A Deusa Perdida escrita por mari mara


Capítulo 36
MORREU (mas passa bem!!)


Notas iniciais do capítulo

Título válido tanto pra autora (risos) quanto pros personagens em si

Tenho notícias mas vou colocar ali em baixo pra ficar mais fácil de ler!!

PORÉM se você estiver puto comigo (com toda a razão) pode só pular pra retrospetiva, eu perdôo



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(autora-Mari em off) MEU PEDIDO DE DESCULPAS. DE NOVO

FALA GALERA

Na verdade eu tenho a impressão que meus leitores não estão mais presentes, considerando que faz, digamos... quatro anos desde que eu postei o último capítulo?

Ah, o horror.

Então, se por algum acaso houver alguém por aí, o que eu duvido muito, eu gostaria de agradecer a sua enorme paciência e pedir desculpas pela minha maldita incompetência literária (de novo). Apesar dessa fanfic ter sido, tipo, a coisa mais importante pra mim durante a adolescência? Eu acabei esquecendo ela por várias vezes por diversos motivos, o que sempre me deixava muito triste por motivos óbvios.

Daí da última vez (janeiro de 2016, SOCORRO) eu voltei animada dizendo que ia terminar de vez, e alguns leitores que restaram ficaram muito emocionados, e apesar de ter ficado triste por ter perdido muitos pela minha própria incompetência, esses que ainda tavam ali me deram um calorzinho no coração s2 . E daí, o que foi que eu fiz?

Sumi de novo. Por quatro anos.

Na moral. Se alguém aí algum dia vier em Minas, te dou minha permissão pra vir aqui em casa pessoalmente me dar um Socão na cara.

Não vou ficar falando por que sumi porque é meio inútil (faculdade, vida, problemas, blá blá blá), mas o fato é que ontem eu SONHEI com essa fanfic na qual eu não pensava a anos, e o mais bizarro é que eu SONHEI com o que PODERIA VIR A ACONTECER NO FINAL, daí eu acordei e pensei. Meu Deus.

E eu cheguei a conclusão que venho vivendo um bloqueio literário a muitos anos, do tipo que não consigo terminar nada (o tal do livro original que eu comentei antes ainda continua no prólogo)........ e eu pensei cá comigo mesma que esse bloqueio vêm do fato de eu nunca terminei a Deusa Perdida, que foi tipo, a melhor coisa que me aconteceu dos 11 aos 16 anos. É um trauma, saca? A Mariana de 2011 que começou a história tá em algum lugar da minha cabecinha dizendo VOCÊ ABANDONOU MINHA FANFIC SUA DESGRAÇADA.

Então eu pensei: EU VOU TERMINAR ESSA PORCARIA. HOJEEEE

Mesmo se todos os meus leitores (com razão) tiverem desistido de mim, ou crescido e virado adultos que não checam mais a conta do Nyah, ou tiverem migrado pro Ao3, estou dando aqui minha palavra pros deuses de que vou terminar mesmo, e dessa vez é verdade porque.... eu já terminei. Tcharam! Depois dos meus deslizes, eu seria muito filha da puta se dissesse que ia terminar e sumisse de novo, certo? Portanto decidi só vir aqui quando tivesse com tudo terminado, como estou agora! Vou postando no decorrer da semana, ok?

A continuação que eu tanto sonhava não vai rolar, porque eu tenho medo de SUMIR DE NOVO RISOS e não queria deixar vocês na mão outra vez, mas espero que eu me redima com vocês meus amores (e com meus bloqueios kk) por finalmente terminar a Deusa Perdida, meu xuxu 

Enfim, é isto. Acho que vocês não tão aí mais e eu tô falando sozinha. Mas se houver alguém aí, apesar da minha filhadaputagem, me manda um alôzinho nos comentários. Me deixaria muito feliz ♥ 

Ademais, boa leitura!!

~~ 

Mais uma retrospectiva porque a autora é filha da puta e sumiu por quatro anos (PERDÃO), e ninguém é obrigado a lembrar de porcaria nenhuma nem ficar relendo os trem tudo (mas se alguém tiver relido, pode continuar pro capítulo e eu te amo ♥):

