Capítulo 2 – Surpresas e consequências.

Bella acordou com o despertador tocando, e por incrível que pareça não estava cansada. Só com dores. Ainda não havia se acostumado a tanto exercício.

 Levantou, foi ao banheiro, escovou os dentes, lavou o rosto, passou um pouco de maquiagem e se trocou. Pegou sua mochila e desceu. Não havia mais ninguém na mesa. Estranhou.

 Saiu procurando seus pais, ou sua irmã e só encontrou o ar. Foi para a cozinha e viu um bilhete colado na geladeira.

 “Bella, tentei te acordar, mas você nem se mexeu. Nós já estávamos atrasados, então resolvi te largar ai. Beijos, mamãe. Obs.: Obrigada por continuar indo com a sua irmã para a academia, você não sabe o quanto isso ajuda ela...”

 Como assim sua mãe havia a deixado dormindo? Não conseguia ver sua mãe fazendo isso... ela não as deixava faltar nenhum dia sequer, nem quando estavam praticamente morrendo...

 E como poderia ter dormido tanto? O despertador deve ter tocado diversas vezes, até  que em alguma ela ouviu... Bom, mas já que não iria para a escola resolveu aproveitar esse seu tempo milagroso sem Amanda para sair.

 Subiu para seu quarto, tirou o uniforme e colocou uma calça jeans, uma camiseta gola V vermelha, e um all star branco de couro. Pegou seu celular, sua bolsa e desceu. Eram umas nove horas. Saiu, trancou a casa e foi andando, já que ainda não chegava nem perto de fazer seus 16 anos. Sim, dois nos era muito para ela.

 Isa não sabia para onde iria, foi vagando sem destino, apenas pensando. Se lembrou de que havia sonhado com Edward, mas não lembrava o que. Balançou a cabeça, e trocou de pensamento.

Fez as contas de quantos dias faltavam para acabar as aulas, e se surpreendeu ao ver que não era um mês, como vinha pensando. Faltavam apenas uma semana e meia. Sorriu.

 Ficou tão feliz que decidiu ir ao shopping, assistir algum filme. Chegou ao mais próximo e foi ver as sessões que tinham para aquele horário. Decidiu assistir a um filme de terror. A sessão mais próxima eram dali 10 minutos. Comprou o ingresso e foi para a sala.  Ela estava lotada! Tinham apenas dois lugares vazios, lá no fundo. Sentou-se em um deles e desligou o celular.

 As luzes se apagaram e os trailers começaram. Viu um homem procurando lugar e enquanto ele subia, ela se sentia cada vez mais estranha. Até que ele parou do seu lado e se sentou, e ela viu o motivo de se sentir estranha. Edward estava se sentando ao seu lado no cinema, podia ser pior?

 - Isa? – ele disse sorrindo. É, podia.                                                                                   

 - Er... oi Edward. – ela deu um pequeno sorriso.

 - Isa! Nossa, que coincidência! – ele lhe deu um beijo no rosto.

 - Pois é... – ela disse pensando que o momento não podia ser mais irônico.

 - Como esta com a aula de ontem? - ele riu.

 - Bem... porque?

 - Com dores?

 - Por incrível que pareça não. -  ela riu. O filme começou e os mandaram calar a boca.

 Isa não fazia ideia de que iria encontrar seu professor, isso nem lhe passara pela cabeça. Na verdade, ela não havia pensado nele até esse momento. Apenas no sonho.

 O filme era pior do que ela pensara. Isa apertava cada vez mais a barra de sua camiseta. Edward percebeu e riu.

 - Com medo? – sussurrou em seu ouvido. Isa se arrepiou toda, ainda bem que estava escuro.

 - N-n-n-ã-o. – ele riu mais ainda. – Pa-para de rir da mi-nha cara. – Isa disse, o que fez ele rir mais ainda.

 - Isa, não acredito que esta com medo desse filme. – disse segurando o riso.

 - E não estou! – conseguiu dizer, mas bem na hora ela deu um pulo e um gritinho com a cena. Edward riu.

 - Hey, relaxa. – ele disse pegando sua mão. – Respira fundo, eu to aqui, não precisa ficar com medo. – ele virou o rosto dela obrigando-a olhar para ele. Ela se surpreendeu com o que ele disse. E o olhar dele era tão gentil, mesmo tendo um fundinho de ironia. Naquele momento Isa pensou que poderia beijá-lo, mas uma luz dourada lhe veio a mente. Ela balançou a cabeça e deu uma risadinha irônica. Ele a acompanhou e apertou levemente sua mão.

 Como ela se permitira ficar assim, com apenas algumas palavras e um toque? Que por sinal ainda estava acontecendo, ele ainda segurava sua mão. Isa pensou em retira-la, mas assim ele perceberia que tinha algo de errado.

