The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 32
That there's just too much pressure to take


Notas iniciais do capítulo

Oláá´´a´ olha só dois capitulos em uma semana, recorde pvfr. Eu ainda n respondi as reviews, preferi agilizar o capitulo, mas logo eu respondo tds. Eu esqueci de dizer no cap passado, mas queria agradecer a Monikinha Bennoda que deixou review em tds os cap da fic, eu vou responder todos flor, muito obrigada *u*
Enfim, eu achei o cap bem mimimimi mas okay, as vezes ele é necessário. tem personagem novo, eu sei q as shipadoras de Chazznita ainda tão meio sei lá, mas acho q o que eu reservei pro Chaz vai agradar vcs, ou n né.
Uma última ressalva: O cap de hj é com uma musica que eu amo/respiro/rolo no chão de amores e é ela q ta salvando o capitulozinho mediano -q Já falei p vcs q to de beta nova? N lembro se falei, mas se n, deem boas vindas pra Snow_Angel, ela agr tb faz parte do nosso drama mexicano q é a The Last Time da Paixão ^^
Enfim, espero que gostem do capitulo
Boa leitura
Beeijos *u*



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- Tem certeza que não vai querer o café Sr. Bennington? – A enfermeira disse depois de analisar bem o estado de ansiedade de Chester, mas mais uma vez ele apenas negou com a cabeça, sem nem sequer voltar os olhos para a moça, logo ela acabou se dando por vencida e o deixou sozinho novamente.

Chester nem sequer lavara as mãos, deixara o sangue da garota secar ali em sua pele, como uma punição, mas aquele sangue nem de perto era tão punitivo quanto sua própria mente. Ele havia atropelado uma garota e agora ela estava correndo risco de vida por culpa dele, mais uma desgraça pra sua lista de azar. Já nem sequer conseguia se lembrar da última vez que teve sorte, as pequenas felicidades que apareciam sempre sucediam desastres tão grandes que era até difícil de colocá-las de volta na mente.

Tudo parecia tão ruim.

- Eu sei que eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas não acha que já me fodeu demais não? – Chester disse em voz baixa. Não era a pessoa mais crente do mundo, tinha a própria idéia do que era fé, nem sabia se Deus existia, mas sabia que uma força, ou alguém, ou qualquer outra coisa que existisse estava brincando com ele. No fundo, ele acreditava que merecia tudo de ruim que estava acontecendo, mas não podia dizer que gostava.

- Sr. Bennington? – Uma voz grave o chamou e imediatamente ele se colocou de pé.

- Alguma informação da garota?

- Sim. – O médico olhou para os lados, parecia um pouco desconfiado, em seguida o puxou para um canto e baixou consideravelmente o tom. – Preciso falar de algo delicado com o senhor.

- Ela está morrendo? – A voz de Chester saiu mais desesperada do que ele imaginava.

- Não... mais ou menos, esse não é bem o problema.

- Então qual é?

- Ela é imigrante – O médico passou rapidamente os olhos pela prancheta. – Mirielle Louise, esse é o nome dela, é francesa. Ela não é legal no país, eu não posso atendê-la se a família dela não tiver condições de pagar o tratamento e como foi um acidente eu teria que chamar a polícia e muito provavelmente ela seria deportada, isso se conseguir sobreviver.

- Não! Ela não pode ficar sem atendimento.

- Eu sei, olhe eu posso perder meu emprego por isso Sr. Bennington, mas eu fiz um juramento na faculdade e não posso simplesmente virar as costas para um paciente, então eu tive uma ideia.

- O que tem em mente?

O médico por um instante pareceu ficar com vergonha de prosseguir, mas logo começou:

- Eu sei que o senhor é um homem muito influente, acho que todo mundo aqui em L.A. sabe quem você é, e ninguém conhece essa garota. Além disso, nós não sabemos se ela tem família aqui e se eles têm condições de pagar a conta. Eu pensei... Bom, talvez tenha sido sorte dela ter sido atropelada por você.

- Não brinque com isso, por favor, eu pago a conta dela, é o mínimo que posso fazer. – O médico sorriu aliviado. – O que mais?

- Muito obrigada Sr. Bennington, só tem mais uma coisa.