Então né, tinha uma moçoila chamada Hannah perdida lá na cidade dos Anjos e um guri que dizem por aí ser filho de Hades levou ela pro Acampamento. Daí Zeus surgiu do nada e disse que na verdade ela era uma deusa que tava perdida a pacas de tempo, mas por ter tido o símbolo divino quebrado em pedaços ela tava mortal; Hannah e companhia (Nicolau, Percy, Annie, Rachel..) vão atrás dos pedaços do símbolo dela e conhecem no caminho um gurizinho ruivo chamado Orchard que era beeem caipirinho e em algum momento aleatório e sem noção da história ficou metade mexicano, e um cara super hot com nome horroroso, o Muquêncio, que é filho de Apolo e conhecia Han antes. No finalzinho da busca a Hannah, que por sinal era originalmente uma semideusa camponesa russa da idade média transformada em deusa, morre (eita) por causa de um nazista filho da puta, todo mundo chora muito e vai no Mundo Inferior tentar trazer a mulher de volta, daí descobrem que Apolo teve um ~caso com a deusa dos fantasmas, a Melinoe, e o moço hot de nome horroroso é filho dos dois e, com isso, é um deus. Daí o Muquêncio quase joga a Hannan no rio Lete pra apagar a memória dela, mas o Nico surge, os dois dão uma surra no Muquêncio e quem acaba com a memória apagada é o próprio Muke, e agora que não lembra de nada (além de lindíssimo) ele tá muito mais legal. Meio viajado, mas fazer o quê se eu adoro uma novela mexicana

***

36. MORREU (mas passa bem!!)

Parte I: Nico di Angelo

Tem vez que a gente leva tanta patada na vida que não sabe mais o que é não levar patadas. Um exemplo completamente aleatório e utópico: vamos supor que você é uma criança de dez anos que passou trocentos anos perdido no tempo e no espaço num cassino depois de perder a mãe; e depois de descobrir que tem um pai que (apesar de muito legal e tal) não vai muito com a sua cara, de repente perde a irmã de maneira trágica. Daí você cresce, e embora tenha amigos e viva sua vida numa boa, nunca supera muito bem esse fato porque, repetindo, a morte foi bastante trágica. Até que um belo dia você conhece uma guria que é bem legal e meio que gosta dela, mas como você é o sujeito que só leva patada da vida e ouve reclamações por cheirar a defunto, nega isso até a morte e fica na sua. No entanto, você e a guria ficam bastante próximos e você aperta o botãozinho do foda-se e dá uns pega de leve nela, daí ela morre.

Nessa minha história completamente inventada, o sujeito já foi tão desmotivado com a vida que nem acredita quando percebe que, ok ela morreu, mas talvez não tenha morrido morrido. Ela só.. meio que morreu.

Parece que sou um péssimo contador de histórias, então vou deixar essa porcaria pra lá. Moral da história: a vida já me jogou tantas vezes numas desgraça que, quando paro para pensar que Muke fora apagado pelo Lete, Han poderia ser revivida pelas chaves de Hades e eu viveria minha vida em paz pela primeira vez, me pergunto se tudo isso não foi alguma obra prima de Morfeu. Ah, e outra moral é; dizer pras pessoas que elas cheiram a defunto é algo muito indelicado que deve ser evitado ao máximo, deixa elas paranóicas.

Ainda deitado na grama preta, sinto meu coração batendo num ritmo muito mais rápido que o normal. Tenho plena consciência de estar seguro em terra firme, mas o barulho da correnteza ainda me faz ter a sensação de estar a um passo de cair de cara no Lete.

— Eu tenho que pegar as chaves — resolvo fazer alguma coisa útil em vez de ficar deitado, embora a grama esteja bastante confortável — Agora.

— Chave? Que diabo de chave? — diz Hannah, confusa — Você precisa de uma enfermeira, isso sim.

— É, tá, tanto faz — fico de pé e limpo o sangue no rosto com a camisa, ignorando a dor nos machucados causados por Muke (filho da mãe) — Não sei se esqueceu mas você tá morta, Han. Tenho que dar um jeito de pegar as chaves de destrancar almas antes que meu pai fique sabendo que você está aqui.

Começo a andar, mas depois de uns três passos sinto um frio na barriga horroroso que me faz contorcer involuntariamente. Viro e lanço um olhar carrancudo pra Han, que está parada atrás de mim.

— Pare de me atravessar! — e eu falo um palavrão.

— Era o único jeito de te fazer esperar, foi mal! Mas — ela abaixa o tom da voz — o que a gente faz com ele?

Ela aponta pra própria barriga, o que me deixa bastante confuso, daí percebo que está semi transparente e portanto apontava para atrás de si, onde Muke se encontrava observando a cena com bastante atenção. Deixo escapar um suspiro alto. Quero jogar ele de uma ribanceira. Tudo bem que ele não se lembra de nada, mas mesmo assim, velhos hábitos são difíceis de largar.

— Só sei que não podemos levá-lo para lá — aponto para um morro que é caminho para a toca de Melinoe, a tia esquisita que fodeu Apolo — nem lá — aponto em outra direção.

— Por que não?

— A primeira direção leva pra mãe dele, a segunda pros Campos Elíseos.

— Que tem o Elíseo?

— Rachel está lá.

Hannah arregala os olhos.

— Meu Deus, não. Definitivamente não. Se Rach ver ele assim, sem consciência de nada, vai agarrá-lo.

— No meio dos Campos?

— No meio dos Campos.

Não contesto esse raciocínio.

