Apenas Amor. escrita por Deeh-chan


Capítulo 2
- A rosa.


Notas iniciais do capítulo

Muito lindo.
Vamos ter uma aproximação muito meiga entre eles.

Bos leitura.

Comentem depois.



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''O Amor é o sentimento dos seres impuros, pondo como prioridade levar o ser humano á perfeição. 

Whilliam shekespare.

A tarde chegava.

Umas 06h00min, quando o sol estava completamente sobre o horizonte, espalhando a beleza de um amarelo vibrante sobre os campos, deixando o vento passar pelas arvores e o pequeno lago balançar ao ritmo de uma brisa fresca.

Hinata respirou fundo , quando o vento bateu em sua saia azul rodada e chapéu em sua cabeça quase cair, ela segurava um livro em suas mãos, olhou de um lado para o outro e não viu nada além de crianças correndo, pais gritando seus nomes, bicicletas, vovôs e vovós namorando, pássaros, e um magico fazendo seu show para um grupo de pessoas ao seu redor.

Nada de mais.

Ela arrumou a saia e se sentou debaixo de uma arvore no canto mais afastado, onde o silencio reinava, dobrando as pernas e apoiando o livro, ela viu alguns casais apaixonados se beijando e rindo juntos, logo aquilo doeu seu coração, porque mesmo sendo extremamente romântica nunca tivera vivido um momento daqueles sem que sejam em suas mais devastadas imaginações.

O Jeito era ler.

__Poemas de um jovem apaixonado... –Pensou.__ Que obvio, é só trocar por apaixonada...

Então fechou os olhos e respirou profundamente se lembrando do dia que acabara de ter, da solidão e do ultimo acontecimento que marcou seu coração, porque ela estava pensando tanto assim nele? Um estranho com palavras bonitas, só isso.

__Um estranho bem bonitinho... –Pensava com um leve sorriso nos lábios que logo se desfez.

Ela ergueu o rosto e viu que ele não viria mais, o sol já estava indo embora, o sol deixava um tom alaranjado no céu, de pássaros migrando de um lado para o outro deixava aquilo como um lindo cenário a ser pintado.

Quando uma sombra se fez a sua frente.

__Com licença, estou tentando ler...

Era o magico do porque, logo ele se abaixou ao nível dos olhos dela ainda de rosto para grama estendeu a mão.

__Senhor, por favor, eu não quero ver...

Quando ele estalou os dedos e passou uma mão sobre a outra um botão de rosa apareceu.

Hinata ficou surpresa e ficou olhando a rosa brilhar nas mãos dele.

__Dizem que mulheres românticas gostam de flores.

Hinata abriu um sorriso. Então o magico levantou o rosto e os olhos azuis apareceram sobre a maquiagem branca e o fundo preto, um chapéu cartola e uma capa deixava o cenário de um filme antigo, e com um sorriso ele lhe entregou a rosa.

__Você...

__Preciso dizer mais?

__Você é magico, pianista e mimico?

__Talvez, quem disse que não poderia ser?

__Cheio de porquês como sempre... –Hinata pegou a rosa e sorrio meigamente, olhando de lado, tentando se esconder de alguma maneira.

__Não deveria desviar o olhar das pessoas.

__Desculpa...

Ele se sentou ao lado dela e suspirou profundamente.

__Se você fizer isso nunca vão saber o que se passa no seu coração.

Hinata apertou as mãos sobre a rosa e olhou para ele.

__Que bom que você veio, estava me sentindo sozinha no meio de tanta gente.

__Eu sei como é, somos eternos solitários mesmo em um mundo tão cheio de vida.

__Vida...

Hinata rio sarcasticamente.

__O que foi?

__Venho procurando por isso há muito tempo...

Ouve-se um silencio que passou por eles deixando a grama rolar pelos seus pés.

__Eu sei qual é o seu problema...

Hinata virou o rosto imediatamente e quando estava prestes a sair dali ele segurou a barra da sua saia.

__Você se esquece de quem é.

Ela virou o rosto e o chapeuzinho de flores destacou seus olhos fixos nos dele.

__Pelo contrário, todos os dias eu me lembro, quando me olho no espelho.

Hinata soltou a barra das mãos dele e saiu correndo pelo parque.

Ele ficou lá em silencio olhando ela ir, parecia uma cena romântica onde a princesa saia correndo com medo do que poderia acontecer se ficasse ali, com medo da felicidade tão próxima já que sofria tanto nas mãos da madrasta ou da bruxa, ela era uma princesa, e ele ainda um sapo, porque sem ela não seria príncipe.

Hinata chegou em casa, bateu a porta e subiu as escadas.

__Filha?!

Ela não respondeu.

A mãe subiu ate lá e entrou sorrateiramente.

