Like The Pain escrita por Other Doll


Capítulo 5
Pilar


Notas iniciais do capítulo

Hello o
então.. me perdoem a demora: Mblaq no Brasil e eu não fui ò_ó .. trava criativa pela depressão .. me deem um desconto ^^
Cap Lixo ... O proximo será melhor .. eu juro
primeiramente.. não repare nos errinhos .. ñ tenho beta então... ah se alguem quiser me betar entre em contato okay?? ;)
boa leitura (espero q gostem)



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Não lembro bem que horas era aquelas, cada segundo estava passando como anos. Eu estava sentado encolhido no canto do sofá abraçado com um travesseiro e com o edredom em cima de mim. Perguntava-me se o G.O já tinha chegado à casa do CheonDung, e se ele já estava sabendo de tudo agora.

                Recusava-me a sequer olhar para o meu celular, que estava ali na minha frente na mesinha de centro. “Ele tocará a qualquer momento”, e junto com ele viria minha sentença de morte.

                Eu apenas conseguia ouvir o barulhinho dos ponteiros do relógio na minha cozinha, mas eu definitivamente não queria saber que horas eram.  Estava assustado, como em muito tempo não ficava.

                CheonDung começou a ser muito super protetor comigo já fazia muito tempo. Quando éramos crianças ele que cuidava de mim, sempre lá para me ajudar nos problemas, sempre lá para ser o ombro no qual eu me apoiaria. Eu sempre confiava minha vida a ele. E por isso me assustava saber o que ele faria a respeito do fato que eu levei um estranho pra morar comigo.

                Depois que ele entrou na faculdade muita coisa aconteceu. Ele viajou pra Tókio, tinha ido estudar engenharia. Obviamente não foi um grande problema a partida dele, eu sabia que não teria mais meu salvador de problemas quando precisasse dele, mas também sabia que logo ele voltaria. E se eu estivesse preso ate lá, quando ele voltasse pagaria a fiança.

                O problema maior foi quando no ano seguinte, eu entrei na faculdade. Eu não fui pra Tókio “não sou tão inteligente pra isso”. No meu primeiro ano da faculdade, eu conheci o SeungHo, fui morar com ele, e ai sim os problemas começaram.

                SeungHo ficava comigo, e com qualquer outra pessoa que pra ele fosse satisfatório. Obviamente pra ele eu era só um passatempo fácil e barato. Mas pra mim, aquilo tinha se tornado algo de verdade. Algo grande que eu não podia carregar.

                A cada noite que eu passava esperando o SeungHo chegar em casa, era uma noite autodestrutiva, que vinha carregada de pensamentos insanos e lagrimas realmente dolorosas. Eu me odiava por ser daquele jeito, mas eu o amava, e não podia fazer nada a respeito disso.

                Como CheonDung estava longe, o único no qual eu podia confiar de verdade era no G.O, obviamente eu não contava tudo pra ele. E agora eu sei o porquê. Mas mesmo não falando muito, meu estado tinha se tornado visível, completamente evidente. Eu era realmente desprezível.

 Mesmo quando G.O me perguntava o que eu tinha, eu não falava nada, qualquer coisa que eu dissesse ia acabar um pouco mais comigo. Chorar minhas magoas na frente de alguém destruía meu orgulho. Então eu apenas suportava. E dessa vez eu não teria o meu adorado pedestal para me apoiar.  Naquela época CheonDung realmente fazia falta.

Como ele descobriu tudo eu não sei, mas em uma tarde, enquanto eu estava na faculdade ele me ligou.  Seria apenas uma tarde normal, que eu passava como milhares de outras, se não fosse aquela ligação do meu melhor amigo e de sua preocupação evidente.

_Miru você ta bem?

CheonDung não tinha que falar mais nada. Lembro que naquele momento minha vista embaçou, eu percebi então que eu estava chorando, não porque tinha me lembrado do meu estado, daquela dor que crescia constantemente no lado esquerdo do meu peito. Eu chorei porque pude ouvi meu pedestal, mesmo que longe se preocupando comigo, mesmo longe sendo aquilo no qual eu podia me apoiar.

