Em uma época de guerras entre as raças nunca poderia-se imaginar coisa parecida, uma criatura tão poderosa, que não pertencia a nenhuma raça, parecia um anjo, um belo e poderoso anjo.

Mas o que se via na verdade não era um anjo, era uma mestiça, uma filha de um elfo com uma harpia, realmente uma mistura incomum, o ser herdara o corpo do pai elfo e os olhos e asas de sua mãe harpia, herdara também o poder mágico de ambos os progenitores, imagine a magnitude de seus poderes, ó criatura mágica, parecia assim perfeita na batalha. Mas para quem acha que esta criatura fora tão amada por toda a vida, engana-se, ao contrário, era mais provável que fosse odiada.

Logo após nascer seus pais morreram, nenhuma das duas raças queria ficar com aquele ser, era um ser impuro, indigno, para ser criado por eles, entregaram-na então a um mago, este acolheu-a com todo a carinho, deu-lhe, então, o nome Nadia. O mago criou-a e treinou-a para ser uma ótima maga, graças ao seu grau mágico natural conseguiu poderes incríveis em pouco tempo, também foi treinada para ser uma ótima guerreira, manejava tão bem a espada, como também ao arco, tiros certeiros com flechas, capazes, quem sabe, de acertar uma pequena formiga a quilômetros, aprendeu também a tocar violino, este era mais um ponto forte da menina, a música. A menina cresceu e cada vez ficava mais poderosa, e seu mestre, cada vez mais orgulhoso de sua aprendiz.

Mas nada na vida desta menina foi fácil, desde que nasceu sempre foi desprezada por todos, pelas raças das quais veio, pelos outros magos, o único que lhe dava carinho e atenção era seu mestre, porém para desespero desta menina, quando tinha 12 anos o local onde vivia com seu mestre e outros magos foi invadido, os magos foram mortos e quando Nadia viu seu amado mestre ser atingido foi tomada pelo ódio e com seu imenso poder matou a maioria dos inimigos, só restaram os poucos que conseguiram fugir. Depois desse súbito ataque, ela se aproximou de seu mestre, já chorando e disse:

- Mestre, não morra, por favor.

- Não posso fazer nada minha querida, minha hora chegou, todos um dia morrem, seus pais morreram, agora é minha vez, embora haja várias maneiras para que esta morte aconteça. – disse o sábio mago, já pálido, quase morrendo.

- Mestre eu irei te vingar, não deixarei que sua morte fique impune. – o mago pode ver o ódio nos olhos da menina.

- Não, minha criança, se fizerdes isto meu espírito não ficará tranqüilo, a vingança só leva a destruição dos outros e de ti mesma, atende, pois, o último desejo de seu mestre: tire essa sede de vingança de teu coração, saia deste lugar, viva tua vida, tu encontrarás sua felicidade, mas não aqui.

O mago disse isso com as poucas forças que lhe restavam, a menina já chorando acenou que sim e prometeu que o faria, o mago então deu um sorriso, fechou os olhos, e desta maneira morreu. A menina aos prantos despediu-se de seu mestre, foi arrumar suas coisas e saiu daquele lugar. Por mais incrível que pareça, o ódio saiu de seu coração, como que em um passe de mágica.