Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 15
Tudo Mais Confuso, Suspensão e Harpias De Limpeza


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem
Espero que agrade.
Boa leitura



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Capítulo Quatorze: Tudo fica mais confuso,

Suspensão e Harpias De Limpeza

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—Olá, eu... Não estava prestando atenção no caminho, sinto ter esbarrado em você. —Sussurrei ainda encarando os olhos castanhos dele e, meus deuses, como cintilavam, um brilho confuso e assustado, assim como eu. O novato deu um sorriso de canto, os lábios se esticando um pouco.

— Sente mesmo? —Sua voz se arrastou tentadoramente, era grave e rouca também o que fez os pêlos da minha nuca se eriçar.

—Na verdade não. —Falei, ele sorriu mais ainda e me colocou de pé, colocando as mãos nos bolsos da calça jeans, nesse momento desejei que alguém me empurrasse. Puxei meu ar, colocando minha cabeça no lugar, tentando inutilmente afastar a imagem dele me beijando, que fora só um sonho,que teimava em surgir na frente dos meus olhos.

 Soltei meu ar e me forcei a sorrir da melhor forma possível.

—Novato certo? —Ele assentiu e fez uma pequena bola de chiclete que logo estouro, não seu bem por que, mas ele deu de ombros, como se fosse uma coisa completamente normal vir ao Acampamento Meio-Sangue, meneou com a cabeça para que eu o seguisse então caminhamos para o Pavilhão do refeitório.

—Está lidando bem com isso, muita gente surta com isso.

—Antes de eu vim para cá, já sabia que era um meio-sangue. —o encarei, curiosa, ele sorriu e olhou para frente— Vamos dizer que eu tenho um ótimo trato desde meus 12 anos com uma deusa muito próxima a Hades, meu pai. —Se tivesse tomando algum suco teria cuspido tudo.

—Filho de Hades? Você? —Guinchei, tentando não rir, não podia ser; quem sabe talvez irmão do Percy, mas não do Di Ângelo. O novato riu e assentiu e tirou um chiclete do bolso me estendendo um, e peguei e coloquei na boca, mastigando levemente enquanto o garoto tirava mais uma e jogava para o alto o pegando com a boca com destreza.

—É, por que a surpresa? Seth Gray, o filho de Hades, o Senhor do Submundo... Nossa, isso ficou ridículo. —Riu e eu ri também, estávamos a menos de quinze metros do refeitório.  Olhei para baixo por um segundo, e tentei imaginar os dois juntos, mas... Não.

—Seth Gray pode ser filho de Hades, o ridículo é pensar em você como irmão do Nico.

—Você o conhece? —Indagou, ri me lembrando da festa.

—Eu dei o primeiro porre dele, garoto. —ri— E o pior que ele tem talento, virou uma Sky em uma única golada, virou meu herói desde então, apesar de a gente não se suportar. —Ele ficou me olhando e soltou o começo de uma risada.

—Como você consegue fazer tantos amigos aqui, Sury?

Opa.

—Com minha personalidade maleável e meiga, com o fato de que eu não deveria ter nascido e como você sabe o meu nome? —Seth passou a mão nos cabelos parando no meio do caminho, girei e parei na frente dele, mas confusa com a presença dele fora do meu sonho e das telas de Rachel do que com o fato dele saber meu nome sem que eu tenha contado para ele.

—Quando levaram você para Casa Grande... A ruivinha...

—Rachel. —Ele estalou os dedos.

—É, Rachel. Rachel pediu para que eu a carregasse até o quarto, todos os outros tinham saído para arrumar algumas coisas para você, então eu só subi com vocês as escadas. —Analisei os braços longos, musculosos e bronzeados, o tronco definido e... Droga, por que eu não me lembrava disso? Senti-me confusa, feliz e irritada por ele ter me carregado enquanto eu estava dando vida a Luke.

