No dia seguinte....

Me acordei com o corpo todo dolorido, me acomodei na cama e procurei pelo ruivo, mas o mesmo não estava lá. 

- Aonde será que ele foi? - Pensei. 

— Matt?! — Eu o chamei, mas ninguém respondeu. De fato ele devia ter acordado mais cedo e saído para comprar cigarros como de costume. Resolvi voltar á dormir, pois estava muito, muito cansado da noite passada. 

De repente, percebi que EU TINHA TRANSADO COM O MATT! Dei um pulo da cama e a fitei com horror. 

— CAPEEEEETA! ISSO É COISA DO CAPETA! IMAGE, ALGUÉM COMO EU... FAZENDO ALGO TÃO... TÃO... AAAAAH!

Matt entrou no quarto com um cigarro na boca e uma sacola na mão. 

— Bom dia, meu amor. — Ele disse enquanto fechava a porta. — Dormiu bem? — perguntou. O gamer caminhava em minha direção. 

— MAIL JEEVAS! COMO VOCÊ É CARA DE PAU! — exclamei. 

— Hã? — Matt parecia confuso. 

— VOCÊ ME INDUZIU A FAZER... COISAS... 

Matt riu — Que bom que você dormiu bem, querido. Comprei uma barra de chocolates para você — Ele disse e tirou o delicioso presente dos deuses de dentro da sacola. 

— C-chocolate?!

— Sim — Ele balançava a barra na frente dos meus olhos. — O valioso chocolate ... 

— ME DÁ, ME DÁ, ME DÁAA! — implorei. 

— Claro. — Ele disse. — Mas, só se você dizer que gosta de mim outra vez.

— E-e-eu disse isso?! — ri — Eu não lembro. — virei o rosto e tentei disfarçar. 

— Você disse e eu quero ouvir novamente. 

— Mas eu nem me lembro disso... 

— Você é quem sabe... — Disse o ruivo. — Se não falar, não vai ganhar chocolate. 

— CHAAAAAANTAGEM! — gritei. 

— Pode até ser, mas é por uma boa causa. 

— VOCÊ É MUITO INSOLENTE, GAROTO!

Matt ria incontrolavelmente — Mello... — ele sussurrou. Aqueles sussurros dele me destruiam, sempre que ele sussurrava... acontecia alguma coisa.

— O que você quer, Jeevas?

— Você realmente não lembra oque me disse ontem? — ele deu uma leve mordida na minha orelha direita. 

— N-não — respondi. 

— Então... — de repente ele me jogou na cama e ficou sob mim. — Eu terei que fazer você lembrar. — um olhar malicioso se formou na face do ruivo. 

— EEI! NÃAO!! — gritei — SOOOCORRO!! — por um momento eu ri, até porque o Matt me fazia rir com as coisas que dizia. Mas ao mesmo tempo, me assustava com as mesmas.

— Você já se lembra do que disse ontem a noite? — Ele perguntou. 

— N-não! — ri. 

— Tem certeza? — Ele começou a passar a mão por de baixo da minha camisa. 

— MATT! NÃO OUSE! 

— Você se lembra do que disse, Mello? — voltou a perguntar. 

— Me solta! Me solta! Foi oque eu disse ontem. 

— Não tem graça. — o ruivo disse — Você disse algo do tipo .. '' Aiin Matt, você é tão lindo e gostoso.. te amo, te amo! '' — Matt fez uma cara de bobo. 

— EU NUNCA DISSE ISSO! 

— Mas seria legal se você disesse... 

— Não. Não seria. 

— Eu gosto de você, Mello... — ele me beijou e me deixou sem ar para respirar. 

— Eu também gosto de você,Matt... 

— eu sei... 

— AH, VAI TOMAR NO SEU CÚ! — o empurrei para que saisse de cima de mim e me levantei da cama. — Vou tomar banho. 

— Precisa de ajuda para passar o sabonete, querido? — ele perguntou com um sorriso. 

— Vai se foder, ok?

— Nhá, eu sei que você me adora... 

— Convencido. — eu disse entrando no banheiro. 

— Apenas realista.

Fechei a porta do banheiro e tomei meu banho tranquilamente, até que escutei a porta do quarto bater. Talvez Matt tenha saido, não, obviamente ele tinha saido. 

Desliguei o chuveiro, me enchuguei na minha toalha azul e vesti uma roupa um pouco... provocativa... para o Matt. Uma regata e uma calça justas pretas e um salto alto. Quando sai do banheiro percebi que o Matt não estava lá. E agora? Quem ia me assediar contra a minha vontade? Agora eu teria que esperar até que ele voltasse...

 — AAAAH, QUE DIABOS EU ESTOU PENSANDO?! — exclamei. Não era normal eu ficar '' provocante '' para um cara, para meu melhor amigo, para o Matt! Então, tive uma idéia, fui correndo até uma sala onde os alunos religiosos iam para poder ''falar sobre seus pecados mundanos''

Me ajoelhei na frente de uma estatua, fechei os olhos, juntei as mãos e comecei a rezar:

— Olha, eu sei que não sou muito religioso... mas sabe oque é?!... eu transei com meu melhor amigo, mas ele que me obrigou. E tem mais, eu acho que eu gosto dele, até fico me arrumando todo pra ele e falando sobre colocar roupas '' provocantes ''... é, isso é muito muito errado.. eu sei, e provavelmente eu vou ir para o inferno. Mas eu quero que você saiba que o nome do meu amigo é Mail Jeevas, assim você pode mandar ele pro inferno também, porque ELE que começou tudo. Ah, e se não for pedir muito.. mando o Nate River para o pior castigo que tiver.  AAAAAMÉM! — abri os olhos sentindo um tipo de alívio. 

E resolvi ir na cantina para comprar um chocolate, já que o Matt não quis me dar aquele que ele tinha comprado. 

— O que vai querer, Mello? — Perguntou a tia da cantina. 

— Três barras do seu melhor chocolate. — lhe entreguei o dinheiro. 

— Aqui está. — ela me entregou os chocolates e eu os peguei. Abri uma barra e dei uma mordida no delicioso e amargo chocolate. 

Resolvi voltar para o quarto, mas quando já estava no corredor do meu quarto, vi o Near saindo de lá. Ele estava com a camiseta branca toda amassada, algumas marquinhas roxas no pescoço... será que... nãao... o Matt não faria o que eu estou pensando... ou faria? ... 

Por via das dúvidas fui correndo até o albino e lhe deu um soco no meio da cara. 

— Fique longe do Matt, ouviu? — Eu encarava o albino caido no chão. Entrei dentro do quarto e finji que nada havia acontecido. O Matt estava lá, mas... ele estava sem camisa. 

— O que o Near estava fazendo aqui? — Perguntei enquanto fechava a porta. 

— Nada... — respondeu o ruivo despreocupado. 

— Como assim, nada? 

— Ele queria saber como estavam as coisa... 

— Claro... — mordi um pedaço da barra de chocolate e me calei. O modo como ele falava me deixou preocupado, porque tudo indicava que o Matt podia ter me traido. 

— Mello... — ele sussurrou. 

— O que foi?

— Eu gosto de você. — ele sorriu, mas eu não consegui forçar o sorriso e simplesmente o fitei nos olhos. 

— Eu também.