You Give Love a Bad Name escrita por FuckerNumber91


Capítulo 2
Parte II


Notas iniciais do capítulo

Continuação!



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Parte II

Um sorri angelical é o que você vende,

Me prometeu o céu e me colocou no inferno,

Algemas do amor me prendem,

Quando a paixão é uma prisão você não consegue se libertar”

-Yes I am! – cantei alto aos microfones.

-Ok, muito bom, Demi! – disse o produtor e os garotos da banda disseram uns “uhuls”.

Seth disse um “Aleluia!” que reconheci pela leitura labial.

Sorri.

-Pausa? – o produtor perguntou apertando o botão de microfone.

-Claro! – falei sorrindo.

Não que eu não goste do meu trabalho. Pelo contrário, eu amo o que eu faço. Mas, estava difícil trabalhar com Seth fazendo piadinhas e rindo.

Eu o via rir e falar com os outros garotos algo muito engraçado. Devia ser algo como: “Haha, a Demi ficou tão estrassadinha quando lembrei a ela que ela já babou por mim! Hahaha”.

Claro que não havia sido isso, mas sabe se lá o que se passa na cabeça dele. (E eu já disse isso hoje). E bom, talvez ele não tenha dito nada sobre mim. Ou se disse, pode ter sido outra coisa.

Sai da parte acústica e dei de cara com os garotos.

-Daqui a pouco é a vez de vocês, vocês sabem, né? – falei brincando. Eles riram e se cutucaram. Quando se levantaram para ir ao salão do Olimpo, que é como apelidamos o salão com comida, sofás, vídeo-games e etc onde esperamos para gravar, eu segurei o braço de Mike, o baterista.

Por ironia, Mike era o mais forte e inteligente do grupo, apesar de sempre dizerem que os bateristas são os “burros” das bandas. (A propósito, na nossa banda, Jimmy, o baixista, leva o troféu de mais atrasadinho. Ele ainda acha que os Países Baixos ficam na parte de baixo do globo).

-Mike, posso falar com você? – me vi dizendo.

Seth, Jimmy, Tom (o segundo guitarrista) e Fred (o tecladista) soltaram uns assovios.

-Claro. – ele se virou e me olhou com uma ruga se formando na testa. Assim que os outros saíram eu relaxei um pouco.

-O que o Seth estava falando de tão engraçado? – me ouvi dizer em alto e bom som.

Baixei o olhar pro carpete e fiquei contando o número de fiapos soltos.

Ok, agora eu realmente preciso de um médico.

-Demi, quando o Seth não diz algo engraçado? – Mike usou um tom leve e riu. – Mas, se quer saber, ele estava falando sobre a irmã dele com toda a preparação pro aniversário dela. Que ela está levando ele a loucura com tantos detalhes e pedidos. – eu ergui o olhar aliviada e Mike riu mais um pouco. – Relaxa, ele não comentou nada que tivesse acontecido entre vocês dois.

Fiquei vermelha e tentei organizar os pensamentos.

-Nunca houve nada entre nós dois. – fiquei na defensiva – Eu só perguntei pra saber se ele tinha feito uma piada ou algo assim.

Me afastei e me joguei no sofá.

Ótimo. Seth não comentou nada, mas agora Mike comentará.

-Demi. – Mike falou se sentando calmamente ao meu lado. – Nunca aconteceu porque você não quis ou porque a idade não deixou.

Hã?

-Como assim “porque a idade não deixou”? Você quer dizer quando ele me deu um fora dizendo que eu era uma criança?

Mike suspirou e então me encarou com um olhar inteligente.

-Acho que o Seth se expressou mal. Britânicos... – Rolou os olhos. - Tente perguntar ao senhor guitarrista estressadinho sobre aquela época. Tem um lado da história que eu acho que você está perdendo. – ele se levantou e piscou – Todo mundo já torce por vocês dois. Só... Pense e fale com ele.

Ele andou em direção a porta e não se virou quando eu disse “Espere!”.

