Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 24
Saindo,Pegs fala, e Eu estou na HIStory World Tur!


Notas iniciais do capítulo

Espero que agrade
Boa leitura.



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Capítulo Vinte e Três: Ida, Pegs fala, e

Eu estou na HIStory World Tur!

—Entenderam? —Louis estava elétrica, nos encarando com os olhos castanhos brilhantes e cheios de expectativas. Seth coçou o queixo com os punhos amarrados, balançando a cabeça para os lados como se analisasse a ideia.

—É, faz sentido. Mas acha mesmo que eles vão parar só por que ela vai pedir? —Indagou meio descrente. Bárbara assentiu varias vezes se ajeitando em cima dos joelhos, achoq eu estivesse no lugar dela, também me for.

—Vão sim. O motivo de tudo isso é a Sury e ela tem que estar bem ela pode ameaçar que não irá ressuscitá-lo agora, mesmo sabendo que ela não vai fazer isso, entendeu? Eles não podem arriscar. —A ruiva sorriu para mim. Tentei sorrir de volta.

Não ressuscitar era mais difícil. Não sabia como isso funcionava, tinha algo haver com o grego antigo, o peso da palavra estava na minha mente eu sabia disso, só acontecia no grego antigo, não no inglês, mas o caso era quê tinha algo haver com a alma do que eu fosse ressuscitar a força da pessoa do outro lado.

E Cronos parecia bem forte para mim.

Se o titã tivesse alguma forma de me obrigar a fazer, eu não poderia dizer não e uma vez que o processo começava, algo me dizia eu não tinha volta. E eu não estava na minha melhor forma, minhas feridas não estavam se curando sozinhas; tinha que forçar.

—Certo, mas primeiro temos que nos livrar dessas cordas, para poder dar certo? —Perguntou Gray levantando os pulsos, Pegs bufou concordando. A ruiva assentiu e olhou outra vez para a manticore que babava um pouco no banco. Seria uma cena quase adorável se, toda vez eu que olhasse para ela, me viesse a cena dela engolindo os pedaços do motorista.

A garota rastejou até o outro lado e pegou alguma coisa no chão voltando comum corrente de prata pendurada entre os dedos, um pingente de coruja bem feito balançava suavemente, brilhando singelamente.

—Essa é a Effyia*, minha rapieira. Aperta o bico ela, vamos poder cortar a corda. Mas não muito bruscamente, não podemos dar muita bandeira, se não vamos causar alarde e será mais difícil voltar para o Acampamento. —Assentimos ao mesmo tempo. Estiquei minhas mãos e apertei o bico da coruja que se alongou na minhas mão, a empunhara era mais fina e não se encaixava bem, o guarda-mão envolveu a minha com elegância

—Bela espada. —Comentei, observando o ferro que imitava galhos de uma oliveira.

—Eu sei, ganhei da minha mãe, é o que eu tenho de mais próximo dela e... —Começou Bárbara me olhando com um sorriso pequeno. Ash deve estar surtando no Olímpo agora, pensei, me lembrando do fato que meu pai, diferente dos outros Olimpianos, se preocupava.

—Não dá pra conversar outra hora? Acho que tem alguém prestes a acordar. —Avisou Seth se esticando para tentar enxergar algo por cima da minha cabeça. A ruiva deu um sorriso sem graça e balançou a cabeça, me olhando.

—Corte só uma corda. —Instruiu a mim, esticando o pulso.

Se você nunca teve que cortar uma corda com um rapieira, você não sabe o que é tensão. Quer dizer, a rapieira é uma espada longa, estreita e bem afiada e obrigatoriamente de uma mão; é quase impossível usar aqui com as duas, mas eu dei um jeito. Assim que cortei, Louis desamarrou com cuidado os pulsos e pegou a espada.

E com uma habilidade incrível cortou uma pequena parte da corda. Esfreguei meus pulsos, estavam vermelhos e dormentes. Mexi meus dedos até voltar a sentir a ponta dos mesmos.

—Uau, eles pegaram pesado com você. —Me virei para Bárbara, que fitava os pulsos bem machucados de Seth. Estavam sangrando e alguns fiapos da corda estavam grudados na pela esticada e ferida. Gray franziu um porco o rosto, olhando para os pulsos, devia estar doendo, mesmo que ele não estivesse deixando transparecer.

