126ve966 - I Love You escrita por Ju_uzumaki


Capítulo 3
A festa




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Ao entrar lá, nos deparamos com uma enorme sala, onde no meio estava montada uma pista de dança. Eu não achava o Mauricio, pois a festa já estava lotada. Por onde nós passávamos, todos nos cumprimentavam. Eu não sabia que eu era tão popular – pensei.

A música estava alta, pessoas dançavam e outras estavam reunidas em grupos, conversando. Eram poucos os que não tomavam bebidas alcoólicas. Mas na festa havia de tudo: desde refrigerantes e cervejas até o mais forte dos drinques; e drogas lícitas e ilícitas. Sim, havia umas pessoas no canto da sala, e elas usavam drogas.

–Carole, olhe. – apontei disfarçadamente para os que fumavam.

–Anna, isso é normal... – disse ela pegando uma taça de vinho que um garoto nos oferecera uns segundos antes.

–Eu já estou me arrependendo de ter vindo. – lamentei.

–Ah, mas eu não estou nem um pouquinho. – disse Carole dando um sorriso cínico – Veja quem está aqui...

E, novamente, eu fiquei ali, perplexa, parada no meio da festa, analisando a beleza impecável do garoto mais bonito que eu já vira. Seu cabelo castanho caía sob seu rosto pálido; ele usava jeans, tênis e uma camiseta de alguma banda de rock que eu não fazia questão de conhecer. Ele estava no meio de muitas garotas, conversando com elas; e elas pareciam devorá-lo com os olhos.

Relutantemente consegui desviar meu olhar de seu corpo, que se definia na camisa preta, quando alguém me chamou:

–Anna... – disse uma bela voz masculina – Achei que não viria!

Eu me virei para encarar o dono dessa voz e me surpreendi quando meu coração acelerou com a imagem do tal loiro de olhos verdes.

–Ah... – suspirei – Olá, Mauricio. – disse lhe dando um beijo no rosto; ele me abraçou – Eu não perderia essa festa por nada! – disse me soltando do abraço, envergonhada.

–Sim... – ele disse olhando profundamente em meus olhos e entrelaçando sua mão na minha, me deixando vermelha – Obrigado por vir. – ele esboçou um sorriso dócil.

Nossa, ele é muito fofo – pensei, olhando para o outro lado para não me perder totalmente em seus olhos. Vi Carole se juntando ao grupo de garotas que estavam ao redor do Jota B.

–Venha comigo. – disse Mauricio, me puxando para o sofá – Você está bem? Você tem andado distante, e você parecia meio cabisbaixa hoje no colégio... Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou preocupado.

–Bem... Aconteceu, sim, alguma coisa, mas eu acho que seria melhor se eu te contasse depois. Aqui não é o lugar certo.

–Anna, eu sou seu melhor amigo. Eu sei que eu posso te contar tudo, e você pode me contar qualquer coisa também. E nós estamos em uma festa! Aqui é o lugar certo para conversar, e para dançar. – ele disse e deu uma risada incrivelmente fofa.

–Sim, mas você não me contou que tinha terminado com a Estefani. Como você quer que eu faça algo que você mesmo não faz?

–Claro que eu não te contei! Reparou que essa semana nós dois não tivemos sequer uma conversa? Por um motivo que eu ainda quero saber, você esteve me evitando.

–Meus pais vão me deixar de castigo para sempre se eu não tirar uma nota alta esse bimestre. Por isso, eu tenho andado distante... Eu estive estudando muito. – sorri, arrependida.

–Entendi... E eu terminei com a Estefani porque nós estávamos brigando muito, e eu não gostava mais dela como antes. – ele cruzou os braços – E então? Vai me contar o que aconteceu?

–Vou. – falei determinada – Resumindo a história: eu descobri que tenho um meio-irmão e, amanhã, ele vai morar lá em casa.

–Sério? E como você está se sentindo? Tudo bem com isso? – perguntou, afagando meu cabelo.

–Ah, eu acho que eu estou bem. Só estou um pouco ansiosa.

–Espere um pouco... Seu irmão se muda amanhã? Eu não acredito! – disse surpreso com algo.

–O que foi? – perguntei curiosa.

–Nada, nada... – disse sem-graça.

–Mauricio, me diga. O que tem meu irmão se mudar amanhã? – disse séria.

–Eu disse que não é nada! – exclamou, levantando-se do sofá – Hum... – ele me olhou de cima a baixo – Eu já falei que você está linda?

