Dossiê Dna escrita por Mirian Rosa


Capítulo 5
4- Culpa linha pongue-pongue


Notas iniciais do capítulo

Revelações, cantadas inoportunas e otras cositas mas ocorrem neste capítulo! Espero que gostem e boa leitura!



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O depoimento de Jefferson fez com que Jotapê pusesse seus agentes na cola dos dois nomes mencionados pelo atleta: Davi Holl, seu antigo empresário e Lara, até então sem sobrenome, uma modelo cuja carreira também era agenciada por Davi. Gabriela e Lillian, 26 anos, outra agente da equipe foram até o endereço passado por Jefferson e porcamente rabiscado em um pedaço de papel por Nery.

         — Será que é aqui mesmo?— perguntou Lillian tentando ler a garranchada ltrea de Nery.

         — Parece que sim. Ah, tem uma farmácia na esqujina, podemos ir lá pedir ajuda.— debochou Gabriela.

         Lillian caiu na risada.

         — Ai, meu pai! Só você mesmo, Gabriela! Gostei dessa.

         — Vamos entrar e ver.— disse Gabriela descartando a entrada na farmácia.

—X—X—X—X—X—

         — Com licença, quem é Davi Holl?— perguntou Gabriela para um sujeito de meia didade que lia um jornal debruçado em uma escrivaninha de madeira escura.

         — Sou eu mesmo, mocinha, o que deseja?— perguntou Davi galantemente.

         — Polícia. O que o nome Jefferson Lipreri te lembra?— soltou Gabriela mostrando seu distintivo.

         — Um excelente atleta. O agenciei no começo da carreira. Mais alguma coisa?

         — Lembra-se de algo acontecido dia cinco de fevereiro de dois mil e um? O que o senhor queria colocando ele e a modelo Lara em uma suíte presidencial de um hotel cinco estrelas?— ainda era Gabriela.

         — Ah, isso! Minha querida, queria promover os dois. Principalmente a Lara. Início de carreira não é fácil. Ainda mais nesses últimos anos. A concorrência e as exigências são cada vez maiores.— desconversou o empresário.

         — Então... Como o nome dele foi parar em dez ações de investigação de paternidade?— era Lillian.

         — Das aventuras amorosas e sexuais dos meus agenciados eu não cuido. Aliás, ex-agenciado. Aquele ingrato me chutou fora de sua vida há alguns anos. Justo eu que o levei ao estrelato nos gramados...

         — Como e por que ele e Lara oram parar na mesma suíte de um Hotel no centro?— era Gabriela cética. O teatrinho de Davi não a comovera.

         — Fale com a Lara. Essa foi outra mal-agradecida que me deu as costas quando alcançou a fama. Tem uma agência de modelos no bairro Santo Ivo. O sobrenome dela é Franco, para vossa informação. Eu só apresentei um ao outro.

         — Só? Jefferson nos disse que você os enfiou num quarto de hotel e os largou lá sem explicar nada.— dessa vez era Lillian,l que também não engolia o “chororô” do empresário.

         — Mentira dele.

         — Que planos tinha pra “promover a carreira” deles os enfiando num quarto de hotel?— Lillian, de novo.

         — Jefferson já era famoso. Talvez se Lara aparecesse ao lado dele ela seria mais visada pela mídia. O que lhe renderia mais contratos e...

         — Mais dinheiro na sua conta, não?— alfinetou Gabriela.

         — Obviamente, mas não era nisso que eu pensava, detetive. Isso sem contar que quando os apresentei, vi que se sentiram atraídos um pelo outro. Só facilitei as coisas. Mas, o que quer que tenham feito naquele quarto de hotel não é de minha responsabilidade.— esquivou-se Davi.

         — Ok, Davi. Por hoje é só isso. Mas, não pense que se livrou de nós. Poderemos voltar mais cedo do que você pensa.— disse Gabriela retirando-se da sala do empresário.

         — Será um prazer recebê-las novamente, queridas.— soltou o empresário quando ambas estavam fechando a porta.

         — Mas que atrevido!— resmungou Lillian.

         — Atrevido mesmo. Tentou nos cantar o tempo inteiro. Tenho dó dos clientes dele.

—X—X—X—X—X—

         Enquanto isso, Rodrigo fora ao hotel e conseguira uma informação interessante sobre a tal noite de Jefferson e Lara na suíte presidencial com o gerente do estabelecimento que já ocupava o cargo na época. Conversaram com a equipe e João Paulo encarregou Yuri e Paula de interrogarem Lara, após localizarem o endereço da agência dela na internet.

—X—X—X—X—X—

         — Procuramos por Lara Franco.— disse Paula ao chegar na agência, um lugar pequeno, porém bem decorado e arrumado. Havia uma mulher de aproximadamente trinta anos folheando uma revista de moda na recepção.