—Sou mais forte que vocês duas, certificaram que eu estava bem preso.

—Me deixa ver isso. —Me arrastei para seu frente e peguei suas mãos, vendo de perto. Levantei os olhos de repente para ele, eu sabia que ele estava me olhando antes, sentia aquela sensação incomoda de ter alguém lhe vigiando. Mas Gray não desviou os olhos, ficou me encarando, sem dizer nada.

Bárbara resmungou alguma coisa e foi para o outro lado do caminhão assim como Pegs que bufou uma risada e acompanhou a filha de Athena. Não que eu tivesse olhado, mas estava ouvindo.  Resisti à tentação de mudar de posição.

—Que foi? —Perguntei depois de mais alguns segundos. Gray fez um movimento curto coma cabeça para os lados, o canto esquerdo da sua boca se erguendo, olhou de canto para Bárbara rapidamente.

—Nada demais. —Dei de ombros, entendendo. Seja o que fosse ele não falaria coma Bárbara acordada, não acho que ele tivesse algum problema com ela, mas era mais como... Privacidade eu acho. Gray era reservado, não gostava de divulgar nada.

—Certo, vamos ver o que eu posso fazer... —Inspirei com força e toquei coma ponta dos dedos a linha machucada envolta do seu pulso, não queria machucá-lo.

Eu sei o que estão pensando, e calem a boca, okey?

A aura verde familiar rodeou a minha mão, as feridas cicatrizando e o sangue voltando para dentro do seu organismo. Senti uma tontura leve com aquilo, mas ignorei. Fiz o mesmo com seu outro pulso e logo ele estava bem. Soltei suas mãos.

Gray olhava surpreso o lugar onde antes estava ferido, com um sorriso  matreiro no rosto.

—Deve ser bem útil quando está lutando. —Disse sem em olhar. Bocejei e assenti, sentindo o sono pesar de repente. Pegs veio até mim de novo, se oferecendo como travesseiro e me mandando pelo menos tentar fechar os olhos por dez minutos.

—Não posso, Peg, tenho que...

—Acho melhor você dormir. —girei para olhar para o filho de Hades que em olhava desconfiado— Temos um tempo antes de chegarmos até aos arredores da Pennsylvania, você não me parece legal, Carpe. —Abri a boca para contestar, mas Louis foi mais rápido, parecendo perceber que, realmente, eu não estava bem.

—Ele está certo, Sury. Pegasus pode lhe acordar na hora certa, não é? ——Pegs assentiu e deu um relincho feliz por ter sido incluído no plano. —Então pronto, descanse Sury, amarre ela de volta, Seth.

Ele pegou a corda que estava jogada ali perto e se inclinou para frente enquanto eu estendi meus braços. Ele enrolou a corda quase que com delicadeza, dando apenas um único nó que poderia ser desfeito com um puxão forte, sorriu para o trabalho e apertou minhas mãos, colocando um chiclete ali.

Revirei os olhos, mas acabei sorrindo para ele, que sorriu de volta. Outra vez ficamos em um silencio estranho e agradável. Ainda não estava acostumada a olhar para ele, não sem pensar nos meus sonhos, nas telas que Rachel pintara; principalmente aquela que ele estava me agarrando pelas costas, enquanto eu trazia Cronos de volta a vida.

Pegasus cutucou minhas costelas, me virei para encará-lo.

—Cala a boca, Pegasus. —Resmunguei. Ele estava em instigando a puxar assunto com Gray, como se estivéssemos em um encontro ou coisa assim. O cavalo relinchou quase alto demais, rindo de mim.

—Mas ele não falou nada. —Zoou Seth, o olhei de canto, depois para suas mão que ainda não haviam largado as minhas, e de volta para ele de novo, o castanho estava preto no escuro de baixo da lona, mas ainda brilhavam de algum jeito.

—Ah, ele falou sim. —Antes que ele perguntasse qualquer coisa, puxei minhas mãos e me deitei na paleta de Pegs. O sono veio mais rápido do que eu esperava, só me lembro de sentir Peg me cobrir gentilmente com um das asas antes de cair no sono.

