Capítulo 11 – Narrado por: Katherine Pierce, Elena Pierce e Stefan Salvatore

Parte 1 – Katherine Pierce

-Sabes uma coisa, Emily? Acho que Elena está muito chegada a Damon.

-A sua irmã está aborrecida com Mr. Stefan – falou Emily.

Nós duas estávamos a fazer a nossa habitual caminhada da tarde. Todos os dias, depois do pequeno almoço e depois do almoço eu e Emily saíamos para um passeio. Porém, nem sempre foi assim; quando eu e Elena éramos crianças tínhamos aulas de literatura e ética e depois do almoço ajudávamos a mãe a tomar conta da casa, tomávamos chá e depois é que dávamos um passeio. Quando completámos quinze anos, esta rotina mudou. De manhã, tomávamos o pequeno almoço e ajudávamos a mãe a tomar conta da casa, de seguida, almoçávamos e dávamos o nosso passeio até à hora do chá. Entre a hora do chá e do jantar preparávamos os nossos vestidos e a mãe ensinávamos mais coisas de ética.

-Sim, talvez tenha que resolver isso – pensei para mim em voz alta.

Um lírio murcho estava ao meu lado e eu parei. Aquela era a flor preferida de Elena.

-Emily, mande colocar um ramo de lírios no quarto da minha irmã – mandei.

-Com certeza, Miss Katherine – falou Emily.

Voltei para trás, em passo apressado. A hora do chá estava a chegar.

POV Elena Pierce

-Bonnie?

-Sim, Miss Elena?

-Liberte os meus cabelos – exigi e fechei os olhos, tentando não chorar sempre que um gancho me arrancava um fio de cabelo.

-Já está, Miss Elena.

Abri os olhos e dirigi-me para a minha cadeira perto da janela para me voltar a dedicar à leitura. Queria acabar o capítulo antes da hora do chá.

Bateram à porta e Bonnie foi abri-la.

-Mr. Salvatore! – exclamou ela, e Stefan entrou de rompante com um molho de lírios brancos.

-Stefan! – exclamei com a surpresa. Nunca pensei que ele alguma vez tivesse a ousadia de entrar nos meus aposentos.

-Miss Elena Pierce, desculpe o incómodo, mas preciso de conversar consigo.

Acenei com a cabeça.

-Podes ir, Bonnie.

Bonnie retirou-se e fechou a porta.

-Stefan, o que tem para me dizer? – inquiri olhando-o nos olhos sem medo.

-Preciso que oiça a minha história, Miss Pierce. É só o que eu lhe peço.

Ele começou logo a falar, sem sequer lhe ter dito alguma coisa. Começou a narrar a história de como tinha conhecido Lexi e como tinha ficado depois de termos falado pela primeira vez. Tenho que admitir que fiquei muito lisonjeada quando ele falou disso, porque eu também tive a mesma impressão. Depois, falou dos lírios. Disse que tinha ido a uma florista e que pensou que eu gostasse de lírios pelo que eles simbolizavam: pureza, nobreza e proteção. Com isso, ele derreteu-me. Falou da noite do baile e como ele já tinha pensado em convidar-me, muito antes de Damon ter convidado Katherine.

-E agora, Elena? Perdoa-me por eu lhe ter dado este desgosto, embora não justificado?

POV Stefan Salvatore

-Sim, Stefan, eu perdoo-o – disse Elena, acenando com a cabeça e dando um passo em minha direção.

-Essas eram as palavras que eu esperava ouvir.

Ela sorriu e os seus olhos brilharam. Aqueles olhos que tanto me prendiam, e que tanto me seduziam.

Estendeu as mãos e indagou:

-Posso?

-Claro – estendi o ramo de lírios e ela pegou-os.

-Os lírios são as minhas flores favoritas. Estava certo em relação a isso – disse ela, virando-se e colocando delicadamente o ramo em cima da cama. – Muito obrigada.

-Eu é que devo agradecê-la, Miss Elena.

-É só Elena – disse ela e virou-se. – Está quase na hora do chá. Vamos?

-Claro que sim.

Bateram à porta e Elena falou.

-Pode entrar.

Era o meu irmão, Damon.

-Olá Elena. Gostaria de saber se queria descer comigo para o chá.

Os olhos dele tinham um brilho que eu reconhecia muito bem, e que eu temia.

-Ela vai comigo, Damon.

-Nada disso – disse Elena e eu fitei-a. – Vou sozinha.

Passou por mim e por Damon e saiu do quarto.

-Eu vi-a primeiro – disse.

-Tu traíste os seus sentimentos.

-Já está tudo tratado. Ela perdoou-me.

-Tu não a mereces.

-Não! – exclamei rindo e aproximando-me dele. – Tu é que não a mereces.

Levantou a mão e acertou-me na cara. Cambaleei para trás.

-Tu é que não a mereces! – gritou ele, enraivecido. – Eu nunca a desiludi, sou eu que a faço rir!

-Estás enganado. É comigo que ela é o que é!

-Tu não sabes nada sobre ela!

-Tu nem sequer sabes quais são as flores favoritas dela! – disparei. Ele parou, surpreendido e depois sorriu.

-Quase me apanhaste irmãozinho! Nem tu sabes.

-Estás enganado. Sei muito bem. São lírios que ela gosta.

A cara dele enrijeceu.

-Mas o que se passa aqui? – inquiriu a nossa mãe, aparecendo à porta. – Oh, meu Deus!

Correi para mim e ergueu-me o queixo.

-Quem te fez isto, meu filho?

-Fui eu – admitiu Damon.

-Ao menos não és cobarde.

-Lá porque a mãe está aqui, não me impede de eu te dar outro! – ameaçou ele.

-Basta! – gritou a minha mãe e curvou-se logo de seguida.

-Mãe! – gritei e segurei-a por um braço. A tosse começou logo de seguida e eu falei para Damon: - Vai buscar o pai e chama o Dr. Gilbert. Depressa!

Ele saiu do quarto a correr e eu tive que segurar a minha mãe pelos dois braços. Dois minutos depois, o meu pai e Damon apareceram no quarto e correram para segurá-la. Katherine e Elena estavam na ombreira da porta, agarradas uma à outra, com os olhos perplexos.

-Vamos levá-la para o quarto – murmurou o meu pai. – As Pierce não precisam de ver isto. – Damon, pega num cavalo e corre até ao Dr. Gilbert. Ele precisa de vir imediatamente.

Damon saiu e eu e o meu pai pegámos nela e levámo-la até aos seus aposentos. Deitámo-nos na cama e Magda, a escrava dela, apareceu.

-Oh minha senhora!

Correu para a sua cabeceira e pegou num pano húmido, colocando-o na testa da minha mãe.

-Stefan, vai ver se as meninas Pierce precisam de alguma coisa – ordenou o meu pai.

-Mas, pai…

-Vai! – gritou ele e eu saí do quarto apesar de não querer deixar a minha mãe ali, naquele estado.