Durante as férias ele veio pra cá, nos tivemos uma longa conversa. Foi à conversa mais difícil que tive na minha vida. O hyung me disse, que se eu estava sofrendo eu devia falar para o SeungHo, deveria tomar distancia dele, ou pelo menos conversar com ele sobre tudo que tinha acontecido. Sobre aquilo que fazíamos por diversão, aquela brincadeira que pra mim tinha se tornado um fardo muito grande.

CheonDung, só pôde ficar um mês, mas depois que ele voltou pra Tókio, eu tinha decidido acabar tudo com o SeungHo. Obviamente não foi isso que aconteceu. Quando finalmente tive a chance de falar com ele sobre isso, as palavras faltaram e no lugar delas estava o gosto da língua dele, e as mãos vazias que tocavam e brincavam com o meu corpo.

Aquele que era pra ter sido o que tiraria o peso de minhas costas acabou se tornando mais uma noite como qualquer outra, mais uma noite que SeungHo me usará e descartará, para que na noite seguinte, pudesse me usar de novo, ou usar qualquer outra pessoa que ele bem desejasse. Mas admito que eu realmente quisesse que ele usasse apenas a mim.

Essa rotina de uso e descarte permaneceu por um longo tempo. Meu consciente, não era mais tão cociente, meu raciocínio era ilógico, minha mente estava destruída, e eu já tinha me acostumado com a dor. Por mais que por fora parecesse intacto, eu estava no estado mais deplorável que um homem podia chegar.

Naquela época a minha mais perfeita atuação não parecia ser o suficiente. G.O percebeu que eu estava mal, e ligou para o CheonDung. Ele não pediu minha permição, não perguntou nem se era isso que eu queria, apenas lhe fez o que veio a mente, ele achou que aquilo seria o melhor.

CheonDung deixou tudo, abandou a faculdade, namorada, emprego, a vida que tinha conseguido no Japão. Ele deixou tudo para vir aqui e me ajudar. Ao invés de me odiar por ter destruído o que ele conseguiu, por ter desperdiçado o trabalho duro dele. Quando chegou, ele me abraçou e disse _ Eu to aqui CheolYong... agora você já pode chorar.

Enquanto meus pensamentos se aprofundavam mais nas memórias de dois anos atrás, tentando achar o motivo para o CheonDung ter se tornado realmente super protetor o meu celular vibrou e cima do vidro da mesa de centro.

Como se já não bastasse minha preocupação comigo mesmo, veio a minha cabeça o pobre ChangSun, que não tinha culpa por minha boca ser muito grande e acabar contando isso pra alguém, e logo para o G.O. Sabendo que minha “segunda mãe” ia acabar me matando.

A vibração tinha parado, e eu finalmente tomei coragem de pegar o celular em cima da mesa, ainda abraçado com o travesseiro, talvez fosse essa a forma de me proteger do meu apocalipse particular que estava por vir.

Quando eu finalmente olhei a tela do celular, vi que a chamada perdida era do celular do CheonDung. “Maldito G.O já deve ter contado tudo”. Obviamente, como se fosse obvio mesmo, a parte otimista do meu cérebro apareceu. “Vai ver G.O não contou nada e é apenas o adorável CheonDung te convidando para irem tomar sorvete”. E antes que eu pudesse ouvir essa parte o celular tocou novamente. Era mais uma vez o numero do CheonDung.

Eu sabia se não atendesse dessa vez o problema ficaria maior, a raiva ia ficar maior, e as conseqüências iam ser imensuráveis. Tomei mais um gole de coragem antes de finalmente apertar na tecla verde do meu celular, e levá-lo lentamente ate minha orelha. Engoli seco.

_Alô?

_CheolYong, eu quero você aqui em casa agora, e se não estiver aqui em vinte minutos eu irei te buscar, e saiba que se eu for ai será bem pior

_Hyung...

Agora eu só ouvi apenas o barulhinho do telefone.

