Depois de todas as horas no avião, Rachel chegou a Nova York. A primeira surpresa foi enquanto fazia o check-in.

            _Seu nome?_ perguntou a mocinha.

            _Rachel Williams.

            _ Nossa! A suíte imperial por uma semana? Só você? Excelente escolha!

            Suíte imperial?, Rachel pensou. Não bastava estar em Nova York, no The Plaza. Ainda estava na suíte imperial. Desta vez, a Lizzie tinha se superado. Em uma escala de 1 a 10, ela tinha alcançado o nível 11 de irritação.

            Levou mais várias horas do aeroporto até que chegasse ao quarto. Mas, como ela pode ver, compensou.

            A suíte imperial tinha 3 quartos, 3 banheiros, sala, cozinha, biblioteca, sala de jantar… Capacidade para 12 pessoas! E ela estava lá sozinha! Não sabia nem por onde começar.

            Entrou no primeiro quarto que encontrou e se jogou na cama. Estava acabada.

            Estava escuro. Tinha anoitecido e ela, fazendo muito esforço, sentou-se, pegou o telefone e ligou para Lizzie.

            _Oi! Tudo bem?

            _Quase tudo.

            _Por que…? Ah! Você viu minha surpresinha…_Se Rachel pudesse vê-la, teria certeza de que estaria sorrindo, maliciosamente.

            _É, vi. Sabe onde estou, não é mesmo? Estou na suíte imperial do The Plaza. Que, por acaso, tem capacidade para 12 pessoas!

            _Ah, quando eu tinha 16 anos, ou seja, a 8 anos atrás, eu fiquei aí com minha família. Eu e Matt concordamos que seria perfeito.

            ­­_Mais um louco._ Rachel murmurou.

            _­Me desculpe?

            ­_Nada. Mas não lembrou que vocês que são 10, e eu sou… só eu?

            _Esqueci disso. Mas não vai fazer diferença.

            _Não? Você espera que eu durma em três quartos ao mesmo tempo?

            _Você é esperta, vai dar um jeito.

            E dizendo isso, Lizzie desligou.

            Rachel respirou fundo, esperando não ficar tão nervosa com Lizzie.

            Então, ligou para cada um dos Moore e avisou que tudo estava bem e que já estava no hotel. Cada um disse uma coisa, mas todos a apoiaram, onde Lizzie estava com a cabeça quando reservou a suíte imperial para ela? Suzan disse para ficar no hotel aquela noite. Charles a aconselhou a ir ao Central Park fazer uma caminhada de manhã. Patty falou das melhores lojas e disse que era ali perto. Sean a aconselhou a conhecer alguém interessante. Brian pediu para ela ir aos museus ver se estavam diferentes e quais as novas atrações. Em fim, cada um falou uma coisa. Ela estava determinada a ouvido-los (com exceção de Sean. Charles fora o último com quem ela se relacionara e ainda amava Edward, não podia simplesmente jogar isso tudo fora.)

            Arrumou as malas e, exausta, dormiu.

            Sonhou.

            Teve sonhos estranhos. Muito estranhos.

            Primeiro sonhos que estava em uma casa. Uma casa toda branca que nunca tinha visto antes. Ela viu um casal que ela nunca tinha visto na vida, brigando. Então o casal sumiu e tudo o que ela pode ver foram olhos verdes. O casal brigando reapareceu. Ela tinha o cabelo castanho e curto e ele tinha cabelos pretos e pele bem clara.

            Olhos verdes.

            O casal.

            Olhos verdes.

            Na terceira vez, os olhos verdes pareceram bem tristes e pareciam cheio de lágrimas.

            Então sonhos que uma ave imensa e rosa botava um ovo azul igualmente grande e quando o ovo chocava, Rachel era o filhote e estava linda com um vestido branco estilo deusa.

            E então, com aquele mesmo vestido, ela apareceu em uma colina verdinha.

            _Foguinho!_ Ela ouviu.

            _Edward?_sussurrou.

            _Aqui, foguinho, estou aqui!!

            Rachel virou-se viu Edward. Os olhos azuis mais lindos do que nunca, o cabelo preto perfeito e estava usando um atraente blazer azul marinho.

            Ela correu abraçá-lo.