- Qual?

- Eu preciso que dê seu sobrenome para ela.

**

Os olhos escuros de Mike a interrogavam de maneira fervorosa, Anna podia ver a fúria que parecia transbordar por aquele olhar. “Não posso hesitar agora, caso contrário ele vai achar que estou mentindo”. Ela podia sentir o próprio corpo vibrando de euforia por despejar aquela mentira de maneira tão convicta, tinha que ser real aos olhos dele, ela precisava que fosse, era sua última chance.

- Quando descobriu isso? Fez algum exame?

- E-eu... na verdade não, eu estou me sentindo diferente Mike, eu ainda não tenho certeza mas...

- Não tem certeza? Puta que pariu Anna! – Os punhos de Mike se cerraram em irritação. – Tem idéia do quanto foi difícil trazer a Anita pra cá? E você a colocou pra fora com uma notícia de gravidez que você nem tem certeza?

- Mike, é quase certeza! Além disso, – Anna fechou a cara. – O que ela está fazendo com você?

- Não diz respeito a você. – Michael respirou fundo tentando conter a profunda raiva que estava sentindo, não podia ter um filho agora, não com essa mulher. – Nós vamos fazer isso da maneira certa, amanhã cedo eu compro um teste daqueles de farmácia pra você, você dorme no quarto de hóspedes e pelo amor de Deus... não pegue mais das minhas camisas.

Anna assentiu com a cabeça e observou Mike caminhar cansado rumo à cozinha. Torceu levemente a ponta da camisa quadriculada cinza e ficou ali, estática, esperando alguma reação dele.

- O que vai fazer se eu estiver grávida?

Essa pergunta estava ecoando na cabeça de Mike, desde o momento em que ela afirmara que poderia estar esperando um filho seu, honestamente, ele não fazia a menor idéia. A cabeça dele estava uma verdadeira zona, não estava nem sequer realizando sobre o fato de ser uma outra vida no corpo dela, ele só conseguia sentir raiva. Raiva por ela ter estragado tudo. Sua vontade era de correr até o telefone e chamar Luke e os demais policiais, queria que eles a arrastassem dali para que ele nunca mais tivesse que encarar aquela face pálida, aqueles lábios rosados demais, o cabelo curto, escuro, aquele queixo proeminente que em um passado distante ele sabia que amara mais do que qualquer outra feição de outra mulher, mas aquilo era passado. Olhar para aquele rosto agora só lhe trazia péssimas lembranças, só lhe trazia decepção.

Mike desviou os olhos para o interior da cozinha, não respondeu a pergunta, ele não tinha uma resposta. Pegou uma garrafa de água e despejou o líquido translúcido em um copo, evitando olhar para a figura dela ali no meio da sala, sua mente agora começava a perturbá-lo com o estado de Anita. Ele afirmara para ela que nada havia acontecido entre ele e Anna, por mais que ele acreditasse que realmente não havia nada com ela, sabia que ao menos uma noite de entrega havia existido e aquilo podia destruir tudo.

Anita possivelmente o estava odiando naquele instante, era preocupante, Ann sempre fazia alguma idiotice quando estava perturbada, e quase sempre acabava na cama de um hospital.

- Vá pro seu quarto, Anna.

- Tem certeza que não quer conversar?

- Eu quero, mas não com você.

Ela ainda continuou a encará-lo por um curto instante, mas logo em seguida se retirou. Mike automaticamente pegou o celular no bolso e discou o número de Anita, já quase prevendo que ela não atenderia. Deixou uma mensagem na caixa de mensagens e ligou para Chester, ali em Los Angeles, Anita só teria duas opções, ele poderia ser sua primeira. Esperou ansioso pela voz do amigo soando do outro lado, mas ela não veio.

- Chester?

- Não, o Sr. Bennington deixou seus pertences junto com o carro apreendido senhor.

- Apreendido? – “Meu deus Chaz, o que aprontou dessa vez?”, Mike perguntou internamente. – O que aconteceu? Onde ele está?

- Uma batida de carro, ele atropelou uma pedestre. Ele a acompanhou na ambulância.