“To ferrado”

                                                                    ~~0~~

Já fazia uns 15 minutos que eu tinha chegado. Tentei ir o mais rápido possível, sabia que cada segundo que o fizesse esperar seria mais um segundo do meu desespero. Num súbito aumento de coragem decidi que seria um homem de verdade e o encararia, diria pra ele que já sou maior de idade e posso fazer o que eu bem entender.  Obviamente meu homem interior fugiu assim que ele abriu a porta.

Quando cheguei, ele me disse um leve e seco _Entre _ depois que eu já estava dentro, ele apontou pro sofá e disse _Senta _ Aquela falta de palavras só me deixava mais nervoso, eu queria matar o desgraçado do G.O, o amaldiçoava por não conseguir manter isso em segredo, e me amaldiçoava mais ainda por eu próprio não conseguir manter isso em segredo. Mas obviamente era mais fácil culpar o G.O

Eu não estava fazendo nada de errado, e eu tinha a completa certeza disso. Mas obviamente tentar convencê-lo de que eu e o Joon não tínhamos nada seria uma missão definitivamente impossível. Não que eu me importasse o que ele ia achar das minhas decisões imaturas e impulsivas, eu apenas me preocupava, mesmo não sabendo exatamente com o que.

CheonDung caminhava de um lado pro outro com os braços cruzados, às vezes por segundos ele me encarava de canto de olho. Aquilo já devia ser considerado castigo, era torturante esperar vir minha sentença.

Não sei se foi excesso de coragem, ou se foi estupidez, mas quando percebi minha maldita boca já tinha soltado aquilo.

_ Então, porque me chamou?

Eu me arrependi em menos de um segundo depois, ele parou o seu andar e olhou firmemente pra mim. Havia um gelo na espinha, e creio que minhas pernas começaram a tremer. O seu olhar era da mais pura raiva.

_O G.O me contou tudo _ Ele disse sem tirar os olhos de mim, “G.O eu te odeio” foi tudo que eu consegui pensar_ O que tem a dizer sobre isso?

Aquilo provavelmente era uma armadilha, se eu dissesse alguma coisa errada, ele voaria pra cima do meu pescoço e arrancaria a minha língua com as unhas, “Meu desespero já estava me fazendo exagerar”

_G.O é um fofoqueiro, um causador de intrigas mau caráter e provocador, e daí se eu deixei o Joon ficar lá em casa, a gente não ta...

_Então é verdade?

“Merda”, maldito CheonDung, eu sabia que era uma armadilha. E maldito eu por ter desconfiado da armadilha e ter me entregado assim tão facilmente.

_É verdade ou não CheolYong? _ Aquilo estava se tornando insuportável, minha boca já estava aberta há algum tempo, mas minha capacidade de elaborar palavras estava limitada.

Eu olhei em volta procurando algo que nem eu sabia o que era. Provavelmente o meu travesseiro escudo, mas obviamente nem ele nem meu edredom de patinhos estariam ali.

_CheolYong, eu ti fiz uma pergunta_ ele deu um sorriso impaciente _ Não seja mal educado e responda.

Eu sabia que aquela demora só ia piorar minha situação. Eu suguei todo vestígio de coragem que poderia existir em meu corpo, mas é claro que não havia muita, principalmente nessas condições.

Eu abaixei minha cabeça e resmunguei um _Sim _ E isso seria o suficiente.

Minha cabeça continuava abaixada, eu apenas esperava que os gritos começassem logo e acabasse o mais rápido possível. Mas alguns segundo se passaram e nenhum grito foi ouvido. Eu olhei pra cima lentamente, mas meu possível assassino não estava lá.

Minha cabeça rodou o cômodo algumas vezes, ate olhar pra porta da frente e ver CheonDung colocando os sapatos.

_Hyung? Onde você ta indo?

_Joon não é? esse é o nome dele? Ele esta no seu apartamento agora?

_Deve ta... Espera não, não _ Eu percebi o que se passava na cabeça dele, corri ate  onde ele estava já saindo pela porta e o puxei pelo braço _ Hyung você não pode ir.

Ele puxou o braço com força. Eu tentar impedi-lo só fazia a raiva dele aumentar.

