Sentei-me na mesa de Atena como sempre, conversando com Annabeth e Sophia. Annabeth falou que tinha conseguido uma vaga em um novo internado em Nova York, já que tinha conseguido ser expulsa da antiga escola.

            Depois de muita conversa, meus olhos caíram sobre a mesa de Zeus. Thalia estava sentada, conversando normalmente. Não conseguia acreditar que ela estava grávida.

            _É estranho, não é? Eu ainda não me acostumei com a volta da Thalia._ Disse Sophia. Olhei para ela._ Sabe, ela foi nomeada a conselheira-chefa. O antigo, era um menino de 9 anos chamado Zack King, o que eu acho que era um absurdo. O menino passou para ela o posto de chefe e parece que ela ficou feliz, foi muito bem aceita no chalé.

            Na mesa, existiam cerca de 20 crianças, todas em idade entre 8 e 15 anos.

            _Tem tanta gente lá, mas eu pensei que Zeus não tinha filhos há muito tempo…

            _Achou mesmo que Zeus conseguiria cumprir sua promessa? Sabe, tem muita gente preocupa com o que vai ser o filho dela._Falou Sophia.

            _Como assim?

            _Você sabe, é a primeira vez que isso acontece. E, você também deve saber que quando um deus tem filho com uma ninfa nascem os ciclopes, tudo mundo está com medo de nascer um monstro.

            _Ah…

            Eu, sinceramente, nunca tinha pensando nessa possibilidade.

            _Foi por isso que Zeus quase fulminou a Thalia na Festa dos Deuses. Ela se recusou a tirar o bebê. Zeus chegou a apontar um raio para ela, mas desistiu.

            _Sério?           

            _Seriíssimo. E ela contou para o tal de Jay que estava grávida de uma maneira esquisita.

            _Como?

            _Ele estava conversando com os amigos,_ continuou Sophia_ e do nada ela apareceu e passou os braços envolta do pescoço dele. Depois disse: “Oh, Jay. Eu nunca tive tanta vontade de… TE MATAR!” Ela empurrou-o e começou a xingar. Ele deu um tapa na cara dela e ela disse: “Você não sabe, não é? Não sabe o que me fez. Não sabe que vou ter um bebê seu.” E ela saiu pisando duro, deixando um Jay confuso. Mas isso, é claro, é o que me disseram, não sei se é verdade.

            _Meus deuses me protejam!

            _Nos protejam._Corrigiu ela.

            Então vi em seu pescoço um colar com 5 contas. Olhei para o outro lado, para Annabeth, ela tinha incontáveis contas em seu colar. Já tinha visto basicamente todo mundo do acampamento usar aquilo e tinha certeza de que não era porque todos tinham gostado. Até o Art tinha. No colar dele tinham 6 contas. Nunca tinha perguntado, não tivera a curiosidade ainda, mas agora eu tinha. Olhei Annabeth por um tempo e perguntei:

            _O que significa isso? Quer dizer, deve ter um significado, já que todo mundo está usando. Não é possível que seja apenas uma filha louca de Afrodite que saiu dando isso para todo mundo.

            Annabeth sorriu, divertida.

            _E não é mesmo.

            Ela me explicou que em cada conta representava um ano nosso no acampamento e que em cada uma delas tinha um desenho diferente que representava a coisa mais importante do ano.

            _Está vendo esse?_ela me perguntou me mostrando um que tinha um tridente._Ganhamos no ano que o Percy chegou aqui. O primeiro filho de Poseidon em anos.

            _Legal._ disse, sem entusiasmo.

            _Sabe, acho que já está na hora de você ganhar o seu._ Ela disse quando viu que Quíron acenava para ela._Já volto._ E Annabeth foi embora.

            _O que deu nela?

            _Ela vai entregar os pingentes novos._informou Sophia.

            _Ah!

            _O que você acha que vai ser?

            _Não sei e você?_ Eu já tinha uma ideia em mente, mas me pareceu um tanto idiota.

            _Acho que pode ter alguma coisa a ver com a sua missão.

            _É, talvez…_embora eu duvidasse que aquela missão tivesse sido a coisa mais importante do ano.

