Primavera escrita por Jules


Capítulo 21
Casal


Notas iniciais do capítulo

O Nyah tá estranho. Tinha dois capitulos do Brasil, um deles tava escrito array ai eu apaguei e acho que apagou os reviews junto D:
Como está sendo o 2012 de voces?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157216/chapter/21

A hora do jantar demorou, mas chegou. Taylor se sentou ao meu lado. Quando vi meus pais se aproximando da mesa, de repente a aliança pesou cem quilos em meu dedo. Eu queria enfiar a mão esquerda num bolso, ou talvez sentar nela, mas o aperto firme e quente de Taylor a mantinha a frente.

– Deixe de ficar inquieta, Jules. Por favor, procure se lembrar de que não vai confessar nenhum assassinato.

– Para você, é fácil falar.

O som agourento dos pés das cadeiras me deixou paralisada, O som me lembrou daquela parte de um filme de terror em que a vítima está sozinha no quarto e ouve um barulho na cozinha.

– Acalme-se – sussurrou Taylor, tão baixo que só eu podia ouvir.

Eles se sentaram e eu me encolhi como se tivesse levado um tiro.

– O que foi meninos? – Meu pai perguntou sorrindo

– Gostaríamos de falar com vocês – disse Taylor, muito sereno – Temos uma boa noticia.

A expressão de meus pais foi da amizade confortável a desconfiança sombria em um segundo.

– Boa noticia? – resmungou meu pai, olhando diretamente para mim.

– Aham.

Eu não sabia o motivo de estar tão nervosa. Meus pais sempre aceitaram bem o meu namoro com Taylor e eles eram tão próximos! Talvez eu estivesse tão aflita por que nunca tive uma experiência como essa. Minhas mãos estavam suadas e meu rosto estava em chamas.

– Está tudo bem, Jules? – Perguntou minha mãe.

– Está tudo ótimo.

Taylor fez uma careta e eu sabia que era em objeção às palavras tudo ótimo. Ele teria usado algo como maravilhoso, perfeito ou glorioso.

– Claro que está Jules, claro que está. Se está tudo tão bem, por que você está suando em bicas?

– Eu não estou suando – menti.

Por extinto, passei as costas da mão direita na testa para retirar as provas.

Houve uma longa pausa. Depois de algum tempo, percebi que todos esperavam que eu dissesse alguma coisa. Tomada em pânico, olhei para Taylor. Não havia como eu conseguir pronunciar as palavras.

Ele sorriu para mim, endireitou os ombros e se virou para meus pais.

– Eu acho que vocês sabem – pelo menos eu espero que vocês saibam – disse Taylor sorrindo – que eu amo Juliet mais do que tudo no mundo, mais do que minha própria vida, e... por um milagre... ela me ama da mesma forma. Percebo que estou fazendo isso de forma errada. Por favor, não me entendam mal, não é minha intenção desrespeitá-los, mas já que Jules disse sim e eu não quero diminuir sua decisão a respeito, em vez de lhes pedir a mão dela, estou lhes pedindo sua bênção. Nós vamos nos casar, vocês nos dariam sua benção?

Luis e Rosana sorriam. Parecia que eles já sabiam que isso ia acontecer cedo ou tarde e... não me pareciam nada decepcionados.

– É claro que nós damos nossa bênção. – Disseram os dois juntos, meus pais eram tão parecidos que as vezes me assustava – Mas, por que a pressa?

Agora foi a vez de Taylor ficar com vergonha. Seu rosto corou num rosa delicado e ele não encontrava palavras para explicar.

– Taylor foi criado assim, mãe. Ele é uma das únicas pessoas que ainda tem um pouco de respeito – eu disse sorrindo levemente e fazendo Taylor sorrir.

O olhar deles se iluminou um pouco.

– Entendi. – disse meu pai. – O que não entendi foi o nervosismo de Jules.

Eu corei.

– Eu também não sei por que estava tão nervosa. Sabe como é... lobas!

Todos começaram a rir e o jantar começou a ser devorado. Taylor segurou minha e mão e nós nos olhamos sorrindo. Minha tia – a louca da Márcia – disse que o Taylor era o homem mais lindo que ela já tinha visto na vida e minha avó disse o mesmo. É claro que eu concordava com elas. Nós estávamos na cozinha e alguns segundos depois minha mãe também veio falar sua opinião. Nós sabíamos manter as aparências, mas ninguém imaginava o que passava pelas nossas cabeças.
Na hora de dormir, eu ajudei minha mãe a arrumar o quarto de hospedes para Taylor. Eu não conseguia dormir e então estava acordada quando meu pai passou pelo meu quarto – nada sutilmente – apenas checando se eu estava sozinha em minha cama.

– Boa noite, Jules – ele sussurrou, achando que eu estava dormindo.

Pensei em responder, mas provavelmente isso o deixaria magoado. Ele ia ficar no mínimo três dias sem conseguir olhar para mim de tanto constrangimento e eu não discordava – isso deixava bem claro que meu pai não confiava em mim e achava que eu e Taylor éramos adolescentes com os hormônios a flor da pele, o que não era verdade. Mas isso não me magoou nenhum pouco, achei engraçado até.
Agora tudo estava resolvido, só tinha mais um detalhe: Os pais dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Primavera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.