Alice Jackson os Heróis do Olimpo escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 5
Capítulo 5 - Eu devo ter quebrado um espelho.


Notas iniciais do capítulo

Depois de ter muuuito azar, a Alice tem muuuita sorte. Também passar uma tarde inteira com... Bom, não posso contar, você vai ter que ler. Te espero lá embaixo!



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Fui andando até o lago de canoagem, não cheguei tão perto dele, duas pessoas estavam lá conversando, Percy e Annabeth.

            Escondi-me e consegui ouvir a conversa:

            _...ela ganhou toda a atenção._era Annabeth.

            _É aniversário dela, e ela acabou de descobrir que é sua irmã..._ ele não pode terminar, Annabeth se levantou e explodiu.

            _Você viu? Ela me persegue! Não é possível! Sua prima é muito chata! Eu faço todo e ela ganha a atenção? É totalmente injusto!

            _ Se o mundo fosse justo, então..._ não consegui ouvir o que ele disse.

            _ Percy, eu vou ter que dividir meu chalé com a Alice, e você ainda está pensando nisso? Faz mais de 2 verãos que eles morreram!

            Não consegui descobrir sobre quem ela estava falando, tinha alguma coisa a ver com a Segunda Guerra dos Titãs, há dois verãos atrás, Yasmin me contou.

            _Mas veja pelo lado positivo. Você vai poder mandar nela, pelo menos dentro do chalé.

            _Isso pelo menos até ela vira a conselheira-chefa..._ falou consigo mesma Annabeth.

            Percy se levantou também.

            _Isso não é verdade, você sabe que você sempre vai ser a conselheira-chefa do chalé de Atena.

            _Você vai ver. Vai ser só eu virar as costas e ela vira a conselheira-chefa.

            _ Você sabe que isso nunca aconteceria. E mesmo que aconteça, mesmo que Alice tome seu lugar em tudo, de um lugar ninguém pode tirar você._Nesse momento os braços de Percy estavam na cintura dela.

            Ela olhou para ele nos olhos.

            _ Do meu coração..._ ele pronunciou a última palavra devagar.

            _Você sempre sabe o que dizer, Cabeça de Alga.

            Não vi, mas ouviu o beijo meloso deles, que se não fosse a Annabeth a garota, teria sido romântico.

            _Vem, Percy. Vamos voltar. Tenho que fazer a inspeção dos chalés.

            _ Te ajudo._ ela puxou o Percy pela mão, vindo em minha direção, me certifiquei que não seria vista atrás do arbusto.

            Eles passaram por mim, rindo, nem notaram o arbusto se mexer.

            Eu acho que sou uma completa estúpida. Acho não, tenho certeza! A mais estúpida filha de Atena, se ela não tivesse jurado reconhecer todos os filhos, eu não descobriria que era filha dela NUNCA! Aquilo não era um arbusto qualquer, era um arbusto venenoso! Eu estava inteirinha coçando, dos pés a cabeça. Assim que eles se afastam um pouco, saltei de trás do arbusto e me joguei no lago.

            Ah, que alivio, apesar de ainda coçar um pouco, era melhor dentro da água do que fora.

            Meus deuses! Sou idiota mesmo! E agora? Minha pele estava inchando e estava vermelha! O que eu faria?

            _Alice! Alice! Onde você esta? Alice!_ que sorte, era a Yasmin.

            _ Aqui!_gritei

            Depois de alguns segundos Yasmin apareceu, com Cristal logo atrás dela.

            _ Garota... Você é louca? Por que esta aí?... E seu rosto! Pelos deuses! Você tem muito que explicar!

            _Ahhhhlice, quer ajuda para sair?_disse Cristal.

            _Quero.

            Yasmin e Cristal me puxaram para fora do lago.

            _ Isso coça muito!_ e comecei a me coçar._Me ajudem.

