O Último Elemento escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 13
Capítulo 13 - Um fim até um novo começo


Notas iniciais do capítulo

É p ultimo cap.! Espero, principalmente, que o Raian, a Alicia, o Giovani e a Verônica tenham gostado!



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Fomos até meu quarto. A quantidade de sapatos era quase a mesma dos vestidos, mas peguei um rosinha claro com um pequeno salto.

       - Ok, como eu saio daqui sem cair? – perguntei.

       - Se abaixe como fez para entrar. – Rayan respondeu.

       Nós andamos por pouco tempo num caminho cercado de árvores até chegarmos numa casa enorme.

       - Eu não sei se você olhou para trás quando saiu daqui com a Bianca, mas isso é o que nós chamamos de “palácio”

       A casa na minha frente era de longe igual um palácio. Ela tinha pelo menos três andares e era branca. Era enorme. Podia-se dizer que teria espaço suficiente para vinte pessoas morarem.

       O jardim era quase do mesmo tamanho da casa. Nos muros que cercava a casa estavam penduradas muitas tochas. O chão era todo gramado. Havia uma fonte perto de umas árvores.

       Era mais apropriado chamar o “palácio” de “mansão”.

       - Uau. – falei. – Essa casa é enorme! Para que ser tão grande sendo que nem dormimos nela?

       - Não sei se você perceber, mas Bianca é um pouco mimada. – Rayan respondeu. – E, se quisermos, podemos dormir aqui.

       - Tomara que a gente volte aqui de novo algum dia. Quero ver essa casa inteira, mas pelo jeito não vai dar tempo.

       - Por quê? São pouco mais que 3 horas da tarde ainda. Você dormiu um pouquinho demais.

       - Porque quero conhecer tudo aqui. É como se fosse um mundo particular.

       - Não se preocupe, então. Serei seu guia. 

       Ele se virou e meu beijou. Talvez iríamos ficar a eternidade assim, mas escutamos Bianca gritar:

       - Vocês estão atrasados! Vão ter tempo de se beijar depois, por isso venham logo!

       De lá de dentro eu ouvi um prato se quebrar. Verônica devia estar lá.

       - Vamos, antes que ela nos mate.

       - Acho que se ela não matar, a Verônica nos mata...

       Eu imaginei que quando chegasse lá a Verônica já avançaria para cima de mim, mas ela apenas olhou para mim com muita raiva. Os olhos laranja dela pareciam assustador assim.

       Ela estava com uma jeans e uma blusa vermelha e seu cabelo preto caia em seu ombro.

       - Não se preocupe. – Bianca disse. – Ela não vai te atacar. Sentem-se.

       Reparei no cômodo. Era grande e tinha uma mesa no centro com seis lugares. Bianca ficava numa ponta. Verônica e Giovanni estavam do seu lado.

       - Rayan, sente-se ao lado de Giovanni e Alice – me encolhi, pensando que ela ia me mandar sentar ao lado de Verônica. – na outra ponta.

        A mesa estava cheia. Tinha vários pães, roscas e um belo bolo no meio.

       - Antes de começamos a comer... – Bianca começou.

       - Ah, me poupe, eu estou com fome. – disse Verônica, cruzando os braços.

       - Não importa, ou você ouve ou não come. – Bianca falou, fazendo um gesto com a mão que fez a cadeira de Verônica se mover para a longe da mesa.

       Verônica apenas revirou os olhos e empurrou a cadeira para perto da mesa.

       - Como eu ia falando – Bianca continuou -, agradeço pelo que alguns aqui fizeram. – ela jogou um olhar acusador para Verônica. – E seus pais já foram avisados.

        - Minha mãe não deixou. – Verônica disse. – Ela não pode deixar vocês me prenderem aqui.

       - Infelizmente para você, ela deixou sim. Ou você se esqueceu que tinha fugido de casa?

       - Mas vocês não podem me prender!

       - Podemos sim.

       - Não! – quando ela disse isso, houve um barulho no jardim. Giovanni se levantou e foi para varanda.  Voltou um segundo depois e disse:

       - Vê, é para o seu próprio bem. – ele tinha uma tristeza no olhar.

       - Mas eu vou ficar aqui, sozinha, todo dia.

       - Eu posso te visitar. – estava óbvio que ele gostava dela. Precisava avisar a Gabi, antes que ela se apaixonasse mais.

       Ela sorriu. Era a primeira vez que eu a via sorrir. No seu olhar tinha um pouco de agradecimento, e eu pensei que, no fundo, ela não era tão chata assim.

       - Eu sei que não sou o Rayan – Giovanni continuou. -, mas posso lhe informar sobre o que está acontecendo, mostrar umas fotos de passeios, ou apenas passar uma tarde conversando.

       - Obrigada. – ela respondeu. – Pelo menos eu tenho amigos verdadeiros.

       Tudo bem, ela não era assim tão legal.

       - Muito bem, agora que vocês se resolveram, podem comer. – Bianca disse.

       Eu estava com mais fome do que eu imaginava. Cheguei a comer uns seis pãezinhos, três pedaços de rosca e um pedaço de bolo, mas fui de longe a que comeu mais.

        No final, todos estávamos satisfeitos e acho que ninguém comeria mais nada durante horas.

        - Bom, vocês podem ir conhecer o lugar agora. Vai ter um muro no final, vocês sabem. – Bianca disse.

