Quando terminei a história alguns de nós estavam com os olhos cheios de lágrimas. Eu ria sozinha. O que havia de emocionante naquela história? Era só dor e morte.

Enquanto Seth e Taylor brincavam com os quileutes e os Cullen, Jacob veio se sentar ao meu lado, de novo.

- Porque você nunca me contou isso antes? – ele me perguntou chateado.

- Não é uma história muito interessante; e é confusa também.

- Eu achei muito interessante – ele sorriu – mas é estranha como você.

Nós dois rimos.

- E não ligue para o que a tal de Helena disse. Você é completamente amável. Eu te amo e a senhorita sabe disso.

- Você sabe que não foi isso o que ela quis dizer.

Nós ficamos em silêncio.

- Eu sinto muito.

- Não sinta – suspirei e depois ri sem humor – eu já superei.

Nessie veio correndo e se jogou em cima de Jacob quase o derrubando.

- Oi Jules – ela disse rindo

Eu ri.

- Oi Nessie.

- Você está bem? – Ela perguntou.

- Sim, só estou com saudades de você mesmo – eu disse fazendo um biquinho.

- Ah! – ela suspirou e sentou no meu colo – Nós precisamos sair juntas!

- Eu concordo

O resto da festa foi inesquecível. Assistimos impressionados – e tendo ataques de riso – Seth, Emmett, Taylor e Jacob engolindo um antílope – lógico que Emmett odiou o gosto de terra que a carne do bichinho tinha. Era bom ver Taylor se divertindo, pelo menos por agora ele estava feliz porque quando eu contasse para ele a parte da história que eu não revelei a ninguém, não saberia a reação dele.

Quase todos tinham ido embora, só sobravam os Cullen, Nessie e Jake. Taylor conversava animadamente com ele, então decidi deixá-lo, mas a vontade com o irmão. Atravessei uma camada de árvores até chegar a um campo cercado por árvores. A lua estava em seu auge. Transformei-me e deitei na grama.

Enquanto observava a lua refletia sobre o que eu deveria falar para Taylor. Como eu iria explicar que eu encolhi? Que hoje eu posso dormir assim e acordar com um olho vermelho e outro amarelo?

Eu teria que dizer a verdade. Teria que explicar o que Helena disse: Ela explicou-me que eu iria sofrer muitas modificações – desde a minha altura até a cor da minha pele – até que eu me tornasse imortal e isso não é o tipo de coisa que se previa, não para criaturas da minha espécie. Eu poderia me tornar imortal a qualquer momento;

Senti Taylor saindo do meio das árvores.

- Juls? – Ele sussurrou.

Soltei um gemido.

- Nossa! – ele disse andando em minha direção – olhe isso!

Ele se sentou ao meu lado. Eu virei a cabeça para ele e dei um sorriso de lobo. Ele riu.

- Você é enorme – ele disse me fazendo carinho – e, pra variar, é linda também.

Olhei para ele como se estivesse chateada e quando ele chegou mais perto eu lambi seu rosto do queixo até seu coro cabeludo e automaticamente me lembrei de quando Seth fez isso comigo.

Bons tempos aqueles.

- Ai, Juls! – ele gemeu – Que nojo!

Um ronco que mais parecia tosse saiu de meu peito. Eu estava tendo um ataque de riso. Ele tirou a blusa para limpar o rosto e riu também. Então voltei a forma humana.

- Você tem noção do tamanho da sua língua? – Ele perguntou rindo.

Balancei a cabeça.

Ele me abraçou e ficamos olhando a lua. Às vezes – pelo canto do olho – via ele me olhar, mas eu ignorava. Com muito pesar segurei suas mãos e olhei em seus olhos.

- Taylor, você sabe que eu encolhi, não sabe?

- Sei.

- Então... eu acho que você tem o direito de saber o porque e de saber onde você esta se metendo. Eu não acho que seja, er, seguro pra você ficar comigo entende?

- Jules...

- É sério Taylor. Primeiro que você sempre estará em perigo e – ele tentou falar mas eu coloquei um dedo em seus lábios – e outra coisa: eu posso mudar Tay. Eu posso dormir assim hoje e amanhã acordar careca, ou quem sabe posso criar um chifre na testa! Você me entende? Eu não queria que você tivesse que passar por isso... se isso realmente acontecesse.

 Ele se levantou e começou a andar.

- Aonde você vai? – perguntei.

- Pra casa.

- Fique. – pedi suplicante, estendendo a mão débil em sua direção.

Ele correu em minha direção e parou na minha frente, depois caiu de joelhos.

- Jules – ele disse pegando minhas mãos em seu rosto – esqueça toda essa baboseira de imprinting! Eu amo você entendeu? Amo! E quero você para sempre! Não me importa se amanhã você acordar careca ou com um chifre na testa! Eu não me apaixonei por você pela sua aparência e sim por quem você é!

Eu não consegui me conter, ele me abraçou e eu o beijei por algum tempo. Eu nunca poderia desistir dele, mas eu tinha tanto medo de que ele ficasse em perigo!

- Eu tinha que te dizer, queria que você estivesse preparado.

- Eu vou estar – ele disse dando o seu sorriso de anjo.

- Eu te amo – sussurrei – Você é o homem mais lindo que eu já vi. De todos os jeitos.

Ele arregalou os olhos.

- Você nunca tinha me dito isso antes.

- Jure? Fale sério.

- Perfeitamente... você nunca disse que me amava, nem que me achava lindo.

- Eu penso tanto isso que me esqueço de falar – eu disse sorrindo.

Ele sorriu e me beijou.