            _Tá legal, eu sei fazer uma poção que vai curar isso em mais ou menos duas horas e meia. Vai demorar quinze minutos para ficar pronto, e bom, acho que vai funcionar, mas preciso de ajuda para coletar as ervas necessárias.

            _ Eu ajudo_ se ofereceu Cristal, enquanto se espreguiçava.

            Yasmin estava perfeita com aquela saia, e olhava para Cristal de cima a baixo, reprovando o pijama de bolinhas amarelas. Cristal olhava para mim, com os olhos azuis cansados dela, com se dissessem “Onde fica a cama mais próxima?”. E eu me coçava com uma louca, a coceira era insuportável.

            _O que estão esperando? Vão logo!

            Yasmin prometeu voltar logo com as ervas e uma toalha, depois ela e Cristal foram na direção da floresta.

            A coceira era incessante, mergulhei de novo no lago, a coceira melhorou.

***

            Haviam passado quase quinze minutos, onde as meninas estariam? Não bem pensei nisso elas apareceram ao longe, Cristal (o vulto azul) carregava uma espécie de jarra na mão, e Yasmin tinha alguma coisa verde em mãos (provavelmente ervas).

            Quando elas se aproximam, sai da água e Yasmin pegou a poção do caldeirão em miniatura e me dei. A cor do remédio era semelhante a fezes, o cheiro parecia que alguém tinha batido urina, com ovo podre, meia com chulé e qualquer coisa mal-cheirosa.

            Criei coragem e bebi aquilo antes que eu desistisse, bebi de uma fez só, o gosto era horrível, imagine tudo de ruim no mundo misturado, multiplique por três e isso é 1/5 do horror do gosto.

            Olhei para Yasmin, ela e Cristal me olhavam como se fossem vomitar.

            _Que foi?

            _Não era para beber, era para esfregar no corpo..._disse Yasmin.

            Então eu não resisti e vomitei.

***

            Eu estava no meu antigo chalé. Iria me mudar dele e passar para o de Atena, um dos mais bonitos. O problema seria ver a Annabeth todo dia de manhã. Eu só esperava que minha irmã mais velha não me acordasse, e não me perturbasse de mais. Já estava no fim do livro emprestado por ela, e minha pele não mais coçava, o remédio de Yasmin era bom mesmo, a mãe dela era a deusa da feitiçaria.

            Yasmin estava me ajudando a pegar as minhas coisas, basicamente eram as roupas presente das irmãs filhas de Hermes; o chicote, presente do Peter; o livro emprestado pela Annabeth e dois elásticos de cabelo, que Yasmin me deu. Eu ainda ia pedir para o Percy ou para o Peter um dracma de ouro (dinheiro dos deuses, na Antiga Grécia os dracma já existiam, mas não eram de ouros. Os deuses preferem as coisas de ouro, e por isso, os dracmas de ouro eram o dinheiro dos deuses), para poder mandar uma mensagem de Iris para o meu pai, tinha que conversar com ele.

            Saímos do chalé, Yasmin e Cristal atrás de mim.

            Cristal parecia triste, tinha o olhar perdido no céu daquela linda manhã, seus olhos não eram cansados como sempre, eram apenas melancólicos. Olhei para ela, qual seria o problema? Cristal sempre parecia cansada e preste a pegar no sono, hoje não.

            _Qual o problema?_perguntei indo mais perto dela.

            _Nada não._eu sabia que era alguma coisa, e mais cedo ou mais tarde ela acabaria me contando.

            Olhei preocupada para ela, será que Yasmin poderia me contar o que estava acontecendo? Olhei para ela, seus olhos traziam a mesma tristeza.

            _Mas afinal de contas, por toda essa tristeza?

            Eu não conseguia entende. As duas suspiram juntas e pude entender o porquê. Eros (Cupido) ferira seus pobres coraçõezinhos. Olhei com carinho de Yasmin para Cristal, podia entender o que estava acontecendo, nem mesmo Eros pode controlar o poder de sua flecha, quando a maldição do amor o fez se apaixonar por Psique.

