Razão escrita por Lily Moon


Capítulo 12
Vidas


Notas iniciais do capítulo

Yo...
Olá, como estao?
Desculpem a demora... estou meio enrolada, as frutas estao tirando meu sono
enfim
enjoy... o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157145/chapter/12

Renji corria pelos corredores de Las Noches guiando-se pela reiatsu de Ulquiorra. Suava frio imaginado o que podia estar acontecendo. Sentia um poder absurdo, um poder inalcançável. O que teria acontecido com Ichigo?! Observou Rukia aflita ao seu lado e seu coração apertou dolorido no peito. Sabia o que se passava na cabeça da amiga. Sabia de seus sentimentos. Pelo menos achava que sabia. Mas isso não era hora pra este tipo de pensamento. Ainda estavam feridos pela luta com Yammy, foi muito difícil derrotá-lo. Mais a frente, Ishida ajeitava os óculos enquanto corria. Ele liderava o grupo. Parecia saber identificar melhor o caminho. O leve pulsar de Inoue o fazia seguir em frente. A amiga estava, inacreditavelmente, viva.

Quando finalmente chegaram nos aposentos de Aizen, já não havia porta para ser aberta, estava tudo destruído. Renji, Rukia, Sado e Ishida apenas ficaram em silencio, observando provavelmente uma das cenas mais tristes de suas vidas. Mal sabiam o que Inoue e Ulquiorra tinham vivido, mas ali, diante do olhar de tristeza de um espada sem sentimentos, puderam sentir o peso do que acontecera entre eles. E jamais esqueceriam. La estava Ulquiorra, sem metade do corpo, com um sorriso tranquilo. Acariciando o rosto de Inoue que chorava profusamente. Falou algo que não puderam ouvir, fazendo a garota enxugar as lagrimas e inacreditavelmente sorrir. A beijou ternamente e se afastou, como se o vento da morte que o fizesse desintegrar lentamente o estivesse levando para longe. Estendeu o braço que sobrava para alcança-la.

- Isto que tenho na ponta de meus dedos... - Falou Ulquiorra. - Deixo com você.

Os dedos entrelaçados tentavam segurar firme. Mas Inoue era incapaz de reverter aquilo. Logo o espada perdeu-se no ar e já não existia mais. Ficou ainda um tempo com o braço estendido. Demorando pra acreditar no que estava acontecendo.

Quando Rukia pensou em se aproximar para fazer algo pela amiga, parou assustada. Inoue soltava um urro tão absurdamente alto e sofrido que era quase como se pudessem ouvir seu coração se partindo. Lagrimas vieram ao rosto da shinigami por escutar um lamento tão incrivelmente triste. Ficou ali chorando sem saber o que fazer. Sentiu-se pequena demais diante daquela situação. Os outros também se aproximaram . Depois de um tempo dilacerante, Sado foi quem venceu a distancia.

- Inoue... - chamou o amigo colocando a mão em seu ombro. - Inoue... -chamou novamente.

Inesperadamente a garota fungou e levantou-se. Falando mais para si mesma do que para os outros disse:

- Depois eu posso chorar. Agora tenho algo muito importante para fazer.- Virou-se para seus amigos que observavam aflitos. - Precisamos ir para Karakura agora! Vamos aproveitar a garganta que Kurosaki-kun passou. Que... o ... Ul... - Não conseguia pronunciar o nome do espada. Seu lábio tremeu rapidamente. Mas não podia. Não agora. Seu corpo estava tomado por outro sentimento. Cada célula do seu corpo estava queimando com algo que nunca sentira antes. Podia sentir correndo em suas veias, envenenando sua alma. O desejo de vingança.

- Inoue-san eu não sei se devemos o Kurosaki-kun já... - começou Ishida.

- Não!- interrompeu a garota.- Só eu posso fazer isso Ishida-kun. Por favor.- implorou.

E antes que dessem conta, já estavam atravessando a garganta. Todos muito estranhos diante da atitude de Inoue. Não parecia ela mesmo. Estava com um olhar diferente. Seu corpo emanava uma reiatsu quase desconhecida. Sentia-se doente. Só pensava em Ulquiorra perdendo-se no ar. E nas suas ultimas palavras. Mas quando atravessaram e viram o estado que a guerra estava em Karakura, sua mente ficou nublada.

