Plant escrita por mizuke


Capítulo 3
Capítulo III - Crônicas de Oitavo Neme [1/6]


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, faz muito tempo que não atualizo esta história, mas estava ocupada demais tentando terminar esta "saga", e também estava ocupada escrevendo o capítulo de outras fics, e aquela one shot (aliás, já deram uma olhada?)!
Enfim, espero que gostem, e agora, com a quantidade de capítulos que consegui juntar a fic será atualizada semanalmente em janeiro!
Então é isso, espero que gostem dessa mini temporada (:



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1


– E isso é tudo o que você tem? – perguntou Raditz.

– O que querer dizer?

– Você pode lutar a sério comigo. Não precisa se conter.

– Seu insolente, o que querer dizer?!

– Que meu scouter diz que você está em seu limite. – a declaração fez com que o homem fosse pego de surpresa, e o saiyajiin sorriu. – Então, posso começar?

Os olhos da criatura pareceram triplicar de tamanho, e isso fez com que o sorriso de Raditz alargasse ainda mais.

Ele se levantou, e caminhou em sua direção sem pressa. O homem não demonstrava mais surpresa ou medo, mas Raditz o sentia.

– Então... vamos brincar?

Antes que pudesse responder, Raditz o atingiu com uma cotovelada bem no meio do rosto, e outra em sua nuca, e assim por diante, sem dar chance para que pudesse se defender.

– É uma pena que vocês não tenham essas belezinhas, não é? – disse Raditz, batendo o indicador em seu scouter, e riu. – Se não você saberia que uma criatura patética como você não teria chances contra mim.

O homem estava apoiado com as duas mãos, como se estivesse fazendo flexões. Porém, ao invés de sangrar, ele suava. Raditz já tinha percebido que a única explicação lógica para aquilo é que eles não deviam ter sangue.

Seu scouter apitou mais uma vez, e então pôde ver que mais presenças se aproximavam. Duas, especificou o scouter.

Mas Raditz se animou. A luta com aqueles veydrers não tinha sido tão excitante; eles morriam rápido demais.

Porém, antes que pudesse atacar, uma death ball despencou de cima como se fosse um laser, e atingiu o homem de forma certeira.

O saiyajiin olhou para cima, curioso, e então seus olhos cerraram e os caninos ficaram à mostra quando percebeu o que estava acontecendo. Aquele maldito fedelho estava lá, roubando a atenção novamente.

– Eu já não disse que não se deve gastar tanta energia com raças inferiores, Raditz? – disse Zero lá de cima, mas não olhava para ele. O príncipe observava, com sua postura impecável e com aquela curiosidade que só uma criança seria capaz de ter a fumaça se condensando no ar.

– Não acredito que você estava se divertindo sem a gente, seu egoísta! – disse Nappa, aterrissando perto de Raditz.

– Onde vocês estavam?

– Em algum lugar não muito longe daqui.

E então o scouter dos três apitou novamente ao mesmo tempo, o que tirou Zero de seu devaneio. Eles teriam companhia.


2

Cinco criaturas igualmente bizarras vieram voando em uma velocidade quase tão impressionante quanto a dos três saiyajiins.

– Vocês! – gritou um dos homens, enquanto ainda estavam no ar.

– Droga... – esbravejou um deles, olhando para a parede de fumaça.

– ... não chegamos a tempo... – completou o outro, com o olhar petrificado na mesma paisagem.

Dois dos três estrangeiros estavam prontos para começar a lutar a qualquer momento, mas um deles – o que executou Ko-san, ele supunha – não parecia interessado. Isso os irritaram.

– O que vocês querem? – perguntou Raditz.

– Yuu-sama querer conversar com ‘cês.

Os saiyajiins o olharam curioso, e então Zero disse pelos três, como costumava ser.

– E por que ele não vem até aqui?

– Porque ’cês terão de ir até ele.

Zero estalou a língua no céu da boca, como fazemos quando desprezamos algum comentário, e então continuou:

– Quem ele pensa que é para fazer a realeza e seus homens se dirigirem até ele?