            Todos tinham um amor, correspondido ou não; segredo ou aparente; proibido ou não. Ninguém podia escapar, se a fecha do amor o acertar. Era impossível, e mesmo querendo o esconder, um dia todos saberiam que você amou alguém. O amor matava, faziam a pessoa gostar mais de outra do que da própria alma, podendo até morrer, para proteger o verdadeiro amor. Fazendo com que você vai até mesmo ao inferno, para salvar esse alguém, que faz você se sentir nas nuvens quando se esta com ela, faz com que você se esquece de tudo e de todos e só pense em uma coisa, na pessoa amada. Se ela não esta com você, você pode morrer, pois sua vida não tem sentido longe ela. Resumindo, o amor era realmente forte, a coisa mais forte do universo!

            _Qual o nome deles?

            _ Como assim?_perguntaram em uníssono.

            _Não se fazem de desentendidas, sei que gostam que algum menino.

            Cristal soltou uma pequena risada e disse:
            _Não estou pensando em nenhum menino_ afirmou ela._ Estou só com saudades do meu travesseiro que esqueci em casa._ela era uma figura.

            _Mas e você Yasmin, qual o problema?

            _ Nada, juro._Ela com certeza estava por causa de algum menino.

            _Não adianta esconder, mais cedo ou mais tarde sei que você vai contar. Você pode escolher.

            _Eu escolho mais tarde_ e todas rimos.

            Nesse momento chegamos ao meu novo chalé. Abri a porta e entrei, era simplesmente lindo! Livros e mais livros enfeitavam as paredes, era perfeitamente organizado e não o caos total do chalé de Hermes. Tinha alguns ramos de oliveira e a imagem de um grande coruja com seus olhos grandes e impiedosos me observava. Vi várias crianças loiras de olhos cinzentos. Era tão difícil saber que eu era irmã de todos eles? Quem não percebera isso era um completo idiota. Uma menina alta e magra veio falar comigo.

            _Olá, sou Sophia. Bem-Vinda ao chalé de Atena.

            _Obrigada.

            _Annabeth disse que você viria, disse que sua cama é aquela._ela apontou para a parte de cima de um beliche, estava arrumada e tinha um bilhetinho lá.

            O peguei e li:

Αδελφή
Ελπίζω να απολαύσετε το κρεβάτι σας
Χαίρομαι που είσαι αδελφή μου
Αλλά δοκιμάστε το ένα δάχτυλο της γραμμής και κυριολεκτικά να σας σκοτώσει
Ευγενικά
Ανναμπεθ

Tradução:

Irmã

Espero que tenha gostado da sua cama

Fico feliz por você ser minha irmã

Mas experiente sair um dedinho da linha eu te mato literalmente

Atenciosamente

Annabeth

                Lendo as três primeiras linhas pensei que um ET tinha entrado na mente da Annabeth e a fez fazer loucuras, mas depois o mundo voltou a fazer sentido, para cima era para cima e para baixo, para baixo.

            Subi nela e percebi assustada que era do lado da janela do Peter, olhando pela janela pude ver sua cabeleira negra e chamei seu nome.

            _Ah, oi Alice! O que faz ai?_ele parecia confuso.

            _Estou sentada na minha cama, lembra que sou filha de Atena?

            _ Claro que lembro. Que “conhecidência”, nossas janelas são uma do lado da outra!

            _É coincidência_ o corrigi._ Essa palavra vem do verbo coincidir.

            _ Para com isso Alice, odeio quando você me corrigi.

            _Tchau, Peter, até outra hora, agora tenho aula de arco e fecha.

            Desci da cama, eu tinha aula de arco e flecha junto com a Cristal, e a Yasmin tinha corrida junto com suas irmãs.

            _Bom, acho melhor nós irmos agora, Cristal. Não queremos atrasar, certo?

            Ela concordou com a cabeça e nós três saímos do chalé, depois de sair, tomamos direções diferentes.