                Mas uma vez me agarrei ao braço dele

                _Hyung, vamos entrar e conversar _ Eu a menos de dois minutos queria evitar essa conversa, mas se ele fosse ate meu apartamento meu constrangimento seria maior. Falaria pro pobre coitado do meu inquilino coisas desnecessárias e inexistentes. Eu e ele só éramos companheiros de apartamento, o que é que seja que tinha acontecido noites antes não significava nada, mas eu nem esperava que o senhor Park que estava a minha frente entendesse isso.

                _CheolYong me larga agora _Ele balançava o braço com força, me empurrando junto com a tentativa falha de me desvincular do seu braço esquerdo. Por sorte CheonDung não é tão forte quanto o G.O, e por sorte eu tinha me agarrado no braço dele com toda minha força.

                _Me larga agora_ Sua voz agora vinha como grito, realmente era assustador ver o meu adorável hyung nesse estado. Eu definitivamente tinha que fazer ele se acalmar, ou ele poderia machucar a si próprio.

                Eu puxei pra dentro de sua casa. Ele não entrou por espontânea vontade, mas eu agradecia a todo o universo por ser mais forte que meu melhor amigo, isso estava realmente sendo bem útil agora.

                Ele continuava a me empurra, só que agora seus empurrões vinham acompanhados de murros, e admito que aquilo já estava começando a doer. Quando eu finalmente consegui colocá-lo pra dentro de casa, sabendo que lá fora os vizinhos já estariam nas suas portas inventando fofocas sobre o ocorrido. Mas eu realmente não me importava com os vizinhos. Na verdade antes que eu tivesse tempo de me importar com qualquer coisa, senti uma pancada no minha cabeça. Depois daquilo eu não lembro de mais nada, apenas veio o preto

                                                                   ~~0~~

Não lembro direito como tinha chegado aquilo, mas acho que devo ter apagado. Quando me dei conta eu já estava deitado no sofá. Demorou um tempo pra que percebesse que aquele não era meu sofá. E que aquela não era a minha sala, mas o lugar era familiar.

_Você acordou.

Mesmo com a vista embaçada, e ainda tonto, não era difícil reconhecer aquela voz tão calma e delicada, quase como de uma garota. Era a voz do CheonDung, eu tinha acabado de me lembrar que estava na casa dele.

_Hyung, o que aconteceu? _Eu ainda estava sonolento, e não tinha a mínima força pra levantar daquele sofá agora, que ele me permitisse ficar mais um tempo ali.

Eu senti algo gelado se aproximar da minha testa, Mas quando aquilo, seja lá o que aquilo fosse tocou minha pele, ardeu.

_Ai

Ouvi uma respiração lenta e pesada vir da parte dele.

_Desculpe Mir, eu devo ter exagerado.

“Exagerado?”, foi naquele momento que me lembrei da situação que nos encontrávamos antes de eu ter apagado. Toquei minha testa onde o CheonDung pressionava aquela coisa gelada. Senti um inchaço.

_ Hyung o que aconteceu?

_Eu exagerei, mas a culpa é sua também por ter desmaiado com tão pouco.

“Desmaiado, como assim desmaiado?”

_Hyung o que aconteceu? _Eu apenas repetia aquela pergunta. Eu me sentei no sofá e afastei a mão dele que pressionava aquela coisa gelada sobre minha testa. Não me interessava saber o que era aquilo, mas o fato dele não dizer nada me assustava.

_Foi no momento de raiva ta bom, eu só taquei meu tênis em você...

_Você fez o que? _Eu coloquei minha mão sobre minha testa apressado, senti mais uma vez o inchaço que há pouco tempo atrás era desinteressante. Me desesperei

_Você ta louco, você me tacou um tênis, um maldito tênis, e se eu tivesse morrido? Ahñ?o que você ia dizer pra minha mãe ein? Ia ligar pra ela e dizer oi tia eai como tah, pois é eu matei o seu adorável filho?

_Mir ninguém morre porque foi atingido por um tênis.

Eu não estava ouvindo o que ele falava, minha mão tocava minha testa enquanto eu andava, por aquela sala.

_Ta sangrando, ta sangrando...