— Ei, Muquêncio — nem sei porque o chamo, ele já estava atento a conversa — Preciso que você me faça um favor.

— Hum?

— Eu e Hannah temos fazer umas coisas, daí a gente precisa que você espere a gente aqui.

Ele franze a testa.

— Esperar?

— É.

— Aqui? — Muke olha ao redor, para o rio, o salão do julgamento ao longe e as intermináveis gramas pretas — Não tem um lugar mais..

— Alegrinho? — Hannah arrisca o palpite.

— Não — sou curto e grosso, como sempre — Você vai esperar aqui até a gente ou alguém que a gente mandar chegar, ok?

— Não posso ir?

— Não.

— Você está sendo bem ingrato com alguém que acabou de salvar sua vida — ele responde, fazendo menção à história que Han inventou depois de apagar sua memória para não contá-lo que estava tentando enfiar minha cara no rio do esquecimento. “Pobre coitado estava caindo no rio e você o salvou, ahah”. Bufo, pensando em dar uns tapas na cara do sujeito. Salvar minha vida? Ah, tá. Ótimo.

Ingrato é o seu—

— AH, que cena engraçada, ha ha! — Hannah me atravessa com uma cotovelada antes de se ajoelhar perto dele, que ainda estava sentado — A gente não demora, é só você deixar sua bunda sentada quietinha aqui o tempo todo que vai dar tudo certo.

Muke hesita, mas pergunta:

— Vai fazer vocês mais felizes?

— Muito.

Ele respira fundo e ajeita a coluna, ficando ereto.

— Tá bom. Eu fico.

E pronto. Acabou.

Estão claramente zoando com a minha cara.

Viro novamente em direção ao palácio de Hades e espero que Hannah me alcance, o que não leva muito tempo. Que história é essa que ele não sabe mais de porcaria nenhuma, mas ainda escuta mais a ela que a mim?

Ah, que seja.

— Ainda quero quebrar a cara dele — digo assim que a vejo com o canto do olho.

— Dê um desconto, vá? Também estou puta com a história de “oi sou um deus do mal haha”, mas ele nem lembra de ter feito qualquer uma daquelas coisas. É a nossa chance de fazer dele uma pessoa melhor, sabe, fazer ele parecer outra pessoa.

— Ele nunca vai ser outra pessoa — falo de um jeito meio mal-educado, mas não me importo — Será pra sempre o mesmo Muquêncio que é deus da mentira e mentiu pra todos nós sobre ser o cafajeste que ferrou com sua vida toda.

E com a minha também, mas não falo em voz alta pra não dar uma de coitado.

— Eu disse “parecer” outro.

— Parece, mas não é.

Andamos apenas ao som da minha respiração ofegante e o silêncio de alma penada dela por alguns minutos, até que solto um som indignado meio animalesco quando sinto o calafrio horroroso de quando ela atravessa minha barriga com a mão. Já mencionei o quanto isso é irritante? É como se alguém com a mão extremamente gelada estivesse encostando em você, não na sua pele, mas nas suas tripas. Não é legal.

— Não faz isso — falo entre os dentes, e ela pisca de um jeito curioso.

— Por quê?

Suspiro.

— Já falei. É irritante.

— Irritante como?

— De um jeito que irrita.

Ela faz outra vez. Posso dizer que fiquei surpreso com isso, mas seria mentira.

— Por Hades, Hannah! — solto mais outro palavrão, e ela começa a rir. Pode até soar como o começo de uma briga, mas sinceramente, dava pra ver que nós dois estávamos muito satisfeitos em poder discutir outra vez.

Ou melhor: ela tá achando super divertido continuar com essa coisa de atravessar, já eu, nem tanto. Pra ser bastante sincero, nesse momento eu só quero cair de cara no chão e morrer, mas se não pegarmos a porcaria das chaves de meu pai, Hannah vai continuar nesse limbo bizarro em que ela não está viva mas também não está nos Campos, então faço um esforço.

Porém:

— Para com isso. — Ela faz de novo, e eu me contorço de um jeito meio esquisito — Para.

— Na-não! Não paro.

— Você tá... — e de novo — Droga, cê tá agindo feito uma criança, sabia?

— Eu sou uma criança! — ela rodopia, feito uma bailarina sem prática — Tenho treze anos de idade, cidadão. Não é tanta coisa.

— Na verdade, você tem uns trocentos anos de idade. Devia ser mais madura e não fazer brincadeiras... Porra, Han!

Depois de mais um bocado de xingos meus por conta dessas experiências fantasmagóricas incômodas, ela tá ocupada demais rindo da minha cara para encher mais minha paciência. Continuo marchando pelo caminho de pedra irregular e resmungando o quanto ela é uma pessoa ingrata.

— É assim que eu demonstro meu amor, sabe — diz — Irritando as pessoas.

— Sei.

— Devia saber, mesmo.

