Alice Jackson os Heróis do Olimpo escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 4
Capítulo 4 - Minha Mãe Divina


Notas iniciais do capítulo

Outra personagem importante aparece na história, mas tarde ela vai fazer toda a diferença.
A corrida de bigas vai acontecer e será que a Yasmin e a Alice vão mesmo ganhar? Só lendo para descobrir.



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            Acordei com a Yasmin gritando:

            _ Alice! Acorde! A corrida já vai começar!

            Eu abri os olhos rapidamente e me sentei na cama de presa.

            _O que? Já vai começar?

            _Eu só estava brincando, para você acordar, mas vai ser logo depois do café da manhã.

            Levantei-me e vi que havia dormido de roupa e tudo, fiquei com ela mesmo, não tinha mais nada para colocar, e ela não estava suja mesmo.

            _Vamos tomar café da manhã?

            _ Claro!_disse eu.

            Eu penteei meu cabelo, a Yasmin me ajudou a tirar alguns nós.

            E saímos do chalé com a Yasmin me dizendo que eu devia fazer tranças no cabelo, que deveria usar mais rosa e que ela conhecia um tratamento especial que era uma beleza.

            Olhei para ela, o rosto perfeitamente maquiado, os cabelos trançados com fios de ouro branco e usava um perfeito vestido rosa que batia nos joelhos. Ela era linda.

            _ Você não acha que deveria haver um SPA aqui?

            _Claro, claro _disse distraída.

            Percy chegou correndo com um livro na mão.

            _Consegui!_disse assim que se aproximou.

            _Como você conseguiu?_perguntei.

            _Foi simples, pedi emprestado, mas não falei que era para você.

            Sorri, ele era o melhor primo do mundo! Ele me entregou o livro e me aconselhou a não comentar nada com a Annabeth, depois foi embora.

            Comecei a lê-lo ali mesmo, percebi que estava tudo em grego antigo, mas eu entendia tudo com perfeição, Yasmin me explicou que isso era algo comum entre os semideuses.

            _Vá à frente, eu já vou_ avisei a ela.

            _Tá bem.

            Vi ela indo à frente e coloquei o rosto no livro, agora eu iria ler até ele acabar.

            Continuei andando na direção do refeitório, lendo o livro enquanto andava. E de repente... Eu trombei com alguma coisa e deixei cair o livro no chão.

            Eu havia trombado com uma garota.

            _Ai, me desculpe_ disse ela.

            _Tudo bem_ e nós duas nos abaixamos para pegar o livro.

            Resultado, trompamos de cabeça.

            _Desculpa_ disse, ela não me ouviu, pois a essa altura nós estávamos rindo.

            Levantei e meus olhos caíram nas roupas dela. Ela estava de pijama!

            _ Você está de pijama?_disse eu.

            _Estou_ disse ela e depois bocejou.

            Ela era bonita, da sua forma. Entanto Yasmin era bonita porque queria, ela era bonita, porque era. Tive a impressão que ela não tinha penteado o cabelo naquela manhã. Seus cabelos eram castanhos muito escuros, eram bem cacheados e compridos. Ela era branca como um fantasma.

            Usava um pijama comprido, azul e cheio de bolinhas amarelas. Tinha nos pés pantufas de patinhos amarelos.

            Seus olhos eram azuis e cansados, parecia estar com sono.

            _Meu nome é _ela bocejou_ Cristal, sou filha de_ ela bocejou de novo_ Morfeu_ ela sorria e estendeu a mão e eu apertei.

            _Sou Alice Jackson_ disse eu._Sou prima do Percy.

            _ Que legal _ela esfregava os olhos enquanto falava _ Ele é famoso aqui, nasceu de uma promessa quebrada._Contou ela._ Mas de quem você é filha?

            _ Não sei, só sei que é de uma deusa.

            Ela bocejou de novo.

            _ Sem querer ofender, mas quem é Morfeu?

            _ Está tudo bem, os meio-sangues novo sempre fazem essa pergunta, acho que é por que ele não é muito famoso_ contou ela, ainda esfregando os olhos e bocejando às vezes._ Ele é o deus dos sonhos e depois virou deus do sono também, sabe como é, o antigo deus do sono, meu avó, sumiu e Morfeu tomou o lugar dele.

            _Sumiu como?

            _ Os deuses, quando não acreditam mais em si mesmos, somem.

            _Ah, agora entendi. Você vai correr?