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Eu estava no meio de uma multidão pulsante, não conseguia respirar ou me mexer, na verdade, quase ninguém ali conseguia, mas ninguém parecia estar tão claustrofóbica quanto eu. Virei-me para onde todos pareciam desesperado a chegar. E quando levantei a cabeça, senti meu coração na garganta batendo loucamente.

Minha cabeça entrou em curto imediato,  por um segundo eu fiquei paralisada, no outr eu estava berrando tão loucamente quanto todos os outros, chorando como um bebê que quer a mãe e me esticando para o palco por cima de todos, pouco ligando para os que estavam ao meu redor.

Era um show, mas não um show qualquer.

Lá em cima, em toda sua magnificência de Rei e anjo, Michael Jackson começava a cantar “Thriller”.

Não sentia mais nada, queria pular por cima de todos e agarrá-lo par ver se era de verdade. Esqueci-me de tudo, não sabia onde estava ou como fora para ali, mas. Michael Jackson estava ali! Dançando! Gritei milhares de vezes que o amava, que ele era o melhor.

'Cause this is thriller/Thriller night/And no one's gonna save you/From the beast about to strike/You know it's thriller/Thriller night/You're fighting for your life/Inside a killer/Thriller tonight, yeah…— Cantei junto aos berros, sem tirar os olhos do homem incrível que estava no centro palco, da coreografia que ele fazia tão perfeitamente. Sentia o gosta das lagrimas na boca, minha mão estava esticada para cima, como se ele fosse realmente me tocar.

Mas eu conseguia sentir a magia.

Senti uma mão no meu ombro me puxando para baixo, me virando, para o lado contrario do de Michael. Bati com força na mão, me agarrando na grade um pouco a minha frente, me inclinando para frente e empurrando as pessoas ao meu redor que nem pareciam me notar.

'Cause this is thriller/Thriller night/Girl, I can thrill you more/Than any ghost would ever dare try…— fui interrompida outra vez por um puxão que em fez virar para quem quer que fosse, me virei em fúria. —Quem é o MORTO que me puxou?

—Seu pai. —Ash me encarava, tentando permanecer sério, ma um sorriso torcia seus lábios. Franzi os lábios para ele, e dei de ombros.

—Oi papai, péssima hora para conversar. Agradeço por ter me dado essa lembrança linda, mas... Que tal depois, hein? Depois que o show acabar? —Me virei para o palco outra vez, enquanto a voz mecânica e assustadora de Vincent Price soava para os lados e MJ deslizava pelo palco com uma expressão tão feliz e divertida como de uma criança.

—Sury, você sabe que...

—Agora não, pai! Depois! —berrei me afastando o máximo que a grade deixava, mas ele me puxou outra vez, mais autoritário, fez um beicinho e, aproveitei minhas lagrimas, fazendo cara de choro— Por favor, pai, eu não posso mais fazer nada do tipo. Ele é o meu ídolo, por favor?!

A seriedade do rosto de Asclépio vacilou, e soltou meu pulso, coçou a cabeça. Eu sabia que estava dando uma de criança e me aproveitando dele, mas, antes eu daria a minha perna e os dois braços para estar em um show de Michael Jackson, e não era agora que isso ia mudar.

—Somente essa musica.

—Essa e “Beat It”. —ele cerrou os olhos para mim— vem logo depois dessa. Eu pesquisei sobre isso, estamos em Londres não é? Essa é a HIStory World Tur, não é? Eu sei a ordem das musicas. —Gemi saltitando. Ash riu e assentiu, os olhos pareciam aliviados quase.

Pulei em seu pescoço e lhe dei um beijo no rosto e me embrenhei outra vez no meio das pessoas ouvindo o e vendo o resto musica até acabar, e ele parar sorridente e encabulado, só para gritar logo depois:

I Love you! —Ouvindo oitenta mil pessoas mais eu gritarem de volta que amavam ele mais. Michael sorriu disse mais uma vez que amava a todos, e, não presunção, mas estava ali, escrito em seu rosto que ele amava mesmo. A música começou. Se não fosse a poderosa aparelhagem de som, seria impossível ouvir a voz dele.

They told him/Don't you ever come around here/Don't wanna see your face/You better disappear/ The fire's in their eyes/And their words are really clear/So beat it, just beat it. — Berrei acabando coma minha garganta, mas não estava ligando para isso, ou para o fato que aquilo tinha acontecido em 1997, ou mesmo para o fato que eu estava tão prensada contra a grade que estava a ponte de me fundir com ela, nem  mesmo lembrava o que eu estava fazendo ali.