Suspirei.

As coisas poderiam ser mais fáceis, não é mesmo? Mas então está bem. Ouvirei o conselho de Mike e pensarei sobre Seth. Pra começar, como eu me sinto sobre Seth.

E isso já me levava a várias lembranças...

-Como está se sentindo depois do seu primeiro show? – alguém me perguntou chegando por trás e sussurrando na minha orelha.

Me virei e fiquei a poucos centímetros do rosto de Seth, o guitarrista que tínhamos contratado pra banda. Ele tinha 17 anos e era um completo deus grego. Havia saído da Inglaterra há dois anos, mas seu sotaque não o abandonava.

E vinha dando em cima de mim durante todos os ensaios o que...

Bem, o que me deixava doida.

-Muito bem! – respondi dando dois passos pra trás. – Eu podia simplesmente passar a noite inteira repetindo que tive meu primeiro show! – falei sorrindo.

Ele sorria intensamente de volta.

-Todos estão indo comemorar juntos num restaurante chique aí. – Seth falou como se a idéia fosse ridícula. – Terá milhões de fotógrafos e você não vai aproveitar. – ele parou e olhou cada parte do meu rosto. – Ou...

Mordi meu lábio.

-Ou o que?

Ele voltou a sorrir.

-Ou você pode escapar comigo pra algo mais divertido. – ele disse e esperou minha reação. Ele deve ter notado minha surpresa porque completou. – Vêm. Eu garanto que não faremos nada ilegal.

Eu revirei os olhos e ri com ele.

-Ok, Sr. Guitarrista.

Seth me levou pra o estacionamento e parou em frente a uma moto comum, mas que eu achei linda e que me lembrava a guitarra dele. E não somente porque as duas tinham adesivos da bandeira da Inglaterra... Elas realmente pareciam irmãs.

-Já andou de moto? – ele perguntou com um sorriso torto, pegando os capacetes sabe se lá de onde.

-Eu pareço o que? Com a minha avó? É claro que já.

Ele riu da minha irritação.

-Quer dirigir? – revirei os olhos.

-Vamos, quero logo minha diversão. – peguei um dos capacetes das mãos dele.

Ele ficou sem ação por um momento e então subiu na moto. Subi logo depois e me encostei nele o mínimo possível.

Só que quando saímos do estacionamento, ele acelerou muito, me forçando a abraçá-lo pelas costas. Ele me levou através da cidade até chegar numa área menos agitada e parar.

-Já pode me soltar agora. – Seth disse tirando o capacete. Corei e obedeci, descendo da moto.

-Então. Aonde estamos indo? – perguntei.

-Ali. – ele apontou pro outro lado da rua. Tinha um restaurante em que dentro se via uma pista de dança.

O segui e entramos.

No meio tinha a enorme pista de dança tinha várias pessoas dançando e envolta tinham mesas, a maioria ocupadas, onde garçons passavam pra lá e pra cá.

Ele se dirigiu a uma no fundo.

-Me da sua bolsa e seu casaco. – ele pediu e eu o entreguei. – E... O que você mais queria comer no mundo agora?

-Qualquer coisa? – quis ter certeza.

-Qualquer coisa.

Pensei com calma e a resposta apareceu na minha cabeça do nada.

-Eu acho que eu morreria por uma fatia de pizza.

Ele riu e chamou um garçom, falou algo a ele e se virou pra mim.

-Qual a música que você queria dançar?

-Dançar? – perguntei assustada.

Ele me ignorou e falou mais alguma coisa ao garçom. O garçom sumiu e Seth saiu me puxando até a pista de dança.

-Escolhi por você. – ele disse sorrindo. – Espero que goste de Britney Spears. Não conheço muitas músicas americanas que dêem pra dançar.

Eu ia protestar, mas uma música começou a tocar bem alto e algo entre a pulsação da música e o sorriso dele, me fizeram começar a dançar.

