logo atrás, deitando-me sobre ele. Levemente, ele puxou minha jaqueta até retirá-la dos meus braços e a jogou em um canto qualquer do quarto. E lentamente ele tateou minha pele, me provocando outro arrepio.

Eu rodei na cama, o deixando por cima de mim. Minhas mãos percorriam em seu corpo; elas passeavam sob suas costas definidas, enquanto as dele sustentavam meu corpo. Tombei minha cabeça para trás, e ele começou a distribuir beijos suaves em meu pescoço. Arrepios, tremores e palpitações no coração já estavam se tornando normais, de tanto que ele me fazia sentir.

Como um reflexo, minhas mãos desceram até suas calças, e começaram a abrir os botões da mesma.

–Espere. – disse ele, segurando meus ombros – Você não acha que está indo rápido demais?

Foi nesse momento que a consciência me atingiu. Percebi onde eu estava, com quem eu estava e o que eu fizera. Mas, para piorar, percebi o que eu estava para fazer. A vergonha veio como um impulso, eu empurrei o Jota B. de cima de mim, que tombou do outro lado da cama, e me sentei.

–Perdoe-me, por favor... – disse sem conseguir olhá-lo nos olhos, a vergonha tomando conta de mim – Eu fui uma idiota. Eu me joguei em cima de você... – eu falei e ele sentou-se ao meu lado.

–Não diga isso. – ele falou segurando meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos – Eu só comentei que você estava indo rápido demais, mas não precisava ficar magoada. – ele aparentava estar se divertindo. Franzi o cenho, irritada com sua resposta – Mas se você quiser... – ele se interrompeu, olhando sugestivamente para o próprio corpo – Eu estarei à sua disposição. – ele disse com total conhecimento de seu irresistível charme.

Eu pisquei várias vezes para ter certeza de que ele era real, e tive a sensação de meu coração bombeando sangue demais para meu cérebro. Eu estava tentando me controlar para não agarrá-lo novamente. Eu procurava as palavras para respondê-lo, mas a única coisa que consegui foi rir freneticamente.

–Acalme-se, Anna Beth. – disse ele, afagando meus braços. Sua voz estava calma.

–Eu estou calma! – exclamei, me afastando dele.

–Não, você não está. – ele se aproximou novamente – Você não precisa fazer nada que você não queira. E eu não vou a forçar a fazer nada, mesmo sabendo que você quer isso mais do que eu. – ele sorriu, triunfante – Na verdade, você nem me conhece.

Eu o fitei, paralisada, e ele sugeriu que conversássemos, para nos conhecermos melhor.

Nos trinta minutos que eu fiquei no quarto, nós falamos sobre tudo. E eu vi como ele era incrível. Mas eu estranhei quando eu contei sobre minha vida, e ele não falava sobre a dele. Mas quando eu iria perguntá-lo sobre isso, meu celular vibrou com uma mensagem desesperada de Carole me mandando correr para o portão da casa, pois o pai dela estava lá para nos levar para casa.

Eu dei um breve “tchau” para Jota B. e corri para onde Carole se encontrava.

–Onde você esteve? – ela me perguntou curiosa, enquanto entrávamos no carro.

Com um garoto maravilhoso – pensei. Eu não contaria sobre o que me aconteceu a Carole. Ela me mataria, pois ela é quem gosta dele. Eu apenas inventei qualquer coisa para dizê-la, e fomos para sua casa.


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