            Ela bocejou mais uma vez.

            _Não.

            _Eu vou!_disse eu.

            _Que_ ela deu um bocejo_ Legal...

            Seu pai ser o deus do sono é algo que explica onde ela encontra tanto sono...

            A garota era legal, até onde eu podia ver.

            _ Ei, vamos comer?_perguntei

            _ Vamos._disse ela e depois bocejou.

            Fomos até o refeitório juntas, e conversaram até termos de sentar em mesas diferentes...

***

            A corrida já iria começar e eu estava ficando com medo do que iria acontecer, não medo de competir, isso nunca, medo de fazer alguma burrice.

            _Pronto_ disse a Yasmin dando a última retocada em Linda, a pégaso.

            _ Não poderíamos usar cavalos comum?

            _Não, pégasos são muito mais bonitos.

            _Mais eles são bons para voar, não para isso. Acho que eles vão nos fazer perder.

            _ Nunca! A Linda e o Sansão são os pégasos mais rápidos de todos!

            _Isso no ar, mas na terra...

            _ Relaxa, não vamos chegar em último lugar, isso eu te garanto.

            _Espero que sim _falei.

            Nossa biga era toda decorada com mil laços cor de rosa, o que a fazia ficar bonito, com certeza, mas pesada demais para correr. A biga em si, sem os pégasos, era de uma madeira pouco resistente e ficaria surpresa se ela passasse pela linha de chegada.

            Annabeth e Percy estavam cuidando dos cavalos NORMAIS, que iriam puxar a biga NORMAL deles.

            Annabeth olhou para mim, minha situação era terrível, não poderia ser pior, nem monstros que quisessem esmagar a minha cabeça. Annabeth Chase ria de mim e estava com a razão, e era ainda pior, eu iria perder feio logo no meu primeiro dia como guerreira, se a biga da Yasmin ao menos passasse pela linha de chegada, aquilo seria considerado um milagre dos deuses.

            Annabeth e Percy eram invencíveis juntos, já que a mãe dela tinha inventado a biga e o pai do Percy os cavalos.

            _ E mais uma coisa, é permitido transformar garotos em porquinhos da índia?

            _ Você sabe que eu não sei... Acho que sim, se for ganharemos. Olhe, não é permitido matar, toda arma vale e esperem truques sujos..._ela parou pensativa, como se tentasse se lembrar de algo.

            _ É sim, sua arma é sua mão! Vamos ganhar!_comemorei, todos iriam ver.

            Senti olhos olhando minhas costas, eu virei para ver quem ou o que era e me deparei com ele...

            Senti minha cabeça girar, era lindo demais. Era o filho do Sol, e no sol quente daquela manhã estava mais lindo do que dentro daquele quarto escuro.

            Seus cabelos pareciam raios emprestados pelo próprio sol, os músculos definidos eram visíveis atrás da camiseta e eu, me senti como se tivesse encontrado Narciso, o homem que se apaixonou pelo próprio reflexo. Os cabelos eram bagunçados e ele ria com um arco na mão, quase tive um troço. Os olhos eram azuis e... pelos deuses, que sorriso!

            _Olá Apolo, o que você quer?_perguntou Yasmin, que tinha ido para o meu lado, ela estava com os braços cruzados e sua voz saiu nada amigável.

            _Eu vou participar da corrida também._disse ele, com ar de brincadeira.

            Vi a mão da Yasmin apertar o ar e senti que ela o odiava por alguma razão e iria o transformar em porquinho da índia.

            Pisei no pé dela e ela disse Ai! baixinho, Apolo olhou para mim e vi os olhos brilharem, ele ficou tão impressionado comigo fora do quarto quanto eu com ele. Senti novamente que iríamos nos beijar, mas acho que ele não queria fazer isso em público, eu não queria.

            _ Olá._disse ele.

            _Oi_ disse timidamente.

            Uma menina parecida com ele o chamou e ele se foi.

            _ Ele é o deus Apolo?_perguntei.

            Yasmin riu.

            _É claro que não, o pai dele é Apolo. O chamamos de Apolo, por que ele se chama Arthur Polo, e é filho de Apolo.

            _Arthur..._ sussurrei.

            _Vamos, pare de sonhar e venha cá._Disse Yasmin enquanto terminava de ajeitar algumas coisas aqui ou ali.

            Fui ajudar ela e tive uma idéia brilhante. Decidi que iria tirar alguns enfeites, aquilo era exagero demais.