 - Melhor? – ele perguntou com um tom sarcástico estampado na voz.

 - Sim. – Isa sussurrou tão baixo que não sabia se ele havia ouvido, então para ter certeza de que ele não perguntasse novamente, também assentiu.

 Isa não prestou atenção em mais nenhuma parte do filme. Só pensava no que havia acontecido com ela. E começou a sentir uma coisa gelada em sua mão que começou a  incomodá-la. A aliança de Edward. Respirou fundo, uma, duas, três vezes. Porque ficava assim perto dele? Porque o fato dele ser casado lhe incomodava tanto? Isa queria uma resposta para todas as suas perguntas, mas a única que achava não servia de resposta.

 E finalmente as luzes se acenderam. Isa soltou a mão dele, se sentindo aliviada e ao mesmo tempo incomodada com isso. Saíram lado a lado, sem dizer nada. Apenas quando chegaram na entrada do cinema que Edward quebrou o silencio.

 - Você já vai embora? – ele perguntou passando a mão no cabelo e dando um sorriso torto, lindo por sinal.

 - Acho que sim... Porque tenho que ir para casa até as 13h, que é mais ou menos o horário que minha mãe chega para o almoço, e estou a pé, e é uma longa caminhada, então... – ela disse dando um pequeno sorriso. Ele aumentou ainda mais o sorriso depois que ela disse as palavras ‘a pé’.

 - E se eu lhe fizer uma proposta? Você almoça agora comigo, já que são 11h30 e eu te levo para a casa.

 COMO ASSIM? Ele acha que é quem pra me chamar pra almoçar? Ai meu Deus, o que eu faço?

 - Eu não sei... Você deve estar cheio de coisas para fazer... E eu não quero atrapalhar... Não sei... É que... Ah! Tá bom... – ela se embolou nas suas próprias palavras e bufou por causa disso. Ele riu. Ele a pegou pela mão e a puxou para seu carro. Era um volvo preto L-I-N-D-O.

 - Nossa, esse é seu carro? É lindo! -  ela disse sorrindo. Ele retribuiu.

 - Sim, é meu. Entre. – ele abriu a porta do carona para Isa e ela entrou. Logo em seguida já estavam na estrada.

 - Aonde vamos? – Isa perguntou.

 - Há um restaurante. – ele olhou para ela, era incrível, ele não parava de sorrir por um minuto sequer.

 Isa estava inquieta. Estava a menos de 1 metro dele e se sentia nervosa com isso. Ela não devia ter aceitado o pedido de almoçar. Devia ter ido a pé para casa e pronto. Mas agora era tarde demais. O carro estava muito quieto. Isa não falou nem um piu até chegarem ao restaurante. Isa desceu do carro, enquanto ele entregava o carro ao manobrista. Isa percebeu que era um restaurante japonês. Quase deu gritinhos.

 - Gosta de comida japonesa? – ele perguntou guardando o celular no bolso.

 - Simplesmente A-M-O. – ele riu e passou o braço por seu ombros, a puxando contra si. Isa tremeu.

 Entraram no restaurante e Edward pediu uma mesa para dois. Sentaram-se e fizeram seus pedidos ao garçom.

 - E então Isa, tem namorado? – Isa deu uma risadinha, irônica essa pergunta? Não, nem um pouco.

 - Se eu respondesse teria que te matar. -  ela deu uma risadinha. -  Não, sou uma pessoa com um pouco de consciência ainda.  – e riu de novo de sua piada interna.

 - Sabe, na sua idade eu também pensava assim. Você deve ter o que? Uns 16, 17 anos? Eu pensava que namoradas só iriam acabar com a minha vida. Iriam me prender, e mandar em mim. Mas, no fim das contas, acabei me casando aos 20. – ele disse e para dar ênfase, chacoalhou a mão com a aliança na sua frente.

 Nesse momento perdeu um pouco o ar. Quis perguntar sua idade nesse momento.

 - Bom, mas isso foi uma das coisas que começo a me arrepender. – ele continuou e deu um suspiro. Isa fez uma cara de confusa e acabou se esquecendo de sua pergunta.

 - Por que? – perguntou curiosa. E bem no fundo, esperançosa. Ele deu um suspiro longo.

 - No momento não merece muito ser comentado. – e sorriu. Os pedidos chegaram e comeram em silencio. Isa queria saber o porque dele estar começando a se arrepender.

 O celular de Isa começou a tocar e ela atendeu:

 - Alô?

 - Isa! Porque você não veio há escola?! – perguntou uma Alice preocupada e furiosa ao mesmo tempo.

 - Ah Alice! Relaxa ai vai! Minha mãe não me acordou, então aproveitei e fui ao cinema. – Isa revirou os olhos e Edward riu.