Beat it, beat it. Beat it, beat it/No one wants to be defeated/Showing how funky and strong is your fight/It doesn't matter who's wrong or right. —Não quase mais voz para cantar o final da musica, as lagrimas não paravam de cair, meu corpo estava elétrico, e a vontade de matar Conrad Murray aumentou ainda mais. Ash me puxou bem na hora que o solo na guitarra morreu, limpando as lagrimas no meu rosto, com um sorriso que ele tentava esconder.

—Está feliz agora? —Indagou tocando com a ponta dos dedos meus braços que estava feridos pela grade, minhas pernas machucadas também se curaram, mas eu não estava sentindo. Meu corpo estava mole, e quente por dentro.

—Como nunca estive.

Dei um sorriso imenso para o deus e lhe abracei como uma filha de verdade abraça o pai. Asclépio demorou a reagir, mas me apertou contra o corpo por alguns segundos, depois pegou meu rosto, me beijando a testa rapidamente, me puxando para longe da multidão, arrastada.

Meus olhos estavam grudados no palco ainda, no telão onde ele aparecia andando de um lado para outro no palco. Estava voltando a mim agora, mas não me arrependia de ter perdido aquele tempo precioso, faria isso de novo. Sabia que não era de verdade, mas era tão... Bom estar lá, mesmo que nãod e verdade.

Estavam longe o bastante agora, e já se podia andar melhor. No canto de uma grade, vi Nilá comigo nos ombros, cantando junto com Michael Jackson, parecendo tão alucinada como eu estava, e eu com meus dois anos, balbuciava a canção também, batendo minhas mãos gordinhas na cabeça da minha mãe.

—Nilá cantava “I’ll Be There” para você quando estava grávida. —disse-me, sorrindo para minha mãe, com um sorriso depois para mim— Ela se sentava na varando do apartamento dela em Niagara Falls, sempre ao amanhecer e no pôr do sol, de frente para o parque, procurava a musica no radio, sempre estava tocando, colocava no máximo, tocava a barriga e cantava alto junto com a banda.

Um nó se formou na minha garganta, ao formar a cena na minha cabeça, engoli a seco e me vi esticando a mão para tocar o ombro dela. Minha mão pousou no seu ombro, mas eu não senti nada, nem ela pareceu me notar. Meus olhos arderam.

É possível sentir saudade de uma coisa que você nem se lembra? Bem, por que eu senti na pele, senti saudade de ter uma mãe que eu não me lembrava. Ash apertou minha mão e me deu um sorriso compreensivo.

—Ela cantava “Ben” para a Blythe né? —perguntei coma voz fraca, ele levantou as sobrancelhas para mim — Vi ela varias vezes sentada no terraço de casa levando o som pequeno que tínhamos, aumentava ao máximo e ficava cantando a noite toda, olhando para as estrelas, esperando o sol nascer, chorava sempre, mas estava sorrindo.

Percebi que estava chorando de novo, de saudade dessa vez, minha garganta estava ardendo.

—Vocês foram criadas ouvindo ele, Nilá dizia que era um bom homem, muito melhor que boa parte de todos que havia conhecido, sempre teve certeza disso. —ele colocou a mão na minha cabeça, sorrindo triste— Você se parece com ela Sury, muito.

—É? —Engasguei, esfregando os olhos tentando não chorar. Asclépio me fez olhá-lo nos olhos, ele estava chorando também, rastros de lágrimas marcavam seu rosto, de forma doce e nostálgica. O abracei e chorei. Talvez tenha sido a primeira vez que sentíamos junta a mesma coisa.

Saudade.

E também foi a segunda vez que ele me consolou por causa de Blythe. Afastei-me depois de alguns minutos, limpando meu rosto e observando Blythe, aos quatros anos, nos ombros de Ash, segurando um macaco de pelúcia com braços e pernas muito longos, estava surrado, em surrado.

—Aquele é Lennon. Seu bichinho de pelúcia, você não se separava dele para quase nada.

—Não me lembro dele, o que aconteceu? —Perguntei e vi Asclépio hesitar por um segundo antes de me responder.