            _ Yasmin, vá perguntar para o Quíron quando vai começar a corrida, está bem?

            _ Claro_ ela pareceu meio confusa, mas foi.

            Tirei o laço gigante que tinha na frente.

            _ Ele disse que daqui a pouco, Alice _disse Yasmin, que havia acabado de voltar.

            _ Que bom_ falei enquanto jogava o laço no meio de uma moita.

            _ Tudo bem? Você esta agindo de modo muito estranho_ disse Yasmin_ O que há com você?

            _ Nada, juro, estou bem_ menti. A verdade era que não me sentia bem, me senti muito estranha.

            Ela deu de ombros e entrou na biga. Eu também.

            _ Corredores, a corrida já vai começar. Vocês conhecem as regras. Uma pista de quatrocentos metros. Duas voltas para vencer. Dois cavalos por bigas. Cada equipe será composta de um auriga e um guerreiro. Armadas são permitidas! Não é permitido matar. Esperem truques sujo. Qualquer morte terá castigo severo._disse Quíron.

            _ Ninguém nunca morreu, não é?_ perguntei.

            _ É claro que não.

            Preparei minha espada e meu escudo.

            _O.K., é agora ou nunca_ ouvi Yasmin dizer.

            Nossa biga já estava na linha de partida, se aproximaram outras.

            Uma, a de Ares, era vermelho-sangue, puxada por dois cavalos esqueléticos que só assustavam um bebê. Clarisse estava armada com vários brinquedos cortantes. E junto dela, vinha Emily Sathur.

            A de Hermes parecia ter ficado vários anos na garagem, mais eu fiquei imaginando que tipos de truques sujos não havia escondidos ali. Já que os pilotos eram os irmãos Stoll

            A do filho do Sol estava do lado da minha, ela era elegante e graciosa, era totalmente dourada e puxada por lindos cavalos. Arthur era o lutador e estava armado com fechas sem pontas.

            A de Hefesto era de bronze e ferro, até os cavalos eram autômatos. Com certeza a biga deles tinha um monte de armadilhas.

            E várias outras também se posicionaram na linha de partida.

Só faltava uma biga, a da Annabeth e do Percy.

            Vi meu irmão na arquibancada do lado daquela filha de Íris que parecia uma princesa. Os dois conversavam muito, eu não precisava consultar um oráculo para descobrir que iria dar namoro!

            _ Em seus lugares!_disse Quíron.

            A biga do meu primo se posicionou na linha de partida, Quíron ergueu a mão e em sinal de partida, a abaixou. As bigas partiram, fazendo barulho enquanto a torcida vibrava.

            Depois de algum tempo galopando, percebi que havíamos ficado para trás, o que era de se esperar. Mas isso não duraria muito tempo...

            _Agora, Yasmin!_ gritei.

            Yasmin apontou para a biga a nossa frente, a de Hermes e em questão de segundos os irmãos que a guiavam eram apenas dois pequenos porquinhos da índia! A biga perdeu o controle e colidiu com a biga de Hefesto. Menos dois, agora faltavam um milhão.

            _ Os transforme de volta!

            Ela apontou para onde antes eram bigas, agora era apenas madeira quebrada, e os irmãos voltaram a aparecer.

            _Eba! Vamos ganhar! Ninguém segura a gente!_gritou Yasmin.

            Sentia o vento no rosto e adorei o esporte.

            _Αντίο παιδιά Θα σας δω στη γραμμή του τερματισμού_ disse Yasmin enquanto ultrapassava dois gêmeos de Zeus.

            Entendi perfeitamente o que ela havia falado: “Adeus, crianças. Vejo vocês na linha de chegada.”

            _ Quem são eles?_perguntei.

            _ Aqueles? Filhos de Zeus, eles são trigêmeos, mais o outro irmão deles está com um braço quebrado_ disse ela apontando para um menino na platéia.

            _ Qual o nome deles?

            _ São... Ei, Paul, Emmett! Vocês não podem fazer isso!_ eles estão nos ultrapassando.

            _ Ah é? E o que você vai fazer?_perguntou um deles.

            _ Vai nós transformar em porcos?_ riu o outro.

            _ Não, vou transformá-los em porquinhos da índia!

            Ela apontou para eles e BAM! Os irmãos haviam sumido.

            Yasmin riu.