—Certo okey então. —Parei na frente do refeitório e senti meu estômago se revirar, eu não estava com um pingo de fome, na verdade, da forma que o meu estomago estava se remoendo dentro de mim, era melhor nem sentir o cheiro de comida.

—Que fome, não acha? —Ironizou do meu lado com as mãos no bolso, semicerrei os olhos para ele, prestando mais atenção em seus lábios do que de faro na brincadeira que ele acabara de fazer comigo.

—Engraçadinho você, não? —Seth riu, jogando a cabaça para trás e logo depois deu de ombros me olhando nos olhos, fazendo uma onda de reconhecimento estranho passar por mim misturada com um calor consideravelmente grande.

—Eu tento.

—Ainda é egocêntrico, ótimo. —ele riu mais— Eu tenho que comer alguma coisa, não tenho escolha. —Gemi colocando meu primeiro pé para dentro.

—É só não comer. —Disse simplesmente, bufei e comecei a andar, já entendi os olhos de algumas pessoas em cima de mim.

—Lika e Valle vão enfiar comida minha goela abaixo, ou eu como, ou eu como. —olhei para ele com um sorriso cheio de pesar— Amizade Autoritária.

—Meus pêsames. — Brincou de novo, olhei para frente, já vendo cada um, devidamente sentados, mas com os rostos preocupados comigo, e, depois de três meses me sentindo sozinha, vi que eles realmente se preocupavam comigo. Valle e Velkan mastigavam simultaneamente alguma coisa, lerdos, Púlox e Viollet  mantinham os olhos na comida, os lábios presos em uma linha rígida, Guilherme mexia em alguma peça de metal, com o prato intocado, Nathy não discutia com os irmãos filhos de Ares, Rany parecia pela primeira vez concentrada em algo e Miguel...

Killian estava jogado em cima da mesa, a cabeça apoiada na mesa, com o chapéu Frank Sinatra na cabeça jogado, Peg comia grama não muito longe dali, estranhamente não parecia tão brilhante como antes, as asas estavam jogadas no chão, não recolhidas. Lika não dançava na musica do Chalé de Apolo, estava sentada aos pés de uma filha de Afrodite, que fazia tranças em seus cabelos longos, os grandes olhos baixos e meio verde, de lágrimas.

Meu coração pareceu crescer três vezes, andei mais rápido, com Seth logo atrás de mim.

Um relincho e cascos no mármore do chão, sorri e me virei para ver Peg  galopar até mim, os olhos negros brilhando, sorri e acenei levemente para ele, o cavalo agitou as asas.

—Pegasus, o que... —Miguel arregalou os olhos— Sury? Sury! Ela acordou! —Ele pulou sobre a mesa e correu, por pouco seu chapéu não voou.

Ele se chocou com tanta forma em mim que, se ele não tivesse me abraçado, eu teria caído no chão. Seus braços apertaram minha cintura, o rosto enterrado no meu ombro, não pude deixar de soltar uma lagrima e passei os braços pelo seu pescoço e o apertei também, ele também chorava ouvi pequenas fungadas.

—Hey, não chora... —Murmurrei, mal reconhecendo minha voz.

—Eu...

—Sury! — Os gêmeos me arrancaram de Killian e em abraçaram juntos, me apertando em um sanduíche gótico e muito feliz, fiz o que pude para abraçar ambos, mas foi meio complicado. Velkan começou a lagrimar, falando que eu era proibida de fazer algo do tipo, os olhos amarelos agora meio vermelhos, Velkan era mais... Sentimental que Valerie, demonstrava seus sentimentos mais facilmente, mesmo que isso fosse tão raro quanto um eclipse solar total; Valle, bateu no meu ombro, tirando a única lagrima dos olhos, e franziu o cenho para mim.

—Nunca mais pense em fazer uma coisa dessas, entendeu?