—No enterro da sua mãe, Blythe disse a você que Nilá ia dormir por muito, muito tempo, você se levantou da cadeira, subiu em meus braços e se esticou para colocar o urso de pelúcia nos braços dela... —sua voz vacilou— Perguntei a você se não iria sentir falta dele, e você me respondeu que, quando ela acordasse, lhe traria o urso de volta e ai ia ficar tudo bem.

  Encolhi-me outra vez. O deus apertou a mão na minha, parecendo que aquilo havia sido demais para ele, o tanto que parecia para mim só de ouvir. Toquei no seu braço, de leve e olhei para Nilá, ela já estava mais parecida coma  mulher que eu havia visto na cama do hospital, definitivamente mais pálida, os lábios quebradiços, mais magra.

Mas seus olhos ainda tinham o mesmo brilho.

—Eles estão indo atrás de você. —Virei meu rosto para Asclépio, seus olhos estavam vermelhos. Imaginei quantas vezes se via um deus chorando, ou mesmo sendo tão humano quanto Asclépio estava sendo comigo agora. — Seus amigos estão vindo atrás de você, iram sair ao anoitecer.

Luke. Ele tinha conseguido.

—Quem deles? —Eu estava rezando para que Valle e Velkan tivessem ficado. Eu sabia que, assim que ela me achasse, e ia achar, eu estava bem ferrada, já podia ver minha mortalha sendo queimada.

—Bem, Luke, o garoto que você trouxe de volta, uma filha de Eros e os gêmeos de Éris. —Bati minha mão na testa, apertando os lábios. Eu estava definitivamente muito ferrada. Quando Valerie Stark colocasse suas lindas mãozinhas no meu pescoço... Deuses eu estava muito morta.

—Certo, tudo bem... —Resmunguei.

—Sury, você está bem? —Quis saber, se inclinando para mim.

—Ah, eu estou ótima, pai. Tudo bem.... E no lá em cima? No Olímpio? —Asclépio franziu o cenho para o meu sarcasmo, mas depois passar; respirou bem fundo, soltando ar com força

—Um verdadeiro caos. Não podemos interferir nas missões de vocês, semideuses, pode-se dizer que Éris está se divertindo bastante por todos os cantos no Olímpio.

—Pelo menos alguém estase divertindo. —Resmunguei, Ash riu e abriu a boca para falar alguma coisa, mas,  um som de um trovão altíssimo rasgou o céu nublado de Londres, e segundos depois raio ziguezagueou até explodir em cima da minha mãe.

Pensei em gritar, mas Ash foi mais rápido e berrou assim que um raio me acertou também.

.

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Abri meus olhos e tentei respirar sem conseguir por um tempo, um par de mãos me segurou pelos ombros,  alguém estava falando comigo, mas eu não entendia, estava tudo abafado, meus dedos estavam tão apertados, que eu mão sentia a ponta deles.

Uma mão pegou a as minhas e a outra segurou meu rosto e o levantou. Seth me obrigava a olhá-lo, aos poucos fui entendendo o que ele estava falando, mas sua voz continuava distante.

—Respira fundo, Sury, respira. —Após três tentativas, consegui colocar ar dentro dos meus pulmões, meu corpo relaxou, minhas mãos relaxaram, e eu fiquei tonta no mesmo segundo. Apertei meus olhos por um tempo depois os abri, Seth continuava ali, calado desse vez, mas ainda sim assustado e preocupado.

—Eu... Eu estou legal.

—Mas não está mesmo, está branca feito papel. —Acusou Bárbara apertando um dos meus ombros. Respirei fundo de novo e olhei para baixo e vi minha mão ainda agarrada a do filho de Hades. O toque era quente, sua palma era quase lisa demais, deduzir ser por está sempre mexendo com rezina de pranchas de surfe.

Levantei minha cabeça de novo e lá estava ele, mas agora parecia mais, calma, quase sorrindo.

—Foi só um... Sonho estranho. Estou bem.

—Tem certeza que não foi um pesadelo? —Sugeriu Gray, com um sorriso leve, puxei minha mão da sua, instantaneamente irritada. Saber mais da minha família, da minha mãe, ter visto um pouco do show de Michael Jackson definitivamente não era um pesadelo.