            _Edward! Edward! Eu te amo, tanto! Como pode me deixar?

            _Não foi culpa minha, foguinho. Mas eu consegui encontrar alguém que te mereça. Não foi nada fácil, levei dois anos para conseguir. Alguém perfeito para você.

            _Eu não quero ninguém! Eu só quero você.

            _Alguém perfeito para você…_ Edward repetiu.

            Um relâmpago dos olhos verdes preencheu o lugar.

            _Eu só quero você. Volta para mim.

            _ Eu queria, foguinho, queria muito. Mas não posso. Se pudesse, já teria voltado.

            _Edward…

            Ele beijou a testa dela.

            _ Eu te amo, foguinho…

            E a colina sumiu. Agora ela estava sozinha, com frio e sozinha, no meio de uma tempestade.

            Raios e trovões para todo lado, a chuva caia com agressividade, destruindo tudo ao redor de Rachel.

            Ela correu, tentam achar um lugar seguro.

            _Alguém! Alguém me ajude!

            A ruiva estava com medo, apavorada.

            Ela viu, no topo de uma colina ali perto, a silueta de um homem.

            _Ajude-me! Ajude-me!_ Rachel gritou para ele.

            Ela sabia que estava fugindo de alguma coisa. Só não sabia o que.

            E ela acordou, com a respiração acelerada. Sentou-se de pressa na cama. E assim que colocou o pé no chão, esqueceu-se do que tinha sonhado.

            Olhou o relógio. Meia noite em ponto.

            Procurou relaxar. Andou pela suíte. Foi até a cozinha e bebeu água. Estava muito cansada, mas a boca estava completamente seca.

            Sentou-se no sofá da sala e respirou fundo outra vez.

            Ela não se lembra do que aconteceu depois, ela simplesmente deitou e a transição do real para o sonho aconteceu tão gentilmente e rápido, que ela não percebeu.

            Quando acordou, suas costas estavam doloridas, tinha dormido no sofá.

            Levantou e sentiu tudo estalar. Com um bocejo, partiu para o quarto e colocou uma roupa esportiva.

            Desceu e foi para o Central Park.

            Tudo era lindo, perfeito. Um lago logo que ela chegou ao parque. Várias pessoas, fazendo várias coisas diferentes e todas pareciam felizes. Os pássaros cantavam animadamente suas mesmas canções de sempre, mas parecia mais mágico ali. Tudo era tão verde e vivo que essa alegria a contaminou. Logo percebeu que estava sorrindo sem motivo algum e correndo como Charles lhe aconselhara.

            Depois de almoçar no hotel, ela foi para as compras, seguindo os conselhos de Patricia.

            Comprou tudo ao que tinha direito e tinha certeza de que fora a vez que mais comprara na vida. Saia de cada loja com 5 ou 6 sacolas e deve ter entrado, em pelo menos 7 lojas.

            Decidiu que iria ao Metropolitan Museum of Art no dia seguinte. E depois, também pretendia visitar a Estátua da Liberdade, o Empare State e o Museu de História Natural.

            Nova York era uma cidade incrível.

            Naquele dia ainda recebeu uma ligação de Lizzie.

            _Você nem acredita para onde eu vou te mandar depois que você sair daí.

            _ Ah, não, Lizzie. Para com isso, por favor, apenas me deixe voltar para casa.

            _Mas desta vez você vai gostar. Qual o lugar que eu sempre ia quando éramos crianças e você sempre quis ir?

            _Havia tantos lugares…

            _Pense bem, tinha um lugar em especial.

            Rachel parou e pensou.

            _A Disney?

            _Isso mesmo!
            _Nossa, Lizzie. Você é a melhor. Mas não seria bom se eu esperasse a Charlotte crescer e ir com ela? Falando nisso, como está minha menina?

            _Por aqui, está tudo perfeito. Não se preocupe.

            _Espero que sim.

            _Tchau, Rachel. Divirta-se.

            _Vou tentar._ e dizendo isso, ela desligou.

            Mal podia acreditar no que Lizzie tinha dito.

            Quando era criança, era louca para ir a Disney. Parecia tão mágico… Tão perfeito… E agora, mesmo que depois de muitos anos, ela ia para lá!!