O Último Elemento escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 7
Capítulo 7 - Enlouquecendo


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas para o Giovani e para Alícia! Não consegui postar mais cedo, sorry =/



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Estava me preparando para dormir. O que eu mais pensava era: “O que vou sonhar essa noite?”. Porque, sabe, já estava se acostumando com os meus sonhos.

       Com certeza, não foi o que eu esperava. Eu esperava sonhar com o Rayan de novo. Até que eu estava gostando daqueles sonhos...

No sonho, tudo estava escuro. Eu podia sentir o vento batendo fortemente em mim e pequenos blocos de terra passando do meu lado, flutuando, meio que magicamente.

       De repente, surgiu uma chama no escuro. Ela foi aumento, como se estivesse andando e eu pude ver tudo.

       Havia dois tornados: um na minha frente outro do meu lado. Os blocos de terra, já não tão pequenos, eram lançados até o tornado da frente.

       O fogo vinha em minha direção, e eu não podia fazer nada. Era muito rápido e eu não conseguia me mover. Outros blocos de terra tentavam bloquear o caminho seguido pelo fogo, mas eles acabavam em chamas.

       Eu sentia a temperatura do fogo chagando perto, até que, de trás de mim, surgiu magicamente, assim como os blocos de terra, água, avançando no fogo e o apagando.

       A água me despertou e me fortaleceu, fazendo com que eu me levantasse e corresse. Olhei pra trás e vi quatro pontos me seguindo. Eu já vira um monte de vezes aqueles pontos. Mas agora eu sabia: pelo menos dois deles era fogo.

       O fogo era lançado na minha direção, mas eu sempre desviava, fazendo com que ele caísse na terra e formando uma trilha, também em minha direção.

       Eu também via os blocos de terra sendo lançado para o fogo. A cada vez que o fogo atingia o chão, os blocos iam diminuindo.

       Até que eu não tinha mais nenhum lugar para correr. Havia um rio à minha frente, mas ele parecia muito fundo para eu atravessar. Virei para trás, mas eu não tinha saída.

       Só que eu não ia desistir. Respirei fundo, e como se isso também desse força para a água, ela começou a flutuar e minha última lembrança foi da água correndo em minha direção e apagando o fogo.

Acordei, como sempre, assustada.

       Tudo parecia escuro como se ainda fosse noite. Liguei o celular. Não parecia, mas já era mais de nove horas.

       Abri a janela. Uma jorrada de vento me atingiu, com certa força que derrubou todas as minhas fotos.

       O céu estava escuro e uma tempestade se aproximava. Pequenas gotas já caiam.

       Lá longe, eu via o fogo destruindo partes do que tinha sobrado da floresta. Subitamente, me lembrando do meu sonho, minha raiva aumentou. A chuva começou a cair com mais força, apagando todo o fogo e diminuindo a força do vento.

       Me vesti e encontrei minha mãe, já acordada, na cozinha.

       - Oi, querida. – ela disse, quando me viu. – Acho que a chuva te acordou, e que chuva! Hum... Você parece um pouco... perturbada.

       - Não é nada. – respondi. Será que eu era tão indiscreta assim? - Acho que não vai dar para eu ir na padaria hoje.

       - Ah, tudo bem, eu já fui. – ela disse, rapidamente. – É melhor você não sair de casa hoje.

       - Por quê? A chuva já está parando!

       - É, mas, bom, é melhor, vai que comece a chover de novo? E você pensa que eu não vi que você não arrumou a mala ainda? Falando nisso, tomara que amanhã não chova!

       Ela falava realmente muito rápido, como se não quisesse, de jeito nenhum, que eu saísse de casa. Ela sempre falava muito rápido quando ficava nervosa.

       - Tudo bem, então, mãe. Quanto à mala, eu arrumo, mas eu estava pensando em alugar um filme à tarde...

       - Hoje a locadora vai até meio-dia, faça uma lista e eu alugo alguns filmes para você.

       Eu sabia que não era verdade, mas resolvi não discutir.

       Fiquei o dia inteiro em casa, por mais que a chuva parou. Minha mãe não me deixou nem ir à casa da Gabi. Foi um dia tranqüilo e, à noite, eu não tive nenhum sonho.

Acordei cedo na manhã seguinte, e, por mais que fosse cedo, eu estava muito animada. Nunca tinha acampado antes e gostava de ficar perto da natureza.

