Capítulo 39 – Narrado por: Katherine Pierce e Klaus Gillies (sandwich K)

Parte 1 – Katherine Pierce

-Elena! – exclamei e ela atirou-se para os meus braços a chorar.

-Senti tanto a tua falta, irmã! Queria que tivesses lá estado comigo para me apoiares – disse ela, a chorar.

-Oh, Elena, quem me dera ter lá estado – disse e lágrimas escorreram pelos meus olhos. – Foi uma estupidez teres ido sem mim.

-Quem me dera nunca ter ido. Elijah não estaria… morto – falou Elena, forçando a última palavra a sair da sua boca.

Nem eu acreditava, mas era a verdade inegável.

-Elena, temos que nos preparar para o funeral.

Elena acenou e desfez o abraço. Fitou Stefan e ele abriu-lhe os braços. Ela correu para Stefan e os dois abraçaram-se com força.

-Katherine – falou Damon e pegou na minha mão, delicadamente.

-Damon – proferi com cordialidade. Fiz-lhe uma vénia e ele revirou os olhos.

-Não é preciso tanta formalidade. Dá-me um abraço.

Abracei-o pelo pescoço e impedi as lágrimas de descerem pelo meu rosto. Só de pensar que podia ter sido ele a ter levado aquele tiro…

Desfiz o abraço e pisquei os olhos com força.

-Tenho que ir – falei e retirei-me com Elena no meu encalço.

Entrei no meu quarto, e o vestido preto já estava preparado, assim como o chapéu, os sapatos e as joias. Respirei fundo. Isto estava a ser difícil para mim, mas para Elena não devia de ter comparação.

Roupas de Elena e Katherine: http://www.polyvore.com/funeral_de_elijah_fanfic_as/set?id=55069266

Depois de me vestir, saí do quarto e Elena já estava no andar de baixo, com Stefan, Damon e Giuseppe. Todos nós tínhamos rostos abatidos, e eu preferia nem pensar na dor da família Gillies.

Seguimos todos em duas carruagens, uma onde ia Master Salvatore sozinho, e outra onde íamos os quatro. O silêncio era agonizante, mas a dor em cada um de nós era palpável.

Chegámos ao cemitério e caminhámos lentamente até ao local onde se iria fazer a oração e enterrar Elijah. A família Gillies estava lá toda, até mesmo a família que se tinha dispersado pelos outros Estados estava presente. Finn e a sua esposa, que nunca tinha visto na vida, a família de Tatia que entretanto tinha-se mudado para Nova Iorque, e outros presentes de quem só tinha ouvido falar.

A minha mãe estava lá, mas eu não me aproximei dela. Elena viu-a, mas recusou-se a ir ter com ela, afinal nenhuma de nós queria dar-lhe explicações sobre como Elena se tinha metido num barco com Elijah e Damon, e tinha tentado ir a Espanha. Ela sabia que ela tinha ido de viagem com Elijah, mas nunca tinha pensado que era para o continente ao lado.

-Queridos irmãos e irmãs… - começou o padre e eu tomei atenção.

As irmãs de Elijah só choravam, limpando as lágrimas com os lenços brancos e abraçadas aos seus irmãos. Peguei na mão de Stefan, procurando equilíbrio. Ele apertou as nossas mãos com força e olhou-me com pesar no olhar. Eu sabia o que ele estava a pensar: se eu morresse, ele não iria sobreviver, e o pior era que o sentimento era recíproco.

Elena estava ao meu lado e Damon tinha um braço por cima dos seus ombros. Ela tremia por causa dos soluços e tentava abafar o choro no peito de Damon. Eu nunca tinha ninguém visto morrer, já tinha presenciado a morte, mas ver um coração a parar de bater à minha frente, nunca. E não queria. A dor de Giuseppe, a dor de Elena e Damon, que apesar de não chorar, nunca o tinha visto com o queixo tão reto, a não ser no funeral da mãe dele.

Parte 2 – Klaus Gillies

O funeral acabou e Mystic Falls inteira foi para a nossa casa, para as bolachas e o chá, dar as suas condolências pessoalmente e os meus pais queriam fazer um discurso que eu não queria ouvir.

Mal cheguei a casa, subi para o meu quarto e por uns tempos fiquei a tentar controlar as lágrimas, mas quando vi que não era possível, então a raiva veio junto com a dor da perda do meu irmão.

Com violência removi tudo da mesa onde estavam os meus desenhos e caiu tudo no chão com um som de vidros a partirem-se e madeira a bater em madeira. Comecei a destruir tudo no meu quarto, com a vista turva devido às lágrimas, com a cabeça cheia de ódio, com o coração descompassado de dor. Tudo o que eu queria era morrer naquele momento.

Elijah era o meu irmão mais próximo para além de Rebekah. Éramos como… irmãos. Eu amava-o, ele era o meu irmão e depois de Tatia colocámos os problemas para trás e éramos confidentes um do outro. Caí no chão, esmurrando o tapete. As lágrimas eram demasiadas, a dor era impossível de se suportar.

-Klaus – disse a voz mais doce e as suas mãos delicadas alcançaram-me o rosto, obrigando-me a fitá-la. – Eu estou aqui, contigo. Tu não estás sozinho nisto. Eu estou aqui só para ti.

-Caroline – suspirei e os soluços vieram.

-Não precisas de dizer nada – disse o meu anjo de cabelos loiros e abraçou-me. – Eu estou aqui, e sempre estarei.

-Ele era meu irmão – proferi por entre o choro.

-E eu não consigo imaginar pelo que estás a passar porque isso nunca me aconteceu, mas eu estou aqui. Não precisas de enfrentar isto sozinho.

-Obrigado, Caroline – disse ao fim de alguns minutos, quando o choro se tornou mais ameno e os soluços pararam.

Ela apertou-me nos seus braços e eu senti-me mais reconfortado. Sim, Elijah, o meu irmão tinha morrido, mas Caroline estar ali amenizava a minha revolta por dentro, porque ela era o meu anjo, o meu porto de abrigo, a única pessoa com quem eu podia realmente contar a partir de agora.