 - Isa, isso que eu ouvi foi uma risada de homem? Com quem você esta hein danada? – ouviu ao fundo Rosalie dizendo ‘O que? Homem? Risada? ISA?’. Isa riu.

 - Depois conversamos Alice, e diz para Rosalie que era isso mesmo, tchau, beijo. – ouviu uns gritinhos de Alice e desligou. Depois explicaria que não era nada do que estavam pensando, mas até lá... Riu mais ainda.

 Olhou para frente e viu um Edward com uma sobrancelha levantada e com um ar risonho.

 - Suas amigas? – ele disse e logo em seguida pediu a conta pra o garçom.

 - Sim, Alice e Rosalie, são duas doidas, mas aprendemos a gostar delas rapidinho. – ela disse e lembrou-se de como havia se tornado amiga delas. Dessa vez gargalhou.

 - Perdi alguma coisa? – Edward disso rindo junto.

 - Não, não. É uma longa história. – Edward pagou a conta e se levantaram.

 Foram para o carro e Isa lhe explicou como chegava em sua casa. Chegaram em 10 minutos.

 - Pronto. – Edward disso desligando o carro. Olhou-me e deu um sorriso torto.

 - Ok. Obrigada pelo almoço. Hoje à noite levo o dinheiro para te pagar. – ela disse tirando o cinto. Edward fez uma cara feia.

 - Me pagar? Você não tem que me pagar nada Isabella! Leve algum dinheiro que te faço ser expulsa da academia! – ele disse meio brincalhão, mas com um ar sério sobre o dinheiro.

 - Bom, então acho que vou levar. – ela disse abrindo a porta.

 - Como assim? Não gosta da academia? – ele perguntou confuso. Isa deu um longo suspiro.

 - Outra longa história. – ele assentiu.

 - Ok então. Te vejo de noite. – ele se levantou um pouco do banco e lhe deu um beijo na bochecha.

 - Ok, até de noite. – Isa saiu do carro.

 - Até. – ela ouviu antes de fechar a porta.

Acenou para o carro que se afastava de sua casa e andou até a entrada de sua casa. Se surpreendeu com Alice e Rosalie paradas nela.

 - Oi dona Isabella, conta TUDO AGORA. – disseram juntas e Isa riu. Entraram e se sentaram no sofá.

 - Fala, vai, estamos esperando... – disse Alice.

 - Não é nada ué, só nos encontramos no cinema, depois ele me chamou para almoçar e me deu uma carona. – Isa disse, simplesmente.

 - Como assim, NADA? E quem é o ‘nós’ ai? – disse Rosalie.

 - Nada mesmo ué. Lembra meu professor da academia? Acidentalmente nos encontramos no cinema.

 - Perai. Começa do começo, por favor? E depois disso? Quero detalhes. – disse Alice.

 - Ai Alice! Ele me viu, me cumprimentou, eu fiquei com medo do filme, que era de terror, ele riu da minha cara, depois me chamou para almoçar, eu disso que não dava, mas ele insistiu e eu fui, depois ele me deu carona até aqui, pronto. – Isa disse.

 - SÓ isso? – Rosalie e Alice disseram juntas.

 - Sim, SÓ isso.

 - Hum, Isa e o professorzinho. Amei esse amor proibido.

 Isa revirou os olhos. Elas riram e começaram a falar sobre o que havia perdido na escola.

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 Eram quinze para as seis da tarde. Amanda ainda não havia chegado da faculdade. Bella, estranhamente, queria ir para a academia hoje. Na verdade queria era ver Edward de novo. Já estava pronta e nada de Amanda chegar. 

 Depois de uns 5 minutos, que pareciam mais 5 horas, Amanda chegou, se trocou correndo e saíram.

 - Nossa Isa, aconteceu que milagre par você já estar pronta quando eu cheguei? – vai começar...

 - Sei lá Amanda. Talvez tenha perdido um pouco do meu cérebro. – Amanda abriu a boca, mas a fechou novamente.

 Ficaram quietas o resto do caminho. Isa pensando em Edward, e Amanda nela mesma. Chegaram e Isa já foi direto para a sala de jump e reservou o seu, sentando-se nele. Isa havia se esquecido de se inscrever na aula, então deixou sua garrafa d´agua em cima do jump e saiu para colocar seu nome na listinha. Quando saiu viu Edward com uma mulher, conversando. Achou normal, ele era professor.

 Edward e a mulher estavam muito próximos, muito mesmo. Isso ela estranhou. Nesse momento ele olhou para o lado e viu Isa. Acenou e a chamou. Isa foi lá, e enquanto chegava mais perto se sentia cada vez mais estranha.

 Ele sorriu para ela, já a mulher a analisou. Ela sorriu de volta.

 - Isa, essa é Tânia, minha esposa.

O QUE?!