Cigarros e Chocolates. escrita por Mayumi


Capítulo 1
Assediado.


Notas iniciais do capítulo

Mello Ele disse no meu ouvido com uma voz tão doce quanto mel. O corpo dele se aproximou mais do meu.
O que você pensa que está fazendo, Jeevas?
Estou me aproximando de você.
Dá pra parar?
Não. Porque eu sei que você está gostando de me ter perto de você.



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Eu estava em minha cama saboreando uma belíssima barra de chocolate que Matt havia comprado para mim naquela manhã. Ele estava na aula enquanto eu como sempre, ficava o dia todo no quarto fingindo estar com dor de dentes. Roger era muito inocente para perceber que eu estava mentindo. 

Matt entrou no quarto com pressa, ele procurou entre suas calças, mas não havia achado nada. 

–– O que está fazendo? –– Perguntei-lhe enquanto mordia um pedaço do delicioso chocolate.

–– O que parece que estou fazendo? Estou procurando uma coisa. 

–– Eu sei disso, seu ignorante. Só quero saber oque é para poder te ajudar a achar, seu retardado. 

–– Tô procurando meu mini-game. 

–– Mas... você saiu da aula... para... –– Antes que eu terminasse a frase, Matt me interrompeu e a completou dizendo:

–– é... para poder procurar meu mini-game...

Sem querer percebi que havia algo piscando no bolso de trás da calça de Matt. Era seu mini-game. –– Matt... seu mini-game está no bolso de trás da sua calça, seu besta! 

Matt passou a mão pelos bolsos de trás, logo achou a tela brilhosa e a pegou –– Ah, eu sabia que estava ai. Só estava te testando... 

–– Claro... –– sorri –– você só não esquece onde colocou a cabeça, porque ela é grudada, se não... iriam te chamar de Matt, o cara sem cabeça. 

–– Haha, que engraçadinho –– Eu pude sentir o gosto do sarcásmo em suas palavras. Ele se aproximou –– O chocolate está gostoso? –– Perguntou com um sorriso malicioso. 

–– Sim. –– mordi mais um pedaço da barra. 

–– Posso provar? –– Ele engatinhou em minha cama até chegar perto da barra que eu tinha em mãos. 

Eu o encarei com um sorriso e falei ao pé de seu ouvido –– Nem fodendo Mail Jeevas. 

–– Ah, qual é! –– Matt reclamou –– Não queria mesmo. –– Matt cruzou os braços e virou o rosto –– Vou jogar meu mini-game que eu ganho mais... –– Ele pegou a tela brilhosa e começou a apertar os botões. Logo ficou totalmente distraído. 

–– Você não vai voltar para a aula? –– Perguntei. 

–– Não. Já sei bastante coisa, para que vou querer saber mais? 

–– Para ser algo na vida? –– Sugeri. 

–– Eu vou vender avon, Mello. –– Ele riu, mas ainda estava com a atenção totalmente voltada ao jogo. 

–– Ou então pode ser lixeiro. –– Eu sorri. 

–– Lixeiro, vai ser você. –– Ele mostrou a língua. –– Você também não vai para as aulas. 

–– Ah... eu vou ser o sucessor do L, lembra?

–– Só se o Near... –– Matt sussurrou.

–– Do que você ta falando, seu ruivo féla da puta? –– Eu o encarei com um olhar feróz.

–– Bom, eu estava falando que se o Near... 

–– O que aquele branquelo mal encarado tem a ver com isso? 

–– Ele é o primeiro na lista para substituir o L... você sabe... 

–– Cala a boca! –– Eu atirei o chocolate na cabeça dele –– Eu serei o sucessor do L e ponto final. 

–– Sabia que eu gosto de te ver irritado... –– Matt sorriu maliciosamente –– Fica tão sexy... –– lambeu os lábios. 

–– O QUE?! Você andou fumando maconha, Matt? –– Indaguei. 

–– Não. –– Ele respondeu. –– Mas eu te acho sexy e não só quando está irritado. Na verdade, te acho sexy a todo momento. –– Matt largou o mini-game e olhou-me nos olhos. 