            A concha foi tocada para todos os meio-sangues se calarem. Todos prestaram atenção.

            _Heróis! _Já estava começando a achar que o Quíron não sabia começar um anuncio de outro jeito. _Os conselheiros iriam entregar os novos pingentes dos colares para os antigos campistas e para os novos, o colar. Depois, quando terminarem de almoçar, os campistas que iram embora, peguem suas coisas nos chalé que tenho certeza de que seus guardiões _ou seja, pai, mãe, tio, tia, pais adotivos…_ logo chegaram.

            Annabeth chegou à nossa mesa segurando uma cestinha. Ela piscou para mim.

            Ela entregou os pingentes, um a um, até chegar em mim (que fui a última) e me dar o colar.

            O pingente: o fundo era azul-marinho e tinha um monte de formiginhas.

            Espera aí. Formiguinhas?

            Não, não eram formigas, eram pessoas e estavam dançam. Tinha duas pessoas flutuando por cima das cabeças das pessoas de mãos dadas. Quer dizer, elas não estava flutuando, estavam em cima de um palco. Eram dois loiros segurando microfones. Ou melhor, era eu e o Art cantando na Festa dos Deuses! Não conseguia acreditar.

            _Olha, acho que é você!_Falou Sophia ao meu lado.          

            _É, sou eu sim! Ai, que super! Nem acredito! _Disse enquanto colocava o colar.

            Depois do almoço, como Quíron havia falado, peguei minhas coisas e foi esperar sentada na Casa Grande, olhando a colina para ver os pais que chegavam.

            Alguém se sentou ao meu lado, mas eu nem olhei para ver quem era.

            _Como é seu pai?_a pessoa, era Art.

            Encarei seus olhos e falei:

            _Meu pai é demais. Ele bem parecido comigo sabe? Quer dizer, é loiro também e é teimoso, insistente…

            _Ele também é incrível? Quer dizer, se vocês são parecidos…_ disse Art.

            Ri.

            _Sim, ele é incrível.

            E voltei a olhar a colina, esperando.

            Ficamos mais uns 10 minutos esperando antes de eu avistar meu pai lá em cima.

            _Olha, ele chegou!_ Levantei-me e colocando minha mochila em um dos ombros, chamei:_ Peter!

            Peter estava conversando com Rick e Ísis, a filhinha mais nova de Íris. Ele veio correndo, pegou a mochila.

            _Tchau, Art. Te vejo no próximo verão?

            _É… Ei, espera, deixa eu levar sua mochila, acho que vi minha mãe lá em cima.

            Ele pegou a mochila dele e insistiu em pegar a minha também, Peter já tinha saído correndo colina a cima.

            Yasmin e Cristal aparecem logo depois, Cristal também ia ficar no acampamento.

            _Tchau, Cabeça de Azeitona._ Disse Yasmin me abraçando. _ Vê se consegue ficar inteira até o próximo verão.

            Ri.

            _Pode deixar, você não vai se livrar de mim tão fácil.

            Rimos juntas.

            Depois abracei Cristal.

            _Tchau!_bocejou ela._ Espero que fique tudo…_bocejo _ bem…_ outro bocejo.

            _Tchau, Cristal.

            E Cristal bocejou de novo.

            É, minha amiga louca tinha voltado ao normal.

            _Até o próximo verão!_ Disse para as duas.

            _Até…_bocejou Cristal.

            _Não esqueça de mandar mensagens de Íris._falou Yasmin.

            _Claro. Falem tchau para todo mundo por mim.

            _Pode deixar._Respondeu Yasmin.

            E eu e o Art subimos a colina.

            Ele ou olhava para mim ou olhava para o chão, o que começou a me irritar.

            _Então…_falei.

            _Então…

            _Acho que não vamos nós ver por um bom tempo.

            _É.

            Olhei para cima, onde Peter e meu pai já me esperavam. E vi algo muito estranho.

            _Art._ Disse olhando para ele._ Desde quando sua mãe tem cabelo azul?

            _Minha mãe não tem…_Segurei o rosto dele e o forcei a olhar para a mãe._ Oh, não. Minha mãe tem cabelo azul!