Não foi um pesadelo. Só acordei de repente. —rugi baixo, bufei e revirei os olhos, tirei sua mão do meu rosto tentando ser o máximo educada, mas acho que não deu muito certo— Estão vindo atrás de nós, Valerie, Velkan, Rany e Luke.

—Como sabe disso? —Olhei para Bárbara.

—Meu pai me disse, eu sonhei com ele. Vão sair hoje, quando anoitecer.

—Seu pai? Seu parente olimpiano aparece nos seus sonhos?

—Sim, quase sempre na verdade, ele... —notei o olhar da filha de Athena e me senti mal— Bárbara foi mal...

—Não, tudo bem, isso vai ser útil. —Disse fingindo que não estava no mínimo decepcionada com a mãe.

—Que reunião é essa? Você ruivinha, vem cá.— Jessie se levantou e arrastou ela para longe, jogando a garota contra a parede contraria a nossa, se virou para me jogar para algum lugar, mas Peg relinchou alto e mordeu a mão da manticore que deu um grito agudo.

Fique longe dela, monstro.

Todos ali dentro se viraram para Pegasus. Gray estava com os olhos arregalados, parecendo atordoado com oq eu acontecera. Talvez não tivesse acostumado com seres olimpianos invadindo sua cabeça. Bárbara vacilava o olhar entre a manticore, eu e Pegs, que bufava bem irritado.

—Esse cavalo realmente falou dentro da minha cabeça? Por favor, me digam que não fui o único que ouvi isso. —Seth estava falando rápido demais, mas ainda consegui entender, achei seu olhar e assenti.

—Foi ele sim. —De todas as coisas que alguém poderia falar ou fazer. Sei lá, tipo, surtar, desmaiar ou mesmo negar que um cavalo imortal alado tinha falado dentro da sua cabeça, a única reação que Seth Gray mostrou foi:

—Mais que merda...

.

.

.Narradora.

.

Luke deu a ultima checada na mochila. Estava tudo ali. Puxou o zíper e as colocou nas costas, tomou ar e saiu do seu pequeno quarto na Casa Grande. Todos estavam esperando pro ela na sala, os gêmeos Stark de braços cruzados no peito parecendo impacientes, pelo menos Velkan, já que a Valerie parecia no mínimo distante de tudo.

Rany foi a única sorriu para ele quando se aproximou. Ele ainda se perguntava por que ela fazia isso, não que ele desgostasse, pelo contrário, fora Sury —e só pro que ela sabia de toda sua historia e pro devia sua vida a ela—, Crowfford parecia realmente a única pessoa que estava feliz em vê-lo. A filha de Eros era calorosa, parecia ignorar totalmente o passado dele.

Castellan não sabia se isso era bom ou ruim, mas era agradecido.

—Estão todos aqui, então...

—Espera Quíron! —na porta, ofegante e levantando a mão, Miguel se aproximava segurando algo. Virou-se para Luke e deu um sorriso meio desconcertado, esticou o que parecia ser um longo rolo de couro. —Entrega para Sury. Ela não gosta nem é boa em usar espadas.

O filho de Hermes pegou o invólucro de couro e percebeu do que se tratava.

Puxou algo que parecia uma tampa triangular que mostrou a ponta brilhante de uma lança. O loiro segurou o objeto na horizontal, reconhecendo a forma da lança de dois gumes da filha de Asclépio que o desenho do couro seguia. O Couro era marrom, da largura de um dedo anelar, rústico, grosso, mas ainda sim leve, não pesava muita coisa, talvez menos de um quilo.

Havia uma alça transversal regulável também feita de coura só que dessa vez mais fino, do mesmo tipo que usavam nas cotas de malha. Algo como uma bainha para uma lança. Castellan puxou a lança para fora e viu que havia sido polida, o couro da haste, parecia igualmente regulado, a ponta parecia mais afiada também.

—Belo trabalho, Miguel. —Disse Púlox, se vendo obrigado a parabenizar o filho de Momo, que deu de ombros, as apontou com o polegar para Guilherme que entrava na sala com o rosto tranquilo de sempre.

—Ele cuidou da lança e pedi ajudar para algumas garotas do chalé dez, elas ajudaram a fazer essa bainha e os detalhes também, por isso demorei. —Luke pegou a bainha personalizada e notou que havia o desenho grande de um cajado com uma serpente enrolada nele em relevo no couro. — Elas prensaram o couro antes costurarem, ficou bem legal. —Explicou sorridente.