            _Cristal, você sabe por que a Yasmin está daquele jeito?

            _ Acho que... Por causa do Christian White.

            _Christian?

            _Isso mesmo, Christian. Ele é filho de Zeus, um dos trigêmeos. Sabe aquele que não participou da corrida? Yasmin era caidinha por ele, mas ia um dia ela o ouviu dizer que não gostava dela e ela ficou triste por dias, não saia do chalé e se recusava a comer!_Cristal bocejou às vezes e se espreguiçava com frequência._ As irmãs dela conseguiram reanimá-la e ela chegou à conclusão que a mãe tinha razão, homem não serve para nada._segredou Cristal, que normalmente só abria a boca para bocejar.

            _ É por isso que ela odeia ficar perto do meu irmão, do Percy e do Art!

            _Isso aí, e têm mais, alguns disse que ela ainda ama o Christian! E quem é Art?

            _Ora, o Arthur Pólo.

            _Ah, ele é mais conhecido por Apolo, por causa do pai..._ mas eu interrompi.

            _Eu sei, Yasmin me contou.

            Fomos até os alvos, onde aconteceria nossa aula. E lá estava Art, lindo como sempre e aquela preocupação que era evidente em seu rosto no dia anterior, sumira sem deixar vestígios.

            _Oi, Art_ disse.

            _ Ah, olá.

            Não sei se Cristal percebeu ou se estava ocupada demais bocejando, mas eu pude sentir que rolou um pequeno clima.

            A aula começou, tenho que confessar, minha primeira flecha foi um fracasso total.

            _Ei, me deixei te ajudar._era Art.

            _Tudo bem_ sorri.

            Ele levantou mais o meu braço, posicionou melhor a fecha e acertei o alvo, acertei na mosca, você tinha que ver a cara da Annabeth.

            _ Obrigada.

            Art era filho de Apolo, o que não me admirava tamanha habilidade. Todos os seus filhos eram ótimos com arco e flecha.

             _De nada_ disse ele rindo.

            Depois disso ele também começou a atirar flechas em um alvo, ele era o instrutor.

            _ Viram, é assim que se faz. Vamos, todos.

            E todos começaram a atirar também, uma irmã minha também parecia ter dificuldade e lá estava Art a ajudar.

            _ Não, doçura. Você tem que segurar assim o arco.

            _Assim?_ e ela acertou o alvo certinho.

            _Qual seu nome?

            _ É Brenda Blake_ riu ela.

            Doçura? Por que ele falou assim com aquela pirralha de no máximo dez anos? Que raiva!

            Passei a prestar atenção na Brenda. Ela era atirada e nem se importava em demonstrar claramente que estava a fim do Art.

            Depois de a aula acabar, vi Rick e Peter, fazia algum tempo que eu não via o menino bode e resolvi conversar com eles.

            _Olá, garotos.

            _Oi_ ouvi Peter dizer.

            _ Alice, toma, presente de aniversário atrasado._ disse Rick me entregando um pacote cinza, embrulhado do jeito certo e com um grande laço azul. Abri e lá dentro estava meu diário, que eu havia deixado em casa.

            _Oh, Rick. Muito obrigada, mesmo. _ e eu lhe dei um beijo na bochecha.

            _Béééé, de nada_ ele corou.

            Depois disso o Art apareceu.

            _Você não se importariam se a pegasse emprestado por um segundo, né?

            _ Claro que não, Apolo.

            _Ótimo.

            E ele me puxou para o lago de canoagem e falou para mim me sentar lá.

            _ Mas agora não tem aula?

            _Tem sim. Mas é bom matar uma ou duas aulas._ ele tinha um sorriso travesso nos lábios, como uma criancinha que tinha sido pega enquanto roubava um biscoito por alguém que não podia a castigar.

            Olhei-lhe com um olhar severo e um sorriso no rosto. Depois me sentei ao seu lado. Ele tirou os tênis e as meias e colocou os pés na água. Eu também.