—Sim, senhora. —Ela deu um sorriso e logo depois Nathy e Rany me abraçaram também, me apertando seguidas por Púlox e Viollet. Certo, depois veio Guilherme, que me pegou pela cintura e me levantou do chão me girando umas duas vezes, só que, com seus quase dois metros, foi um pouco demais, mas deu certo, ele me apertou contra o peito enorme e quase me matou, mas tudo bem.

Cinco segundos depois, Lika subiu pelas costas dele, como um macaquinho e pulou em cima de mim, pequena, eu ainda consegui apará-la sem que nos duas caíssemos no chão, foi um pouco difícil fazer Lika se acalmar, ela já estava ficando verde demais, quando desmaiou e um sátiro a levou arrastada para perto de sua laranjeira.

Depois um relincho alto e todos se afastaram, Pegasus abaixou o focinho para mim, encostando ele no meu rosto, lambeu um pouco meu rosto e esticou as asas para frente, rolando as plumas em mim, abracei seu rosto grande e lhe beijei entre os olhos; senti meu coração na garganta quando vi uma lagrima grande escorrer pelos o canto dos olhos dele.

Sorri.

—Ah, para você também. Já teve muita lagrima por hoje. —Minha voz estava embargada ainda pela emoção, todos soltaram um risinho e assentiram, até que ouvi um bufar ao longe, dentes trincando e olhos ejetados e raiva.

Chalé de Thanatos. Desviei meus olhos para lá, encontrando os olhos de Karen, que me fuzilou.

—Você é pior do que barata, não importa quantas vezes, alguém lhe bate você sempre volta. —Resmungou a garota de Dreadlocks, que até hoje eu não sabia o nome, soltei um sorriso sarcástico.

—Ah, é o melhor que consegue querida? —Ela ameaçou se levantar, só que Robert, o garoto que eu quebrara o nariz umas duas vezes a segurou, os olhos negros como um buraco negro, nada saia ou entrava lá dentro. Imaginei que almas de todos eles fossem assim: Buracos negros.

—Calma, ela só quer tirar você do sério. —Dei um sorriso falsamente orgulhoso para ele, que trinou os dentes e olhou para baixo.

—Está aprendendo! E como vai o seu nariz? —Indaguei, ele se levantou e deu um passo na minha direção os punhos cerrados, mas um de seus irmãos o puxou de volta para o bando, dei de ombros me virei para meus amigos, com o rosto cínico, eles riram para mim.

—Ele não segue os próprios conselhos... —Rimos juntos até que ouvi o som familiar dos cascos de Quíron batendo no chão de mármore, ele sorriu e piscou para mim, nos mandando sentar, mesmo assim ele parecia inquieto.

—Aos Deuses! Uma voltou viva a nos e temos um novo campista entre nós! Graças as Deuses!

Todos ergueram as taças, sorrindo e gritando um pouco.

—Aos Deuses!

Seth foi apresentado aos outros, todos ficaram um pouco confusos quando disseram que era filho de Hades, mas todos acabaram se levando pelos gritos das filhas de Afrodite, Hebe e algumas filhas de Apolo; Gray sorriu para todos, mastigando alegremente enquanto Quíron explicava o que tinha acontecido, em certos momentos nossos olhos se encontravam, e ambos sorriam impulsivamente.

Perguntei-me se ele tinha percebido algo estranho, a amizade quase instantânea que tivemos, ou o modo como parecíamos nos atrair de forma quase irritante, sempre que eu olhava para ele, ele olhava para mim, ele sorria e eu também, pelo menos comigo, era algo que parecia natural de mim mesma... E depois que me perguntei isso percebi que Lika e Rachel sorriam para mim, olhares cúmplices e perigosos, estavam conversando ali perto do Sr. D.

—Isso não vai dar certo. —Resmunguei para mim mesma, Valle, que tinha sua mesa bem ao lado da minha se virou, confusa.