- Para qual hospital? – Rapidamente Mike arrastou um bloco de papel que havia sobre o balcão e anotou o endereço. – Estou a caminho de lá.

Em seguida desligou. Só então Mike notou que tremia, talvez fosse a adrenalina, só sabia que mesmo se ficasse em casa, não conseguiria dormir. Alguém tinha que procurar por Anita, mas Chester provavelmente estaria em uma encrenca grande demais para isso.

Antes de sair, rapidamente discou um terceiro número.

- Dave? Sou eu, Mike.

- Ahm, Mike, não é o Dave, ele esqueceu o telefone aqui em casa, sou eu, Rob.

- Ah! Desculpe acordá-lo Bourdie.

- Não tem problema, eu não estava dormindo na verdade. O Phi passou a tarde aqui e acabou saindo meio às pressas pra buscar a cadela no Pet Shop. – Rob soltou uma risada breve do outro lado. – Pode tentar ligar no telefone fixo dele...

- Não, eu não tenho muito tempo, talvez você possa me ajudar.

- Claro, mas ahm, aconteceu alguma coisa?

- Muita coisa na verdade... – Mike agitou a cabeça tentando não perder o foco. – Estou indo ao hospital, parece que o Chaz atropelou uma pessoa.

- O quê? Meu deus! Está tudo bem?

- Eu ainda não sei, mas o Chaz não está em muita condição de ficar sozinho em uma situação dessas. Mas, Bourdie, o que eu quero te pedir é que procure Anita pra mim, eu trouxe ela comigo, mas aconteceram algumas coisas, ela provavelmente está na casa do Chaz, ou de um dos amigos, eu sei que a Kady é a sua ex, por isso ia pedir pro Dave mas...

- Não se preocupe com isso, eu procuro por ela.

- Tem certeza que não vai ser incômodo?

- Isso não importa, eu vou encontrá-la.

- Obrigada Rob.

- Ligue dando notícias do Chaz okay?

- Claro.

Depois de desligar o telefone, Mike saiu correndo rumo ao estacionamento, precisava ir atrás de Chester agora.

**

A campainha ecoou irritante por todo o apartamento, Kady havia cochilado sobre uma porção de esboços de peças de motocicletas, acordou sobressaltada e ligeiramente olhou no relógio, eram duas da manhã.

- Já estou indo. – Gritou meio rouca enquanto se levantava da escrivaninha, se arrastou sonolenta e rapidamente espiou pelo olho mágico, sendo pega de surpresa. – Oh meu deus não pode ser!

Se apressou em destrancar a porta, e logo um corpo esguio e loiro desmoronou aos prantos sobre ela.

- Kady!

- Ann! Oh meu deus, o que aconteceu?

- Só me abraça, por favor. Eu senti tanto a sua falta.

Kady prendeu a respiração, também queria chorar.

- Eu também senti sua falta, sua vadia loira. Como foi capaz de ir embora...? Eu precisei tanto de você. – As duas se abraçaram com força por um longo instante, até Kady lembrar que deveria acomodá-la dentro de sua casa.

Anita entrou na casa da amiga e se sentou no sofá, jogando a mochila no chão. Se encolheu, abraçando os joelhos e Kady lhe trouxe uma xícara de café.

- Sei que café deixa as pessoas acordadas, mas não tenho mais nada aqui. Estava trabalhando.

- Não tem problema. – Ann pegou a xícara com as duas mãos e o assoprou. As lágrimas haviam cessado, mas aquela sensação de choro e tristeza ainda apertava seu peito, queria chorar, mas as lágrimas pareciam presas, era uma sensação tão ruim que parecia retardar sua respiração.

- O que está fazendo aqui em L.A.? Por que está tão abalada?

Anita não sabia bem descrever o que acontecera, sua mente estava uma confusão tão grande que de repente a imagem de Anna vestida na camisa de Mike parecia um borrão deformado. Tentou contar o que acontecera da melhor forma que pode, logo estava aos prantos no colo de Cláudia outra vez.

- Essa Anna é uma vadia, você devia ter acertado a cara dela.

Um riso involuntário escapou da boca de Anita.

- Você sabe que eu te amo não é? – Disse por fim

- Eu também te amo sua vaca desnaturada...