        Fomos por um caminho diferente dos outros. Passamos por uma clareira cheia de flores coloridas. Encontramos um rio que tinha a água mais limpa que eu já vira. Atravessamos a ponte e demos várias voltar, até chegarmos à pracinha. Realmente, era como uma cidade.

        - Eu não entendo porque ela construiu tudo isso para apenas algumas pessoas. – Giovanni falou. Reparei que seus olhos estavam brancos.

        - Será que ela pretendia povoar aqui? – Verônica perguntou. Percebi que ela estava totalmente calma.

       - Acho que ela pensava que iriam existir vários de nós. – Rayan respondeu. – Acho que existiam vários de nós, mas todos morreram.

       - Mas então porque só tem um “quarto especial”? – Giovanni respondeu.

       - Vai ver eles revezavam. – respondi.

       Nossa conversa parou por aí, quando chegamos à mansão novamente. Como o lugar era enorme, passamos horas andando. Olhei no relógio de Rayan. Eram oito horas.

       - Vamos, está na hora do jantar. – Bianca gritou, de lá de cima.

       - Acho que não consigo comer mais nada. – eu disse.

       - Pode crer, você vai conseguir. – Verônica disse, rindo, e indo pra dentro da casa.

O jantar foi mais tranqüilo do que o café da tarde. Por incrível que pareça, eu estava com fome. Na mesa tinha um banquete que parecia para várias pessoas, por isso sobrou muita comida.

       Fomos para cama logo após o jantar. Eu estava exausta depois de tanta luta e caminhada. Deitei e acabei dormindo rapidamente, num sono pesado e sem sonhos.

Acordei na minha barraca. Era cedo ainda e Gabi ainda não tinha acordado, mas percebi que muitas outras pessoas já tinham acordado.

       Saí da barraca deixando Gabi dormindo. Fui até o banheiro e me aprontei. Quando sai, percebi que Rayan já tinha acordado. Ele me recebeu com um abraço, dizendo:

       - Bom dia! Está tudo bem? Sem dores ou coisas parecidas?

       - Não, por quê? Era para eu estar? – respondi. – Como você está?

       - Bom, era sim, por causa da briga de ontem. Mas eu estou bem. Estou até acostumado.

       - Você luta muito? – esse pensamento me fez estremecer. Imaginei se tinha outra coisa que a gente tinha que enfrentar.

       - Não, apenas treino. Como você terá depois das férias.

       - Você vai ser meu professor? – eu disse, desafiadora?

       - Vou sim, por quê? – ele cruzou os braços.

       - Pensei que ia ter aula com alguém mais experiente.

       - Você sabe que eu faço aniversário no começo do ano. Sou bem experiente. – ele chegava mais perto.

       - Não igual à Bianca. – dei um passo pra frente.

       - Mas é claro que sim. – disse ele dando um mini-passo para frente.

       - Você disse para eu não subestimá-la. – estávamos a um centímetro de distância um do outro.

       - Ei, Rayan, ela tem razão. – ouvimos a voz de Giovanni e demos um passo para trás, constrangidos. – Se Bianca quiser, você volta agora para o palácio.

       Voltei para barraca e esperei Gabi acordar.

       - Oi. – ela disse, quando acordou. – Que horas são?

       - Pouco mais das 10 horas ainda. – respondi. – Antes de você ir se trocar, preciso falar com você.

       - Fale. – ela se sentou.

       - Sabe, o Giovanni, eu percebi que – era meio difícil explicar para ela -, bom, ele gosta de uma garota. E, bom, não é você.

       - E daí? – ela respondeu, confusa.

       - Então é bom você parar de gostar tanto dele. Para não se machucar no final.

       Ela só ficou me olhando, como se não compreendesse o que eu dizia, até que ela disse:

       - Alice, quantas vezes vou ter que repetir que eu não gosto do Giovanni?

       - Você não gosta dele? – perguntei. Agora era eu que estava curiosa.

       - Não. Você acha que só porque eu falo sobre ele, eu gosto dele. Meu Deus, você está ficando muito romântica. E se você quer saber tanto assim de quem eu gosto, porque simplesmente não me pergunta.

       - Tudo bem. De quem você gosta?

       - De ninguém. E não em venha dizer que eu estou mentindo. Só porque você ama alguém, não quer dizer que eu tenho que amar alguém também.

       E depois ela saiu da barraca meio brava.

       Fiquei apenas sentada lá, refletindo sobre as palavras dela. Talvez eu estivesse mesmo pensando que ela precisava gostar de alguém. Precisaria me desculpar com ela depois.

O resto dos dias foi tranqüilo. Fizemos trilhas, nadamos na cachoeira e no rio e todas as noites acendíamos a fogueira. Eu percebia que a maior parte da tarde o Giovanni não estava. Isso significava que ele estava cumprindo sua promessa.

       Na última tarde em que íamos ficar no acampamento, eu e Rayan estávamos sentados perto do riozinho, encostados numa árvore. Me lembrei de tudo que tinha passado por lá e acabei perguntando:

       - Acha que o irmão do Giovanni vai voltar?

       - Com certeza. – Rayan respondeu. – Mas até lá estaremos preparados. Vai ser um contra três, ou até quatro.

       - Quanto a isso, não é bom ter tanta certeza. – eu disse. - Talvez Verônica não se recupere até lá.

       - O que você quer dizer com isso?

       - Nada. Só espero que ele demore um pouco.

       Ele sorriu e me beijou.

       Eu realmente queria que o irmão do Giovanni demorasse um pouco. Por enquanto, só queria aproveitar o sonho que me foi dado.      


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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