Viu o corpo de Matsumoto praticamente aberto. Ferimentos violentos, shinigamis caídos tudo um caos. A cidade destruída. E, lá no meio, Aizen, lutando contra um Ichigo muito ferido. Ele, ao contrario, estava com um único arranhão que sofrera na luta contra Ulquiorra. Foi como se isso cegasse Inoue. E o que aconteceu ali, tempos depois ela não se lembraria com clareza. Mas algo dominou seu corpo.

- Inoue Orihime! - Disse Aizen ao vê-la.- Quantos problemas você esta me dando. Por sua causa tive que sacrificar meu espada mais promissor. E agora este shinigami de poderes totalmente surpreendentes esta prestes a tomar o mesmo caminho. Meus planos saíram do caminho que eu gostaria... tudo porque você não tem sido uma boa garota.

- Você não vai mata-lo!- Disse Inoue aproximando-se rapidamente. Antes que alguém pudesse segura-la. Aizen apenas a olhou com desdén. Virou-se para Ichigo caído no chão e desferiu o golpe final. Certo de que ia acerta-lo, foi com surpresa que viu o escuto de Inoue entre sua espada e o corpo do shinigami. Como pode ter conseguido parar seu golpe?

- Você não vai mata-lo!- repetiu a garota parecendo enlouquecida de fúria.

O ex-capitão da quinta divisão, olhou aborrecido para aquela humana tão jovem. E viu em seus olhos que cometera um erro. Sentiu-se profundamente irritado por ter que se rebaixar a lutar com a garota. Mas foi isso que aconteceu, uma batalha se prosseguiu. Uma luta violenta onde Inoue estava perdendo feio. Seu corpo muito machucado caiu ao lado de Ichigo. Enquanto estava caída tentaram intervir na luta. Outros shinigamis atacaram Aizen. Deitada ao lado de seu amigo, lagrimas amargas escorreram de seus olhos. Continuava fraca. O que pensava em fazer? Achava que seu desejo de vingança mataria Aizen?! Seus sentimentos estavam cegando seu juízo. Precisava da frieza de Ulquiorra para tomar a decisão correta.

Pensar em Ulquiorra queimou seu peito. Sem ele era uma fraca. Sem o espada só podia sentar, chorar e ver seus amigos morrerem. Chorava copiosamente quando sentiu alguém abraçando seu corpo.

- Inoue... por  favor não chore. - disse Ichigo que envolvia o corpo machucado da garota.

- Kurosaki-kun?!

- Eu vou protegê-la. Não porque acho que você seja fraca. - falou com um tom urgente. Era importante que soubesse. - Mas porque você é muito importante pra mim. Não quero te perder de novo.

E como se isso lhe desse forças se levantou e atacou Aizen.

{Flash Back Inoue Orihime}

- O que é Dunkin Donuts?! - perguntou Ulquiorra certa vez, enquanto descansavam um pouco depois de algumas horas de treino. Inoue o fitou com curiosidade. E vendo sua cara de interrogação continuou. - Vi você falando isso para o shinigami.

Inoue corou e desviou o olhar. Lembrou-se de quando se despediu de Ichigo, e se declarou, mesmo que ele estivesse dormindo.

- Não sabia que você estava me observando.

- Estava seguindo ordens. Precisava ficar de olho em seus movimentos. Mas não consigo entender as coisas que você disse para aquele humano.

- Isto eu não posso lhe explicar Ulquiorra-kun. São palavras que vem do coração. Na hora. A gente não pensa nelas.

- Parecia tão nervosa e triste com o shinigami. Mas quando fui buscá-la, estava tranqüila. Por que?

Inoue fitou os olhos verdes do espada. Já se acostumara com seus interrogatórios sem fim. Sorriu com carinho.

- Porque meu coração sabia o que fazer. Eu entreguei minha vida para proteger as pessoas que amo. Com tanta certeza do que queria, que fiquei tranquila.