Ela fica queita por exatos dois segundos antes de voltar a tagarelar.

— Ei, o que será que acontece se eu entrar em você?

Faço uma careta, ainda incomodado com a sensação gelada que permanece impregnada nas minhas entranhas.

— Essa é uma pergunta muito estranha fora de contexto.

— Você entendeu o que eu quis dizer. Ia tipo... te possuir? — ela arregala os olhos, parecendo animada demais pra alguém que está falando de algo como possessão — Isso é possível?

Continuo com a careta.

— Sei lá. Talvez. Mas eu estou proibindo você de fazer uma coisa dessas.

— Fala sério, ia ser legal! Eu sempre quis ver o mundo pelos olhos de outra pessoa. Tipo, será que muda alguma coisa? Será que ia ser... diferente? Tipo nos filmes!

— Pergunta pro cara que escreve os filmes.

— Será que ia manter os seus poderes de filho de Hades? Ou eu ia continuar com os meus? Ou... os dois! — Hannah faz um "oh!", como se tivesse acabado de ter tido uma ótima ideia — Eu já sei! A gente pode manter os dois! Não ia ser incrível?

Como não respondo, o sorriso dela morre aos poucos. Continuo concentrado no meu caminho, e depois de esperar por uma resposta que não vem, ela fala outra vez.

— Ei, cê ficou bravo comigo?

— Não.

— Porque eu falei sobre te possuir? — ela insiste. Repito que não e Hannah solta o ar com força, o que é engraçado, já que ela não precisa respirar nesse estado morto-vivo.

— Você é um homem de poucas palavras, mesmo — cruza os braços. Tento continuar sério, mas acabo não resistindo e soltando um riso fraco pelo nariz.

— Não é isso, é que–

— Falando sério. Cê tá bravo?

— Não.

— Não?

— Mais ou menos. Quer dizer, não, eu não tô bravo. Sei lá, eu só... Só quero terminar logo com isso.

Ela cruza os braços, e por um segundo, me pergunto como é que ela consegue cruzar os braços sem se auto-atravessar. Concentrado sempre nos pontos importantes, esse sou eu.

— Esse negócio das chaves?

— É, o negócio das chaves.

Já consigo ver o topo do palácio de meu pai de onde estamos, chegando numa encruzilhada. É impressionante a quantidade de cruzamentos e vias que existem no Mundo Inferior.

— Como exatamente isso acontece? — ela questiona — São chaves de verdade?

— Bom... É. São chaves de verdade. Mas elas trancam e destrancam almas, não fechaduras — paro pra pensar — A não ser que você considere a alma uma porta para o mundo superior, daí pode dizer que tranca fechaduras, sim. Mas enfim, é isso aí, elas trazem ou tiram uma alma daqui.

— Então é uma chave que mata ou ressuscita pessoas?

É um jeito mais simples de explicar o processo, mas fazer o quê.

— Basicamente.

É impressão minha ou a maioria das respostas que eu dou são feitas com uma palavra só? Acho que o ambiente acolhedor de grama preta, gritos longínquos de almas torturadas e ar abafado me deixa mais quieto.

— Nicolau?

— Quê?

— Acho que eu te devo um obrigada.

— Hum — droga, realmente não é só impressão. Me obrigo a largar os monossílabos — Não me agradeça ainda. Quando essa desgraça toda acabar, aí sim aceito um obrigado.

Han estende o mindinho para mim.

— Trato feito?

A promessa não dá muito certo por esse negócio de não conseguir encostar nela, mas repito o gesto e prometo mesmo assim.

— Feito.

Paro de andar quando chegamos no calçamento de pedra cinza de (mais) um cruzamento. Uma das direções desse cruzamento leva até onde quero ir, mas aponto para outra e falo para Hannah seguir por lá. Ela franze as sobrancelhas.

— Mas eu achei–

— Você não pode ir pro palácio — corto a frase dela no meio.

— Por que não?

— Porque não.

— Ah! Ótima explicação, obrigada.

Mordo a parte interna da bochecha, pensando como explicar.

— Tem grandes chances de meu pai estar lá, e você encontrar com ele não seria boa ideia, entende?

Meio que não quero comentar, mas se meu pai ficar sabendo que Hannah, uh, morreu, não vai ficar muito feliz com a minha ideia de mudar isso. Ele é bastante rígido com relação às regras contra mortos-vivos, o que explica bem eu ser o único da família que ainda mora no andar de cima.

Triste.

— Mas eu sou um amor de pessoa!

Acabo rindo de Hannah achando que um encontro entre ela e meu pai seria um problema por parte dela.

— Claro que é! Mas, hum, é que meio que deuses não conseguem entrar na morada de outros deuses. É contra as leis das divindades patriarcais da legislação divinal dos deuses.