– Como ousar falar assim de... – o homem se conteve. O outro lhe lembrou com uma olhadela que era não estavam em posição para argumentar.

– Por favor... – disse com dificuldade o outro. – Venham conosco.

Zero não tinha a intenção de resistir. Afinal, agora ele estava curioso.


3

Os oito homens voavam como aves voam no céu terrestre na época de imigração. Apesar de não fazerem idéia para onde estavam indo, os saiyajiins não estavam nem um pouco preocupado.

– Hey, vão demorar? – perguntou Nappa irritado depois de alguns minutos. – Não confio em vocês, e acho que se forem tão estúpidos quanto aqueles que nos atacaram mais cedo estão planejando nos levar para algum lugar onde pensam que podem nos matar.

– Cale essa maldita boca, retardado. – Raditz respondeu, com ainda mais impaciência. – Você acha que eles ainda pensam que podem nos matar depois de matarmos três deles mais cedo?

Nappa não respondeu, e Zero continuou calado. Não prestava atenção nos dois; na verdade, já estava acostumado com o fato de eles não saberem trabalhar em equipe, mas isso não queria dizer que não sentia vontade de matar os dois para ter um pouco de paz.

– Não devemos demorar. – respondeu um dos homens que ainda não tinham falado.

Zero não estava prestando atenção. A única coisa que sabia é que, se esse tal de Yuu-sama já sabia de suas presenças, com certeza os outros – isso é, se houvesse outros, como supunha – também já sabiam. E então os cinco homens que voavam na frente pousaram, e os saiyajiins os imitaram.

De cima Raditz não tinha percebido, mas agora que estava em terra firme novamente percebia que aquilo parecia uma cidadezinha. Para Nappa, aquilo era um vilarejo. Porém, para Zero, aquilo não era um vilarejo. Muito menos uma cidade. Onde estava a população?

Os homens caminharam em silêncio para uma escadaria. Raditz, Nappa e Zero se entreolharam, e então o seguiram.


4

Havia um enorme saguão, e havia enormes quadros enfileirados nas paredes que mostravam figuras coloridas e alegres. Tudo o que aquele planeta não era.

Enquanto seguiam em frente, notava-se que havia duas fileiras de pilares e mais areia branca.

Subiram mais alguns degraus, e então tomaram a direita. Havia uma enorme porta no fim do corredor, e através dela havia uma poltrona gigantesca, que fez Zero ter uma imagem bastante bizarra do trono de seu pai.

Era cinza como tudo naquele planeta, e nele havia um senhor extremamente grande e desajeitado, como se estivesse ali por muito, muito tempo.

Os cinco homens o saudaram de forma respeitosa, se curvando e ajoelhando uma das pequenas perninhas na frente, e gesticulando com uma das mãos.

Nappa não tinha reparado ainda, mas seus uniformes era a única coisa colorida por ali. Isso fez com que sorrisse, e Raditz o olhou confuso. Logo a criatura gigante abriu a boca enorme, e de lá saiu um hálito tão quente que fez com que os três lacrimejassem.

– Saiyajiins... – uma pausa. Sua voz era lenta e calma, o que fez com que os guerreiros ficassem ainda mais impacientes. – O que quererem aqui?

– Só estamos de passagem, já dissemos. – Zero disse.

– Então... por que matar... Yuri-san… Tabo-san… e Ko-san…?

– Porque precisamos. Eles nos atacaram.

– Isso ser mentira! – gritou um dos homens que os conduziram. – Eu vi!

Zero o olhou por cima do ombro irritado. Não estava com muita paciência naquele dia, e o pouco do bom humor que restara daquela sua gargalhada já tinha evaporado há muito tempo.

– Viu? Estranho, porque meu scouter não indicou nenhuma outra presença.

O homem engoliu em seco, e então Yuu-sama continuou.

– Não interrompa. Não querermos problemas, mas não podermos deixar estrangeiros irem embora assim.

– O que querem, então?

– Vocês não estarem em seu planeta, jovens. Não tememos Freeza, ou rei Vegeta, e nenhum outro líder que seu planeta poder ter. ‘Cês serão julgados conforme nossas leis.