- Me desculpe por tudo, eu não queria ter saído daquele jeito, mas eu não tinha outra alternativa. Você e o Rob... eu devia estar aqui pra te apoiar.

- Teria sido muito mais fácil com você aqui, mas eu acho que, eu estou sarando aos poucos. Eu ainda o amo, mas eu não posso amar sozinha.

- Você está certa, ele foi um idiota.

- Chester sabe que está na cidade?

- Não, eu ainda não falei com ele. Como ele está? As crianças?

- Ele está bem, as crianças também. Ele é um homem forte, to tentando pegar umas lições com ele.

- É?

- Acabou que eu consegui outro Bennington pra minha coleção de amigos.

- Isso é bom... Eu temia por ele. Quando ele foi me visitar parecia muito instável. Por mais que ele tente esconder, Chaz é um cara sensível, e muita coisa tem acontecido com ele.

- Com todos nós. – O telefone de Anita tocou, ela nem o tirou do bolso, permaneceu deitada com a cabeça sobre o colo de Kady – Não vai atender?

- Não, é o Mike. Eu falo com ele amanhã, agora eu só quero... Esquecer tudo. Ainda tem o julgamento daqui há um mês, Arg! Minha vida é um desastre.

- É mesmo. – Kady concordou meneando freneticamente a cabeça, as duas então se entreolharam e sorriram juntas.

- Obrigada Kady, eu estava precisando desse seu humor idiota.

- De nada, te mando a conta dos meus serviços depois.

A campainha tocou novamente, as duas se entreolharam rapidamente.

- Se for o Mike... Eu não quero vê-lo hoje.

- Pode deixar, eu chuto esse Shinoda com meu pé de aço. – Cláudia se levantou e novamente espiou pelo olho mágico, ficou sem ação.

Cerrou as mãos em punho hesitando em abrir a porta.

- Cláudia, eu sei que está acordada, abre a porta, por favor. Eu posso ver a luz pela fresta. – Imediatamente sua mão correu em encontro ao interruptor e apagou a luz, do outro lado da porta ouviu a risada rouca e baixa de Robert. – Vamos lá Kady, só quero saber se a Anita está bem.

- Então ligue para ela, ela vai gostar muito de ser acordada do outro lado do país.

- Pare com isso okay? Nós dois sabemos que ela está aqui. Abre a porta, só quero falar rapidamente com ela, Mike está preocupado.

Kady olhou para Anita esperando por uma resposta, a loira apenas assentiu para que ela abrisse a porta. Kady respirou fundo mais uma vez e abriu a porta, do outro lado, Rob esboçou um sorriso mais doce do que todos os outros que ela havia recebido ultimamente dele.

- Oi Cláudia.

**

- Você não acha que as pessoas vão achar estranho você ter atropelado sua própria prima?

- Eu já pensei na história.

- Já? Uau, bom, eu vou adorar ouvir.

- Isso não é uma brincadeira Mike.

- Vamos lá, a menina já está fora de perigo...

Chester voltou o olhar para o amigo, o cabelo espetado parecia desgovernado de um jeito que ele nunca havia visto antes, a roupa estava amarrotada, o próprio Mike lhe parecia esquisito demais naquele momento, mas era muito difícil ser grosseiro olhando para os olhos brincalhões dele. Parecia haver sempre um sorriso nos olhos do Shinoda. Chester se permitiu abrir um breve sorriso.

- Eu vou dizer que estava indo buscá-la, o som estava alto eu estava cantando, a rua estava vazia, escura e não vi que ela estava atravessando a rua.

- Nossa que legal, você atropelou sua parente porque estava brisando. – Mike soltou sua gargalhada de golfinho e Chester o empurrou para fora do banco, fazendo com que ele quase caísse no chão.

- Era por isso que não queria falar pra você.

- Não seja tão ranzinza, você não é assim.

- Não foi você que atropelou ela.

O sorriso de Mike se desvaneceu por um instante, como se ele se lembrasse de algo.

- Me desculpe, eu só estava tentando amenizar a tensão.

- Eu sei... Obrigada.

- Não acredito que deu o nome da Ann pra ela. – Mike retomou o tom brincalhão.

