Momento de Abstinência escrita por Alana5012
Notas iniciais do capítulo
Escrita num momento de descontrole...
Esta cólera que me consome
Faz com que eu deseje a minha própria morte;
No entanto, ainda resta-me um pouco de razão:
Estou sem sorte.
Razão esta que vai esvaindo-se
Cada vez mais
E em maiores proporções
À medida que o tempo passa.
Descontrolada:
Estou com raiva.
O som tão melódico
Palavras vazias
O texto convertendo-se em poesia:
Escrever tornou-se uma necessidade,
Maneira de afastar a insanidade -
Esse é o meu segredo!
A cada verso,
De uma em uma rima
Buscando distanciar-me dos pensamentos obscuros
Que por vezes insistem em nublar minha mente,
Gerando idéias alucinantes
Produzindo delírios insanos
Reflexões inquietantes
Os quais só me atraem mais e mais.
As lágrimas que molham a minha face são de ira
E não arrependimento.
Pressiono meu pulso esquerdo,
Posso sentir as batidas sem emoção
De meu estúpido coração -
Pra mim, não fazem sentido algum.
Tal qual um demônio
Não consigo sentir remorso, ou mesmo ter compaixão,
O sofrimento alheio já não me comove.
Correndo os dedos frios
Por sobre as veias pulsantes
Pergunto-me
Se a vida vale realmente a pena;
Afinal, qual o sentido do existir?
Estar ou não aqui.
Não sei se amo alguém:
Às vezes, pareço tão cruel...
Finjo não ser intencionalmente
Mas é deste modo que, sutilmente,
Confundo as coisas
Distorço-as
Fazendo assemelhar-me a algo que não sou.
É o meu maior pecado:
Sou orgulhosa em demasiado
Razão pela qual não costumo me desculpar;
Ao menos, jamais de maneira franca,
Pois nunca reconheço meus erros.
Estou ciente de meus atos errôneos,
Mas não quero corrigi-los -
Falta-me vontade;
Motivação para fazê-lo.
Simplesmente não posso!
É tão absurdo,
Mas é essa voz na minha cabeça
Não diga ser minha consciência
Pois se assim fosse,
Não estaria sendo impulsionada
Ir a passos vacilantes
Em direção ao tal abismo.
Só almejo afundar-me mais e mais
Mergulhando em abstinência.
Minhas palavras, por deveras cruéis,
Nas quais não enxergo nenhum mal
Pois sou impassível ao sentimento de culpa.
Tento me importar
Mas, na verdade,
Não possuo alma.
Revolta
Chorando sem motivo algum
Nem eu mesma me entendo:
Estou no ápice da loucura;
Já não desejo o Paraíso
Tão pouco temo o Inferno –
Entretanto, tenho medo da morte.
Sempre acreditei que seria mais adequado
Seguir o conselho sensato
Do Príncipe Hamlet
Meus dizeres favoritos de Shakespeare:
“Quem aguentaria fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão porque o terror de alguma coisa após a morte -
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante - nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugirmos pra outros que desconhecemos?”
Sim, somos todos covardes.
Reflexões confundem-me
Não gosto dessas divagações;
Realidade?
Submersa em meu mundo de alegorias,
Não gostaria de deixar de ser criança
(A verdade é que tenho medo de crescer).
Tento distingui-la
Das minhas muitas fantasias
Tarefa árdua
Que faz-se necessária
Para conservar o pouco que me resta de bom senso.
Não há sentido.
Não é preciso compreender.
A insanidade é como uma droga
E pra mim já é tarde
Pois estou completamente viciada.
Entregue a abstinência,
É a breve ideia de cautela
Que mantêm-me sustentando as aparências.
Vivendo ilusões
Atormentada por tantas questões:
Preferia não existir.
A fadiga consome-me
Enfrento um embate de dilemas morais.
Fragmentos a se agregar
Frases desconexas,
Texto sem coesão.
Por horas me torturo
Procurando restabelecer-me
Sofreria de alguma enfermidade?
Já não posso mais crer
Não sei em que ou se acredito
Por isso sei que estou perdendo a razão...
Esse é o meu segredo.
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