__O que foi meu bem?

__Mãe... –Hinata estava sentada na cama, com o livro ao seu lado.__ Você me acha bonita?

A mãe olhou com ternura para ela e sorriu.

__A mais bela de todas.

Hinata então tirou o chapéu deixando a solidão brotar em seu rosto.

Não havia nada ali.

__Mesmo assim.

__Filha... –A mãe foi até ela e se sentou ao seu lado.__ Faz parte do tratamento, mais sabe de uma coisa, vai crescer de novo, e você tem a sorte de ter cabelos que crescem rápido...

__Mais eu ainda tenho anos de tratamento... –Hinata respirou fundo.__ Até nunca vai crescer.

__Vai sim... –A mãe lhe beijou o rosto e saiu.

Hinata ficou sozinha no quarto, a noite reinava lá fora e a lua brilhava no céu, o que ele estaria fazendo agora? Amanha ela o veria? Talvez não, depois de hoje não queria nem sair daquele quarto, era horrível tudo aquilo, sua vida teria acabado.

Ela se virou e deitou na cama, encolhendo as pernas, deixando a saia cair, a mão levemente sobre o lençol, e os olhos prateados aos poucos se fecharam.

__Quem é você...? –Sussurrou.

Amanheceu.

__Hinata, escola! –Meu pai gritava lá embaixo segurando uma maleta e uma xicara de café.

Eu descia as escadas, meio tonta.

__Mãe, já amanheceu?

__Sim, vai se arrumar meu bem... –Minha mãe terminava de colocar a mesa, enquanto meu pai veio até mim me deu um beijo e saiu às pressas pela porta.

__Tudo bem... –Subi novamente e fui até o quarto, me aprontei, a saia longa, os sapatos, e a toca.

__Fiz biscoitinhos de doce que você ama.

__Não estou com fome, estava acordada e nem vi o papai em dizendo tchau.

__Esta se sentindo bem meu anjo?

__Sim... –Eu resmunguei algumas palavras e sai pela porta.

Minha mãe correu atrás de mim.

__Sua amiga, a Sakura ligou meu bem, ela disse que vai vir aqui mais tarde te ver.

Eu me virei e abri um sorriso de leve entre os lábios, ainda assim com os olhos apagados e o rosto cansado.

__Que bom, vou espera-la então.

__Até mais meu bem! –Minha mãe gritava e acenava até que eu dobrasse a esquina.

Minha mãe me tratava como um bebe, eu não era nem mais uma criança, mais percebia de cara que não era só ela, quando as pessoas não me olhavam com nojo me olhavam com pena, isso me matava por dentro, apesar de que por fora eu já parentava estar morta.

Meu corpo doía, meu coração estava apertado, a única coisa que me restava era não desistir, tratar de resolver meus problemas de cabeça erguida, arrumar a faculdade, fazer novos amigos, e rever os antigos mesmo, minhas amigas de infância ainda estavam lá, minha família me amava e ainda tinha bom, ele não conta, ao menos nem sabia seu nome.

Entrei pelo portão da frente, passando pelo salão as coisas estavam normais, pelo menos já estava me tornando comum, somente alguns olhares de dó me cercavam e comentários sobre o que eu tinha tudo menos um bom dia.

__Bom, alunos, nós vamos aprender as notas coordenadas em um ritmo trabalhoso, quero que vocês pesquisem um compositor de gosto pessoal e realizem um seminário sobre suas canções e além de tudo toquem, quero ouvir seus sentimentos...

 A professora falava enquanto Hinata olhava para o caderno em branco, sua vista começava a escurecer, ela realmente não estava se sentindo bem.

__Professora?

__Sim...

__Posso sair...? –Sua voz estava fraca.

Alguns alunos olhavam para ela, e percebiam.

__Claro...

Quando Hinata se levantou ela não aguentou mais.

Caiu do chão e desmaiou.

Todos se levantaram alguns gritaram, outros tentaram ajudar, algumas amigas viam se ela se reanimava.

Mais nada adiantou.

__Chamem uma ambulância! –A professora saiu correndo pelos corredores até a sala da diretoria.

Ao chegar falou aos berros, e a diretora logo chamou um professor que foi até a sala busca-la para a ambulância que já deveria estar chegando.

__Diretora eu gostaria...

__Agora não meu bem!

A diretora nem deu ouvidos ao loiro que segurava um monte de papeis com um violão nas costas, uma roupa despojada e usando tênis sujos.

__Nossa, assim que tratam um estagiário...

Quando os gritos se tornaram altos o suficiente, alguns alunos saíram de suas salas para ver o que tinha acontecido.

O professor de matemática passou com Hinata nos braços e a diretora no celular falando com a mãe dela aos gritos.

__Hinata...

Assim que eles passaram o silêncio reinou em toda escola, principalmente para ele.

A ambulância partiu.