- Eu não pensei muito, espero que ela não se importe.

O médico voltou com um sorriso de orelha a orelha, aquilo era um bom sinal.

- Sr. Bennington, nós conseguimos, ela já está acordada.

Chester respirou aliviado e abraçou Mike, em seguida cumprimentou o médico.

- Obrigado doutor.

- Acho que sou eu quem deve agradecer.

- Eu posso vê-la?

- Claro, ela só ainda está um pouco confusa, não a force demais.

Antes de entrar no quarto da garota, ele levou um instante observando-a pelo vidro, ali deitada. Agora, depois que toda a confusão já havia passado, ele enfim pode prestar atenção na fisionomia da garota.

- Eu ia me odiar pra sempre se eu tivesse acabado com a vida de uma moça tão bonita. – Chester disse em um sussurro para si mesmo.

Abriu com cuidado a porta e entrou, os olhos da moça se abriram com o ruído da porta sendo aberta. O pescoço dela estava imobilizado, assim como o braço estava engessado. O cabelo ruivo se espalhava pelo travesseiro como os raios de um sol, os olhos piscavam com força por causa da luz forte, eram verdes.

- Oi.

Ela levou um longo instante para responder.

- Doutor? É você?

 - Não, eu sou ahm... o cara que...

- Oh.

- Isso... eu queria pedir minhas sinceras desculpas a você, eu lamento muito, foi um acidente, eu espero que nenhuma cicatriz desse acidente fique em seu corpo. Eu realmente sinto muito.

- Vem aqui perto, não posso me virar para ver seu rosto.

Assim como ela pediu, Chester o fez, se aproximou da cama da garota e o olhar de ambos se encontraram no ar.

- Você... você é lindo. – Chester sorriu corando levemente. – Sorrindo é mais lindo ainda.

- E você é muito conquistadora.

- Eu não posso fazer nada, está no meu sangue. – Imediatamente Mirielle se recordou de algo que fez o sorriso de seus lábios sumir, mas Chester já sabia o que era.

- Eu dei o nome da minha prima pra você, assim eles podem cuidar de você sem saber que você não é daqui.

- Isso é sério? Fez mesmo isso por mim?

- Era o mínimo que eu podia fazer depois de te quebrar toda com meu carro. Eu pensei ter visto uma coisa que era impossível, acabei colocando a sua vida em risco.

- Acredite, se eu tivesse morrido não ia fazer muita diferença pra ninguém.

- Ia fazer pra mim.

- Meu deus que docinho que você é, acho que vou me apaixonar por você.

- Não faça isso, vai se arrepender muito. Sou um fardo ambulante. – Chaz riu um pouco entristecido. – Você tem família aqui?

- Eu não tenho família em lugar nenhum, na verdade. Você podia me levar pra sua casa e cuidar de mim lá.

Chester foi surpreendido com a proposta.

- Eu não sei, eu tenho crianças e elas podem estranhar...

- Oh. – O rosto de Mirielle se alternou entre vergonha e confusão. – Eu achei que não, oh meu deus, me desculpe. Eu achei que...

- Não se desculpe. Eu vou levar você pra casa.

- Você não precisa fazer isso só por que... – Mirielle interrompeu-se, uma pontada de dor em seu pescoço a fez apertar os dentes e fechar os olhos por um momento. – Eu estava tão anestesiada que quase esqueci que um carro passou por cima de mim.

Os dedos dele tocaram a pele intacta da mão que não estava atada, Mirielle imediatamente os apertou com força. Passou-se um longo instante, Chester chegou a pensar que ela adormecera, mas Mirielle logo voltou a falar.

- Qual o nome dela?

- Dela?

- Da sua prima, que você me deu o nome.

- Eu não te dei, ela não morreu então é só emprestado.

- Entendi... mas qual é o nome?

- Anita. Anita Bennington.

- Bennington. – Mirielle pronunciou como se saboreasse o sabor daquele sobrenome. – Me soa familiar.

- Soa? Deve ser porque é muito comum.

- Comum? É mesmo.

- Sim. – Chester sorria internamente.

- Eu gostei desse nome.

- Que bom que gostou... Acho que agora é melhor eu te deixar agora, precisa descansar.