—O que foi? —Gesticulei com meu queixo para as duas, Stark levantou as sobrancelhas e assentiu, e me olhou de novo, por cima do ombro, meio virada para mim.

—Quer minha opinião? —Bocejei, me perguntando como ainda podia ter sono.

—Fala.

—Aquilo ali —apontou para as duas— não nunca prestou, e não é agora que vai.

—Uau, obrigada pelo seu positivismo, Valerie. —Resmunguei, erguendo meu polegar, a filha de Erís deu de ombros.

—Você quis minha opinião não meu positivismo.

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Quando o jantar acabou, todos acabaram combinando de passar um tempo na praia, fazer uma pequena fogueira e conversar até que as Harpias aparecessem para tentar nos transformar em um lanchinho da madrugada, todos concordaram, e Lika convidou o novato também.

Estava indo a caminho do meu chalé, só para tomar um banho de verdade quando alguém me girou e me abraçou. De início fiquei confusa e tive o impulso e empurrar o peito de quem quer que fosse, só depois percebi que era Will Solace, parei por um segundo olhando para ele depois sorri.

O loiro segurou meu pescoço, com o polegar se arrastando na minha bochecha, ele sorriu carinhosamente, os olhos azuis cintilando, mesmo sendo noite.

—Que Hades, você vive dando susto em todos. Pensei que iria morrer.

—Estava preocupado comigo? —Perguntei brincando, Solace riu e pegou meu rosto nas mãos, me beijando com calma, carinho quase, o que me surpreendeu, quer dizer, tínhamos ficado juntos, por assim dizer, na festa e éramos amigos a uns quatro meses eu acho, um dia a mais ou a menos... Não tenho certeza...

De qualquer forma, não achei que ele realmente se preocupasse comigo, quer dizer, não desta forma.

Will tirou os lábios dos meus e respirou fundo, sem me largar nem abrir os olhos ele sorriu, apertando meu rosto.

—Estava, estava preocupado.

—Bom saber... —Murmurrei puxando sua boca rosa para mim de novo. Esse foi um beijo mais faminto, suas mãos se arrastaram até a minha mão, entrelaçando nossos dedos, franzi o cenho e logo me soltei dele, sorrindo um pouco sem graça, olhando para a mão dele que ainda se amarava a minha.

—Tenho que tomar um banho, Miguel já, já aparece aqui.

—Agora?

—Daqui a pouco, vamos fazer uma festinha na praia, só o nosso pessoal.

—As Harpias vão...

—Vão tentar nos ter para o jantar? Já sabemos disso, vamos sair correndo assim que vimos uma, depois é cada um por si. —Dei de ombros e sorri quando ele largou minha mão, coçando a nuca e dando um sorriso pequeno.

—Vocês vão acabar se matando, na verdade, não achar que é bom dar uma parada? Você acabou de voltar da morte. —Balancei a cabeça como uma criança já começando a andar para longe.

—Não, a graça é o perigo.

Não demorei a chegar ao meu chalé, até Mavro, a serpente apareceu para me dar boas vindas, estava enrolada na soleira da janela, os olhos brilhantes para mim, não seis e estava dormindo então só passei direto, tomando um bom banho quente.

(http://www.polyvore.com/sury_carpe_cap_14/set?id=38598455)

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Quando sai do chalé, Miguel já estava lá, conversando com Guilherme que lhe explicava algo sobre a manutenção da sua Alabarda, estavam tão entretidos na sua conversa, que só começaram a me seguir quando assobiei no ouvido de Miguel, já que eu não alcançava nem o ombro de Lannister.

Eu nunca tinha prestado muita atenção à praia, passava por ela, mas nunca tive muita vontade de realmente ir até lá. Blythe fazia muitos quadros sobre o mar, e isso feria muito na época, bem, ainda doía agora, mas talvez... A presença mais presente do meu pai estivesse em ajudando a superar tudo, também tinha meus amigos, bem, eles me ajudavam de varias formas e nem sabiam disso.