            Ri da cara de espanto dele.

            _MÃE!_ele gritou.

            _Acho que não podem nós ouvir.

            _Então vamos subir.

            Subimos juntos e lá ele me entregou minha mochila e foi com a mãe.

            Ouvi ele cochichar alguma coisa para ela e ela dar de ombros, sobre o cabelo azul, suponho.

            E assim terminava minha estadia no acampamento. Meu primeiro verão lá, deu o que falar e com certeza foi um verão inesquecível. Nunca mais ia me esquecer das minhas melhores amigas, Yasmin e Cristal; da minha primeira aventura; meus quatro beijos (três com o Art e um com o Orb); a Festa dos Deuses; os deuses; e aqueles olhos azuis…

***

            Já no carro, a caminho de Nova York, papai perguntou como tinha sido o verão.

            _Inesquecível._ de todos os adjetivos, era só esse que eu conseguia pensar nele para descrever com perfeição as férias.

            _ Tinha de tudo no acampamento, pai. A Alice até foi levada em uma missão para o Mar de Monstros._ disse Peter animado.

            _O Mar de Monstros?_ pai franziu a testa.

            _ Estou bem, papai. Não me feri e estou bem. Mas, por que nunca contou para nós a verdade?

            _Porque monstros sentem o cheiro de vocês e vem atrás. Quanto menos você soubesse, mais fraco seria o cheiro de vocês.

            _ Pai!_ disse Peter._ A Alice não me escolheu para ir a missão com ela!

            _Isso porque, lindinho, era muito perigoso para você.

            _ E para você não?_Peter reclamou.

            _Não. Tinha um garoto…_falei distraída, olhando para a paisagem.

            _Um garoto?_Perguntou papai, me arrancando os meus pensamentos.

            _Uma profecia, eu quis dizer._ Falei de pressa.       

            _Certo. E o que dizia?

                  _Ao Mar de Monstros partirão quatro_ falei._ Certo, eu, Percy, Yasmin e Cristal fosse ao Mar de Monstros.

      _Perigos os aguardam e poderão matar_ disse Peter.

      _Como você sabe a profecia?_perguntei a Peter.

      _ Acampamento todo sabia.

      _Mas em fim, esse linha queria quiser Cila, Circe e a ilha do titã…           

      _Ilha do Titã?_perguntou meu pai.

      _Nada.

      _O Titã será reerguido _falei._ Cronos está se reerguendo.

      _Alice…_Começou meu pai, preocupado.

      _Calma, pai, eu já disse que não é nada.

      _O meio-sangue perdido será encontrado_ Continuei._ Certo, salvamos o Art. E por fim…

      _Por amor os dez serão salvos_ Falou Peter._ Isso eu não entendi.

      _ Eu sim. Annabeth apareceu lá do nada, fez por amor, já que estava preocupada. Os dez representam: eu, o Art, o Percy, a Yasmin, a Cristal, a Katie, a Saphira, o Alan, a Suzie e o Orb. Já que Annabeth e a Sra. O’Leary nos salvaram. E, é claro, Dominick não conta, morreu quando chegamos ao acampamento, mas levou a facada fatal na ilha de Polifemo.

            _Facada? Morreu? Ilha de Polifemo? Alice o que…?

            _ Já disse que nada._ Falei depressa.

            _Bom, acho que agora vai ficar tudo bem._ Falou Peter.

            _É, tudo bem._Concordei.

            _ E agora, nos estamos voltando para casa._ falou Peter no banco de trás.

            _ Não sei quanto a você, mas eu não estou indo para casa.

            Depois de tudo o que aconteceu. Depois de todos os momentos perigosos e assustadores. Depois de todos os atos de coragem, lealdade e companheirismo de todos. Das cenas engraçadas e as piados sem graça. Dos segredinhos e briguinhas. Em fim, depois de tudo o que aconteceu no último verão. Eu aprendi duas coisas:

            Uma: Quando se é um meio-sangue, a pessoa fala coisas estranhas. (Ex: “…ele tampou a espada…”; “…meu pai está se pondo…”

            E dois: O Art é um idiota, mas eu amo a idiotice dele.