            Se eu ainda estava brava por causa de Brenda? Estava sim. Por que não briguei com ele? Sua beleza e o jeito travesso o haviam salvado.

            Ficamos ali um tempo parados, até que Art começou a jogar água em mim, eu também joguei e ele retrucou.

            _Ah, então é guerra?

            _É claro que sim._ele sorria.

            Eu estava tão feliz quanto estava ensopada no final. Meu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo e completamente molhado, estava de baixo a cima encharcada.

            _Arthur Polo, eu te pego!_ E sai correndo atrás dele, até ele se jogar ou cair no lago. Comecei a rir.

            _ Pode rir o quanto quiser. Vamos, me ajude a sair daqui.

            Eu estendi a mão para ele pegar e ao invés de sair ele me puxou para dentro!

            Soltei meu cabelo e ficamos lá nós dois na água rindo e molhando um ao outro, até ele e eu ficar juntinhos e os sorrisos morrerem em nossos rostos. Lá estávamos nós, vendo somente um ao outro, pensando somente um no outro, somente um no outro.

            _ É, ah...

            _Que?

            _Vamos sair, já devemos ter matado umas duas aulas, mais uma e somos presos por assassinato.

            Dei um sorrisinho. Que piada sem graça! Ele saiu e me ajudou a sair também. Depois começou a procurar algo no meio de uma moita e de lá tirou duas toalhas, me dando uma.

            _Obrigada.

            _De nada. Sempre coloco toalhas aqui, tenho essa mania de matar aula de vez em quando.

            Sentamo-nos de novo, com os pés no lago, enquanto nós enxugávamos.

            Rimos de coisas sem sentido que o outro falava. Brincamos um com outro e caímos na gargalhada várias vezes até eu perguntar:

            _Tá, mas qual o real motivo de você me chamar aqui?

            _ Verdade, já ia me esquecendo. Semana que vem vai ter outro caça bandeira. O meu chalé esta no comando do time azul. E bom, pensei que o seu chalé poderia fazer parte do nosso time.

            _ Sim, entendi. Vocês precisam de pessoas com cérebro, já que vocês não têm?

            Rimos.

            _Não seja tão convencida.

            _Estou só brincando.

            Naquele momento ouvimos uma conversinha ali perto. Eram Quíron e o Sr. D. Art pareceu assustado.

            _Vem.

            E ele me puxou para um arbusto, antes de me esconder perguntei:

            _Não é venenoso, certo?

            _Claro que não_ ele puxou meu braço lá para dentro e logo depois os dois apareceram.

            _O Will Solace ainda não voltou. Ele mandou uma mensagem de Iris faz 4 dias, dizendo que chegaria em 1 dia. Mas até agora nada. Seria melhor mandar reforços?_ esse era Quíron.

            _ Não há necessidade. Logo ele chegara. E se não, e daí? Menos um para nós agüentarmos.

            Olhei para Art. Quem era esse Will? Seu rosto mostrava pavor e os olhos tenham a mesma tristeza ou preocupação do dia anterior, logo depois da corrida de bigas.

            _Art, o que...?

            Ele colocou a mão na minha boca.

            _ Estou ficando preocupado. Já é o quinto que mandamos em uma missão e não volta. A única que voltou desde o começo do ano foi Katie Gardner.

            Pelos deuses, Katie foi a única a retornar? Sou só eu ou alguém mais relacionou seu olhar maligno com isso?

            Ameacei espirar, mas não espirei da primeira vez. Só depois que espirrei.

            Quíron e o Sr. D olharam na nossa direção.

            _Você ouviu isso?

            _ Sim. Veio daquele arbusto.

            Eles começaram a se aproximar.

            _ Morremos._ Disse Art com um sorriso sarcástico.

            Tentei pensar rápido e pude ver a solução. Ali tinha uma espécie de buraco coberto por folhas, era grande o bastante caber uma pessoa e era muito escuro, não pude ver o fundo, era bem fundo.