_Não ta sangrando, ta só inchado

_Eu quero um espelho, to sentindo o sangue _ Eu tinha mais chorado aquilo do que dito. Eu andava meio sem direção de um lado pra outro procurando algo me refletisse, nem que fosse uma colher no qual eu pudesse ver a “Fenda” que ele tinha aberto em meu crânio. Mas antes que pudesse ver o estrago, ele agarrou meus ombros e em um empurrão calmo me sentou novamente no sofá, e me mostrou a parte de trás de um porta retrato, era feita de alumínio, e eu pude me ver.

Eu me olhava atentamente, passando o meu dedo mínimo sobre aquele inchaço, “Eu realmente tenho reações bem exageradas às vezes” Estava tão preocupado com o meu adorado rosto, que nem reparei na face daquele que estava sentado ao meu lado no braço do sofá. Por causa do meu egoísmo não pude reparar em seu semblante pesaroso, que talvez por culpa e vergonha não conseguia me encarar.

Quando eu finalmente virei meu rosto para me encontrar com o dele, esperando ver uma expressão cheia de sofrimento e arrependimento por ter machucado o seu melhor amigo, acho que o certo deveria ter sido eu ficar decepcionado, porque tudo que encontrei foi o CheonDung.

_Hyung... eu...

_Hyung eu... é tudo que você pensa? Eu, eu, eu_ Ele tinha me interrompido antes que pudesse sequer pensar no que dizer_ Você só pensa em você Mir? É isso? só pensa em você? _Sua voz era realmente embargada, parecia que a qualquer momento ele choraria. Era minha testa que estava machucada, mas naquele momento foi o lado esquerdo do meu peito que doeu.

Meus olhos eram focados nos dele, mas minha confusão era o que predominava em minha mente.

_Se só pensa em você, devia pensar direito pelo menos_ Os olhos de raiva, que ele se esforçou tanto pra ter, se transformaram lentamente em olhos de preocupação, senti que o meu medo tinha sido correto, a reação que ele teria era definitivamente o que me assustava. Mas acabei percebendo que eu não estava com medo do que ele faria comigo, talvez eu só estivesse com medo do que eu faria pra ele.

_Hyung... eu devia ter contado.

Que  ele estava com raiva isso era obvio, mas aquilo devia ser difícil pra ele também. Isso realmente estava sendo um castigo, eu tinha acabado de decepcionar aquela que talvez fosse a única pessoa do mundo que ainda acreditava em mim. E tinha feito isso por quase nada, apenas capricho meu. Fiz isso apenas por um desejo momentâneo, e o efeito de uma lata de cerveja a mais.

“Está orgulhoso Mir?”

Obviamente que não

Ficamos em silencio por longos momentos, eram tão longos e insuportáveis, poderiam ser apenas um segundo, mas pareciam milênios. Eu não o olhava mais, e ele não se deu o trabalho de me olhar também. Ficamos apenas ali esperando os pensamentos se tornarem menos importantes ou triviais do que palavras de verdade. Apenas tentando achar uma maneira interna de nos acalmarmos com o som incomodo que vinha junto à respiração oposta que ouvíamos. Eu não suportaria passar mais nem um segundo assim.

_Hyung... _ Eu sabia que se eu não quebrasse o silencio, poderíamos ficar ali por dias.

Eu o olhei novamente esperando ver mais uma vez aquele rosto cabisbaixo, mas mais uma vez sua expressão já tinha mudado. Agora ele me encarava com um pequeno sorriso no rosto.

_Mir... Não quero que se machuque de novo... é por isso que eu exagero _ Ele deslizou do braço do sofá se sentando no acento, seus braços abraçaram seus joelhos _ Você cede a todos muito rápido, mal pensa nas suas decisões antes de tomá-las, e quando percebe, já sou eu que tenho que cuidar de você... sempre eu_ Seu rosto se encontrava escondido entre seus joelhos agora, e eu definitivamente não sabia o que fazer.

_Hyung... eu preocupei você de novo?

Ele demorou um pouco pra me dar aquela resposta, ou quem sabe tenha demorado mais porque não foi o que eu esperava ouvir.

_Você sempre me preocupa... esse é o problema, eu sempre me preocupo muito com você... Isso é quase cruel Mir... _ Não sabia porque, mas sentia que aquelas ultimas palavras tinham sido mais pesadas pra ele dizer do que foi pra eu escuta-las.

