Sk High School escrita por hyunnie


Capítulo 18
Capítulo 16: Girlfriend


Notas iniciais do capítulo

Demorei, não é? Espero que não tenham esquecido a fic :3 quero agradecer os reviews de sempre. Minha demora nunca é por falta de incentivo de vocês, fiquem tranquilos :D cap super voltado aos diálogos e sem acontecimentos significativos, mas com informações valiosas que servirão de premissa para o andamento da estória. Espero que gostem ^^



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Uma brisa leve tocou meu rosto junto com os tímidos raios de sol que iluminavam aquele quarto até então escuro e frio.

Esfreguei meus olhos em uma tentativa de ajustá-los à luz matinal. Aos poucos a minha visão se tornou mais nítida, e me dei conta que tudo o que aconteceu na noite anterior foi mesmo real. Eu estava no quarto de Kim TaeYeon.

Meu olhar a procurou do outro lado da cama, mas ela não estava mais lá.

Levantei-me da cama percebendo que não usava peça alguma, e rapidamente usei o edredom para cobrir todo pedaço de pele visível abaixo do meu pescoço. Minhas roupas não estavam mais espalhadas pelo chão, então decidi procurar por TaeYeon enrolada a ele mesmo.

Assim que abri a porta, escutei o som de uma frigideira estralando e senti um aroma era bem familiar. Alguém fazia ovos mexidos, provavelmente.

Caminhei pelo corredor a passos curtos, e com a luz do dia fui capaz de observar melhor os ambientes do apartamento. Era bem pequeno e todos os móveis tinham um aspecto velho, mas ainda assim muito limpo e organizado. A casa inteira cheirava a produtos de limpeza – e ovos. Passei pela sala, e lá havia apenas um sofá com o estofado rasgado e uma televisão daquelas antigas, ainda de tubo e antena. Seguindo pelo corredor, vi duas portas fechadas – possivelmente mais um quarto e o banheiro – e a cozinha ao final. Quando cheguei até a entrada, vi Taeyeon de costas em frente ao fogão. Parecia concentrada com as panelas e sequer havia notado a minha presença. Aproveitei para admirá-la em silêncio, seus novos cabelos louros iluminando meus olhos.

Alguns segundos se passaram e, quando finalmente se virou e seu olhar me encontrou, ela sorriu. Um sorriso tão lindo que me fez logo pensar que não havia forma melhor de se começar um dia.

– Ah, você acordou! – ela veio até mim e fez menção de que iria me beijar, mas me afastei antes.

– Espera, ainda nem escovei os dentes! – justifiquei.

– E quem disse que eu ligo?!

Ela se aproximou novamente e segurou meu rosto, me olhando de um jeito tão profundo que fazia parecer que estava lendo a minha mente, e então colou seus lábios aos meus em um longo selinho.

– Bom dia. – TaeYeon disse quando nos separamos, e eu respondi de volta – Não achou suas roupas, né? – ela riu e brincou com o edredom em volta do meu corpo, fingindo que ia tirá-lo. Sabia que isso me deixava com vergonha, mas, aparentemente, adorava provocar esse tipo de sentimento em mim.

– Pára! – eu ri, e dei um tapa de leve em seu ombro.

– Ok, ok! Suas coisas estão no armário do quarto, CNU as trouxe hoje cedo. Já esquentei o chuveiro, e deixei toalha e outras coisas novas no banheiro para você tomar banho.

– Ah, obrigada! – respondi sem entender bem o que ela queria dizer com “esquentar o chuveiro”.

– Você só precisa deixá-lo ligado por alguns minutos e depois entrar embaixo da água, se não irá se queimar. Infelizmente em casa de pobre é assim, hehe.

– Sem problemas, né? Não ligo.

– Então tudo bem. Arrume-se, e enquanto isso eu termino nosso café.

– Não precisa se preocupar comigo, Taeng. – falei sentindo que estava sendo um incômodo para ela – Não quero te dar trabalho...

– Você não me dá nenhum trabalho, sua boba. É o mínimo que eu posso fazer para a minha namorada, não acha?

Ela me beijou mais uma vez e eu voltei para o quarto. Peguei a minha mochila no armário e retirei minha escova de dente e minhas roupas, comemorando o fato de não estarem tão amassadas. Tudo estava realmente pronto quando cheguei ao banheiro para tomar banho.

E a cada gota de água quente que caía daquele chuveiro em meu corpo, mais eu agradecia em pensamento ao destino por ter colocado em minha vida uma garota tão perfeita como ela.

A única que eu amo com todas as minhas forças.

