Primavera escrita por Jules


Capítulo 49
Resolução




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Quando os portões se abriram eu entrei naquela imensidão maravilhosa de arvores. Havia uma estrada em linha reta que se seguia até chegar a três belas e enormes mansões. Aquele lugar parecia um pedacinho de Londres em uma região remota de São Paulo, a única diferença – e talvez a pior delas – era o calor insuportável.

Desci do carro e toquei a campainha. Em menos de cinco segundos, uma mulher abriu a porta.

Ela era linda. Seus cabelos batiam nos ombros, eram negros como carvão e encaracolados. Seus olhos pareciam ouro derretido, sua boca fina era cor de uva em contraste com a textura de algodão de sua pele.

– O que faz uma supermodelo na minha casa? – Carly brincou – Esqueceu dos amiguinhos, é?

Eu ri.

– Ah! – Ofeguei quando a abracei – Você está... Nossa! Faz tanto tempo.

Ela riu.

– Quem é? – Perguntou Megan de dentro da casa – Podia jurar que tinha ouvido a voz da... – Ela parou e me encarou – Jules?

Eu sorri e ergui uma sobrancelha.

– Ah meu Deus! – Ela gritou – Jules! Quanto tempo faz...Nossa! Você está tão diferente, tão linda!

– Você também está! – E ela estava mesmo, seus cabelos estavam loiros e curtos, os traços de seu rosto eram firmes e suaves ao mesmo tempo. Seus olhos estavam negros, deveria fazer algum tempo que ela não caçava.

Ela me puxou para dentro da casa enquanto elogiava meu vestido e meu cabelo novo. Um homem ouvindo música apareceu, e de imediato não me viu. Quando tirou os fones dos ouvidos e procurou por Megan, seus olhos encontraram os meus.

Quando eu o vi – seus olhos dourados, os cabelos compridos e negros -, tantas lembranças tomaram conta de mim e não consegui conter meu sorriso.

– Jules? – Hadwin perguntou andando em minha direção – Por Deus! – Ele me abraçou, me soltou, mas depois me abraçou novamente; dessa vez me levantando do chão – Eu achei que nunca mais ia te ver! É... – Ele sorriu.

– Eu também achei. É tão bom ver vocês novamente. Vocês estão tão diferentes!

– É a idade chegando – Megan brincou. É claro que todos nos rimos da piada. Imortais, é.

Procurei pela sala e não vi Allan em lugar nenhum. Consegui ouvir um barulho no andar de cima e rezei para que fosse ele.

– Você não veio aqui só para fazer uma visita, não é? – Carly perguntou.

– Na verdade não. So... Allan disse que precisava me contar algo.

Todos se entreolharam e Allan desceu as escadas.

– Você contou para ela? – Sibilou Hadwin.

– Ainda não. Ela veio aqui exatamente para contarmos isso a ela.

Eu os encarei.

– Algo está muito errado aqui... E eu quero saber o que é – Eu ameacei depois de alguns minutos de silencio.

Eles me encararam por um milésimo de segundo.

– É melhor você se sentar – Megan disse, mais séria do que nunca.

Eu me sentei devagar e olhei o rosto de cada um deles. A expressão de um era o reflexo da do outro. Todos tinham aquela expressão dolorosa e preocupada.

– Jules, acho melhor contar a história desde o inicio – Allan começou.

Eu assenti devagar.

– Já faz algum tempo que o mundo dos vampiros está passando por “dificuldades” – Hadwin começou – Todos acharam que era um conflito momentâneo, algo com que nós não tínhamos que nos preocupar, mas isso foi tomando dimensões tão grandes e quando nós percebemos tudo já tinha...

“Por um lado, essa é uma grande noticia. Algo que nós cinco estamos esperando há anos... Seria perfeito se um de nós não estivesse correndo risco.

Eu esperei.

– Jules, os Cullen foram os primeiros vampiros a adotar o modo de vida vegetariano, levando vários vampiros a o adotarem também. E – como você obviamente sabe – os Blacks e os Linox têm os mesmos ancestrais, eles eram uma só família. Seus ancestrais e os de Jacob estão ligados. Lobisomens se unirem aos vampiros é uma ameaça grande demais, com certeza os vampiros que se aliarem aos lobisomens e, os lobisomens que se aliarem aos vampiros, serão os mais poderosos.

“Juliet, não existem – acredite, nós procuramos no mundo inteiro – nenhuma criatura como você. Eles mataram todos e, contando com você e seu irmão, sobraram apenas três. Um se juntou a eles.

“Você se tornou algo poderoso demais, o tipo de aliado que todos querem ter. O tipo de ameaça que todos temem e ainda tem mais um agravante: O clã dos Cavanagh.”

– Quem são esses? – Perguntei.

– O.K. Pelo menos ela não conhece esse daí – Carly suspirou.

– Os Cavanagh são vampiros vegetarianos e rebeldes que nunca foram a favor do império Volturi. Eles montaram a estratégia perfeita, o plano perfeito e – como todo plano parecia ser infalível – é claro que deu certo. Metade da armada Volturi foi morta, só sobraram os piores, mas esses foram destronados e jogados na sarjeta. Os Cavanagh assumiram Volterra e já estão planejando mudar o nome da cidade. O pior de tudo é que Charles Cavanagh teve apoio de um estrondoso número de vampiros; existem mais vampiros querendo poupar a vida dos humanos do que você imagina.

Era tudo tão óbvio que mesmo sem terminar de falar eu já tinha entendido tudo.

– Eles querem vingança agora, Jules – Hadwin disse num tom mais baixo e mais sério – Você sabe quem eles consideram os responsáveis, não sabe?

Eu o olhei nos olhos. Ele já sabia a resposta.

– Então deixe-me entender: Quase toda a armada Volturi está vindo para cá atrás dos Linox – atrás de meu pai, primos,tios... -, e atrás dos Black? Porque foram expulsos de Volterra por um clã de vampiros rebeldes e vegetarianos?

Eles assentiram.

Eu sorri.

– Vocês também vão...?

– É claro! Não é para isso que nós estamos a treinando há tantos anos? – Respondeu Allan.

O clima ficou assustadoramente tenso na sala.

– Então preparem-se, pois os Volturi acabaram de assinar o próprio atestado de óbito – declarei.






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