A mão dela se agarrou com um pouco e desespero à dele.

- Fica mais um pouco.

- Eu não posso, como eu disse, eu tenho crianças e a babá já deve estar querendo me matar por ter passado a noite fora.

- Ah, tudo bem então. – A mão de Mirielle largou a dele aos poucos e os olhos verdes dela se fecharam novamente. Chester permaneceu um instante sem ação, mas logo puxou uma cadeira para perto da cama dela.

- Acho que temos tempo pra uma única canção.

- Canção? Você vai cantar?

- Sim, mas só dá certo se você fechar os olhos.

- Eu não estou com sono.

- Gente doente sempre está com sono, anda fecha os olhos.

Mirielle então o obedeceu e fechou os olhos, a melodia na voz dele veio logo em seguida.

There's something inside me that pulls beneath the surface, consuming, confusing. This lack of self control I fear is never ending, controlling, I can't seem. To find myself again. My walls are closing in –Chester baixou ainda mais o tom de sua voz. – Crawling in my skin, these wounds they will not heal. Fear is how I fall, confusing what is real.

- Você tem uma voz muito boa! Alguém já disse pra tentar cantar profissionalmente?

- Você acha? Não acho que tenho cara de cantor. – O sorriso dele se abriu novamente. – Eu realmente preciso ir agora.

- Espero te ver outra vez.

- Ah não sei, vou estar muito ocupado preparando o quarto da minha prima acidentada, pode ser que eu apareça alguma vez.

O sorriso da ruiva se abriu de orelha a orelha.

- Muito obrigada.

- Até breve Anita.

**

Assim que ouviu o som da porta se fechando, Anna se levantou imediatamente em busca do celular, não se importava que Mike tivesse ido atrás de Anita, no momento se safar era sua prioridade. Teve medo de que o número que procurava já não estivesse mais entre seus contatos, mas para seu alívio, ainda estava lá, guardado para as extremas emergências.

- Por que caralhos está ligando para mim a essa hora da madrugada?

- Ainda bem que continua sendo um poço de gentileza.

- O quer que queira de mim, já aviso que não vai ter. Eu não me envolvo mais com você e o Kevin.

- Eu não estou com o Kevin.

- Claro que não, ele está na prisão e você em algum inferno telefonando pra mim.

- Não seja tão rude, eu preciso de ajuda.

- É claro que precisa, e eu já dei minha resposta.

- Eu preciso que me consiga um teste de gravidez positivo.

- O quê? Eu não vou participar dessa sua brincadeira de casinha Anna.

- Drew, por favor, ninguém vai saber e eu estou desesperada, eu sei que você tem pessoal aqui em L.A. que arranja isso em dois tempos. Faz isso por mim, eu imploro!

Do outro lado da linha Drew ficou em silêncio, apenas sua respiração forte mostrava que ele ainda estava ali, Anna cruzou os dedos, apreensiva.

- Okay, eu tenho alguém na cidade que pode te conseguir um teste alterado. Eu vou te passar o número, mas não quero que me ligue nunca mais entendeu? E se me relacionarem com isso eu tenho gente aqui que corta esse seu pescoço magro em um piscar de olhos.

- Entendi! Muito obrigada Drew! – Rapidamente ele disse o número e desligou, sem saudações, nem palavras doces.

Anna sorriu animadamente, agora mesmo que fosse apreendida, tinha um trunfo na manga. Mike jamais permitiria que a mãe de seu filho ficasse na cadeia.

**

- Fico aliviado que esteja bem, Mike estava com medo que se machucasse outra vez.

Anita não respondeu, apenas acenou com a cabeça. Rob se esticou um pouco mais e depositou um beijo na testa de Anita, em seguida se levantou para ir embora. Cláudia observou o diálogo todo à distância, desde que ele entrara em sua casa ela não trocou palavra alguma com ele, mas ele não pode deixar de vez ou outra desviar os olhos de Anita para ela.