Aquela que foi a primeira e será minha última namorada.

Kim TaeYeon.

***

Estávamos nos últimos assentos de um ônibus vazio a caminho de Seongkak. Passava das 11h e ainda tínhamos mais meia-hora de caminho pela frente, o que significava que havíamos perdido as cinco aulas do período da manhã e chegaríamos atrasadas para o ensaio. “Que a minha mãe nunca nem sonhe com isso e que JaeKyung não me enterre viva.”, supliquei.

– Você já andou de ônibus antes? – TaeYeon me perguntou enquanto acariciava a minha mão, aproveitando o fato de que não havia mais ninguém dentro do veículo além de nós e o motorista.

– Claro que sim! – respondi rindo – Posso ter dinheiro, mas não sou tão fresca quanto você pensa.

– Eu não penso nada disso. É só que... sei lá. Não estou acostumada a andar com pessoas tão ricas como as que tem no colégio. Aliás, não sei nem o que alguém como você viu em mim.

– Ei, pare com isso já. Eu vi muito em você.

– O quê, por exemplo? – ela disse meio cabisbaixa.

– Muitas coisas. Você é linda, tem um coração maravilhoso, é humilde, uma amiga leal e, para completar, ainda tem seu talento e essa sua voz maravilhosa.

– Menos, Sunny. Bem menos... - ela corou e riu um pouco encabulada.

– Menos? Não, bem mais! Você não tem noção do que causa em mim, pelo visto. Não sabe que o meu coração dispara quando eu te ouço cantar e...

– E?

– E que todos os pelos do meu corpo se arrepiam quando você me beija.

– Sério? Haha.

– Sim, e não ria! Ninguém nunca me beijou como você me beija, ninguém nunca me tocou como você me toca...

– E por acaso alguém já te beijou e te tocou antes de mim?

Aquela pergunta me pegou completamente de surpresa. Ela pareceu enciumada, e eu realmente não queria que alguém além de GongChan soubesse a respeito de Jessica e eu. TaeYeon então, menos ainda.

E por falar em Jessica, ela era alguém que eu queria enterrar de vez na minha vida. Sabia que tudo o que aconteceu entre nós duas foi realmente necessário para mim. E não só para que eu tivesse a minha primeira experiência “física” com alguém, mas também para que eu tivesse respostas concretas para as minhas próprias dúvidas e inseguranças. Graças a Jessica Jung eu soube que era de fato homossexual, que era mesmo de garotas que eu gostava. Não podia tirar esse crédito dela.

Porém, se TaeYeon soubesse disso, tenho certeza de que tudo seria arruinado. E isso era a última coisa que eu queria nesse mundo. Tinha demorado muito para conseguir me tornar a namorada de Kim TaeYeon, e não jogaria isso fora por causa de Jessica nenhuma.

Portanto, não pude pensar em outra alternativa a não ser mentir.

– Não! Claro que não. Você foi a minha primeira. – neguei – Já você, pelo jeito, não pode dizer o mesmo...

Menti já sabendo que ela acreditaria, e ainda joguei a responsabilidade daquela pergunta para cima dela. Senti-me mal por isso, mas ao mesmo tempo aliviada por ter encontrado uma forma de arrancar de TaeYeon a verdade sobre seus relacionamentos anteriores. A verdade que desde a noite anterior estava me perturbando.

– Sim. Eu tive uma namorada antes, em Daegu.

– Ah.. Eu imaginei mesmo.

– E imaginou por quê?

– Ah, sei lá... Você parece.. hum.. saber fazer... as coisas...

– Entendo, hehe. Mas nem pense nisso. Ela, pra mim, é parte do passado. E você é o meu presente e futuro.

TaeYeon entrelaçou seus dedos aos meus e eu me animei com aquelas palavras, mas ainda assim precisava saber mais detalhes.

– Posso só fazer uma pergunta? - disse - Não é nada de mais.

– Sim, claro!

– Por que vocês terminaram?

Ela respirou fundo antes de responder, e eu percebi imediatamente que a tal garota fora mesmo alguém importante em sua vida.

– Bem, digamos que ela não apoiava o meu sonho.

– Sonho? Qual é o seu sonho? - não pude conter minha curiosidade.

– Eu quero ser uma cantora. É o que eu e meu irmão sonhamos desde que éramos crianças. Mas não uma cantora de bares de esquina. Ainda que eu seja grata ao emprego que tenho, almejo muito mais. Quero ser famosa, uma idol.

– Uau. Legal! - impressionei-me com o tamanho de sua ambição, mas sabia que isso não era impossível para alguém tão talentosa como ela - E sua ex não gostava disso?