Mas que merda eu estou falando? Faço uma careta discreta ao ouvir minhas próprias palavras, porque sinceramente, não fazem sentido nenhum. Deuses não podem entrar no reino de outros deuses, é verdade, mas o fato de Han a) ter morrido e b) estar aqui, já prova que ela não está cem por cento divina. Não tem nenhuma lei divina patriarcal da legislação divinal dos deuses que impeça ela de entrar no palácio.

Mas minha desculpa de última hora funciona, já que ela faz uma expressão desapontada.

— É verdade?

Mantenho a cara séria.

— É sim. Você me espera no Elíseo — aponto pro caminho que ela deve seguir novamente — que te encontro em cinco minutos.

Ela não gosta muito da ideia de ser deixada pra trás, mas acaba cedendo.

— Então, tá. Cinco minutos?

— Cinco minutos.

— Não atrase, ou eu vou chutar sua bunda.

É uma frase tão Hannah que acabo sorrindo.

— Sim, senhora.

Ela semicerra os olhos e segue em direção ao Elíseo, sua forma fantasmagórica azulada tremeluzindo à luz bizarra do Mundo Inferior. Dou as costas ao caminho pelo qual Hannah seguiu e vou rumo à ladeira que sobe pro Castelo, fazendo um esforço para ir rápido apesar do cansaço físico e a, você sabe, vontade de morrer. Por mais problemática que seja essa vontade agora.

Paro ao pé do palácio, recuperando o fôlego. Espero que meu pai não esteja em casa agora, o que complicaria um pouco a minha vida. Na verdade roubar as chaves já vai ser um problema, independentemente do fato de ele estar em casa na hora ou não, mas posso lidar com isso depois.

Posso?

Santo Zeus, Hades vai me matar.

— Ah, que se dane essa por–

Sinto um desconforto gelado passando pelo meu corpo, cortando minha frase ao meio antes que consiga terminar.

~~

Parte II: Hannah

EU NÃO QUERIA FAZER ISSO.

Quer dizer. Mais ou menos.

Eu não deveria, essa é a verdade. Se eu queria ou não, não vem mais ao caso. Mas não deveria, eu definitivamente não deveria ter feito isso.

Mas fiz.

Como diria meu não-tão-querido amigo Napoleón Bonaparte, c'est la vie, mes amis.

Eu não sabia se minha teoria maluca de filmes de suspense ia funcionar. Quer dizer, tinha tudo pra dar errado. Quem disse que só o fato de eu ser uma alma penada me dá o poder de possuir as pessoas? E um filho de Hades, ainda? Tinha muitas chances de dar errado. A vida não é um filme, Hannah! Mas ei, eu morei boa parte da minha vida "humana" em Los Angeles, não é mesmo? Alguma coisinha da imaginação loucassa dos roteiristas de Hollywood acabou ficando impregnada em mim.

Mas eu não pensei nisso. Que poderia dar errado, digo. Com a minha até então cabecinha oca ocupada demais pra pensar, sendo entupida de informações doidas sobre minha vida anterior, eu não raciocinei que poderia dar errado, que eu poderia simplesmente atravessar pro outro lado com um sorriso amarelo e um Nico prestes a chutar a minha bunda. Em vez de pensar, eu só fui lá e fiz. Eu esperei até ele parar e pulei.

E quando abri os olhos, eu não tava morta mais.

Bom, minha alma ainda tá morta. Mas ela tá num corpo agora. Um corpo que não é meu, que eu não deveria ter invadido, cuja alma de verdade vai ficar bem puta quando perceber que eu o invadi.

A primeira coisa que eu sinto é dor. Droga, todos esses minutos — horas? — que passei nesse estágio assustador, mas confortável, de ser uma alma sem um corpo físico, eu realmente não senti falta de sentir dor. No momento em que eu entro no corpo de Nico, porém, o que quer que ele estivesse sentindo desde a briga rolando no chão feito estudantes do ensino médio com Muke veio pra cima de mim. Ela me acerta rápida e pontiaguda feito uma cacetada no estômago, e eu percebo que ele tava fazendo um esforço enorme pra chegar até aqui. Eu não sei como Nicolau seguiu tanto tempo sem reclamar, ainda mais comigo falando horrores e enchendo seu saco. Burra.

De qualquer forma, eu preciso de um segundo pra me apoiar nos tijolos escuros e escorregadios do palácio de Hades pra respirar fundo antes de continuar.

Meu deus do céu, Hannah, o que é que você tá fazendo?

Eu não sei. Eu realmente não sei! Eu caguei na retranca, é isso. Então eu decido fazer a única coisa possível quando você faz uma cagada que não sabe como consertar: caga por cima outra vez.

Eu não saio do corpo dele. Ainda não. Em vez disso, eu respiro fundo outra vez e entro no palácio.

