Primavera escrita por Jules


Capítulo 27
Longa noite




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Quando chegamos ao Brasil foi uma festa – literalmente. Meu pai fez questão de comprar um monte de comida e fazer uma festa. Até os vampiros foram caçar – é lógico que foi bem complicado, mas não foi impossível. Todos os lobisomens passaram mal de tanto comer enquanto eu, minha mãe, Nessie e todas as mulheres da minha família e da minha quase família preparavam toda a comida.

E então começaram os preparativos para o casamento.

Todas as mulheres sentaram-se à mesa e fizeram um intenso interrogatório sobre o que eu e Taylor gostávamos e tínhamos em comum. Foi difícil responder, eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas parece que as informações que eu dei serviram de grande ajuda. No terceiro dia de planejamento elas me excluíram totalmente e disseram que não precisavam mais de mim e que de agora em diante estava tudo nas mãos delas e eu não teria que me preocupar com nada.

Ou seja, eu não faço idéia de como meu casamento vai ser.

As únicas coisas que eu sei são: Jacob não vai ser meu padrinho. Florence e Luis Henrique vão ser meus padrinhos. Minha sobrinha Hayley que tinha apenas sete aninhos seria minha dama de honra junto com primo mais novo de Taylor; Johnny.

Eu não me senti na obrigação de explicar nada a Renesmee e a Jacob. Eles seriam os padrinhos de Taylor e isso era bom. Sim, eu fui a dama de honra deles mas naquela época era diferente e eu me sentiria muito mal em descartar o meu irmão como se ele não fosse importante.

A real verdade é que: Eu estava uma pilha de nervos. Não tinha nada com o que me preocupar mas ainda sim a sensação era estranha. Sentada sozinha na cama no escuro de meu quarto na minha ultima noite como Jules Campbell. Na noite seguinte eu seria Juliet Sophie Black. Eu tinha de confessar que gostava de como meu nome soava.

Já era tarde e eu não conseguia dormir. A porta se abriu levemente e vi Taylor entrar em meu quarto.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei baixinho.

- Tentando me livrar de alguns loucos – ele sorriu.

Tombei a cabeça para o lado e olhei confusa para ele. Taylor balançou a cabeça rindo silenciosamente. Ele sentou-se na cama ao meu lado e beijou minha testa.

- Como você esta? – perguntou-me ele.

- Bem, eu acho – respondi sinceramente. Eu não sabia se estava bem ou não.

Ele riu.

- É. Eu me sinto assim também.

Ele colocou o dedo em meu queixo e puxou meu rosto para cima. Ele me beijou e foi impossível deixar de colocar os braços em seu pescoço e puxá-lo para mais perto de mim.

Até que fomos bruscamente interrompidos.

Ouvi batidas fortes na minha janela. O vidro realmente corria risco. Quando olhei, lá estava Jacob nos observando.

Eu levantei a cabeça.

- O que foi? – Perguntei.

- Vim seqüestrar seu namoradinho.

Olhei para Taylor.

- Hã?

Taylor revirou os olhos.

- Eram desses loucos que eu estava falando.

A compreensão me atingiu segundos depois.

- Despedida de solteiro, é? – Perguntei.

- Acertou em cheio – disse uma voz familiar, lá embaixo.

Minha boca se abriu.

- Luis? – perguntei descrente.

Ouvi uma risada familiar e inconfundível.

- Pai?! – Perguntei indignada – Até você? Meu Deus.

Eles riram lá embaixo.

- Vá – eu ri – Mas... posso perguntar algo? – Eu disse me virando para Jacob.

- Fale.

- O que lobisomens fazem em despedidas de solteiro? Não vai levá-lo para uma boate de strip-tease, não é?

- Não conte nada a ela! – Grunhiu meu pai.

- Mas é claro que não Jules! Qual é a graça de ver mulheres bonitas sem poder tocá-las? – Jacob provocou.

Eu rosnei e eles riram.

- Vá logo Taylor. Antes que eles derrubem a própria casa!

Ele curvou-se e me deu um beijo na testa.

- Vá dormir. Terá um grande dia amanhã;

- É.

- Vejo você no altar.

Mandei um beijo para ele. Taylor se agachou, os músculos se retesados como uma mola. Ele desapareceu, lançando-se de minha janela.

Do lado de fora, houve um baque surdo e ouvi Jacob xingar.

- Não entendo a razão de tudo isso. As despedidas de solteiro são feitas para aqueles que lamentam o fim de seus dias de solteiro. Eu não poderia estar mais ansioso para deixar para trás os meus. Então isso não faz sentido algum. – Taylor disse.

Lá embaixo ouvi os homens suspirarem como se fossem menininhas apaixonadas na intenção de rir da cara de Taylor. Eu ri silenciosamente apesar de ter achado muito fofo o que ele disse. Houve outro baque, e Taylor riu baixinho.

- Acho bom que não o façam se atrasar – murmurei, sabendo que eles podiam ouvir.

- Tchau Jules – eles disseram em coro.

Fez-se silencio completo do lado de fora. Voltei a me recostar no travesseiro, agora sonolenta. Olhei as paredes de meu quarto, descoradas a luz da lua, sob pálpebras pesadas. Depois do casamento eu não voltaria para cá e também não sabia para onde iria, era uma surpresa assim como o paradeiro da lua de mel. Taylor não tinha deixado passar nem uma dica. Eu não estava preocupada demais com o mistério, mas era estranho não saber onde iria dormir na noite seguinte. Ou, assim eu esperava, não dormir...

Fechei os olhos decidida a dormir. Deixei minha mente vagar a toa por um momento, esperando que o sono me envolvesse. Mas, depois de alguns segundos, estava mais alerta, a ansiedade esgueirando-se de volta a meu estomago, retorcendo-o em posições desagradáveis.

O dia seguinte seria muito longo.


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