– Não, nunca gostou ou acreditou em mim. E ainda me colocava para baixo. Dizia que eu nunca conseguiria. Que isso era coisa para gente rica que tinha condições de pagar uma boa escola de música.

– Nossa... que insensível.

Não sabia quem era a tal garota, mas imediatamente desejei ter seu endereço para invadir sua casa e esmurrá-la. Só de imaginar que alguém tinha feito a minha Taeng sofrer eu já inflava de raiva.

– Pois é. Quando eu ganhei o concurso em Daegu e recebi o convite para estudar em Seongkak como bolsista, ela me obrigou a fazer uma escolha.

– E você a fez.

– Sim, eu fiz. E sabe? Não me arrependo. Nada do que eu faço é pensando apenas em mim. Tem o meu irmão, tem a minha família. Eu quero ser capaz de dar uma condição melhor a eles. E, além do mais...

TaeYeon fez uma longa pausa. Vi que, para ela, falar a respeito disso não era nada fácil. Em partes, senti-me bem em saber um pouco mais sobre ela. Ainda que não fossem coisas boas, a vida dessa garota ainda era um mistério muito grande para mim. Quanto mais eu soubesse a seu respeito, melhor.

– E além do mais...

– Eu conheci você, Sunny. Isso não teria acontecido se eu não tivesse vindo para Seoul. - meu rosto esquentou ao ouvir aquilo, e o amor que eu nutria por ela pareceu se multiplicar dentro de mim - E ela também me ensinou uma grande lição.

– Lição? Qual lição?

– Nunca desistir dos meus sonhos. Independente dos obstáculos, das opiniões alheias, de tudo.

– Com certeza! E já está dando certo, viu?! Você está morando em Seoul e estudando na escola de música mais prestigiada do país. É só questão de tempo para conquistas maiores.

– É...

O ônibus fez uma parada para pegar alguns passageiros, e nós nos afastamos um pouco para nenhuma das pessoas desconfiar.

Mais alguns minutos e chegaríamos no colégio.

– Sei que não estar sendo fácil para você. - retomei - Digo, viver em uma cidade completamente diferente, ter que trabalhar tão nova e sustentar seus pais e tudo o mais.. mas quero que saiba que você me orgulha e tem o meu apoio. Eu sempre vou acreditar em você e estar ao seu lado, okay?

– Verdade? Quero dizer, você acredita mesmo? Acha que eu sou capaz de entrar em alguma agência boa? – perguntou com um olhar esperançoso.

– Claro que acredito! Não só você, mas também outros alunos de Seongkak são. JaeKyung, Tiffany, Victoria, SungMin, Jia... Todos compartilham esse mesmo sonho, e eu acredito que todos são capazes de alcançá-lo.

– Obrigada por isso, Sunny. Sério. Eu amo muito você. – sussurrou.

E eu te amo mais.

***

Do ponto de ônibus até a entrada do colégio ainda tivemos que andar por cerca de dez minutos, mas não achei ruim. Apesar de ser tão longe, eu já estava com vontade de voltar ao apartamento de TaeYeon mais vezes.

– Tae, posso te pedir uma coisa? – falei quando chegamos em frente ao portão.

– O que você quiser.

– Bem... Podemos manter, pelo menos por enquanto, o nosso namoro em segredo? – falei baixinho, apesar de não ter alunos por perto.

– Segredo? Não entendo. Você tem vergonha de mim? Ou melhor, você tem vergonha de nós?

Não esperava receber esse tipo de reação, mas também não poderia arriscar que Jessica descobrisse. Ela certamente faria da minha vida um inferno se soubesse.

– Nunca! É só que... você sabe... tem o SungMin e ele gosta de mim desde sempre. Eu não quero machuca-lo.

– Ah, é verdade, você tem razão. – ela concordou e eu respirei aliviada – Ele foi a primeira pessoa com quem eu conversei aqui e é um grande amigo que eu não quero perder. Um dia pensamos em uma forma melhor de contar então.

– Combinado. Não quero isso para sempre mesmo. Mas ah, se quiser pode contar ao seu irmão. Sei que vocês dois tem uma relação muito próxima. Eu contarei ao GongChan também, hehe.

– Ótimo! Então acho melhor irmos para o ensaio uma de cada vez, se não levantaremos suspeitas.

– Bem pensado. Vai você primeiro que eu enrolarei alguns minutos na biblioteca. Tenho que pegar um livro lá mesmo.

– Está bem. A gente se vê mais tarde.

Ela se virou para deixar o pátio, mas eu a chamei de volta quando me lembrei de algo importante.

