O restante dos homens empunharam as espadas e Comodoro gritou para que os soldados dele avançarem.

Edward pegou minha mão e me puxou indo em direção a uma gruta na parede.

-Fique aqui – ele disse – Só saia quando eu mandar.

Ele se virou e saiu correndo. O barulho das espadas se batendo uma na outra enchia a caverna.

Procurei meus pais e eles tinham sumido assim como Aro. Olhei para Edward e ele brigava com um dos homens de Aro. Edward enfiou a espada na barriga do homem e se virou no momento em que o Comodoro chegou por trás dele. Tinha que impedir que o Comodoro machuca-se Edward. Sai da gruta e fui correndo em direção a eles. Vi um homem caído e me abaixei para pegar a espada dele.

Edward olhou em minha direção e arregalou os olhos quando me viu.

-Isabella volte – ele gritou sem parar de brigar com Comodoro.

-Se esconda Senhorita Swan – Comodoro gritou.

-Cuidado atrás de você – Edward disse.

Em um movimento rápido ele empurrou o Comodoro e veio na minha direção. Me empurrou de leve para o lado e começou a brigar com Demetri.

Comodoro pegou a espada da minha mão e começou a me puxar em outra direção em que não vi. Não conseguia desviar os olhos de Edward.

-Me solta – eu disse puxando meu braço.

-Senhorita Swan, precisamos sair daqui – ele disse voltando a pegar meu braço.

Puxei meu braço novamente e peguei a espada da mão do Comodoro e andei em direção a Edward. Ele se livrou rapidamente de Demetri e veio para o meu lado.

-Eu disse para ficar na gruta – ele disse e se virou para brigar com um homem que vinha pelas costas dele. Ele enfiou a espada no peito do homem e se virou de novo para mim.

-Desculpe – eu disse – acho que agi por impulso.

Ele me puxou para trás de seu corpo e começou a duelar com outro homem. Olhei em volta e um homem vinha em minha direção.

Ele veio com a espada para cima de mim e com um movimento rápido empurrei a espada dele para longe com a minha e dei um passo para trás. Ele voltou para cima de mim e enquanto nossas espadas se chocavam uma com a outra eu ia andando para trás com ele vindo para cima de mim.

-Olha a donzela saber duelar – ele disse sorrindo – Mas não tanto.

-É por isso que ela tem a mim – Edward disse atrás dele.

O homem se virou e Edward enfiou a espada nele. O som das espadas cessou, mas Edward não desviou os olhos de mim.

-Largue a espada pirata – Comodoro disse.

Edward se virou lentamente e largou a espada nos pés do Comodoro.

-O algeme – Comodoro ordenou.

-Você não pode fazer isso – eu disse entrando na frente de Edward.

-Isabella eu tenho que pagar pelo o que eu fiz – Ele disse sorrindo triste.

-Não – eu disse – Comodoro, por favor, não faça nada com ele. Eu lhe imploro.

-Me desculpe Senhorita Swan. A pessoa que te sequestrou deve ser punida – Comodoro disse.    

-Não se acha mais homens bons hoje em dia – Aro disse do outro lado da caverna.

Ele apontava uma arma para cabeça da minha mãe.

-Larga ela – eu gritei começando a andar em direção a eles, mas mãos grandes me impediram de continuar. Olhei para Edward e ele só balançou a cabeça na negativa.

-Aro acabou – Edward disse – Mesmo se mata-la, você morre.

-Mais eu vou levar alguém comigo – Aro disse ainda sorrindo – É melhor depois vocês irem pegar o Governador Swan. O corte na cabeça dele está saindo muito sangue.

-Vão embora – minha mãe disse – Peguem Charlie e saiam daqui.

-Eu não quero você Renée, quer dizer, Senhora Swan. Eu quero a sua filha.

-Ela você nunca terá – Edward disse.

-Eu fico se você liberta a minha mãe – eu disse.

-Não – minha mãe, Edward e Comodoro disseram.

