Rachel agora estava sozinha no apartamento, não conseguia dormir. Lizzie tinha a convidado para ir dormir na casa dela, mas Rachel prefiriu ficar em casa. Não estava aguentando o silencio profundo que invadia o apartamento. Não estava gostando nenhum pouco.

Levantou-se, cansada de ficar deitada, e caminhou até a sala-cozinha. Deixou-se cair no sofá verde-musgo. Então lembrou. Tentou bloquear as imagens, mas quando viu que não conseguia, as deixou tomar conta de tudo de todo o seu mundo.

Tinha chegado no apartamento, enchargada e com frio. Atrás dela, vinha um homem, ela não sabia sequer seu nome. Mas ele era bom, tinha lhe dado uma carona quando começou a chover. Um forasteiro, ela imaginou. 

_Esse é meu apartamento, nada demais, mas aconchegante. Espere no sofá se quiser. Vou me trocar e quando eu voltar, farei um chá para nós dois. Tudo bem?

Ele fez que sim com a cabeça.

_Ótimo.

E Rachel foi para o seu quarto, deixando o estranho na sua sala. Começou a tirar a roupa e tinha acabado de colocar um sutiã seco quando viu ele na porta.

Ele virou rápido de costas.

_Me desculpe, eu não devia ter vindo aqui.

A ruiva vestiu uma blusa azul-bebê e antes que ele pudesse se afastar demais, ela tocou seu ombro, o que o fez parar.

_Não tem problema, vamos tomar o chá que eu prometi.

Os dois se dirigiram a sala-cozinha, lado a lado, sem se tocar, sem falar nada.

Rachel fez o chá, o colocou na mesinha de centro na frente do sofá e se sentou ao lado dele.

Por um segundo os dois se olharam. Ela observou que ele parecia despi-la com os olhos. Nos olhos da ruiva, um desejo incontrolável. Sem esperar mais um segundo, ela se atirou para cima dele, enquanto ele puxava-a para ele. Eles se beijaram. 

Usaram as línguas para conheceram melhor um ao outro, trocaram caricias, ela se sentou no colo dele. 

Beijaram-se como se o mundo fosse acabar e depois, voltaram a se sentar, um do lado do outro, como se nada nunca tivesse acontecido. 

O rapaz, os cabelos pretos, olhos azuis como duas contas e a pele bem clara, lembrava a Rachel alguém embora ela não soubesse quem. Ele passou o braço envolta de seus ombros, Rachel se acomodou no moreno. A cabeça dela emcaixava certinho no ombro dele.

Depois de algum tempo, ela levantou a cabeça e falou:

_Isso não está certo. Eu nem seu nome.

_Não se lembra de mim, foguinho?_ Ele sorria brandamente.

Por um momento ela ignorou o apelido, mas depois, percebeu que só uma pessoa a chamara assim em toda a sua vida.

_Edward!_ela exclamou feliz e o abraçou com força._ Estou feliz que tenha voltado! Lizzie já sabe?

_Elizabeth? Achei que ela tinha te contado que eu estava voltando.

_Não. Sua irmã é muito chata, ela não me contou. Isso porque somos amigas faz tanto tempo que não consigo me lembrar de como era sem ela me atormentando.

E assim, a ruiva beijou de novo o irmão da melhor amiga.

Ela se lembrava com tamanha perfeição daquele dia, que era como se o estivesse revivendo. Ah, Edward fora sua paquera quando era crianças, e aquele dia fora um sonho realizado. Mas agora, era como se ela estivesse em um pesadelo, do qual Rachel não conseguia acordar.

O rosto dele aparecia o tempo todo em sua cabeça, naquela noite, ele era o dono de seus pensamento e de seu coração, e ele não dividia esses lugares com mais ninguém.

Enquanto Rachel pensava em seus melhores momentos juntos e deixava lágrimas rolarem pelo rosto. Ela adormeceu no sofá, agarrada a uma almofada.