– Sim?

– Quando você chegar à sua casa essa noite verá que deixei duas coisas em cima da sua cama. Uma caixa e uma sacola. Na caixa está um presente para você, e na sacola um para o seu irmão. Por favor, faça-o usar o presente amanhã. Espero que ambos gostem.

TaeYeon pareceu surpresa, e abriu a boca para dizer alguma coisa, mas, antes mesmo que ela pudesse reclamar, saí correndo a caminho da biblioteca. Lá aluguei um romance e fiquei lendo por alguns minutos, o suficiente para ter um bom intervalo desde a chegada de TaeYeon ao ensaio e não levantar suspeitas nos membros do grupo.

Quando cheguei ao corredor e abri a porta da sala de ensaio, vi que não havia ninguém além de JaeKyung por lá. Ela procurava alguma coisa na prateleira de CDs, e pareceu não ter gostado nada de me ver quando entrei. Correu em minha direção com uma expressão tão furiosa que eu congelei onde havia parado.

– Onde é que você se meteu a manhã inteira, hein?! - ela esbravejou em uma entonação mais do que desesperada e me sacudiu com força pelos antebraços. Arregalei os olhos, assustada.

– Nossa! Oi pra você também, Jaekie! - Me desvencilhei resmungando, antes que ela me deixasse marcas - O que aconteceu?! - tentei fugir daquela pergunta tão comprometedora. Não estava nem um pouco preparada para inventar uma desculpa convincente naquele momento. E, por sorte, ela não percebeu.

– "O que aconteceu?!" Como assim "o que aconteceu?!" - gritava tão alto que pequenas gotículas de saliva saíam de sua boca. Estremeci e me encolhi em sua frente, tentando buscar rapidamente em minha memória alguma explicação para todo aquele surto - Esqueceu que hoje saem os resultados das provas?!

– Ah, é só isso?! - Respirei aliviada, sabia que não tinha com o que me preocupar. Minhas notas nunca foram as melhores da sala, mas nunca na vida tinha ficado de recuperação ou qualquer coisa do tipo. E Matemática não era um problema. A nota do trabalho que fiz com Tiffany no começo do bimestre salvaria a minha média.

– Só isso, Sunny?! Só isso?! - ela se exaltou ainda mais e eu me apavorei de vez - Por causa da irresponsabilidade de vocês naquela porcaria de prova, a Taeng acabou de perder a bolsa!

Meu coração foi a mil batimentos por minuto, e meu corpo começou a tremer descontroladamente.

– C-como é?!

– Isso o que você ouviu! Ela perdeu a bolsa!

– Quem disse isso?!!! Onde ela está?! – gritei em desespero, já quase chorando.

– Informação de bastidores, ela ainda não sabe. – diminuiu o tom de voz - E nem precisa saber, eu e você resolveremos isso.

– Resolver? Mas como?

– Eu pagarei metade da mensalidade dela com parte da minha mesada, e você a outra metade com a sua. Acredite, só farei esse sacrifício porque a coitada não teve culpa disso e precisaremos dela para o torneio. E ah, você está obrigada a me ajudar! Nem ouse recusar!

– Eu jamais recusaria, Jaekie. Jamais. Conte comigo!

– Acho bom. – ela disse um pouco mais calma, mas ainda mantendo o tom de ameaça – Deveria fazer você pagar tudo, já que você estuda aqui de graça porque é sobrinha do diretor. Mas não farei isso porque sou uma ótima amiga e a líder desse grupo.

– Calma, Jaekie. Está tudo certo. Eu agradeço e tomarei conta para que ela não descubra nada.

– É, por favor. Mas espera. Como sabe que eu ia pedir isso?

Ela questionou desconfiada, e eu disfarcei.

– Sei lá. Vai ver que é porque ela tem cara de orgulhosa.

– Hummmmm.. sei. – ela levou a mão ao queixo e me examinou como se imaginasse que eu estivesse escondendo algo – Vocês duas se conhecem muito bem, hein?! Por sinal, achei curioso ambas terem chegado atrasadas hoje.

– E-ela chegou atrasada também? – desviei o olhar para outra prateleira e fingi desconhecer o motivo do atraso de TaeYeon.

– Sim, Sunny. Ela chegou pouco antes de você.

– Ah, coincidência.

– Ou não, né?

Não respondi.

– Enfim. Vamos logo para o auditório. Tenho novidades surpreendentes para contar a todos hoje.

– Novidades surpreendentes? - disse curiosa.

– Sim, e muito. Acredite, você cairá da cadeira quando ouvi-las.



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