            _ Eles são uns malas, só o outro trigêmeo é legal, o Christian. Mas esses dois... Eles têm 15 anos e fica se achando, só por que o pai eles é Zeus! E eles nem são conselheiros-chefes!_ disse ela brava.

            Depois de a biga bater eu uma árvore e se destruir por completo imaginei se os irmãos ainda viviam.

            _ Transforme-os de volta, senão o Quíron vai ficar bravo!

            Ela o fez, eles ainda respiravam.

            _ Alice, olhe! Estamos em último outra vez..._ ela fez bico e abaixou a cabeça, mas senti que a expressão de furiosa quando disse:_ Mas não por muito tempo!

            Ela acelerou, estava esperançosa e cheguei à conclusão de que nem mesmo a Annabeth e o Percy iria nós vencer, como estava enganada...

            Yasmin transformou algumas dúzias de meninos em porquinhos da índia e os transformou em meninos de novo. Até ai, tudo bem. Mas quando ela apontou a mão para o filho do Sol, eu fiquei apavorada! E muito, mais muito brava mesmo.

Ataquei a mão dela como uma leoa ataca uma zebra, o que a fez acidentalmente puxar a corda os cavalos para o lado da biga do Arthur e da irmã dele. Resultado: as duas bigas ficaram totalmente destruídas, os quatro cavalos corriam desesperados e os quatro corredores levemente feridos. Duas bigas destruídas + quatro cavalos desesperados + quatro corredores feridos = igual a todos fora da corrida!

Não vi direito o que aconteceu, mas depois da colisão dei várias cambalhotas até parar deitada de bruço em cima de uma coisa macia.

Estava com os olhos fechados e fiquei surpresa ao abri-lo. A coisa macia embaixo de mim era o Art!

            Olhei para ele como hipnotizada, ele também, depois disso fez-se silencio mortal, nem eu nem ele disse nada, pensei em pedir desculpas, mas não tive coragem de matar aquele silencio. Pensei que ele não fosse disser nada, que uma terceira pessoa fosse quebrar o silencio, mas ele disse, com um olhar sedutor:

            _Feliz aniversário.

            Tive de pensar um pouco. Em que dia estamos?, quase perguntei, mas depois de pensei por uns três segundo conclui que ele dizia a verdade, era meu aniversario!

            _Como você...?_ comecei a disser._ Peter_ deduzi.

            Levantei-me, ele também, comecei a tirar a sujeira do meu short, mas reparei que todos olhavam para mim como se eu fosse uma espécie de aberração. O que havia de errado afinal?

            Não, eles não estavam olhando para mim, e sim para algo em cima da minha cabeça. Olhei para o suposto OVNI (objeto voador não identificado) e vi que sobre a cabeça havia um símbolo dourado reluzindo: uma coruja. Não era um pássaro de verdade.

Era uma coruja de asas abertas, estática como a imagem entalhada no chalé de Atena. Girava sobre a minha cabeça, com fragmentos de luz amarela se desprendendo e voando para longe. Algumas partículas de luz desciam sobre mim, me envolvendo.

Não podia ser verdade, se eu era do chalé de Atena, Annabeth era minha irmã e chefa! Não é possível! Por que comigo? Sempre comigo?

            Vi que Annabeth e o Percy haviam acabado de ganhar, afinal, com a nossa ajuda, foi fácil, só sobraram duas bigas, a de Ares e a deles.

            Meus olhos examinaram todos os presentes, vi a Annabeth, ela estava surpresa, por um breve momento pensei que ela estivesse feliz. Então a expressão dela mudou. Não, ela estava brava mesmo.

            Ela saiu dali batendo o pé, brava.

            Percy largou a biga e veio correndo falar comigo.

            _Parabéns.

            Mas o que eu havia feito? Ele salvou o Olimpo e eu, por descobrir que sou filha de Atena, ganho os parabéns?

            Uma pergunta sem resposta, como eu odeio isso!

            Então percebi que todos vieram falar comigo, ele diziam:

            _Parabéns.

            _ Feliz aniversário.

            _ Quantos anos você fez?

            A resposta para a última pergunta era:

            _ 13 anos.

            Logo depois, Peter apareceu e se jogou no meu colo, eu o se segurei como pude, mas ele não era leve.

            _Peter, como todos descobriram que era meu aniversário?

            Ele saiu do meu abraço e ficou reto.

            _Bom..._ começou ele._ Algumas pessoas contam segredos, outras contam histórias. Eu contei para todo mundo que era seu aniversário!

