Primavera escrita por Jules


Capítulo 55
Semelhanças


Notas iniciais do capítulo

Desculpa ter demorado pra postar ♥ Espero que gostem do capítulo anjos



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–-- O.K acho que entendi tudo. – Eu disse.

Lizzy e Benjamin haviam me explicado tudo. Eu uniria o poder deles dois e tentaria controlar um pouco de água. Parecia ser algo simples, mas não era; Não eram todos os poderes que eu conseguia unir, por exemplo, os poderes de Hadwin e Edward – ou seja, eu não podia falar nem ler a mente de uma pessoa ao mesmo tempo.

Nós estávamos usando um pedaço de uma raiz de árvore como mesa e alguns troncos como cadeira. Lizzy havia colocado um copo de água na minha frente – há apenas alguns centímetros de mim – e era aquela fração mínima de água que eu tentaria controlar.

– Pronta? – Perguntou Benjamin.

Eu assenti.

Passei os dedos pelas mãos de Lizzy e Benjamin, do pulso até as pontas dos dedos, como se fosse um carinho. Eu conseguia sentir o poder deles dois fluindo por minhas pernas e braços.

Antes de fazer alguma coisa, olhei as pessoas que estavam amontoadas a minha volta. Carlisle, Edward, Jasper, Jacob e Taylor eram os que estavam mais próximos de mim e talvez os mais emocionados. As expressões eram mistas: Alguns estavam ansiosos, outros curiosos e duvidosos, e uns desconfiados. Apenas Taylor e Jacob estavam tensos, com os braços cruzados com força sobre o peito. Taylor estava tenso pois estava com medo de que aquilo me machucasse, e Jacob estava tenso pois nunca entendeu como eu era capaz de fazer aquelas coisas.

Eu fechei os olhos e respirei fundo. Por um momento eu me desliguei do universo. Eu estava sozinha e sentada no tronco, encarando aquele copo de água cristalina.

Foi quando eu vi um terço da água flutuar e dançar como uma lacraia prateada bem na minha frente. E então ela parou e começou a balançar bem lentamente, quase parada. Com um pequeno esforço mental vi aquela porção de água se tornar uma bolinha perfeita.

Quando abri os olhos a bolinha de água ainda estava lá na minha frente. Ela refletia de forma maravilhosa e única a luz da lua, assim como a minha pele. Quando comecei a pensar em mudar a forma daquela pequena fração de água, ela já tinha se transformado em uma seta, depois em um coração.

Foi necessário um esforço extra para fazer a água voltar ao copo. Cerrando os olhos, coloquei com calma a água no copo sem derramar ao menos uma gota. A respiração de todos nós estava presa e juntos soltamos o ar devagar.

– Caramba! – Lizzy sussurrou.

Nunca na minha vida eu havia me sentido tão poderosa. Sim, eu só havia controlado uma parte insignificante de água, mas em um mês – se eu quisesse – eu poderia controlar até o oceano.

– Uau, Jules – Taylor sussurrou em meu ouvido – Isso foi demais.

Eu sorri.

Aos poucos as pessoas foram se dispersando e ficou combinado de que eu iria treinar com um pouco de terra da próxima vez. Nessie, que estava a mais quieta até então, me puxou e me fez sentar em um tronco distante dos vampiros e perto de Hayley, Carol Anne e Aaron.

Carol Anne estava sentada no colo de Hayley que ultimamente havia tratado a prima como uma bonequinha – eu não me incomodava, adorava ver as duas brincando juntas. Aaron zelava pelas duas como um guarda. Eu tive a impressão de que, se algum dos vampiros chegasse perto demais, ele atacaria em qualquer momento.

– Jules, eu sei que isso não é novidade mas... Eu preciso que você me ajude.

Eu sorriria por conta de sua piada, mas Nessie parecia tão triste e preocupada! Seus ombrinhos miúdos estavam ainda mais inclinados sobre o corpo, a sobrancelhas unidas de tristeza.

– Qualquer coisa, Ness – Respondi, indignada com a postura dela.

Ela hesitou por um momento.

– Eu venho pensando nisso há dias – ela suspirou –, e a minha esperança é que você tenha achado uma solução. Jules, onde você vai deixar Carol Anne no dia que os vampiros atacarem?

Eu a encarei.

Como eu tinha sido tão estupidamente idiota a ponto de nem deixar aquela possibilidade passar na minha cabeça? Em nenhum momento sequer eu havia pensado no que aconteceria com Carol Anne durante a luta, eu só havia pensado no depois.

Apoiei minha cabeça nas mãos, com os cotovelos apoiados nas coxas.

– Isso não passou pela minha cabeça nem por um segundo. – Confessei.

Ela suspirou decepcionada. Não decepcionada comigo, decepcionada com o fato de que a preocupação dela ainda a tormentaria até nós acharmos uma solução.

E então a vida havia nos trazido até aquele momento. Eu e Nessie, sempre com tantos problemas diferentes, com conflitos tão diferentes e vidas mais diferentes ainda, estávamos na mesma situação: Duas mães angustiadas e jurando fazer qualquer coisa pela proteção do filho.

Eu me levantei do tronco sem abrir a boca quando uma idéia brilhante me atingiu.

– Oi! – Eu disse aos três quando cheguei perto de Aaron.

– Oi tia Jules – Hayley respondeu com um sorriso.

Carol Anne balançou a mãozinha e sorriu também.

– Aaron, eu posso falar um minuto com você?

Ele me olhou por um momento.

– Hã... Claro, sem problemas.

Nós nos afastamos um pouco das crianças. Eu me virei de frente para Aaron e pela primeira vez olhei Aaron de verdade.

Um menino tão branco como a lua. Com cabelos curtos e negros cacheados como os da mãe e escuros como os do pai. Olhos amendoados e pequenos, uma boca tão cor-de-rosa que parecia ser até de uma mulher. Um menino lindo.

Um menino de apenas seis anos que parecia ter vinte.

Por um segundo que pareceu seu eterno, eu lamentei por Aaron. Talvez eu tivesse sempre lamentado e só percebido agora. Ele não teve tempo de ser uma criança e – mesmo que Nessie não tivesse me dito nada – eu sabia que ele também não queria ser tratado como uma. Então, naquele momento, me coloquei no lugar de Nessie e salvei a vida de Aaron e Carol Anne.

– Eu sou sua tia e tenho certa autoridade sobre você, então não me questione.

Aaron arregalou os olhos.

– Quando os Volturi atacarem... – eu disse um pouco mais calma e chateada – Aaron, eu não posso confiar essa tarefa a mais ninguém que não seja você. Eu preciso que você tome conta de Carol Anne. Você é um homem forte e eu sei que estará preparado se precisar matar alguns vampiros para protegê-la. Você pode fazer isso por mim?

Ele piscou incrédulo.

Do jeito como eu havia colocado as coisas, parecia que eu só estava preocupada com a segurança de Carol Anne, mas era óbvio que eu jamais colocaria essa responsabilidade nos ombros infantis de Aaron, ele era uma criança ainda. Nem Nessie nem eu deixaríamos nada se aproximar de onde Aaron e Carol Anne estivessem.

– É claro, Jules! Não precisava nem pedir – ele sorriu.

– Fico muito feliz com isso.

Eu abracei Aaron e ele voltou para o lado de Carol Anne. Nessie olhou para mim e disse obrigada de um jeito tão baixo que só eu pude ouvir.



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