~~

Parte III — Percy Jackson

Apesar de essa não ser a melhor das informações para eu dar nesse momento, eu preciso comentar que ainda estou relativamente traumatizado com aquele rolê do Nico ter beijado a Melinoe.

É meio engraçado. Não engraçado de engraçado, mas sabe aquele riso de nervoso que você dá quando acontece uma coisa muito absurda que a única reação que você tem é rir? Mesmo que não seja engraçado. Seja traumatizante. Coitado. Só espero que ele tenha achado algum enxaguante bucal no caminho até a Hannah.

E se a gente for parar pra pensar, isso não é meio errado? Ele tem quatorze anos, irmão. A Tia Esquisita tem, o quê, alguns éons de vida? Que horror. Vou denunciar essa porcaria da próxima vez que fizer uma parada pelo Olimpo.

Mas enfim, era só isso que eu queria comentar. O trauma alheio que está me corroendo por dentro nesse momento. Passada essa informação importante, podemos voltar ao que interessa.

Assim que Nico vai embora, eu me viro novamente para Melinoe, ainda empunhando Contra-Corrente em posição de ataque. 

— Olha, eu não quero lutar com você — abaixo a espada, apesar de ainda segurar ela com pulso firme caso a deusa aproveite minha fala para atacar — Ainda não.

Ela entorta a cabeça de duas cores, os olhos esquisitos olhando fundo em mim, como se pudessem ver dentro de minha alma.

— Você tem medo de mim, semideus?

Olha, se eu tenho medo de ela se tornar Annabeth e abusar da minha boa vontade? Talvez.

— Não. Eu não tenho medo de você, Melinoe — quem é o deus da mentira agora, Muquêncio? — Eu só quero entender o que diabo está se passando aqui.

A deusa dos fantasmas dá outra daquelas risadas sibiladas feito uma cobra, um som que reverbera no meu crânio de um jeito desconfortavel.

— Você já sabe a história, semideus. Eu e Apolo tivemos um caso. Alguns casos, na verdade — ela suspira, nostálgica, o que me dá vontade de vomitar — Não sei por que as pessoas estranham tanto nós dois juntos.

Dou uma olhada nela, metade pálida metade piche, os olhos totalmente pretos feito o breu.

— É... Não faço ideia.

Ela faz uma careta pra minha ironia.

— Menino malcriado! Sua ironia não me atinge! Nosso amor era puro, e me deu meu filho, um deus! Que enganou todos vocês por baixo do seu nariz!

Respiro fundo, cansado, como sempre acontece quando preciso escutar as delongas repetitivas dos deuses.

— Tá, tá, entendi. Você teve um filho bonitão que ainda por aí enchendo o nosso saco. Parabéns — digo — Mas olha, é isso que eu quero entender. Por que ele estava atrapalhado a gente? Por que ele vinha encravando a vida da Hannah a tanto tempo?

Ela cruza os braços igualzinho a uma criança mimada pelos pais. É impressionante a semelhança que os deuses no geral têm com crianças emburradas no momento em que você contesta eles.

— E o que faz você pensar que eu revelaria tudo isso a você, filho de Poseidon?

— Porque é isso que os vilões fazem, não é mesmo? Contam os planos deles antes de matar a gente? Às vezes eles cantam, embora eu ficaria muito mais feliz se você não o fizesse, obrigado.

Ela deixa de sibilar e rosna, o que me faz dar alguns passos pra trás.

— Não! Eu não vou dizer nada! Eu não sou a vilã, eu estou fazendo o que é certo!

— Sério? Porque se você perguntar qualquer outra pessoa do Olimpo o que é que você é, com certeza diriam a vilã.

Melinoe aperta os olhos pra mim, e percebo a irritação subindo à cabeça dela. Espero que dê certo, se não...

— Você não sabe de nada, seu humano ignorante. Eu não estou errada. Aquela menina catarrenta que é a vilã de toda essa história. Ela é uma ladra!

— Hannah?

— Sim! Essa menina catarrenta!

— Espera um pouco que eu me perdi. O que é que a Hannah roubou, mesmo?

A minha sorte grande é Melinoe ser a deusa dos fantasmas, não da inteligência, porque ela grita pra cima de mim:

— Ela roubou do meu amor! A música! Roubou dele. Ela era arrogante demais para ficar com suas nuvenzinhas idiotas, e roubou um dos atributos de outro deus! — ela solta uma bufada de ar pelo nariz, inconformada — Apolo ficou arrasado. Ele não conseguia acreditar. Você tem alguma ideia de quantos poemas horríveis eu tive que escutar até ele sair da fossa? Quantos haikais deprimentes eu fui obrigada a elogiar mesmo tendo detestado, enquanto ele chorava no meu colo? Apolo é a vítma. Eu sou a vítma! Eu odeio poesia! É um saco!

Ah.

Eu não esperaria isso de Apolo... Os haikais ruins e a poesia irritante, sim. O plano diabólico de matar a irmã dele? Nem tanto.