            _ Você podia ter feito o favor de contar para mim também, me esqueci completamente que eu fazia aniversário, quanto mais que era hoje!_cochiche no ouvido dele.

            Ele riu:

            _Como isso é possível?

            _Passei alguns dias completamente apagada nesses últimos dias, também tinha muita coisa entrando na minha cabeça para eu me lembrar em que dia estávamos.

            Peter riu de novo.

            Depois comecei a procurar meu primo no meio da multidão, que começava a ir embora, por causa de alguma aula. Mas, não consegui encontrar-lo, e quando ia saindo dali, para falar com a Yasmin que estava do outro lado do mundo, duas filhas de Hermes vieram na minha direção.

            Uma delas era Ashley, a garota que não parava de enfiar ambrosia na minha boca, a outra era muito parecida com ela, só que era um pouco mais baixa, e o cabelo era levemente ondulado.

            _ Oi, Alice. Acho que se lembra de mim. Meu nome é Ashley Lewis._disse com aquele sorriso malicioso, que me fazia pensar se era uma forma discreta para pensar em como me roubar.

            Reparei que a outra garota estava com a perna quebrada.

            _Sou Bia Parker, prazer.

            Então era ela quem iria correr com a Yasmin se não tivesse quebrado a perna!

            _ Sinto muito._ disse olhando para a perna dela.

            _ Ah, isso! Não foi nada! E quanto a corrida? Sempre tem uma próxima vez. Você correu muito bem_ disse Bia.

            _Isso não importa_ disse Ashley. _ Toma_ disse ela me dando uma caixa muito mal embrulhada.

            _Espero que goste_ disse Bia.

            _ Sei que vou gostar_ disse sorrindo.

            _ Abra!

            Abri o pacote e vi que eram alguns pares de calça jeans e camisetas laranja.

            _ Muito obrigada...

            _ Nós furtamos da loja de presentes do acampamento_ informou Bia.

            Nunca descobri se a parte de furtar era verdade ou não.

            _ Ei, vocês não viram o Percy, né?

            _ Para ser sincera, não.

            _ Eu preciso falar com ele, tchau.

            Elas responderam “tchau” ao mesmo tempo e eu me afastei delas.

            Passei correndo pela multidão que ao poucos sumia.

            Encontrei Cristal, a filha de Morfeu.

            _Oi, Alice._ ela se espreguiçou._ Aonde vai com tanta presa?

            _ Encontrar o Percy!_disse sem parar de correr.

            Olhei para trás, Cristal vinha atrás de mim.

            _ Vou com você.

            Ela parecia um pouco mais animada do que no começo da manhã, embora ainda bocejasse com freqüência.

            _Ahhh_ bocejou ela_ você sabe onde estamos indo?

            _ Mais ou menos. Sei que temos que ir até o Percy. Mas não sei onde ele est´z. Talvez a Yasmin saiba.

            _ Quem? A Yasmin Young? Filha de Circe? Não gosto dela.

            _ Por quê?

            _Ah, porque ela quer achar um defeito em mim toda hora! Não agüento isso.

            _ Ela é minha amiga e eu gosto dela.

            _Ahhh, se você a fizer parar de tentar, ahhh, encontrar um defeito em mim, ela fica realmente é muito legal.

            Corremos até um ponto em que a Cristal disse:

            _ Vamos parar. Quero dormir...

            Ouvi um som alto, alguém caindo. Olhei para trás e vi Cristal no chão, ela roncava baixinho, estava dormindo.

            Cocei a cabeça. Como alguém podia dormir daquele jeito?

            Comecei a bolar um plano para tirar ela dali. O que eu deveria fazer? Peguei-a pelos pés e fui a arrasando. Nunca fui muito forte, e naquele momento a mente não me ajudou muito. Tive uma idéia ou outra, mas todas envolviam sair dali, e eu não podia deixar a Cristal sozinha ali, poderia ser pisoteada!

            Ouvi uma risada boba atrás de mim, como se estivesse rindo de mim. Não, eu não iria aceitar essa situação.

            Virei-me depressa e chicoteie com o cabelo o rosto de alguém. Atrás de mim estava Arthur.

            _O que quer Arthur?_indaguei.

            _Primeiro, não me chame de Arthur, segundo, parece que esta precisando de ajuda_ sorriu ele, quase cegando todos ao seu redor.

            Como eu poderia recusar? Era perfeito demais. Um garoto lindo se oferece para fazer alguma coisa que para você é difícil. Não é todo dia que isso acontece.