            Peguei Art pelo braço e puxei-o lá para dentro. Começamos a cair até ir parar em um túnel subterrâneo. Ele olhou para mim e perguntou:

            _Você é louca?_ ele estava no chão. Seu rosto iluminado pelo isqueiro que ele tirara do bolso.

            _ Claro que não. Você não queria se dar mal, nem eu. Achei o buraco e entrei.

            _ Estou falando com uma completa louca_ Disse ele com terror.

            Ri. A histeria dos outros me deixava mais calma. Respirei fundo e peguei o isqueiro na mão de Art. Andei pelo túnel e consegui achar uma saída. Sai, Art atrás de mim. Estávamos do outro lado do acampamento, na praia, onde terminava o riacho que cortava a floresta.

            _Pronto, saímos.

            _Você não acha estranho, em menos de segundos termos aparecido aqui? E olha! Meu pai esta se pondo!

            Achei estranha a observação. “Meu pai esta se pondo” não é todo dia que você ouve isso.

            _Bem estranho mesmo.

            Perguntei-lhe sobre Will Solace e ele disse que era o conselheiro chefe do chalé dele e que ele estava o substituindo enquanto ele estivesse da missão. Era visível que ele estava preocupado com o irmão e com os outros meio-sangues sumidos.

            _ Os meio-sangues que sumiram são Saphira Price, filha de Zeus; Dominick Morris e Alan Hall, filhos de Hefesto; Suzie Lautner, filha de Hermes; e o meu irmão.

            Pelo que eu pude perceber, só filhos dos deuses Olimpianos haviam sumido.

            _O que será que está acontecendo?

            _ Não sei, mas vou descobrir.

            Caminhamos pela floresta em silencio. Qualquer som assustava Art. Seus olhos continham imensa preocupação e naquele começo da noite, os cabelos molhados perdiam o encanto de sempre. Ele estava péssimo.

            Perguntei-lhe uma ou duas vezes o porquê daquilo, mas ele me ignorava totalmente.

            Ele me acompanhou até o meu chalé, como um perfeito cavalheiro. Despediu-se e foi embora.

            O chalé parecia vazio e deveria estar mesmo, já que os filhos de Atena deviam estar jantando. Não estava com fome, nem um pouco. E depois de me trocar, peguei o pacote que Rick havia me dado. Eu o havia deixado no meu chalé antes de ir para o lago.

            Escrevi sobre estar perdidamente apaixonada pelo Art e sobre como matamos quase todas as aulas daquele dia. Só não contei sobre o túnel subterrâneo. Depois fui jantar.

            Quando voltei para o quarto. Achei Annabeth sentada na cama dela.

            _Olá.

            _Oi.

            Olhei para o chão e lá estava um ursinho muito fofo, atrás tinha o nome da Annabeth.

            _É seu?

            Ele o tomou da minha mão.

            _É, e daí?

            Cai na gargalhada.

            _Vou contar para o Percy, ele não vai acreditar!

            _ Não, vai não!

            _ E quem vai me impedir?_ disse cessando as gargalhadas.

            _ Se você contar. Eu conto que você matou aula para ficar junto do seu amado Apolo!

            Meu queixo caiu.

            _Como você sabe?

            _De baixo do seu colchão tem coisas muito interessantes…

            _Você não...

            _Contaria? E por que não?

            _ Não conto sobre o urso, você não conta sobre o Art.

            _Feito.

            As outras crianças de Atena apareceram e eu fui dormir, já passavam das dez de meia.


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Notas finais do capítulo

Annabeth cruel. É feio bisbilhotar, sabia? Kkk, mas nós não estamos fazendo o mesmo? Mexendo no diário da Alice?
Qual será o mistério deste túnel que a Alice encontrou? Tentem adivinhar.
O que o Art tem com a floresta? Qual é o medo dele? Quais os segredos que esse garoto guarda?