Relíquias de Sangue escrita por yankaevellyn


Capítulo 8
Capítulo 6 - POV Jake




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Rose estava ensinando Harry. Ele estava aprendendo mais com ela do que comigo. Rose fazia graça com ele. Engana a sua vista. Ela era mais rápida do que ele e com certeza mais forte, a idade ajudava.
Eu estava observando-os. Me aproximei para ver mais de perto.
- Ei! – Rose disse ao Harry – Tente me atacar!
- O que? – ele perguntou, parecia com medo – Não!
- Ah qual é? Vamos! Tente me atacar. Assim. – Rose pegou a mão de Harry e forçou-o a dar um murro nela. Ele rapidamente recolheu a mão. – Ah vamos Harry, não vai me machucar.
- Como pode ter certeza? – Ele disse.
- Vai tente me atacar! Não seja um fracote. Não tenha vergonha de perder pra uma garota! – Ela o provocou.
- Eu não tenho medo de perder pra uma garota. Tenho medo de machucar você. – ele disse. Percebi o olhar malicioso no rosto de minha irmã.
- Ah é? É tão machista assim? Você parece mais com o seu irmão do que você pensa! – Ela gritou. Harry não pôde suportar ela o comparando assim. Pelo menos ele tem razão de ficar envergonhado por compará-lo com seu irmão. Rose chegou mais perto dele e no momento que ela ia falar algo, Harry ergueu seu punho para acertá-la, mas ela era mais rápida que ele, sem mesmo perceber ela estava atrás dele, apenas esperando pra dar um golpe. Rose o subestimou porque sem ela esperar ele virou e a derrubou. Mas ela correu e se escondeu, enquanto ele estava a procura dela – eu ri, Harry estava procurando-a – mas ela estava atrás dele o tempo todo. Ela o pegou e o jogou contra uma árvore. Quando ele caiu no chão, rapidamente se ergueu e correu em direção a minha irmã. Deu um golpe em sua barriga e ela caiu. Os dois ficaram se encarando por um momento e levantaram.
- Muito bom Harry! Mas essa doeu. – ela disse.
- Parece que eu consegui te derrotar Blackburn. – ele disse em um tom coloquial caçoando dela.
Rose se sentou e chamou por mim perguntando se já poderíamos ir. Eu disse que sim porque deveria ir a algum lugar. Já estava anoitecendo e levei eles pra casa. Eu ainda estava de mal humor. Deixei eles em casa e fui a casa de Melinda. Não era tão longe assim.
Quando cheguei, fiquei imaginando o que ela estava fazendo, se ainda estava brava por aquilo que eu disse, se estava feliz por alguma coisa que aconteceu com ela. Então, me aproximei da porta, notei que a televisão estava ligada, não apareci na janela para não assustar quem quer que estivesse na sala de jantar. Então bati na porta. Ninguém apareceu. Bati de novo. E de novo. Consegui ouvir passos atrás da porta, talvez fosse Melinda ou o seu irmão. De qualquer jeito, era alguém.
- Oi, posso ajudar? – Era o irmão.
- Ahn... Sou amigo de Melinda. Ela está? – perguntei, mas eu sabia que ela estava... Estava sentada no sofá.
- Sim – ele se virou – Melinda? Visita.
- Quem é? – ela perguntou, sua voz parecia cansada, talvez ela tenha acordado agora.
- Não seja mal educado, vem logo aqui. – ele disse.
Melinda se aproximou da porta, quando me viu fez uma expressão de espanto, mas sorriu.
- Oi Jake. – ela sorriu, mas ficou séria novamente pra disfarçar.
- Oi Mel... – eu interrompi, naquela noite ela disse que eu deveria chamá-la por seu nome – Melinda. – ela sorriu, mas permaneceu calada, talvez ela realmente estivesse esperando que eu me desculpasse, e assim eu o fiz – Então, não quero que fique brava comigo. Eu sei que não deveria ter falado com você daquele jeito. Nós mal nos conhecemos, então... Que tal recomeçarmos?
- Jake... Tá tudo bem. Depois de tudo que aconteceu nesses dias, a última coisa que eu quero é ficar com raiva de você. – Quer entrar?
- Claro – eu disse e entrei, observei aquele lugar. Era uma casa grande mas modesta. Na sala de estar, tinha fotos de família e o seu irmão mais velho deitado no sofá, assistindo televisão, se eu não conhecesse humanos poderia dizer que ele estava hipnotizado. Melinda me guiou até seu quarto. Era bonito. Tinha alguns livros, fotografias e alguns sapatos jogados pelo chão. Percebi que tinha uma pequena poltrona, sentei nela, enquanto Melinda sentou em sua cama.
- E então o que te trás por aqui? – ela disse.
- Só queria me desculpar. – eu disse – Mas então... Já que você aceitou minhas desculpas e que podemos recomeçar. Que tal me falar melhor de você?
- Tá bom, mas eu nunca fui boa pra falar de mim, então me conte o que quer saber.
- Você sempre morou aqui na Polônia? – perguntei, era só o começo de várias outras perguntas.
- Praticamente. Nasci na Rússias que é perto daqui, mas não tenho lembranças alguma de lá e você?
- Sou alemão – eu disse.
- Sério? Você não tem sotaque.
- Pois é, conviver demais com polacos dá nisso – inventei, na verdade não era realmente uma mentira. Eu realmente convivi muito com polacos, a diferença é que convivi com eles por mais ou menos 300 anos, então tive que perder meu sotaque – Mas enfim... Só é você e seu irmão aqui?
- Sim.
- Seus pais eles... – ela me interrompeu.
- Sim.
- Sinto muito.
- Tudo bem. Eu realmente não quero falar disso. Mas e você? Tem irmãos, primos, família aqui em Varsóvia?