Escutamos um barulho vindo da entrada da caverna e nos viramos. Meu pai apareceu com a metade do rosto cheio de sangue.

Corri em direção a ele e o ajudei.

-Bella, você está bem? - ele perguntou.

-Não se preocupe comigo – eu disse – Seu rosto esta com muito sangue.

-Reencontro pai e filha. Que lindo – Aro disse – Agora, já que ela disse que ficaria, por favor vão embora – ele estava com um sorriso sarcástico no rosto.

-Você quer ouro? - meu pai perguntou andando em direção a ele – Eu lhe dou o quanto você quiser, só nos deixe ir embora.

-Charlie não ligo muito para isso. Eu quero me vingar do que você e essa aqui fizeram comigo.

-Pelo amor Deus Aro isso já tem anos – minha mãe disse.

-Não me importo – Aro gritou – você me traiu você irá pagar.

-Eu nunca lhe trai – minha mãe disse.

-Eu não sou idiota – Aro disse – Quando você foi embora com ele, você já estava grávida.

-Não.

-Claro que sim. Isabella nasceu sete meses depois que você se foi. E nem me venha dizer que ela nasceu prematura.

Minha mãe não disse nada. Será que isso é verdade? Se eu nasci sete meses depois da minha mãe nascer eu poderia ser filha de Aro. Minha mãe não pode ter feito isso, ela não pode ter se deitado com outro além do meu pai.

-Nossa – Edward disse me trazendo de volta a realidade – você foi chifrudo Aro?

-Vai embora Edward – Aro disse – Não preciso mais de você aqui.

-Não posso – Edward disse dando de ombro e começou a andar em direção a Aro – Sabe eu pensava que você fazia uma mulher na sua mão. Mas eu acho que me enganei – Edward riu irônico.

-Edward cale-se e vá embora – Aro disse apertando a pistola na cabeça da minha mãe.

-Pai fique aqui – eu sussurrei.

-Bella – ele me chamou, mas comecei a andar em direção ao Comodoro Caius.

-Aro não faça nada – Edward disse – Vamos conversar um pouco. Só eu e você.

-Não tenho nada para falar com você, Edward – Aro disse.

Edward continuou a se aproximar dele e quando estava bem perto começou a segredar alguma coisa  a Aro. Minha mãe tentou falar, mas Aro tampou a boca dela e sorriu.

Edward se virou e começou a andar em minha direção. Alguns soldados do Comodoro entraram na minha frente, mas os empurrei para falar Edward vir para perto de mim.

-Relaxem. Eu não vou fazer nada – Edward disse sorrindo torto.

-O que você falou com Aro? - eu perguntei.

-Me desculpe pelo que vou fazer agora – Edward disse.

-O que?

-Eu vou tirar você daqui – ele disse e pegou na minha mão.

A corrente elétrica passou por nós. Ele sorriu triste para mim e me virar me abraçando por trás e pegando uma pistola, não sei da onde, e colocando em minha cabeça.

-Ninguém se mexe, se não eu atiro – Edward disse dando alguns passos para trás.

-Edward o que você está fazendo? - eu perguntei.

-Largue ela – Comodoro gritou.

Ele me arrastou até Aro e parou ao lado dele com a pistola ainda em minha cabeça.

-Por que você está fazendo isso? - eu perguntei a Edward.

-Confie em mim – ele sussurrou para mim.

-Vamos Edward – Aro disse – Até uma próxima, meus caros amigos. Ah, mais uma coisa: se nos seguir, elas morrem.

-Aro as solte, por favor – meu pai implorou.

-Não – Aro disse sorrindo – Vamos.

Saímos por trás de algumas pedras. Aro foi na frente e eu e Edward o seguindo.

-Onde estamos indo? - Edward perguntou me soltando e pegando minha mão.

-Para meu navio – Aro disse – Esta do ouro lado da ilha.

-Se joga no chão e não levanta – Edward sussurrou para mim.

-O que?