– O quê? – exclamou Raditz. Todos os homens o olharam, mas um dos que o levou ali percebeu certo sorriso no canto de seus lábios. Percebeu que ele não estava assustado, mas sim se divertindo, como uma criança assistindo um programa infantil. – Isso é brincadeira, não é?

– Yuu-sama nunca brinca. O que ‘cês fizeram não ser natural. Não sei como ‘cês conseguem viver com consciência tão tranqüila, yokais!

Apesar da intenção das palavras serem ofensivas, a carapuça não serviu a nenhum dos saiyajiins, talvez pelo sotaque que já chegou ao ponto de ser insuportável. Muito pelo contrário, e isso o irritou de tal forma que o que estava ao seu lado precisou segurar seu braço para que ele não pulasse em cima do mais baixo; aquele que, de alguma forma, liderava aqueles dois homens que eram tão claramente mais forte que ele.

Quem seria ele? Na verdade, ele tinha medo de descobrir.

– O que pretendem fazer, então? Vão nos prender? – perguntou Zero, já sabendo a resposta. Ele até sufocou um riso, e Nappa e Raditz o imitou.

– Vocês serem julgados. Mas enquanto isso, ‘cês colocados serão em vigilância.

– Quero ver você tentar. – disse Nappa, felxionando as pernas e preparando para lutar.

Mas então ele foi interrompido pelo gesto de Zero. Ele ergueu dois dedos da mão direita, como se o mandasse ficar quieto, e ele obedeceu.

– Tudo bem. Estamos em seu planeta, e devemos seguir as suas regras, então.

– O quê? – perguntou Raditz, incrédulo.

Os homens nativos se entreolharam. Zero não tinha telepatia, mas podia ler o que eles estavam pensando, e então respondeu com um sorriso cordial que fez com que Nappa se conformasse mais rápido.

– Não vamos resistir.

Nappa sorriu.

Um deles engoliu em seco, mas não demonstrou preocupação. Era difícil eles demonstrarem emoções, e esta devia ser outra característica deles.

– Sigam-me, então.

Eles o seguiram.


5

Era uma sala ampla, redonda e confortável. Não havia portas por onde fugir nem janelas por onde pular, mas mesmo assim não era claustrofobica. As paredes eram claras e havia detalhes em dourado como uma fita, e o chão combinava com os moveis prateados e dourados. Se aquilo era uma prisão, Nappa concluiu, ele podia muito bem se acostumar com aquilo.

Em um dos sofás espaçosos e confortáveis estava Raditz, sentado relaxadamente com os braços cruzados e emburrado.

– Não entendo o que estamos fazendo aqui. – ele murmurou. – Podíamos estar de volta ao Planeta Vegeta a essa hora, e...

– Cale a boca, Raditz. – Zero não estava preocupado com ele, mas sua voz o irritava. Zero sabia que não demoraria muito para os dois arrumarem um pretexto para começarem a discutir. Era uma ofensa para alguém como ele andar com guerreiros tão... baixos.

– Eu só queria saber porquê eles nos colocaram em uma sala tão chique. – disse Nappa, enquanto abocanhava uma das frutas que estava sob a mesa no centro da sala e aninhava outras três. – Será que eles sabem que você é um príncipe e por isso nos colocaram nesse lugar tão luxuoso?

– Duvido muito; eles nem sabiam que éramos saiyajiins. Eles devem estar com medo de nós porque matamos aqueles três.

– Hey, Zero... – disse Raditz, sentando mais confortavelmente no sofá. – Digo... Vegeta. Você não pretende ficar por aqui mesmo, não é?

– Quero ver até onde isso vai dar.

Zero fitava um canto vazio no rodapé da parede. Estava sentado nas próprias coxas, mas não chegava a estar totalmente agachado. Uma das mãos parecia esquecida no meio das pernas e nenhuma parede auxiliava em seu equilíbrio perfeito.

Raditz olhou confuso para Nappa, que retribuiu o olhar com um olhar que dizia deixe o moleque em paz; não podemos fazer nada.