       Minha mãe fez um café da manhã bem reforçado. De acordo com ela, o lugar onde íamos acampar era longe e eu não estava levando nada para comer no caminho.

       - Então, pelo jeito, você está bem animada. – comentou minha mãe, antes de eu sair. – Não sei se vou aguentar uma semana aqui, sozinha.

       - Ah, mãe, você não vai ficar sozinha. – respondi. – A mãe da Gabi vai vim aqui, não?

       - É, mas eu preferia minha filha. Mas tudo bem. Melhor você ir, senão vai se atrasar.

       Me despedi e fui andando até que uma voz me chamou.

       - Alice! – olhei para trás e vi Giovanni. – Oi! – ele estava muito animado. Mas, pensando bem, eu nunca tinha o visto triste. Só irritado, preocupado, etc.

       - Oi. – respondi.

       - Então, você também vai no passeio?

       - É, e, pelo jeito, você também. – Uau, que resposta mais inteligente! Mas, eu nunca sei o que falar com garotos.

       - É. Ei, sua amiga vai?

       - A Gabi? Sim, ela vai.

       - Nunca pensei que ela fosse do tipo que gostava de acampar. Para falar a verdade, nunca pensei que ela gostasse de... – ele pensou um pouco. – natureza.

       - Ah, e não gosta mesmo. Eu a convenci a vir junto com a gente. Sabe, não teria graça ficar lá sem ela.

       - Eu sei.

       Ok, talvez não fosse só a Gabi que gostasse do Giovanni, mas ele parecia gostar dela também. Garota sortuda!

       - Mas você tem o Rayan. – respondi.

       - É, ele é um bom amigo. – sua expressão mudou e ele ficou um pouco com raiva. Mas foi muito rápido.

       Houve um momento de silêncio. Nenhum de nós parecia saber o que falar.

       - Hum, então, sabe, acho que Rayan gosta de você. – ele finalmente disse.

       Ta bom, já não bastava uma amiga que não parava de dizer isso e agora o melhor amigo do garoto que eu gosto? Acho que isso era um pouquinho demais, não?

       - Que? – foi a única coisa que eu consegui responder.

       - É que ele quer você por perto, sabe? Quer dizer, gostar como amiga, sabe? Ele não quer que aconteça nada com você.

       - E o que me pode acontecer?

       - Ah, não sei, nunca se sabe se tem um animal selvagem nesses lugares.

       Bom, ele estava falando sobre o acampamento. Não respondi nada, mesmo sabendo que era meio impossível ter animais selvagens em lugares fechados. Bom, pelo menos eu achava que lá era fechado.

       Mas então, o que era? Porque eles queriam me proteger?

       De certa forma, eu sabia. Sim, eu sabia. Eram aqueles pontinhos laranja. O fogo.

       Eu poderia até estar louca, mas eu sabia que algo estava acontecendo. Algo anormal. Algo que fazia que minha mãe e, bem, meus amigos tentassem sempre me proteger. Algo relacionado com aquela queimada. Algo relacionado com os meus sonhos. Algo, principalmente, sobre uma garota chamada Verônica.

       Estava meio óbvio que essa garota queria meu mal. O porquê eu não sabia. Eu nunca a tinha visto.

       E, eu realmente estava ficando louca, mas essa garota controlava o fogo.

       Quer dizer, era a resposta mais lógica, não? E ao mesmo tempo, ilógica.

       “Certo, continue vendo esses filmes de ficção que você tanto ama!” Pensei comigo mesma.

       - Vocês estão escondendo alguma coisa. – eu disse a Giovanni. Eu não sabia se estava pensando alto demais ou se não estava pensando.

       - Escondendo algo? Nós? Do que você está falando?

       - Eu não sou tola. Estou falando de toda essa proteção, da garota chamada Verônica e aqueles pontinhos laranja.

       Ele tossiu.

       - Hum, Alice, acho que você está ficando louca. O que são... pontinhos laranja?

       Ah, sim, eu estava ficando louca. Não estava pensando. Mas isso devia ser normal com... Como eles tinham me chamado mesmo? Ah! Devia ser normal com elementos.

       Pena que eu não tinha internet por perto para saber o que isso significava! 


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Notas finais do capítulo

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