Areia dali era bem fofa e prateada a luz da lua minguante, o que me aborreceu, então tirei minhas sapatilhas, levando-as penduradas na minha mão mesmo, até por que, era bom, areia entre os dedos e o cheiro agradável de mar. Será que Percy estava por aqui? Quer dizer, filho do mar, devia ser um dos seus lugares preferidos, claro, antes do Chalé de Athena e o seu próprio.

Deixei isso de lado quando vi, no limite entre o bosque e a praia, onde a grama e areia se misturavam, Púlox construiu uma pequena tenda nativo-americana de gravetos, Rany conversava com Viollet e Nathy sobre qualquer coisa, ambas sentadas em um tronco velho; Velkan juntava mais alguns galhos secos com Valle atrás dele, sem fazer nada, mas era sempre assim, eu nunca os vira separados de qualquer forma.

Seth estava sentado no chão mesmo, brincando com um isqueiro, os braços apoiados nos cotovelos, ele continuava mastigando seu chiclete, estourando a bola antes do tempo, estava distraído, olhando para o fogo que criava toda vez e acendia o isqueiro.

—Chegaram! Lannister trouxe o óleo? —Perguntou o filho de Dionísio, os olhos azuis brilhando na luz da lua, Guilherme tirou um pequeno frasco do bolso da calça jeans e jogou para ele.

—Usa pouco, Púlox, não queremos nenhum incêndio aqui. —Advertiu, com um sorriso, colocou a mão grande na minha cabeça. Depois se jogou ao lado de Seth, ambos bateram rapidamente as mãos e começaram a conversar, Miguel se sentou ao lado de Nathy, eles trocaram um selinho, sorrindo um para o outro.

Abri minha boco para falar, mas Rany me puxou para perto de uma pedra, nos sentamos no chão mesmo. Crowfford colocou a mão na minha boca, e deu um sorrisinho.

—Não fala nada, depois eu conto. —Assenti e ela pegou meu Ipod, pegou um dos fones, procurando uma musica qualquer, de uma pasta que eu nem me lembrava, ela acabou achando musicas de Justin Bieber que eu nem sabia que tinha, franzi o cenho e ela soltou um guincho, os olhos brilhando.

—Por que não disse que tinha as musicas dele? —Dei de ombros e passei as mãos nas minhas panturrilhas, me arrependendo de vindo de bermuda. Eu curtia as musicas dele, tivera uma apaixonite também, mas coisa rápida que deixei de lado logo em seguida, mas as musicas ficaram, só que eu não as ouvia fazia um bom tempo.

—Hum, nem me lembrava direito, por quê? Gostas dele? —Rany esticou a blusa que ela usava.

—Ah. —tinha o rosto dele na frente com o nome cintilando em glitter. — Então ouve ai. —Rany puxou o outro fone e começou a cantarolar as músicas, eu bocejei e me encostei-me à pedra, olhando para o mar lá na frente, me senti mole, com sono, querendo um ombro de alguém para dormir. Joguei minhas sapatilhas do meu lado, enrolando minhas mãos no pano da minha blusa, soltei mais um bocejo longo, cara, como eu podia ter tanto sono ainda?

—Sono? —Voltei a realidade, enxergando Seth do outro lado da fogueira ainda apagada, dei um sorriso, peguei minhas sandálias, contornei a fogueira e me sentei a sua esquerda, estiquei meus braços e soltei mais um bocejo longo, ele riu ao meu lado me estendeu uma bala de goma tirada do bolso da calça.

—Só um pouquinho. —ele soltou mais uma risada— Da onde você tira tantos desse aqui? —Falei, colocando o chiclete na boca, ele inclinou a cabeça para o lado, os olhos castanhos brilhando na luz da luz, os lábios se curvando para cima, senti um frio no estomago de repente.

—Do meu bolso, de onde mais? —Reverei os olhos.