- Minha irmã Rose. Nossos pais também faleceram junto com nossa irmã, mas isso já foi há muitos anos. Na verdade, temos amigos morando junto conosco agora, então ela não se sente tão sozinha quando saio, apesar dela já estar acostumada com isso.
- Como assim? Ninguém se acostuma a viver sozinho. – ela disse. Ela estava totalmente enganada, quando se é um vampiro, um dos primeiros vampiros, com certeza nos acostumamos a estar sozinhos, já que todos sempre vão primeiro do que nós.
- Mas ela... E eu nos acostumamos.
- Então... Já que vocês são menor de idade... Quero dizer, você é menor de idade, então ela já é adulta? Como ela é? – ela perguntou animada.
- Ela tem 22 anos – eu ri – preciso de alguém pra ter minha guarda, né? E bom... Ela é como qualquer outra irmã mais velha. Ela cuida de mim. Se preocupa comigo até demais, mas é uma ótima irmã.
- É eu sei como é isso, tenho um irmão igual. Mas... E a aparência dela? Ela é bonita? Ela é como as típicas alemãs?
- Depende, se você define as típicas alemães como aquelas pessoas que usam aquelas roupas estranhas... Então não. Ela gosta do frio de Varsóvia, mas geralmente usa alguns vestidos. E bom... Minha irmã é linda – eu sorri – ela é igual você. É branca, magra, tem um rosto delicado e tem cabelos longos e negros. A diferença é que não tem olhos claros como os seus.
- Mmm... Obrigada. Na verdade, você acabou de descrever a moça que vi no parque, só que ela tinha cabelos curtos e loiros.
- Hmmm... Interessante. – menti – E então, como anda as coisas com aquele seu namorado?
- EX-NAMORADO! Ele tentou se reconciliar comigo, quase deu certo, mas então... Ele fracassou.
- Como assim? – perguntei.
- Ele... Bom, eu realmente não quero falar sobre isso.
- Talvez eu possa ajudar. – eu estava morrendo de curiosidade, se ele falhou e ela não quer mais saber dele, talvez agora eu tenha uma pequena chance.
- Ele quase que... Me forçou a fazer sexo com ele. – ouvir aquilo me deu nojo.
- COMO ASSIM? – eu perguntei, me levantei e sentei o mais próximo que pude.
- Relaxa – ela riu envergonhada – eu não fiz nada com ele. Mas depois ele veio atrás de mim aqui em casa e bati a porta na cara dele. – ouvir aquilo me fez rir.
- Ei... Não ria. – ela gargalhou – Mas fala sério, eu mandei bem né?
- Com certeza. – admiti.
- Tenho que ir pra casa... Tive um longo dia hoje.
- Tudo bem. Deixe eu te levar até a porta. – ela se levantou e descemos as escadas. Eu não beijei seu rosto, a abracei ou nem sequer dei um beijo em sua boca apesar de quer muito. Talvez nós realmente precisássemos começar sendo amigos.
Dirigi até em casa. Quando cheguei em casa, procurei por Rose, não a achei então provavelmente deveria estar em seu quarto. Pensei que já estava na hora de falar pra ela sobre meus interesses por uma humana. Ela com certeza não iria aceitar, mas ela é apenas minha irmã, não pode me controlar.
Quando cheguei, encontrei ela jogada no chão. Fui até ela quase instantâneamente. Ela estava parada com as costas para cima... Tentei virá-la para ver se aquilo foi apenas um acidente, mas ela começou a se tremer... Parecia convulsão. Mas como uma vampira poderosa como ela, a mais velha de todas e por velha eu quero dizer a mais forte, poderia estar tendo convulsão como se fosse uma humana? Era impossível. Eu não poderia levá-la a um médico... E quanto mais eu tentava ajudá-la mais piorava. Ela continuava lá, tremendo com os olhos fechados como se não fizesse ideia do que estava acontecendo. Fui rapidamente ao quarto dos Campbell’s e pedi pra eles me ajudarem, quando chegamos ao quarto de Rose, ela estava se tremendo mais rapidamente. Começou a sair sangue de seu nariz. Se eu fosse humano eu conseguiria sentir a adrenalina correndo pelas minhas veias, eue stava nervoso, nunca vi minha irmã daquele jeito.
- O que aconteceu? – Harry perguntou, ele estava ajoelhado do lado de minha irmã.
- Eu não sei. Eu cheguei aqui e a vi deitada no chão, tentei virá-la e ela começou a tremer. – eu disse ainda mais nervoso.
- Parece convulsão! – Matt gritou, ele parecia quase mais nervoso do que eu, também estava ajoelhado ao lado dela.
- Eu sei! – gritei – Mas isso é impossível. Não deveria nem estar saindo tanto sangue assim do nariz dela!
- E-e-eu acho que sei o que posso fazer – Harry gaguejou. Ele trocou olhares com Matt.
- Não. Não. Não. E não! Você não pode fazer isso! – Matt disse ao Harry.
- Eu preciso.
- O que? Como assim? Não pode o que? Precisa fazer o que? Alguém me explica alguma coisa! – eu já estava muito nervoso, eles precisavam fazer alguma coisa.
- É arriscado... Mas vai dar certo. – Harry disse.
- Arriscado? Como assim? Arriscado pra ela? – perguntei.
- Arriscado pra mim.
- Faça! Eu não me importo. – será que eu estava sendo egoísta por preferir a vida de irmã do que daquele garoto? Eu não estava pensando direito, então não me importei. – Faça!
- Tudo bem. – ele se levantou.
- Harry! Não! – Matt gritou. Mas já era tarde demais, seja aonde ele tivera ido, eu sabia que ele voltaria com uma solução. A única coisa que me restava era esperar. 


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