Um Amor para Yue escrita por La-Fenix


Capítulo 6
Eu não fui feito pra isso


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, semana cultural, prova e trabalho esgotam a pessoa e fazem ela esquecer de atualizar suas fics.



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O metro zunia sinal que estava se aproximando um trem. Eu aguardava apreensiva perto da plataforma enquanto Yue me fuzilava a dois passos de distância, depois do pequeno incidente no sebo, ele havia entrado num regime de frivolidade.

Aquilo estava me matando por dentro, como eu ia saber que ele é um isolado social que odeia se expor? Ele devia ter me dito isso antes, o quê custa fala: 'Akai eu sou um neurótico anti-social, que prefere dormir e ficar fazendo controle de estoque, do que sair e conhecer o mundo. '

-Eu já pedi desculpas!-Falei alto o suficiente para ele ouvir, já que a estação estava vazia. -Eu só preciso ir em casa pegar minhas coisas, afinal eu estou em prisão domiciliar até segunda ordem.

Der repente Yue estava com a cabeça ao lado da minha, o movimento foi tão rápido que eu não pude notar.

–Eu só queria saber por que você aceitou aquela seção de fotos. -Ele não parecia perguntar algo, ele parecia um policial interrogando o suspeito de um crime hediondo.

Pensei um pouco antes de responder:

–Acho que foi da boca pra fora, elas pareciam tão desesperadas por ajuda que não pude resistir. – Respondi-lhe entrando no vagão semi-vazio, enquanto dava um sorriso torto.

Yue deu um longo suspiro e ficou encarando o túnel que passava como um borrão a nossa frente. Eu não sabia se aquilo era raiva ou contentamento, na verdade a gama de expressões dele era bem limitada, se resumia a uma expressão frívola e a um olhar pragmático.

Passamos alguns minutos nesse estado até o trem chegar na estação que iríamos descer. Admito que saí do metrô aliviada, finalmente eu estaria em casa junto das minhas pinturas, e dos meus doces.

Eu possuía a mesma mania do Kero, o vício em doces, afinal meu corpo não precisava de mais nada, tirando magia.

Viramos algumas ruas de movimento médio até chegarmos na frente do meu estúdio. Ele tinha uma entrada simples, uma porta e bem ao lado uma vitrine que exibia uma de minhas últimas criações.

Era uma flecha de cor azulada que apontava para um campo de flores na qual centrava uma bela primavera desabrochando. Yue olhou para a pintura enquanto eu abria a porta, aquilo me deixou inquieta afinal ele nunca se interessava por nada.

–Quer entrar? –Perguntei com a maior simpatia que pude.

–Seja rápida, sinto a presença de um daqueles bichos e esse parece ser terrestre. –Ele sabia bem como estragar o dia de alguém, isso eu garanto.

Entrei em casa, passei pela salinha onde eu expunha minhas obras e fui direto para os fundos da loja. Peguei somente o necessário como roupas, dinheiro e algumas outras coisas e pus tudo numa mochila de tamanho considerável.

Saí da loja mais não encontrei Yue, olhei para um lado e para o outro e nada daquele infeliz.

Foi quando alguma coisa atingiu minhas costas me empurrando pra baixo com uma força monstruosa. Naquele momento todo ar dos meus pulmões foi retirado, nunca me senti tão exposta, minha garganta pulsava com a velocidade do meu coração que estava disparado. Tentei gritar, mas o ar havia se esvaído de meus pulmões de uma forma tão rápida que nada saiu de minha garganta.

 Naquele momento eu senti muita raiva. Eu era uma guardiã das cartas criada por Clow e fui rendida daquele jeito, meu coração gritava de raiva e minha consciência se enfurecia com minha situação. Todo meu corpo pareceu se entorpecer com a falta de ar, eu queria poder me transformar e acabar logo com aquele bicho.


Yue

A fera estava em cima de Akai, ela soltava uma gosma pegajosa da boca que se prendia em seus longos pelos cinzentos. De certa forma a fera era mais nojenta que ameaçadora, apesar da constituição poderosa e da agilidade bestial. A guardiã havia parado de se mexer e sua pele cor de chá estava se tornando azulada.

Meus braços praticamente se moveram sozinhos, e mesmo com a distância que tive que manter para a fera não me notar, atirei uma flecha no flanco esquerdo dela, e ela deixou Akai para me atacar como se a flecha só tivesse sido um palito. Felizmente quando a fera deixou Akai, ela voltou a respirar e rapidamente se afastou do animal, encostando-se numa parede próxima e colocando a mão no peito.

 Naquele momento eu vi como ela era indefesa, qualquer um com o mínimo de percepção teria fugido o mais rápido o possível ao sentir a presença da fera, nunca teria ficado parado esperando o ataque como Akai. Havia porem algo nessa falta de percepção que me deixava louco, era como se ela implorasse para alguém protegê-la.

Já transformado abri minhas asas, e voei por cima da fera que estava em colisão comigo, no ar atirei outra flecha desta vez na pata do monstro. Ele urrou de dor e tentou arrancar a flecha com os dentes, porem novamente atirei e desta vez a flecha se cravou no seu focinho.

–Venha Akai!-Fui ao chão e peguei-a no colo, Akai era muito leve de modo que foi fácil alçar vôo com ela.

–Yue o que foi aquilo?-Perguntou a ruiva em meus braços, se encolhendo enquanto levava uma mão ao meu pescoço e a outra ao próprio peito. –Eu não senti nenhuma presença mágica vindo dele, aquilo foi muito estranho.