—Não literalmente. Se fosse você não compraria nada na Loja do Acampamento, não é muito confiável.

—E por quê? —Perguntou estourando mais uma bola, olhei para Velkan e Valerie a cinco metros dali.

—Filhos de Hermes, senhor dos ladrões e coisas do tipo, não é confiável...

—É verdade, principalmente se você comprar com os gêmeos Stoll, aqueles sim são perigosos. —Reclamou a Stark se sentando no tronco onde eu apoiava minhas costas, me lançou um olhar acusador, desviei os olhos e empinei o nariz para o outro lado, e Gray notou, balançou o polegar entre mim e Valerie.

—O que foi isso? —Ela não em deixou falar, estendeu a palma na frente do meu rosto.

—Como eu lhe disse, os Stoll não sou boa gente, ou seja, não é bom se misturara com elas, só que algumas pessoas ignoram esse conselho.

—Você fala isso por que vocês vivem em guerra por um titulo idiota, mas eu não tenha nada haver com isso! —Gritei, Velkan se sentou ao lado da irmã a bufou, Seth pareceu confuso.

—Mas você acabou de dizer...

—O que eu realmente disse foi que: “Filhos de Hermes, senhor dos ladrões e coisas do tipo, não é confiável...”, não disse que eles são suspeitos e coisas do tipo, só não se deve confiar muito quando assunto e comprara coisa, não a de com carteiras ou cosias que interessem a eles, por que eles vão roubar. Mas são pessoas legais e divertidas, principalmente Connor e Travis Stoll.

—Você está andando muito com eles, e com o mais perigoso! —Bufei e passei a mão no rosto.

Connor, perigoso? Certo, ele é ótimo lutador, manda razoável no arco e flecha e pode roubar suas meias sem tirar os sapatos, mas perigoso, sério? Ele é um doce de pessoa, engraçado e super divertido, não tem nada de perigoso nele... Fora que ele é bem gato, okey? —Me virei para frente, um pouco irritada bufei, percebi que Seth me olhando, encarei seus olhos.

—O quê? —O filho de Hades me abriu um sorriso de canto, e ergueu as duas mãos.

—Na-da. — Soletrou, foi quando eu percebi... Algo de metal na sua língua, cintilando na luz da lua. Semicerrei os olhos.

—Você tem um pircing na língua? —Perguntou Viollet, ele sorriu e colocou a língua para fora. Bem no meio dela uma miniatura de um dado branco, com o numero seis virado para cima, Gray levantou a língua mostrando que embaixo uma bola de aço o prendia ali, para segundos depois fechara boca, sorrindo.

—Cara, na língua é onde dói mais para colocar. —Comentou Velkan olhando para ele, Seth apertou os olhos por um segundo, como se lembrasse da dor, passou a mão na parte de trás da cabeça, mexendo nos cabelos negros lustrosos

—É, mas não é pior que a anestesia, isso eu garanto. A agulha parece maior quando é com você.

—Se sabia por que fez? —Perguntou Miguel franzindo o cenho, Seth deu de ombros e brincou com o dado, o colocando entre os dentes por um segundo, para depois rir um pouco, como se lembrasse de algo engraçado.

—Eu sempre gostei, mas não tinha coragem de fazer, então perdi uma aposta para minha irmã e ela mandou, então não tive muita escolha, mas até que deu bem certo, ganho um extra com as garotas. — ele olhou para mim, sorrindo sedutoramente, os olhos brilhando por trás dos cabelos negros, eu sorri de volta. O sorriso de Seth cresceu, a ponta de seus lábios se curvando um pouco para os lados.

Houve um pigarro baixo, era Rany me chamando atenção, desviei os olhos para ela, a filha de Eros tinha um brilho matreiro no olhar, ela tinha percebido. Droga.