- Se você quer proteger alguém deve ficar forte para isso.

- Vou ficar. Ulquiorra-kun esta me ajudando. disse sorrindo.

O quarto espada observou Inoue serio. Ponderando todas aquelas palavras.

- Não gosto do fato de estar te deixando mais forte para proteger Kurosaki Ichigo. - disse sem emoção. Mas seus olhos estavam brilhando estranhamente.-  Vi você dizendo que se tivesse cinco vidas se apaixonaria por ele. Não pode em alguma de suas cinco vidas se apaixonar por outro?

Inoue não pode deixar de rir, apesar de tudo, Ulquiorra dizia coisas que beiravam a inocência.

- Não tenho cinco vidas Ulquiorra-kun. - concluiu.

- Você teve uma vida na cidade Karakura. Agora tem uma vida no Hueco Mundo. Para mim, já são duas. - disse como se fosse muito obvio. A garota colocou o dedo no queixo pensativa, em um gesto tão comum seu.

- É verdade. - concluiu sorrindo. - Então talvez eu tenha cinco vidas mesmo.

- Vai se apaixonar pelo Kurosaki Ichigo novamente? - perguntou, e havia qualquer coisa na sua voz que fez a garota corar.

Inoue fitou os olhos verdes de Ulquiorra e sentiu algo preenchendo seu peito. Mal ela sabia que no dia seguinte, beijaria o espada pela primeira vez. E tudo mudaria, definitivamente, na sua vida.

- Sim. Vou me apaixonar pelo Kurosaki-kun de novo. - Respondeu gentilmente.

- Não gosto da sua resposta.

- Porque?

- Não sei. Apenas não gosto.

Ulquiorra estava aborrecido.  Não sabia porque, mas aquilo lhe incomodava profundamente. Porque a humana se apaixonaria novamente por alguém que nem ligava para sua existência? Alguém tão estupido a ponto de esquece-la?!.  Observou Inoue que fitava a lua distraída. Em seu peito, desejos que haviam surgido na primeira vez que a viu, tentando tomar o corpo do espada. Que tentava doma-los. Mas fracassava cada vez mais. Queria saber mais sobre Inoue. Saber porque gostava do shinigami. Saber se, em uma de suas vidas, onde acontecem tantas coisas inesperadas, por algum motivo qualquer, ela poderia se apaixonar por ele. Não parecia justo Ichigo receber, em todas as vidas de Inoue, o seu amor.

E depois, no fim, quando estava prestes a desaparecer, sussurrou no ouvido da garota.

- Obrigada por se apaixonar por mim em uma de suas vidas, Inoue Hime. Agora volte, se apaixone mais uma vez por Kurosaki Ichigo. Seja tão forte quanto foi vindo ate o Hueco Mundo. Proteja-o, com sua força, não com sua vida.

 {Fim Flash Back Inoue Orihime}

Inoue levantou-se.  Estendeu seu braço e sabia o que fazer.

- Souten Kisshun - disse firme. E não foi um arco de cura que se formou. Foi algo que lembrava a lança verde de Ulquiorra. Mas esta era dourada e emanava uma reiatsu incrível. - Ichigo! - Gritou Inoue, para que o amigo se distanciasse. Aizen, ao perceber o que acontecia, desferiu um golpe com sua espada, que cortou o peito do shinigami fazendo com que caísse doloridamente nos escombros. Imediatamente começou a atacar Inoue, com o que parecia ser vários disparos de Ceros. Correndo em direção a Aizen, desviando de seus ataques, pulando entre os escombros, desviando de seus amigos feridos e ignorando os pedidos para que parasse, a garota via imagens de Ulquiorra. Podia senti-lo. Via seu sorriso discreto, seus olhos verdes penetrantes, as mãos fortes em seu corpo, sua voz rouca e como fora capaz de se apaixonar por uma mera humana.  Viu suas cinzas misturando-se com o vento do Hueco Mundo sumindo para sempre de sua vida, e com um grito selvagem atravessou a lança exatamente na hougyoku.