-Anda – ele disse – inventa alguma coisa pra não levantar.

Dei mais três passos e me joguei no chão, logo em seguida comecei a gemer. 

-Levanta Isabella – Aro disse – Não temos muito tempo.

-Não posso. Meu tornozelo esta doendo – eu disse me controlando para ele não perceber que eu estava mentindo.

-Só me deixe ver se esta tudo bem com o tornozelo dela – minha mãe disse.

-Você tem um segundo – Aro disse.

Minha mãe correu para meu lado e me deu um abraço.

-Me deixe ver seu pé – ela disse levantando a bainha do meu vestido.

Olhei para Edward e ele fez um movimento com a cabeça e olhou para Aro. Olhei também e ele olhava para minha mãe. Edward começou a andar em direção a Aro e eu desviei os olhos para minha mãe. Coloquei minha mão sobre a dela e ela parou olhando para mim.

-É aqui que doí? - minha mãe perguntou.

Assenti e olhei para Edward que tinha os olhos nas mãos de Aro.

-O tempo acabou – Aro disse balançando a pistola em nossa direção.

Edward em um movimento rápido chutou mão de Aro que soltou a arma. Edward pegou a pistola do chão e eu levantei no mesmo instante em que ele vinha na nossa direção de costas de apontando as duas armas para Aro.

-Saiam daqui agora – Edward disse.

-Seu traidor – Aro disse fuzilando Edward com os olhos.

-Venha Bella – minha mãe disse e começou a me puxar.

Olhei mais uma vez para Edward e deixei ser puxada pela minha mãe. Parecia que meu coração estava sendo deixado para trás.

Voltamos ao ponto de partida e vi meu pai sentado no chão com a cabeça entre os joelhos. Minha mãe largou minha mão e correu em direção a meu pai o abraçando.

-Senhorita Swan, você está bem? - Caius perguntou.

-Sim – eu disse em um sussurro.

Fui até meu pai e lhe deu um abraço. Eu ainda estava abraçada com ele, quando escuto dois tiros.

-Edward – sussurrei e me separei de meu pai.

Me sentei no chão e abracei minhas pernas chorando. Edward tem que usar a cabeça e ir embora. Ele não pode voltar para cá. Se ele vier, vão querer prende-lo. Eu não vou aguentar vê-lo preso.

-Bella vai ficar tudo bem – minha mãe disse  me abraçando – Ninguém irá nos separar. Nunca mais.

Levantei a cabeça e vi Edward do outro lado da caverna me olhando.

-Não – eu sussurrei balançando a cabeça.

Ele desviou os olhos e começou a andar em nossa direção.

-Parado ai mesmo pirata – Comodoro disse – Largue as armas.

Edward largou as armas e eu levantei e corri na direção dele.

-Vai embora, por favor – eu pedi a ele.

-Não – ele disse sorrindo torto.

-Comodoro não faça nada com ele – minha mãe disse – ele nos ajudou.

-Esse... Pirata, raptou sua filha – Comodoro disse – E você ainda quer que ele seja libertado?

-Não foi ele que me sequestrou – eu disse – Comodoro, por favor, não faça nada com ele.

Ele olhou para mim e depois olhou para meu pai.

-Governador – Ele disse.

-Não vou deixar a pessoa que te sequestrou impune disso Bella. Me desculpe.

-Não...

-O algeme – Comodoro disse.   

Não olhei para Edward. Não ia aguentar vê-lo sendo algemado. Eu devia pensar do mesmo jeito que meu pai, mas não consigo. Dá para ver que Edward se arrependeu de ter feito isso. Por que não dar um voto de confiança nele?

Saímos da caverna e procurei o Rainha Elizabeth e não o vi em lugar nenhum. Assim que chegamos ao navio levaram Edward para algum lugar e eu fui com a minha mãe para um dos aposentos do navio para que eu me limpa-se.

Eu teria que fazer alguma coisa para tira Edward daqui. Mas o que?