         — Sou eu. O que desejam?— apresentou-se e perguntou a ex-modelo.

         — Somos da polícia. Agentes Yuri Costa e Paula Biazus.— apresentou-se o primeiro mostrando seu distintivo.

         — E... Vocês acham que estou envolvida em algum crime?— zombou Lara.

         — Mais ou menos. Lembra-se de uma noite de fevereiro em que você, modelo em início de carreira dormiu com Jefferson Lipreri, astro do futebol? Refresquei sua memória?— Paula devolvia o tom zombeteiro.

         — Davi me ligara naquela manhã, mas quem atendeu o telefone foi meu namorado, Horácio. Ele queria que eu fosse a uma reunião com ele em seu escritório fechar um contrato para um catálogo de uma loja de roupas. Depois, tivemos num almoço em que ele me apresentou Jefferson.

         — E você se interessou pelo Jefferson?— perguntou Paula.

         — Vou ser franca com você, Paula. Ele é até bonitinho, mas não faz meu tipo. E eu namorava o Horácio naquela época.

         — Certo.— disse Paula segurando a risada.— Lara, você ainda tem contato com o Horácio, sabe onde poderemos encontrá-lo?

—X—X—X—X—X—

         Nery parecia nervoso. Ia sozinho interrogar mais um suposto envolvido no escândalo. A imprensa já havia noticiado algo, mas sem muito fundamento. Ao entrar no local, encontrou-o vazio, mas ouviu barulhos vindos dos fundos. Chamou por um nome.

         — Alguém me chamou?— perguntou um homem de trinta e poucos anos, alto, magro, com cabelos escuros, um pouco compridos e ligeiramente encaracolados postando-se diante do investigador.— desculpe a demora, estou sozinho aqui hoje.

         — Tudo bem. Horácio Fialho Júnior?

         — O próprio.— respondeu o homem, Horácio.

         — Rodrigo Nery, polícia.— apresentou-se o investigador.

         — Pois não o que deseja?

         — Lembra-se do que aconteceu no dia cinco de fevereiro de dois mil e um, em um almoço promovido por Davi Holl? Ele é seu empresário, por acaso?

         — Era. Há cinco anos e meio rescindi o contrato pra virar fotógrafo. Mas, comecei minha carreira como modelo fotográfico agenciado por ele sim. Quanto ao almoço... Ah, lógico! Ele apresentou a Lara, minha namorada, para um jogador de futebol, o Jefferson. E também, falou comigo num tom de voz de poucos amigos quando nos falamos por telefone. Era o celular da Lara. Eu atendi por que ela estava tomando banho.

         — Sim. E...

—X—X—X—X—X—

         Horácio ainda estava grogue de sono. A televisão, ligada em um canal pago, passava um seriado e o som de água caindo indicavam que Lara já havia se levantado e estava tomando banho. Pouco depois, ainda estava deitado quando ouviu o celular de Lara tocando e ela gritando do banheiro “Atende pra mim, Horácio!”. Atendeu o aparelho.

         — Alô?

         — Horácio?— disse Davi surpreso de ouvir a voz de seu agenciado.

         — Davi?— Horácio também reconheceu a voz de seu agente imediatamente.

         — Eu mesmo. Cadê a Lara?— Davi respondeu com a voz seca, típica de quem escuta o que não deseja na hora errada.

         — Está tomando banho. Recado?

         — Peça a ela que me ligue assim que sair do chuveiro. E você sabe que eu não gosto disso.— encerrou Davi desligando o telefone na cara de Horácio.

—X—X—X—X—X—

         — Do que é que ele não gostava?— perguntou Rodrigo, após a digressão de Horácio.— Você se lembra ainda?

         — Pode soar irônico em vista do que aconteceu, mas... O que ele não gostava era de que seus agenciados tivessem qualquer relacionamento. Acho até que ele apresentou o Jefferson pra Lara pra me provocar e fazer com que eu terminasse o namoro.

         — Funcionou?

         — Não.— riu Horácio.— Ainda estamos juntos. O que nos atrapalha agora é o trabalho. Mas eu sempre fotograsfo as modelos da agência dela...

         — Ok. Muito obrigado Horácio, mas qualquer problema a gente volta.

         — Beleza.

—X—X—X—X—X—

         — Como? Ele não gostava que seus agenciados tivessem qualquer relacionamento entre si, e enfia dois deles num quarto de hotel?— era Jotapê intrigado com o trazido por seus agentes.— Acho bom colocarmos esse empresário bipolar na parede.

         — Pode deixar.— disse Nery.— Vamos Yuri. Eu faço esse sujeito contar até onde o Khadaffi está escondido.

         — Ótimo, Nery. Aí nos dividimos os três milhões da recompensa.— riu João Paulo.


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Notas finais do capítulo

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