POV Dougie.

  Depois de 20 músicas tocadas no Guitar Hero, depois de Jane ter me sacaneado bonito, e depois de... bom, depois de muito tempo Jane adormeceu, e tenho que admitir, ela dormia feito pedra, acho que ainda não havia se acostumado com o fuso horário. Mas mesmo dormindo como pedra, ela era tão linda e delicada, parecia ter sido feita de porcelana.

  Eu estava deitado no sofá que mais parecia uma cama junto com Jane, depois de muita insistência da parte dela para que eu ficasse e dormisse no hotel com ela essa noite.

Flashback on.

- Lô, eu já vou indo – falei me despedindo.

- Indo onde? Se ta maluco? Olha que horas são! – falou apontando para o relógio.

- Não se preocupe, eu vou pegar um táxi ...

- E se o taxista te rapiturar?

- Rapiturar? – perguntei segurando o riso.

- É, RA-PI-TU-RAR. Sabe quando alguém te rapitura e te faz de refém,e depois pede uma grana preta pra te soltar... – tentou explicar.

- Lô...?

- Hm?

- É raptar, não rapiturar – falei rindo.

- Que seja, você entendeu, pra não correr esse risco, acho melhor você passar a noite aqui – falou séria.

- Acho melhor não...

- Dô por favor! – falou se jogando no sofá – além do mais, Berréca não vai chegar tão cedo, e já pensou se a Samara sai debaixo da cama e me leva pro além? Por favor? – falou batendo a mão no espaço que estava sobrando no sofá.

- Você tem que parar com isso sabia? – falei indo em direção ao sofá, e me deitando ao seu lado e a olhando.

- Com isso o que? – perguntou me olhando nos olhos.

- Tem que parar de ser fofa, você pede uma vez só e eu já cedo igual um cachorrinho – respondi, passando o polegar pelo seu rosto.

  Jane sussurrou um “assim é melhor” sorrindo e logo fechando os olhos.

- Sabe Lô, eu e os caras estávamos pensando se você e sua banda não quer abrir os shows de nossa turnê – falei com o coração na mão, e tremendo de medo de levar um não.

- Hm – resmungou ela.

- Lô? Se ta bem?

- Pai hoje é sábado, não tenho aula – resmungou novamente.

- Pai? Lô sou eu Dou... esquece, boa noite minha linda.

- Boa noite pai – respondeu me dando um beijo na ponta do nariz e se aconchegando em meus braços.

  Flashback off.

  Vi Rebeca entrar no apartamento com um sorriso que parecia querer sair pra fora de seu rosto. Tentei me esconder em Jane mais foi em vão. Porque ela tinha que ser tão pequena?

  O sorriso dela sumiu assim que me viu ao lado de Jane. Estava na cara, Rebeca me odiava, e ela tinha todo o direito; ela abriu a porta, e apontou para fora do apartamento. Como um cachorro, eu obedeci, saindo antes que ela me tirasse de lá com voadoras.

***

Pelo visto, Rebeca não era a única que sorria ao entrar em casa. Quando Danny entrou no apartamento, seu sorriso era parecido com o dela, só que maior. Ele estava tão submerso em pensamentos, que nem me viu deitado no sofá.

- E ai garanhão? – falei tirando-o do transe.

- Ah... e ai?

- Noite boa? – perguntei.

- Ótima, e a sua?

- Percebi. Melhor impossível.

- Ela é incrível! – pronto, lá vem Danny apaixonado.

- Ela pensa o mesmo de você.

- Como se sabe?

- Eu tava no hotel com Jane, daí ela entrou com um sorriso parecido com o seu, só que menor... porque a boca dela é menor que sua.

- Ela te odeia.

- Obrigada Jones por animar a minha madrugada com o obvio.

- Sério cara, se você quer ter algo com a Jane, você primeiro vai ter que reconquistar a confiança da Becky.

  É obvio que eu quero ter algo com Jane, e Danny estava certo, eu precisava reconquistar a confiança de Rebeca para que eu e Jane déssemos certo.

- Vai sair com ela amanhã de novo? – perguntei.

- Acho que sim, porque?

- Ta afim de um encontro de casais?