Olhei para ela preocupado e disse:

–Você não sentiu a presença dele Akai? –A fera não tinha uma presença tão marcante, eu mesmo fui surpreendido pelo animal porem eu sabia que ele estava lá, tanto era que eu achava que Akai fugiria para se proteger. –Seus poderes são tão fracos assim?

Pelo modo que ela abaixou a cabeça eu podia deduzir que havia acertado, e pelo modo que seu coração começou a bater  ela não gostava disso.

–Não é fácil uma criação mágica ficar sem dono... Meus poderes e sentidos mágicos são fracos para eu poder existir. – Vi que uma lágrima escorria de seus olhos até o queixo, encostei o nariz no rosto cor de chá e limpei suas lágrimas.

–Eu já passei por isso, perdoe-me pela grosseira... -Akai levantou o rosto e beijou minha bochecha, só o fato de ter seus lábios tão macios tocando meu corpo, de modo tão gentil, fez meu coração disparar.

–Sabe, você é um frívolo que parece não sentir nada, mas às vezes consegue ser gentil. –Akai relaxou a cabeça no meu ombro e ficou assim até chegarmos em casa.


Akai

Ao chegarmos na varanda Yue me colocou no chão e escondeu as asas, que desapareceram numa bonita luz azul. Ele parecia estar incomodado com alguma coisa, eu estava incomodada com a neve da noite já que não gostava de ficar molhada.

Yue abriu a porta da varanda e me deu passagem, não me demorei no relento e logo entrei no quarto jogando a mochila no chão enquanto massageava meus ombros pelo peso que eu estava levando.

Ele entrou em seguida, voltando para o disfarce, francamente ele parecia muito pensativo. Cheguei perto de seu rosto que estava a pôr seus óculos e perguntei:

–Fiz algo para te magoar? –Yue simplesmente encostou sua testa na minha e fechou os olhos, dando um longo bocejo.

-Eu não fui feito para te salvar todo dia sabia? –Acariciei seu longo cabelo cor de areia, rindo da minha preocupação infundada.

–Acho que você foi feito para dormir Yue, afinal está sempre tão cansado. –Afastei-me dele e fui separar meu pijama para depois banhar-me. –Se me dá licença vou tomar banho.

 -Já sabe onde fica o banheiro. -Disse Yue assumindo sua postura fria de antes e indo para a sala.

 Peguei minhas coisas e fui para o banheiro, que a propósito tinha uma banheira com pezinhos linda. Abri a torneira de água quente e me despi enquanto a banheira enchia. Olhei para minhas costas cheia de hematomas, com certeza aquilo iria doer quando eu entrasse na água quente.

  Olhei em volta e fiquei admirada que um homem cuidasse tão bem da casa, o banheiro brilhava de limpo, as toalhas estavam macias e cheiravam bem e havia potes de cremes de ervas para o cabelo.

 Separei um creme com cheiro de rosas, fechei a torneira e entrei na banheira de água quente. Aquilo foi santo e salvador, meus músculos ficaram tão relaxados que eu me sentia uma boneca de pano molenga. Tive que usar toda a minha força de vontade para lavar meu cabelo sujo com aquele creme cheiroso.

 Devo ter ficado imersa por vinte minutos até criar coragem para sair da banheira, e vestir meu pijama. Ainda assim deixei meu cabelo úmido por causa da preguiça que eu tinha Ed secá-lo

'Yue deve estar dormindo no quarto dele, é melhor eu dormir no sofá'-A sala estava escura e eu não queria acender a luz com medo de acordar o Yue, então tateie  o lugar até achar o sofá.

Notei que tinha um volume fofo no sofá, mas achei que era só um edredom que Yue tinha colocado ali. Cansada pelo dia exaustivo que tive e pelo banho que havia tomado me joguei no sofá.

 Levei um baita de um susto quando algo se ergueu repentinamente abaixo de mim, e me envolveu com seus longos braços:

 -Me solta! Seu pervertido, nojento! Vai pro inferno, morre! –Gritei desesperada achando que era um lacaio de Nelke. Eu continuaria a gritar porem uma mão tampou a minha boca me impedindo de gritar.

 -Temos sérios problemas em relação aos seus escândalos Akai... –Era Yue que falava, nunca fiquei tão feliz que alguém me tocasse como ele tocou. -O que você está fazendo aqui?

 Ele tirou a mão da minha boca e me soltou, muito ruborizada disse:

 -Achei que você estivesse no seu quarto... Desculpe não queria ter te acordado. –Ruborizei até a raiz do cabelo ao perceber que eu e ele estávamos perto demais um do outro.

Levantei-me o mais rápido que pude porem dei com meu dedão na quina de alguma coisa.

-Aucht! –Exclamei de dor.

Ouvi uma movimentação no sofá e Yue me pegou no colo e bufou:

 -Você é mais desastrada que a Sakura, deixa que eu te levo ao quarto assim eu mantenho meu apartamento inteiro.

Ele me levou até o quarto nos seus braços, meus cabelos estavam por todo o corpo dele e o cabelo dele estava por todo o meu corpo.

-Boa noite Akai. –Yue me deixou na cama e beijou minha testa.

 -Bo... Boa noite Yue. –Virei-me de lado e fechei meus olhos.



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Notas finais do capítulo

Devem me achar uma lorde malvada, mas eu juro que o proximo capítulo será fofo!



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