–Não falou, mas obrigada. – sorri me levantando também do sofá – E eu já falei que eu adoro o jeito que você muda de assunto? – disse acariciando seu rosto com meu polegar e me retirando do local.

Infiltrei-me na pista de dança ignorando alguns garotos que, já bêbados, tentavam me beijar. Uma garota servia vários drinques, eu peguei uma caipirinha; no meio da pista, eu comecei a dançar qualquer música que tocava.

Eram duas horas, eu já havia tomado várias bebidas diferentes. Eu dançara de uma forma idiota a noite toda, colada no pescoço do Mauricio e de qualquer garoto que aparecera na minha frente. Carole gritara diversas vezes no meu ouvido que estava apaixonada por aquele garoto que nem lhe dava atenção: Jota B.; só que eu resolvi não me importar, pois Carole já estava um pouco fora de si.

Ela apareceu na minha frente com um cigarro na mão.

–Anna, isso é muito bom! – ela falou apontando para o cigarro.

–Interessante. – disse sem mostrar nenhum interesse.

–Quer dar uma tragada? – perguntou, sem ter noção do que acabara de dizer.

–Não. – respondi com a maior frieza que consegui.

–Ah, vai! Só uma vez. – insistiu.

–Carole, você está ficando maluca? Eu não quero isso.

–Por favor... Só uma vez.

–Está bem. Agora, me dê isso aqui. – ela me entregou o cigarro e eu o joguei no chão, pisando no mesmo – Se você me aparecer com um cigarro de novo eu a farei engoli-lo. Carole, qual o seu problema? Parece que você não pensa! Quer ficar dependente de drogas? Eu, que estou bêbada, tenho consciência disso. Você só tomou duas taças de vinho!

–Desculpe-me. – ela disse parecendo arrependida – É que todos estavam me oferecendo... Eu não queria, mas eu estava me sentindo péssima. Eu sempre consigo todos os garotos que eu quero, mas o Jota B. nem repara em mim. E eu acho que realmente estou gostando dele...

Eu abracei Carole, consolando-a e ouvi o barulho de alguém batendo numa garrafa. Era o Mauricio. Todos voltaram sua atenção nele.

–Vamos girar a garrafa! – gritou entusiasmado, sendo acompanhado por todos. Foi formado um círculo ao seu redor, com todas as pessoas que havia na festa.

–Eu começo! – disse uma garota, pegando a garrafa da mão de Mauricio.

A garota girou a garrafa e a sua ponta parou em um garoto do terceiro ano. Eles se beijaram. A garota ao lado dela fez o mesmo e isso aconteceu repetidamente. Eu percebi que a maioria das garotas torcia para que a garrafa parasse no Jota B., até mesmo Carole, que acabara de girar a garrafa.

–Anna! – todos olharam para mim; para onde a garrafa tinha parado. Eu não vou beijar a Carole – pensei.

–Beija, beija, beija! – havia uma platéia atrás de nós. Eu ia gritar um “Não”, mas antes que eu pudesse falar algo Carole já tinha colado nossos lábios.

–Isso aí! – eu só pude ouvir a histeria do pessoal e eu me separei de Carole rapidamente.

–Você é maluca? – perguntei tomando a garrafa da mão de Carole. Ela apenas riu.

Era a minha vez. Girei a garrafa, e desejei mentalmente que ela parasse na pessoa que eu gostava há muito tempo. Não pude conter o enorme sorriso em meu rosto quando meu desejo se realizou. A garrafa parou no Mauricio! – gritei mentalmente. Mas uma cena estranha aconteceu. Aquele garoto, o Jota B., se levantou e saiu da sala. Ele parecia decepcionado.

Dei de ombros e me aproximei de Mauricio. Nós nos encaramos por alguns segundos e eu ri, com vergonha. Senti suas mãos quentes no meu rosto e, logo em seguida, seus lábios nos meus. Seu beijo era suave, calmo e sem pressa para acabar. Suas mãos desceram até minha cintura e minhas mãos foram para seu pescoço. Foi como se apenas houvesse nós dois ali.

–É assim que se faz, Mauricio! - mas a perfeição foi quebrada pelos garotos histéricos. Nós nos separamos do beijo, envergonhados, e eu sentei no meu lugar.


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Notas finais do capítulo

Oi gente *---*
Ahh, eu mudei muita coisa na história...
Mas aguardem o prox cap, que vai bombar
Beijos sz