Luke assentiu e guardou a lança e prendeu a tampa que estalou, com o botão prendendo, esticou a mão para Killian que a pegou dando um sorriso. Luke lembrava dele nas filas dos meios-sangues que se juntaram a Cronos antes da Batalha do Labirinto, pensava que ele havia morrido naquela batalha.

Apertou o antebraço dele.

—Fico feliz que não tenha morrido na Batalha do Labirinto. —O moreno pareceu surpreso, mas depois deu um sorriso e apertou o braço de Castellan também, balançando uma única vez para baixo e para cima.

—Eu também fico. —Rany riu. Atraindo a atenção do loiro que sorriu um pouco. Ela tinha um riso fino, baixo e bem curto. Voltou a olhar para Miguel logo depois, ainda um pouco aéreo.

—Vou entregar isso a ela, pode deixar.

—Espero que sim, eu demorei a fazer isso. —Luke tirou um dos lados da mochila e passou a alça pela cabeça, regulou a mesma a fim de ficar confortável para logo depois colocar a mochila direito nas costas.

—Agora podemos ir? —Valerie estava impaciente, não parecia perceber que estava arranhando a si própria enquanto matinha os braço cruzados no peito. Eles saíram dali e foram em direção a Colina Meio-Sangue. Era um horário propício a isso, todos estavam ocupados, e Quíron queria manter isso em segredo pro enquanto.

Imaginava a reação dos campistas ao saberem que Carpe havia sido sequestrada por um grupo de monstros, sendo levada ao Monte Otris para ressuscitar o Senhor dos Titãs e também o fato que estava mandando o Traidor do Olímpio junto com dois dos meios-sangues com os comportamentos mais erráticos, salvarem a garota e trazê-la de volta ao Acampamento em segurança.

Viollet reafirmou a ameaça para Luke, Guilherme desejou boa sorte, para todos, inclusive Luke, que se sentiu um pouco menos culpados, receberam um abraço forte de Lika que estava se debulhando em lágrimas, essa hesitou um segundo  antes de abraçar Castellan, mas o fez, desejando boa sorte. Nathaly ordenou que Luke ficasse de olho em Rany, mesmo que Luke já soubesse bem disso.

Do grupo Rany parecia a mais vulnerável, duvidava que Velkan e Valerie fossem precisar dele para se proteger a todo o momento, também sabia que Crowfford cuidaria de si própria, mas ainda sim...

Desceram a colina logo após o termino dos“ boa sorte”, “tomem cuidado” e “tragam Sury de volta ou eu mato vocês”. Estavam a beira da estrada esperando que Argos viesse com a van, quando alguém chamou no nome de Valerie Stark no topo da colina.

—Volte viva, temos muito o que conversar! —Valle cerrou os punhos e os olhos ao reconhecer os cabelos cor de mel esvoaçando no vento, e mão longa acenando no vento. Velkan franziu o cenho e se virou para irmã que foi a primeira na fila par entrar na van.

—O que você tem pra conversar com Connor Stoll, Valerie?

—Droga nenhuma, Velkan. Entra na porcaria da vã. —Assim, com as carinhosas palavras da filha de Éris eles entram apressados no veiculo.

Connor viu a vã sumir no horizonte. Sabia que ela tina ficado bem irritada, na verdade, esperava do todo o coração que estivesse ficado bem irritada, mas também rezava para todos os Deuses que conseguisse voltar viva e bem, e, claro: Conseguisse trazer Sury Carpe de volta ao Acampamento antes que trouxesse Cronos de volta.

Como ele descobriu tudo aquilo?

Bem, ser filho do Deus das mensagens e dos ladrões, tem lá suas vantagens.


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Notas finais do capítulo

EU SABIA!
Sabia que iam gostar de um pouco de Stark&Stoll de verdade!!
Bem, mas enfim, espero que tenham gostado, achei que esse capítulo ficou meio.. aleatório, não foi?
E sim, eu realizei um sonho meu pela historia. Tive uma recaída hoje de saudade do MJ♥, e resolvi escrever um pouco sobre ele, mas espero que tenha ficado bom.
Mereço reviews?
Puxões de orelha?
Ideias?