Janela escrita por o_arquiduque


Capítulo 4
Délia




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- Desculpe á pressa – Alfredo entra com ímpeto – Délia passou por aqui hoje à tarde?

- Passou... Nossa, Alfredo, acalme-se, e já que você está aqui, a próxima edição do jornal vai sair ou não?

- Era para ter fechado a edição hoje, mas falta ainda uma matéria. Recebi uma carta de Délia dizendo que ela tinha deixado aqui um trunfo! Algo que poderia trazer um pouco de justiça à esse país.

- Mas ela não me disse nada... Senta um pouco.

Eles estavam na sala, mas o homem recusou e logo fez outra pergunta – Posso ver teu jardim?

- Mas está escuro... Receio que com pouca luz você não vá ver muita coisa... E posso saber que curiosidade é essa que repentinamente todos estão tendo em relação ao meu jardim?

- Como assim todos?

Ambos já caminhavam em direção à porta de vidro com guarnição de alumínio branca que dava acesso ao pequeno jardim na parte de trás da casa.

- Hoje, no fim da tarde, passou um agente público que mostrou-se muito interessado em ver minhas orquídeas...

Alfredo estancou. Com os olhos arregalados, até meio pálido, tentou adivinhar:

- Não foi Otto Barros, foi?

Ela confirmou.

- Céus, agora a situação está crítica...

- Como assim, quer me explicar? Porque não estou entendendo absolutamente nada!

- Otto Barros Tomazine assassinou três estudantes da USP faz pelo menos dois meses, mas ninguém ficou sabendo porque esse caso simplesmente sumiu, foi como se nunca tivesse acontecido. Délia conseguiu algumas fotos da cena com um jornalista amador que foi testemunha ocular, sem que Barros soubesse, do crime! Segundo uma carta que recebi hoje, ela disse que colocou as provas numa carta e que essa carta estaria nos arbustos do seu jardim!

- Você só pode estar brincando...! – Luiza deu um tapinha, nervosa, no braço do amigo.

- Gostaria que estivesse! Minhas cartas foram violadas e ele deve ter ficado sabendo do que Délia me informou, por isso esteve aqui!

- Oras, ele já deve ter encontrado!

Os dois pisaram na grama úmida por conta de uma garoa fina que começava e foram revirando os arbustos, as roseiras, as orquídeas, em fim, todos os lugares à procura da carta coma s provas. Depois de alguns minutos, Luiza estava extremamente preocupada:

- Na pior das hipóteses ele já encontrou... Mas acho que Délia não deixaria tão fácil assim! Ela sabe que eles poderiam descobrir! Ela não mencionou nada mais na carta?

- Disse algo sobre a janela do seu ateliê...

- Eu já revirei os arbustos em frente à janela e não encontrei nada! Juro!

- Eu sei, acredito em você... Vou tentar encontrar em contato com Délia... Ela pode nos fornecer mais informações e então eu te aviso...

- Ela deveria ter me avisado sobre isso!

- Ela provavelmente não queria te colocar no meio dessa confusão... Mas eu acabei te colocando, não é... Desculpe!

- Não há com o que se preocupar... Agora vamos entrar para tomar alguma coisa quente!


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