—A dor depois passa, mas o ruim que eu não posso comer muita gordura e esse tipo de coisa. —ele suspirou e jogou a cabeça para trás, disfarçando— Com milhares de Burger King espalhados por toda a Califórnia e eu não podendo comer mais que 3 hambúrges por semana.

—Tortura. —Aquiesci, todos acabaram por concordar, Rany riu.

Depois que acendemos a fogueira, continuamos a conversar, normalmente. Rany em falou que Miguel e Nathy tinham ficado mais juntos no dia que eles me acharam, desmaiada no lago, me falaram o porquê os filhos de Thanatos estavam tão quietos no jantar. Eles tinham recebido uma bela bronca de Quíron já que tentaram, duas vezes dar um fim no meu chalé, comemorando minha possível morte, coisa do tipo, então eles estavam em perigo de “Suspensão”.

Suspensão, aqui no Acampamento Meio-Sangue trata-se de quando determinado grupo de pessoas são dispensadas do Acampamento e fazem o trabalho das Harpias por um dia, que é? limpar as louças, manter a Parede de Escalada em boas condições, lavar as roupas de Dionísio, limpar os CDs de Quíron, espanar toda a Casa grande... coisas do tipo, então, eles estavam maneirando um pouco, ou seja, os Gêmeos Stark sorriram maldosamente para mim.

—Hum, então eles não podem se meter em confusão... —Sussurrei.

—Interessante. —Falaram os góticos em coro.

—Ah, qual é. Isso já é muita maldade. —Disse Rany, os olhos dourados brilhando na fogueira, piedosos. Nathy riu e revirou os olhos.

—Filhos e Eros, tão sentimentais. Vão fazer o quê, Sury? —Indagou com os olhos verdes curiosos, dei um sorriso de canto e afastei os olhos para o fogo, tentando pensar em algo, mas foi Velkan que deu um sorriso para Valerie, e ela o imitou, como se soubesse o que se passava pela cabeça do irmão.

—O truque que usamos nos Stoll há três anos, no...

—Ano novo... Fogos de artifício. Noite...

—Espera, foram vocês que... Por que eu ainda me surpreendo? —Miguel jogou um pouco de terra na fogueira, abaixando um pouco as chamas. Eu não tinha idéia de qual fosse o plano, mas desde que funcionasse para mim estaria ótimo.

Já devia ser umas duas da manhã quando ouvindo os primeiros sinais das Harpias, jogamos mais terra na fogueira e nos esgueiramos por um caminho pelo bosque. Valerie e Velkan acharam a antiga rota que eles fizeram com o chalé onze para o dia da festa, os archotes estavam apagados, mas indicavam o caminho até o lago da canoagem, de lá nos dividindo em dois grupos indo para a ala dos chalés, meu chalé era um dos mais próximos então cheguei mais rápido.

Mavro estava lá, sibilando para mim, nem parecia ter se movido desde que eu saíra dali, mas continuava com os olhos amarelos ejetados em mim.

—Que foi? Não fiz nada demais, só perdemos o horário, conversando. —A única coisa que ele em disse foi:

Ssssssssss. —Revirei os olhos, ignorei o fato de eu estar tentando falar com uma cobra, tomei um banho frio e vesti qualquer coisa e me joguei no meu beliche quente e confortável, rezando para ter uma noite de sono quieta. Mas é claro que não, sonhei outra vez, um sonho que só deixou tudo mais estranho.

Sonhei com Seth Gray, um sonho um pouco complicado e... Constrangedor.

Mas definitivamente, muito agradável.

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Notas finais do capítulo

PERDÃO!Estava com pouca criatividade.
Postei esse com medo de vocês sumirem, então acho que não está muito bom.
Tive uma ideia para outar fic, e se eu não colocasse no papel, não iria me deixar em paz, então tive que escrever um pouco ela para voltar a escrever a "Dear Pegasus."
Perdão outra vez,e... Pelo menso está aceitável? Ou está péssimo do jeito que eu acho? Comentem sim?
Beeeijos