            _É, realmente preciso de ajuda, será que você poderia...?

            Ele já havia colocado Cristal nas costas e andava com ela rumo à arquibancada.

            Corri para alcançá-lo. Ele era cerca de 15 centímetros mais alto que eu, o que me fazia ter de levantar a cabeça para falar com ele.

            _ Ei, aonde você vai levar a Cristal?

            _Para a arquibancada.

            _ Você sabe onde esta o Percy?

            _Não.

            Ele não deu um único sorriso depois que pegou a Cristal nas costa.

            _ O que foi?

            Ele parecia muito triste, ou preocupado.

            _ Nada.

            Então ele colocou a Cristal na arquibancada, se sentou do lado dela e eu do lado dele.

            _Bom, o que você quer de aniversário?

            Minha memória andava fraca, pois depois que a Cristal começou a dormir me esqueci de novo que tinha 13 anos.

            _ Nada, não ligo muito para isso. Para mim, é apenas mais um dia normal.

            _Não é mesmo, é um dia especial, é um dia para se comemorar.

            Ficamos alguns segundos em silencio, não havia muito para falar. Olhei para ele e o surpreendi olhando para mim. Ele virou o rosto, tentando disfarças, mas eu não sou burra.

            _S-seus olhos...

            _O que têm eles?_ perguntei encarando os cabelos louros e brilhantes dele, já que ele olhava para os pés.

            _ Dão um pouco de medo_ confessou ele. _ É como se analisasse o melhor modo de me destruir em uma guerra... E isso me fez lembrar de algo muito doloroso.

            _O que?

            _ Não posso lembrar, não posso_ ele parecia não me ouvir, e achei que era melhor mudar de assunto, afinal nos conhecíamos há muito pouco tempo, ele não confiava inteiramente em mim, ainda, e eu entendia isso.

            _ Ah, você gostou da minha biga?

            Ele riu e olhou para mim. Eu havia conseguido mudar de assunto.

            _ Bastante original, que ideia engraçada a de usar pégasos! E quanto aquele monte de laços? Só podia ser coisa de uma filha de Circe_ riu ele.

            _Ou Afrodite.

            _Ou Afrodite._Concordou ele.

            Sorri, era bom vê-lo rir. Ele parecia ser bastante alegre e um tanto bobo.

            _ Então estou indo, tchau.

            _Tchau_ falei.

            Ele se levantou e foi embora. Olhei para o meu braço enfaixado, não podia acreditar que tinha corrido com ele assim. Se Peter estivesse assim, eu jamais permitiria que ele corresse, pensando bem, o que eu acabara de fazer foi loucura. Está bem, confessou foi legal. Muito legal. Isso com certeza, eu não poderia ter ficado de fora de jeito nenhum.

            Agora eu entendia porque eu consegui derrotar Clarisse e suas irmãs, tudo fazia sentido.

            Fiquei esperando ali, agora encontrar o Percy não tinha mais tanta urgência.

            _Alice!_era meu irmão.

            Peter apareceu correndo, ele escondia atrás das costas uma caixa, provavelmente um presente para mim.

             _ Alice, é para você_ disse ele quando chegou perto de mim, e me entregou a caixa.

            _Obrigada _sorri.

            _ Abra!_pediu ele.

            Observei a caixa, não estava embrulhada, como a das irmãs do chalé 11. Era uma caixa verde pântano de veludo, abri-a e vi, no meio de um monte de papel amassados, um chicote de bronze.

            _Espero que tenha gostado, eu pedi para o Cris Rodriguez do chalé de Hermes, ele é namorado da Clarisse, conseguir um chicote para mim. Depois coloquei em uma caixa. Sabe por que eu te dei isso? Porque você nos salvou usando aquele cipó como chicote, foi demais!

            Dei um sorriso amarelo para ele.

            _Ótimo, Peter. Você pode ficar aqui com a Cristal?

            Ele concordou e eu sai dali.


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Notas finais do capítulo

A Cristal apareceu! E que sono tem essa menina!
Os pégasos da Yasmin quase fez com que elas perdessem feio, mas a mão dela ajudou muito! Peninha que elas não ganharam, não é?
Alice e Annabeth são irmãs! Nenhuma gostou nenhum pouco disso.
E que será que está atormentando tanto o Art? O que será que aconteceu com ele na Guerra dos Titãs? Mistério...