- Eu rejeito! - disse num sussurro ameaçador. Ela não estava tentando ataca-lo, sabia da diferença de forças, saia que não conseguiria derrota-lo. Mas estava ali, o ponto fraco de Aizen. Moldou seu poder de uma forma que pudesse alcançar a pequena hougyoku e o processo de rejeição fosse rápido. Viu o pânico nos olhos de Aizen.

- Não. - foi tudo o que conseguiu dizer, enquanto uma luz negra envolvia seu peito. Inoue negou aquele maldito poder que matara Ulquiorra. Rejeitou sua existência e em uma mistura de luz negra e dourada explodiu cegando a todos.

Antes mesmo que a poeira da explosão baixasse, e a imagem ficasse nítida. Um choro podia ser ouvido. Capitães e vice capitães, apoiavam-se ajudando os companheiros shinigamis. Mas todos pararam compadecidos com a inocência daquele som. Uma garota chorava no meio daquela batalha entre mundos. Parecia totalmente deslocado naquele cenário. Uma cidade destruída, pessoas morreram e o cheiro de sangue por todo lado. Logo a poeira foi baixando e além de ouvirem, puderam ver aquela cena tão triste. Inoue ajoelhada, chorando como qualquer adolescente de sua idade. Mas por dores que nenhum sonhava em passar. Engasgava-se com as próprias lagrimas e soluçava como se fosse vomitar. Todos com os olhos fixos na pequena garota, quase se obrigando a olhar para aquela que parecia ter perdido mais que todo mundo com aquela batalha. Rukia se aproximou, sentia seu corpo tremer. Sado, Ishida, Renji e agora Ichigo também aproximavam-se. Mas a shinigami sabia que teria que ser dura agora. Pelo bem dos outros.

- Inoue... - chamou com receio. A garota virou-se tão rapidamente que chegou a assustar Rukia. Tinha a cara lavada de lagrimas.

- Ku...Ku...Kuchiki-san! Ulquiorra... Ulquiorra-kun morreu! - disse desesperada.

- Eu sei Inoue. E eu sinto muito - Disse sinceramente. - Mas você precisa curar os outros. Hinamori e Matsumoto estão a beira da morte.

O olhar de Inoue pareceu sair um pouco do foco. Derrotara Aizen e ainda assim não podia sentir a perda de Ulquiorra? Ainda queriam que fizesse mais?! Ela só queria sentar e chorar. Não tinha forças, não tinha vontade.

- Matsumoto-san.... - disse Inoue. Rangiku era sua amiga. Uma amiga especial. Não podia deixar que isso acontecesse. "Proteja com sua força". Disse Ulquiorra. Só ela podia fazer isso. Levantou-se tremula, achou que fosse cair, mas Ichigo a segurou pela cintura.

- Rukia não pediria se não soubesse que você não consegue. Eu também sei, que você consegue. - disse Ichigo. Inoue fitou seus olhos castanhos e sentiu um pouco da força voltar. Olhou sua volta, Ishida e Sado também estavam  lá lhe apoiando.

Curou cada shinigami que pode. E foi uma Matsumoto, pela primeira vez constrangida, que pediu para Inoue curar Gin. Inoue não perguntou. Apaixonara-se por um espada. Se sua amiga amava um traidor da Soul Society, não diria uma palavra. Mas faria de tudo para que não tivesse o mesmo fim que ela e Ulquiorra. Foi a ultima e mais difícil regeneração. Gin tinha um fiapo de vida. Matsumoto chorava silenciosamente e torcia, de todo seu coração, de toda sua alma. Ainda mais agora que sabia da verdade. Sabia que Gin a amava e fizera tudo para protegê-la.

- Pronto. - disse Inoue, quando viu Ichimaru respirar novamente e "abrir" seus olhos. A garota ainda levantou-se, mas imediatamente desmaiou. Não tinha mais forças, nem físicas nem psicológicas. Ichigo, que ficou ao seu lado o tempo todo, a segurou no colo, dessa vez com confiança.

- Você cuidou de todo mundo. Agora eu cuido você. - sussurrou em seu ouvido, mesmo sabendo que não poderia ouvi-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu amo gatos, ovelhas e lhamas.
Não que alguem queira saber.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Razão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.