–– V-você é idiota ou oque, ein? –– Levantei-me da minha cama e fui até a porta, mas quando estava prestes a virar a maçaneta da porta, Matt pegou em meu pulso, impedindo-me de sair. 

–– Mello –– Ele disse no meu ouvido com uma voz tão doce quanto mel. O corpo dele se aproximou mais do meu. 

–– O que você pensa que está fazendo, Jeevas? 

–– Estou me aproximando de você. 

–– Dá pra parar? 

–– Não. Porque eu sei que você está gostando de me ter perto de você. 

Meditei por alguns minutos –– Não. Não estou. –– Girei a maçaneta, mas Matt colocou a mão na porta, ele era muito mais forte do que eu, resolvi não competir. 

–– Mello, eu gosto de você. –– Ele sussurrou no meu ouvido. Aquelas palavras fizeram meu corpo sentir um arrepio. Eu não o respondi. 

–– Você gosta de mim, não é? –– Ele perguntou. 

–– Cale a boca. 

–– Eu sei que você gosta. –– Ele sorriu e aproximou sua bochecha da minha. 

–– E-eu não gosto de você porra nenhuma! –– Me virei, porém acabei ficando de frente para Matt, nossos olhares se encontraram. Eu me perdi naqueles olhos verdes brilhantes. Merda - pensei. 

–– Mello... –– Ele sussurrou mais uma vez, ainda mais perto de mim. 

–– Pare de sussurrar meu nome com essa voz. Pare! –– Bramei enquanto me sacudia tentando sair daquele local entre seus braços. 

–– Eu sei que você gosta de me ouvir sussurrar seu nome –– Ele sorriu. 

–– Eu não gosto! –– Tampei os ouvidos com minhas mãos e fechei os olhos. 

–– Eu vou beijar você –– Ele disse. Eu pude perceber que ele se aproximará cada vez mais de mim, eu já sentia sua respiração. Mas, por sorte no momento em que ele irá me beijar, a porta se abriu. Era Roger. 

–– Mãe de Deus! –– Eu disse quase caindo. –– Que bom que você apareceu, Roger! –– Eu sorri. 

–– Olá meninos. –– Roger disse –– O que estavam fazendo exatamente? 

–– ér... o Matt e eu estavámos... bem... 

–– Estavamos discutindo sobre o corpo humano. –– Matt disse.

–– Oh. –– Roger pareceu surpreso –– Entendo... bom, não quero atrapalhar, então. Até mais –– O velho se retirou e sumiu entre os corredores. 

–– Aonde estavámos? –– Matt perguntou. 

–– Eu estava saindo. –– Dei alguns passos no corredor, mas a voz de Matt mais uma vez sussurrou:

–– Mello... 

Vai se foder, Matt - pensei. Então segui meu caminho até o jardim, aonde me sentei perto de uma árvore que produzia uma sombra agradável. Comecei a me perguntar se o que Matt havia dito era verdade ou ele estava só brincando. Afinal, ele tinha esse jeito pervertido de ser...

É, com certeza devia ser só curtição dele. O Matt não gostava de nada nem ninguém além dele mesmo e daqueles mini-games. Mas, porque eu estou perdendo tempo com isso, afinal?!

Encostei minha cabeça na árvore e fechei os olhos por alguns instantes, senti alguém se aproximar... passos leves e delicados. 

–– Near... –– murmúrei. 

–– Mello...

–– O que você quer, seu idiota? –– Perguntei. 

–– Já montei todos os quebra-cabeças, estou entediado –– Ele respondeu. Aquilo me fez abrir os olhos e fita-lo por algum tempo. 

––  E por que você veio falar comigo?

–– Porque meu horóscopo dizia que eu preciso me socializar mais. –– Ele encaracolou uma mecha dos cabelos brancos como a neve. 

–– Hm. –– murmúrei –– Foda-se –– Me levantei e limpei minha calça de couro e voltei para dentro do orfanato. Aquele albino não falava nada com nada, praticamente. Pouco me importava oque o horóscopo dele dizia. Pouco me importava, ele! 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mandem rewies dizendo oque acharam. Arigatô!



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