À direita de Zero uma fumaça apareceu como neblina. Nappa e Raditz olharam como se fosse um fantasma, mas Zero dispensou um olhar pelo canto dos olhos.

A fumaça começou cinza, e então se tornou rosa. Antes de ela sumir por completo, uma silhueta se formou segurando uma bandeja.

Não era como aqueles homens de antes, isso até o mais idiota dos três pôde notar. Mas de alguma forma, era um deles, só que diferente. O corpo era comprido e, ao invés de estar nu, usava algo que parecia uma túnica cinza e personalizada. Também não tinha tantas mãos, e as pernas eram longas e desenhadas.

Seria um... uma feminina?, Raditz pensou, com certa repulsa.

Nappa não concordava. Apesar de ter mais “curvas”, não tinha seios.

Zero sorriu. Foi o primeiro a perceber que aquilo era, de fato, uma mulher.

– Então vocês não são assexuados como eu pensei. – ele concluiu e se levantou.

Ele... ou ela... ou a coisa, que já parecia assustada, se encolheu em seus ombros e segurou a bandeja com mais força. Nappa pôde perceber que ela tremia. Ela olhava para Zero com os olhos negros com tanto medo que parecia que eles iam saltar de suas órbitas.

– Eu... não querer... problemas... – sua voz era bem mais fina do que a dos outros, e foi o que bastou para que Raditz se convencesse. Sim, era uma mulher, afinal.

Nappa cerrou os olhos e percebeu que ela não era o que se podia chamar de feia, e riu quando percebeu que Raditz também achava isso.

O riso não contagiou Zero. Ele a olhava curioso, mas não deixava isso transparecer. Bom, pelo menos, tudo o que a mulher conseguiu ver foi o semblante de um homem frio, de um yokai.

– Como vocês conseguem fazer isso? – Zero esperou uma resposta, e acrescentou impaciente quando percebeu que “a coisa” não tinha entendido. – Isso... aparecer desse jeito, com essa fumaça e tudo o mais.

– Nós nos... t-teletransportarmos...? – a curiosidade de Zero era evidente agora, e isso fez com que ela se encolhesse mais uma vez. – Não sei... simplesmente fazemos... É como... voar...

Zero não estava satisfeito com aquilo, e ela percebeu pelo olhar que se seguiu. A coisa engoliu em seco, e colocou a bandeja em cima da mesa.

Zero podia tê-la matado só porque estava entediado, mas ao invés disso simplesmente a observou.

Os outros não mostravam as emoções, então como ela deixava isso tão evidente? Será que eles eram mesmo da mesma espécie?

– Hey, você. – disse Raditz de repente, ainda sob efeito da crise de riso. – Qual o seu nome? Você é mulher, é?

Zero pôde sentir que ela se sentiu ofendida, assim como qualquer mulher, saiyajiin, terráquea, ou de qualquer raça que fosse se ofenderia com a pergunta.

– Sim...

O sorriso de Raditz aumentou de forma tão maliciosa que fez com que a mulher se escondesse atrás da bandeja de prata que estava vazia agora, e Nappa explodiu em outra gargalhada.

– Já chega. – Zero interrompeu os dois. O estraga-prazeres. Raditz deixou sua conclusão clara no olhar que lhe lançou, mas Zero estava ocupado demais olhando... estudando... a criatura a sua frente para perceber. – Já nos divertimos demais por hoje. Comam o que a moça deixou pra vocês e fiquem quietos, pra variar.

A mulher o olhou ainda mais assustada, mas não havia medo em seus olhos. Bem, pelo menos não tanto quanto antes.

Nappa e Raditz se calaram, mas não o obedeceram de imediato. A mulher deu alguns passos para trás e se perdeu na fumaça mais uma vez.



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Notas finais do capítulo

Está é uma saga de seis capítulos. Deu um trabalhozinho para fazer, mas acho que ficou boa! Me esforcei para tentar imaginar essa raça, e acho que não ficou tão ruim assim. Espero um dia conseguir fazer um desenho deles para ficar mais fácil de imaginar.
Mandem reviews com suas sugestões, se puderem!
Obrigada por ler (:



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