Ainda bem que o Acampamento me ensinou a lidar com esses momentos revelações, porque em vez de estar surpreso demais para ser útil, eu consigo me defender quando Melinoe avança pra cima de mim.

Como ela não consegue arrancar nenhum fantasma da minha cabeça para me fazer sofrer com a perda, não sou um alvo tão fácil. Tudo que eu preciso fazer é desviar pro lado, segurá-la numa gravata e apoiar Anaklusmos no seu pescoço. Além disso ela está desarmada, o que facilita muito o processo (me perdoem pela falta de modéstia, mas na moral eu não sei se foi fácil de verdade ou eu que sou muito bom).

(Continuando).

— Sabe de uma coisa? — falo contra a metade branca de seu cabelo — Eu cansei de falar contigo, mulher. 

A deusa treme no meu aperto, mas não perde o sibilo irritantes da voz.

— Você pode ter ganhado a batalha, semideus. Mas não ganhou a guerra. E nem vão ganhar tão cedo.

Antes que eu possa ficar mais irritado e fazer espetinho de deusa inferior, ela tremeluz e me deixa de mãos vazias, sozinho, no topo da colina como se nada tivesse acontecido.



Vocês já sabem que eu odeio o Mundo Inferior. Agora andar sozinho no Mundo Inferior? Puts.

Primeiro que as ruas são todas iguais. Parece que quanto mais você anda, mais você chega a lugar nenhum. São muitos caminhos, encruzilhadas, cruzamentos e atalhos que, sério, são IGUAIS, e você anda por quilômetros só pra descobrir que acabou de chegar no mesmo lugar de onde saiu.

Segundo que, além de ser tudo igual, tudo parece saído de algum cenário de filme pós-apocalíptico. As ruas de pedras escuras e escorregadias, o teto marrom-avermelhado esquisito como se estivéssemos numa caverna gigante, o ar rançoso com cheiro de coisa morta e os gritos em pânico das almas dos campos de punição... Deprimente. Se eu não estivesse de bem com a vida (ou tão bem quanto um semideus no meio dessa bagunça, com uma amiga-deusa morta, pode ficar), eu já tinha arranjado um cantinho no chão pra sentar e chorar.

Sem alguém que conheça o caminho, feito Nico, e sem alguém inteligente o bastante pra tentar descobrir o caminho, feito Annabeth, eu me vejo andando em círculos naquela porcaria sem realmente chegar a lugar nenhum. Na verdade, eu já estou ao que parecem horas procurando alguma placa informativa para os Campos Elíseos, amaldiçoando muitos lugares e pessoas com xingamentos em voz alta pelos passeios deprimentes, quando avisto alguém familiar parado em uma das estradas.

Paro, supreso. Não é possível.

Filho da mãe!

Muke está sentado no meio da rua de pedra, com as mãos apoiadas no colo, o olhar fixo no enorme nada que é esse lugar.

— MUQUÊNCIO!

Ele arrasta o olhar pra mim, e antes que tenha a oportunidade de se levantar, agarro ele pelas roupas e o atiro do outro lado da rua (não muito longe, por sinal. Por mais que me doa admitir, ele é bem forte).

O deus das mentiras se levanta meio desconcertado, parecendo perdido enquanto me aproximo outra vez, mas não revida. Muito que bem. Facilita meu trabalho.

— O que você pensa que está fazendo? — ele pergunta, e eu respondo com outro filho da mãe.

Ele pisca, um olho verde, normal, e o outro esquisito igual ao da mãe.

— Eu? Você é violento comigo sem motivo nenhum e o filho da mãe sou eu?

Em vez de responder com palavras, eu respondo com gestos (agressivos), o que me parece mais pertinente. Muke vacila a postura com o soco, mas continua sem revidar.

— O que você está fazendo aqui, hein? — pergunto — Desistiu do seu plano imbecil?

— Você me bateu? Por quê? — ele segura o queixo vermelho, parecendo perplexo. Espero que esteja doendo, desgramado — Eu não tô entendendo.

Seguro ele pela camisa, e ele continua com cara de paisagem, piscando pra mim.

— Não se finja de idiota.

— Eu não estou mentindo!

Tem alguma coisa nos olhos dele, alguma coisa no jeito que ele diz, que me faz perceber que está dizendo a verdade. O que, vindo do deus das mentiras, não me parece muito provável.

Solto ele.

— Você não está mentindo.

— Não — ele responde meio ofendido, sem aquela arrogância típica na voz — E eu não sou idiota, também.

Coloco as duas mãos na cabeça, sem conseguir acreditar no que está acontecendo.

— Não. Não, você está mentindo pra mim. Você está distorcendo a minha cabeça com suas porcarias de distorções mentais!

Empurro ele outra vez, que me empurra de volta feito meninos no parquinho. Só porque eu reclamei dos deuses birrentos.