“Isso é realmente cruel Hyung, mas a culpa não é minha”

Quando eu percebi, eu já tinha abraçado ele. CheonDung foi quem sempre cuidou de mim e me protegeu, e parecia que agora era minha obrigação fazer isso por ele. Principalmente porque era eu.  

Ele tinha feito muito por mim, ele fez tudo por mim, eu cheguei no mais obscuro uma vez, duas vezes... tantas que perdi a conta. Mas mesmo tendo chegado ao fundo do poço, CheonDung estava lá, pronto pra me jogar uma corda e me ajudar a subir novamente, e ele continuaria lá, para que quando eu voltasse ao fundo de novo, ele pudesse me estender à mão novamente e me reerguer, ser mais uma vez o meu pilar.

Ele colocou as suas mãos em volta de mim lentamente, finalmente retribuindo meu abraço, era quase triste como me perdoar parecia, e era realmente fácil pra ele. Mas eu sabia que se eu o fizesse passar por tudo de novo, eu o perderia pra sempre.

_Mir... por favor... não se machuque de novo... _ Suas palavras eram falhas, eu o abracei mais forte, sentindo ele me puxar também mais pra si.

“Não chore hyung... não por minha causa”

Se isso seria o certo a dizer eu não sei. Se qualquer palavra fosse a certa a dizer eu ignorei. Sabia que logo meu CheonDung estaria sorrindo de novo, me olhando gentilmente e me chamando de idiota. Eu me odiei por um momento por ter tanta certeza disso.

“Você é realmente um idiota CheolYong”

                                                              ~~0~~

                Estava quase escuro quando eu já estava pronto pra ir para meu lar doce lar, depois de ter ficado o dia na casa do CheonDung, explicando pra ele minha situação atual. E como aquilo tinha sido complicado.

                Mesmo me sentindo um pouco vitorioso por estar saindo de lá vivo, um homem que voltou sem nenhum arranhão da guerra, obviamente tirando o inchaço da minha testa, causado por aquilo que foi minha salvação. Nunca pensei que ia ficar tão grato a um ataque de fúria do CheonDung.

                _ Quando chegar em casa vê se bota um gelo nisso _ CheonDung falou me acompanhando ate a porta.

                _Se isso deixar uma marca sequer eu juro que volto aqui com uma tesoura e...

                Eu terminaria minha frase da maneira mais psicopata possível, mas aquela coisa chata e irritante do celular do CheonDung que ele chamava de toque tocou tão alto que ate me esqueci o que ia dizer. Ele pegou o celular do bolso, seus olhos focaram na tela, sua expressão mudou completamente.

                O celular continuou a tocar, mas o CheonDung não tinha reação. Sua boca estava entreaberta, seus olhos arregalados, suas mãos tremiam.

                _CheonDung hyung? _ Balancei minha mão perto do rosto dele.

                Ele pareceu que finalmente tinha voltado a nossa orbita, piscou algumas vezes confuso, e abaixou o celular.

                _Anh, o que foi?

                _Não vai atender?

                Ele olhou pro celular mais uma vez, seja lá quem fosse que estivesse ligando pra ele deveria ser importante, as chamadas não paravam.

                _A.. sim, sim. eu vou atender com certeza... Você... você ta de saída neh _ Ele me empurrou ate fora da porta _ Ahn ... boa noite, e bota um gelo nisso.

                _Boa noi... _ E ele tinha batido a porta na minha cara.

                CheonDung estava realmente muito nervoso só com o fato de ter olhado pra tela do celular. “Ele só pode ta na TPM”. Mas obviamente o nervosismo do meu amigo só me deixou interessado em saber quem estava ligando pra ele.

                Por mais que na época eu não soubesse, hoje se tivesse escolha, eu definitivamente teria escolhido não saber quem era no outro lado da linha.

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Notas finais do capítulo

então?????
bom é isso aee
Proxi cap tem o Joonie revelando um "segredinho" pra um certo alguem... (?)
a e seungHo esta chegando XP
ate++
bjss