Algumas horas depois Hinata abriu os olhos e sentiu a dor das agulhas e o soro pingando.

Estava de noite.

__Mãe...?

__Filha! –A mãe chegou mais perto e passou a mão sobre a cabeça dela.__ Você me deu um grande susto!

__Onde estou? –Sua voz era fraca.

__Você passou mal meu anjo, agora esta no hospital, mais logo poderá ir embora, vou ficar com você...

Hinata não mudou de expressão, nem para triste, ou para feliz, simplesmente virou o rosto e fechou os olhos.

__Posso ficar sozinha enquanto isso?

A mãe não disse nada, se levantou da cadeira e saiu andando calmamente com o coração doido e os olhos vermelhos.

Foi por pouco.

__Essa doença não é fácil minha senhora...

__Mais doutor! Ela poderia ter...

Minha mãe gritava no corredor provavelmente chorando de alivio ou pelo peso que carregava nos ombros, eu apertei os olhos e desejei não estar mais ali.

Quando ela abriu os olhos viu um jarro de flores ao seu lado.

__Eu soube que garotas românticas adoram flores.

Ela olhou para cima e lá estava ele diante dela olhando-a profundamente.

__Você... –Hinata se assustou e levantou bruscamente.

__Se acalma tudo bem...

Ela se sentou e ainda assustada ficou olhando para ele.

__Cadê?! Ah meu Deus, minha toca!

__Deixa tudo bem... –Ele segurou na mão dela e a abaixou calmamente.

__Eu não sou tão importante assim...

Hinata estava vermelha.

__Eu estava indo falar com a diretora, quando te vi sendo carregada as pressas...

__Todos viram! Ah que vergonha! –Hinata levou as mãos ao rosto.

__Não fica assim... –Ele sorriu e novamente abaixou suas mãos.

__Você sempre aparece quando eu preciso... –Hinata sorriu ainda tremendo e sem olhar diretamente para ele, como se estivesse acuada. __Parece até um anjo...

__Um anjo?!

__Desculpa! –Ela levou as mãos ao rosto de novo.

Quando o vento entrou pela janela aberta deixando as cortinas voarem e a lua levemente pairas sobre o vidro.

__Obrigada...

Hinata sentiu uma cosquinha na orelha quando olhou para mão dele havia uma única pétala.

__Você...

Então rapidamente ele passou a mão por cima e a rosa que antes não passava de uma pétala murcha se tornou um lindo botão desabrochando.

__Que linda...

Hinata abriu um sorriso de criança.

__Igual você...

Ela então parou e viu que estava olhando para ele, sem vergonha ou medo.

__Ah...

__Por favor, não se esconda, você é pior que um gatinho manhoso.

__O que?! –Ela então virou o rosto novamente.

__Vu só... –Ela sorria.

__Não sou isso... –Hinata sorria também.

__Quer que eu toque violão pra você?

__Violão?!

Agora que ela foi perceber o violão escorado na parede ali do lado.

__Você esteve...

__Sua mãe estava atordoada, eu disse que era um amigo, fiquei aqui um pouco, e depois sai para comer alguma coisa né, pena que você estava dormindo, seria melhor tomar um café com uma boa companhia, sua mãe só ficava suplicando a Deus.

Hinata soltou uma gargalhada.

__Minha mãe é muito preocupada...

__Mais não faça isso de novo.

Ele ficou sério, andou até o violão e o tirou da capa.

Era preto com um adesivo de fogo branco.

__Porque você?

__Não é legal perder quem se ama.

Ele puxou uma carteira e começou a tocar.

Hinata parou e escutou só isso, simplesmente isso, apenas isso, ouvindo as notas e o modo doce e suave como ele tocava, seus olhos prateados sem vergonha alguma encaravam suas mãos e o som a fez se sentir especial.

__Como assim perder quem se ama?

Ele parou e fechou os olhos.

Hinata teve medo de ter dito algo errado, mais então.

__Minha mãe morreu do mesmo jeito.

Ele sorriu com ternura para ela.

Hinata ficou vermelha e ao mesmo tempo não conseguia deixar de olhar para ele.

__Você parece frágil como uma rosa, só que mais especial, porque não precisou dos espinhos para se defender, somente as pétalas.

__Quem é você? –Hinata apertou as mãos sobre o lençol, mãos magras e finas, apesar de estar cansada, e com os olhos baixos, cheia de fios em mais um tratamento, dessa vez era especial.

__Vou tocar para você.

Ele tornou a tocar uma musica linda, fazendo ate o vento parar para escutar.

Hinata viu que não adiantaria perguntar nada, deixou como estava, era bom assim.

Apenas sorriu e escutou a melodia.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Não prometo ficarmos sem lágrimas, mais prometo guardar uma surpresa muito linda para vocês.

Continuem lendo e aguardem não é :D
Até.