Foi hilário dançar em uma pista de dança como alguém normal – há meses eu era Demi Lovato “a certinha”, mas agora eu era uma garota normal com um cara lindo do lado. Foi... único. Eu pulava, me mexia, e Seth sempre estava ali do lado, acompanhando meus passos. E as pessoas nas mesas aplaudiam. Até mesmo o pessoal a nossa volta parou de dançar uma hora pra nos ver.

Quando a música acabou, foi substituída por uma lenta, ele chegou mais perto e me abraçou.

-Música pra conversar. – ele disse rindo.

-Sabe, pra um bad boy você é muito surpreendente. Parece que a moto, a guitarra e o sarcasmo são os únicos estereótipos que você segue.

Isso fez ele rir.

-Eu também adoro ler, não sou órfão nem filho único e, acredite, não tenho auto-estima baixa. – ele sussurrou no meu ouvido.

-Tsc, tsc, tsc. Que tipo de bad boy é você?

-Ah, o tipo sóbrio que tem um trabalho que dá uma boa grana. – rimos.

-Todos os britânicos são assim? – perguntei com um sorriso brincando nos lábios.

-Claro que não. – Seu sotaque fazia cócegas na minha orelha (Ooof coourrse nottt) – Eu sou especial. Mas já falei demais sobre mim. Você é que merece atenção pelo primeiro show. Conte-me sobre você.

-Sou apenas uma garota que ama cantar e tem sorte. – murmurei. – Aos 15 anos é difícil tudo dar certo.

-15? – ele repetiu.

-É, por que?

-Você parece mais velha. – ele disse mais sério. – Ou você acha que eu perguntaria pra alguém sem habilitação se queria dirigir a Melissa?

-Melissa? – perguntei já sabendo a resposta rindo.

-É, é o nome da minha moto. E da minha irmã.

-Definitivamente, você é um tipo diferente de bad boy.

-Que tipo? – ele perguntou.

-Ah, o tipo meu guitarrista britânico preferido. – rimos e continuamos balançando com a música.

E quando ela acabou, chegaram os pratos e nós nunca nos calamos, sempre rindo e contando velhas histórias. Ele me levou até a casa dele, porque sua irmã havia implorado pra conhecer seu ídolo, eu!, a conheci, assim como a sua mãe. Ambas foram incríveis.

E quando ele me levou pra casa, eu esperei que ele me levasse até a porta. Ele levou, me abraçou e disse que a noite tinha sido ótima, além de que eu era incrível. Disse tchau e se foi.

Levei uma bronca por ter sumido, mas não ligava. Eu estava me dando conta do quão apaixonada eu estava pelo meu (meu?) guitarrista.

Só que os dias se passaram e ele havia mudado. Agora, mal brincava comigo. Sem mais saídas, sem mais nada. Eu o chamava pra sair, mas ele não queria. Um mês se passou e era véspera de aniversário dele.

 -Você quer sair? Já é a milésima vez que eu te convido. – me vi dizendo.

-Não, valeu. – ele disse sem me olhar nos olhos.

-O que? Você quer que eu diga que eu estou completamente apaixonada por você ou que eu me ajoelhe?

Aí, ele olhou nos meus olhos.

-Demi, você é uma ótima amiga. Mas eu não saio com crianças.

 -Só porque tenho quinze anos, não quer dizer que eu seja ou aja como uma criança! – berrei.

 -Então seja madura agora. – ele disse e me deu um beijo na testa. – Desculpe.

Admiti que estava apaixonada e... Isso. A dor da primeira grande rejeição bateu fundo. Um sotaque britânico nunca foi tão... duro (I’mm sorrrrryy).”

Sacudi a cabeça. Depois de um tempo ele havia voltado a brincar e zoar comigo como antes de sairmos. Mas doeu.

Aquela lembrança nada pequena me fez sentir uma dor no peito novamente. E me fez perceber que... É, eu ainda era completamente apaixonada por aquele maldito guitarrista,mesmo depois dele me dar um fora.

 Eu estou completamente ferrada.


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Notas finais do capítulo

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