Kady parecia ficar mais bela a cada dia, mais forte e parecia odiá-lo cada vez mais, aquilo a deixava incrivelmente mais atraente. Os cabelos castanhos e ondulados estavam presos em um coque desarrumado, estava descalça e usava shorts jeans e uma blusa de magas compridas comum, Robert podia simplesmente ir embora e deixar tudo aquilo para trás, estava tudo acabado entre eles, então por que essa situação entre eles se tornava tão incômoda?

Nenhuma mulher o agüentava por muito tempo, era isso que ele acreditava desde sempre, ele era Rob Boudon, o único não casado do Linkin Park, o cara dos relacionamentos curtos. Acontece que ele ficara tanto tempo sozinho que a solidão já era cômoda, e as mulheres ao seu redor pareciam sempre se importar com uma outra coisa que não fosse ele. Mas acontece que Kady se importava com ele, ela queria mais dele do que apenas uma companhia, ela queria amor, o amor dele. O que era tão assustador nisso? Era medo de se machucar? Ele a chutara de sua vida por um motivo tão idiota que agora nem se recordava mais, só conseguia pensar no quanto ela era linda e no quanto ele era um idiota.

- Você já viu que a Anita está inteira, acho que já pode ir embora.

“Fale com ela, fale com ela, fale com ela, fale com ela...”, a mente dele se agitava e se debatia contra a vontade dele.

- Tudo bem, eu já estou indo. Boa noite Ann, Kady...

Cláudia abriu a porta sinalizando para que ele saísse, sua expressão era dura feito pedra. Antes de sair ele parou um breve instante para olhar em seus olhos uma última vez, “Fale com ela Robert, fale, anda fala alguma coisa...”, em seguida baixou os olhos e saiu, a porta bateu forte assim que seus pés pisaram no corredor. Ela estava magoada demais pra fingir doçura com ele.

Mas Rob não foi embora, seus pés estavam em um complô com sua mente, parecia grudado no chão. Um calor preenchia seu peito, aquela coceira de antes agora queimava e se consumia dentro dele.

De súbito se virou para a porta novamente e bateu nela com um desespero que nunca lhe havia sido habitual, mas ele bateu, bateu na madeira da porta com tanta força que sentia os nós dos dedos esquentando e reclamando da dor, logo estava batendo com ambos os punhos e fazendo aquela superfície de madeira estremecer até ranger as dobradiças.

- Kady, abre essa porta! – Ele não gritou, mas aumentou seu tom de voz consideravelmente. Era uma sensação totalmente estranha ao seu corpo, toda aquela coragem...

A porta foi aberta inesperadamente, fazendo com que Robert cambaleasse alguns centímetros para a frente.

- FICOU LOUCO? – Ela disse irritada.

Ele não disse mais nada, deu um passo grande para dentro do apartamento novamente e a puxou para si, beijando-a nos lábios tão fervorosamente que chegava a se atrapalhar.

Ela não correspondeu a princípio, lentamente suas mãos o seguraram pelos ombros e o afastaram, ele não queria se afastar dela, mesmo com os lábios separados, ele deixou sua testa colada à dela.

- Me perdoe Kady, eu... eu...

- Vai embora Rob. – Kady mantinha os olhos voltados para os pés, sentia o coração pulsando tão forte que achou que ia morrer, ela queria chorar, mas não podia fazê-lo na frente dele. – Sai, por favor.

Rob assentiu em silêncio e girou nos calcanhares para ir embora.

**

- Quem é vivo sempre aparece não é? – O tom sarcástico em sua voz quase deixava evidente a mágoa que sentia.

- Eu disse que caso se envolvesse com essa gente novamente eu não estaria aqui pra te livrar outra vez, você não quis me ouvir.

- Eu achava que você era meu melhor amigo.

- O único melhor amigo que se tem na vida é a si próprio Kevin, você devia saber disso.

- Já não importa mais. – Kevin agitou os pulsos tentando aliviar o desconforto das algemas. – Por que está aqui? Achei que nunca mais ia dar as caras.

- Eu recebi uma ligação ontem a noite, talvez lhe possa ser útil.

- De quem?

- Anna Hillinger, acho que consegui o seu trunfo meu amigo.


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Notas finais do capítulo

A volta dos que não foram estrelando: Drew -q
Espero q tenham gostado
Beeijos e até o próximo *estou tentando agilizar o maximo q posso*