POV Jane.  

Calma Jane, relaxa, respira, são só algumas horas de viagem,agora para de graça e entra logo nesse avião que você ta empacando a fila.

Era isso o que eu me forçava a pensar. Estava parada em frente da porta do avião, não conseguia entrar, só de pensar que eu ia ficar a uns 39845734763489854 milhões de metros longe do chão já me dava arrepios; mas... enfim, deixe eu me apresentar.

 Me chamo Jane Lovato, sou do signo de capricórnio e claro brasileira. Desde pequena tenho uma enorme paixão por musica, e sempre sonhei em ser cantora, minha mãe nunca apoiou minha decisão, diferente de meu pai que estava sempre atrás de aulas de canto e de instrumentos musicais para me aperfeiçoar. Hoje aos 18 anos estou embarcando para o país dos meus sonhos para tentar carreira de cantora. A Inglaterra. Sei que o sucesso não vem de imediato, mas não é isso que eu quero, pois sei que tudo que vem fácil vai mais fácil ainda, por isso quero começar de baixo e abraçar todas as oportunidades que tiver.

  Agora vai fazer mais ou menos uns 3 minutos que estou tentando pisar no avião, mas parece que meus pés estão colados e não consigo meche-los.

- Moça – disse alguém me cutucando, me virei para ver quem era – você pode por favor entrar? Está atrasando o vôo. - falou uma menina, aparentando ter 20 e poucos anos.

- Me desculpe, mas não consigo mover meus pés, você poderia por favor me dar um empurrãozinho? – perguntei à olhando com cara de piedade.

  Não precisei pedir duas vezes, a menina me deu um empurrão que eu quase fui parar na cabine do piloto.

- Obrigada – falei indo em direção ao meu lugar cadeira B12, me sentei e comecei a procurar meu celular com meus fones de ouvido.

- B13 é essa ao seu lado? - Perguntou uma voz feminina e conhecida.

- É sim. - respondi olhando para ver quem era e... TA DE BRINCADEIRA NÉ? Era a menina que me deu um empurrão mais parecido com uma voadora, ela ia se sentar ao meu lado durante toda a viagem, como assim produção???? Acho que na minha vida passada eu fui uma pipoca queimada, não é possível.

- Me desculpe pelo empurrão, não estou em um bom dia e acabei descontando um pouco em você – falou ela.

“E DAÍ QUE VOCÊ NÃO ESTÁ EM UM BOM DIA? A CULPA NÃO É MINHA QUERIDA! E NÃO PRECISA ME EMPURRAR DAQUELE JEITO, QUASE ME FAZENDO VISITAR A LUA!” – Não foi nada – respondi sorrindo.

- A propósito, meu nome é Rebeca.

- Prazer Rebeca, o meu é Jane.

Estava esperando ela fazer alguma piada como: "Oh Jane, como vai seu casamento com o Tarzan?" mas ela simplesmente disse:

- Vai fazer o que na Inglaterra?

- Vou tentar carreira de cantora, e você? – perguntei de volta.

- Quero ser guitarrista.

Assim que ela me falou isso, meus olhos brilharam, do mesmo modo que os dela brilharam quando falei que queria ser cantora. Conversamos durante toda a viagem, estávamos tão ansiosas para chegar à Inglaterra que não conseguíamos  ficar caladas. Levamos uns cinco xingos de cada passageiro que estava em nossa volta, mas isso não foi suficiente para calarmos a boca.

Quando descemos do avião, estavamos na pura intimidade, ela me chamava de Lô por causa do meu sobrenome e eu a chamava de Berréca, porque Berréca é legal, lindo e carinhoso.

- Acho que nos despedimos aqui Berréca, mas me liga viu? – falei.

- Claro! Mas onde você ta hospedada? – perguntou.

- Eu to no Citadines London Holborn, é um lugar ótimo e tem vários pub’s por perto e...

- TÁ BRINCANDO NÉ? - interrompeu ela.

Fiquei olhando com uma cara de “ãn?” e então ela continuou :

- Eu também to lá! Olha podemos dividir um quarto, assim gastamos menos e sobra mais dinheiro para fazermos compras, o que você acha? – perguntou.

- Olha, - comecei fazendo uma cara de nojo – acho isso uma ótima idéia! – terminei sorrindo, e batendo nossas mãos. Já falei que já tínhamos inventado um toque? Pois é, inventamos um toque.

Pegamos nossas malas e seguimos em direção ao portão do aeroporto, estávamos tão cansadas que eu mesma seria capaz de confundir uma banana com uma melancia.

Nossa corrida ao portão foi interrompida, pois fomos arrastadas por um bando de garotas histéricas que corriam desesperadamente em direção a quatro garotos estupidamente lindos.

- Gente, cheguei no céu e não to sabendo? – falou Rebeca enquanto babava um oceano por um dos garotos.

- Me belisca – falei.

- Ãhn?

- Me belisca pra ver se eu to sonhando – repeti, mas mudando rapidamente de idéia ao lembrar do empurrãozinho que ela me deu algumas horas atrás – esquece, já percebi que não estou sonhando.

Eu encarava desesperadamente um dos rapazes e para minha surpresa ele fazia o mesmo. Tinha os olhos tão azuis que se eu não soubesse nadar já teria me afogado, o cabelo super loiro, um sorriso digno, um corpo de deixava qualquer menina louca e em um dos braços haviam varias tatuagens que juntas formavam uma só, eram tão coloridas que parecia ter sido desenhada por uma criança.