— Por que você está me batendo?! — ele pergunta, e a indignação em sua voz parece verdadeira, o que me deixa ainda mais puto.

— Porque você não presta, Muquêncio!

Ele arregala os olhos, surpreso, e dá alguns passos para trás como se eu tivesse o batido outra vez. Parece... ofendido?

— Por que você diria isso?

— Porque você é uma pessoa horrível! — poderia dizer um deus horrível, mas me parece redundante. Aparentemente todos são — E você está me enchendo a porcaria do saco a um bom tempo.

Muke balança a cabeça em negação, as sobracelhas franzidas.

— Não. Não! Eu não sou uma pessoa horrível. Eu sou bom! — ele diz, parecendo querer convencer a si mesmo — Eu salvei aquele menino! Ela, ela me disse isso!

— Quem?

— A fantasma, ela disse que eu salvei o talvez-mais-que-amigo branquelo dela de se afogar no rio! É verdade! Ela me chamou de herói.

Fantasma, branquelo... Meu Zeus.

Volto a colocar uma das mãos na cabeça, tentando entender o que diabo está se passando na cabeça desse cara.

— De que rio você salvou o amigo branquelo da fantasma, mesmo?

— Sei lá. Um rio esquisito. Preto.

— O Rio Lete? Você tá falando do rio Lete?

— Eu não sei.

— O Nico... O amigo branquelo, ele caiu no rio?

— Não, eu salvei ele de cair!

Ok, ok, está tudo bem. O Nico e a Hannah estão bem, eu acho. Mas então...

— Você caiu no rio?

— Oh — ele faz uma careta — Acho que não. Eu não lembro. Eu só lembro de acordar e estar segurando o menino albino a meio centímetro do rio.

Minha mandíbula retesa de raiva por ouvir que Muke quase derrubou Nico no rio, mas ele completa:

— Ainda bem que eu estava lá, senão ele ia cair!

Fecho os olhos, sem acreditar que isso tá acontecendo, daí começo a rir, então abro eles de novo pra dar de cara com um Muquêncio confuso me observando.

— O que foi?

— Nada, nada. Foi muita sorte mesmo. Valeu, Muke. A fantasma tinha razão, você é um grande herói.

Ele dá um sorriso meio ingênuo, e eu percebo hesitante que é difícil ficar puto com alguém que não sabe quem é. Tipo, o Muke antigo merece umas porradas. Com certeza. O Muke agora? Não posso simplesmente deixá-lo aqui. Além de que, depois do Lete, ele pode até mesmo ser um bom aliado, não é mesmo?

Muke não sabe o caminho pra lugar nenhum, obviamente, mas sabe pra onde Nico e Hannah seguiram. Não sei pra onde eles foram, mas parece melhor do que ficar parado no meio do caminho. Seguindo por lá, chegamos até onde consigo ver o Palácio, e uma placa informa que os Campos Elíseos estão próximos. Uma placa! Muito bom, Hades, facilitando minha vida pelo menos uma vez.

Os Campos Elíseos parecem o melhor lugar pra se ficar num momento desses. Felizmente, ao nos aproximarmos do Campo vejo Annabeth e Rachel sentadas ao pé dos portões; Annabeth apreensiva, Rachel nem tanto. Annie me vê e vem na minha direção, até que vê Muke ao meu lado e para no meio do caminho.

Continuo seguindo até ela e a abraço. Annabeth retribui, mas logo me solta com uma expressão preocupada.

— Percy, o quê...

— Não se preocupe, Annie. Tá tranquilo — diminuo a voz — É uma longa história, te conto depois. Ele tá do nosso lado agora.

Muke parou do meu lado, encarando Annabeth com os olhos de uma criança curiosa.

— Oi. Meu nome é Muquêncio, pelo visto. Eu não sabia disso a meia hora atrás, mas tudo bem.

Annabeth olha pra mim, confusa, mas posso ver as engrenagens no cérebro dela ligando as peças no lugar.

Rachel grita dos portões:

— O que vocês estão fazendo aí... Esse aí é o Muke com vocês?!

Muke franze a testa com a voz desconhecida falando seu nome, mas não fala nada.

Annabeth cobre a boca com a mão, acho que sem acreditar na nossa sorte.

Eu grito de volta.

— Rachel! Chega aqui um segundo, quero te apresentar um novo amigo meu — dou tapinhas nas costas do deus das mentiras, rindo da ironia da situação — E quer saber de uma coisa? Ele até que é simpático.


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Notas finais do capítulo

Como mencionei nas notas, agora sou uma Nova Mulher Responsável que Vai Com Certeza terminar a história. Vou postando ao decorrer da semana!

Restou algum leitor meu perdido por aí? Se sim, me manda um oi s2 pode me xingar também. Mas com carinho por favor, se não eu fico triste kk



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